Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

domingo, 31 de agosto de 2008

Existe alguma relação entre alcoolismo, obsessão, reencarnação...? Qual seria?


O hábito do consumo de álcool entre os seres humanos data da pré-história, tendo sido parte de rituais religiosos e festejos de todos os tipos desde os mais remotos dos tempos. Assim sendo, a história do alcoolismo – ou do abuso do álcool – e da humanidade têm caminhado lado-a-lado, o que reforça que vimos repetindo esse comportamento ao longo dos evos.

O Espírito André Luiz, na obra “Mecanismos da Mediunidade”, capítulo XII, faz um interessante paralelo entre a experiência de Ivan Pavlov, nascido em 1849, médico russo, com cachorros e como nós adquirimos reflexos ao longo da nossa história evolutiva.

Pavlov separou alguns filhotes de cães de suas mães logo que nasceram e nunca os apresentou à carne. Assim, quando ele as mostrou pela primeira vez, eles não se interessaram por ela, apesar do instinto natural da espécie.

Entretanto, ele colocou a carne na boca dos animais, soando antes um sino. Os animais despertaram o prazer de comer carne. Assim, todas as vezes que se soava o sino, mesmo que a carne não viesse depois, os cachorros já salivavam.

André Luiz nos diz que “esse campo de experiência traz a estudo os reflexos congênitos ou incondicionados, quais os chamados protetores, alimentares, posturais e sexuais, detentores de vias nervosas próprias, como que hauridos da espécie, seguros e estáveis, sem necessidade do córtex, e os reflexos adquiridos, ou condicionados, que não surgem espontaneamente, mas sim conquistados pelo indivíduo, no curso da existência.”

Assim, explicando o fenômeno do cão preferir a carne apenas quando a prova, André Luiz diz que “o ato de alimentar-se é um hábito estratificado na personalidade do cão, em processo evolucionista, através de reencarnações múltiplas, e o ato de ‘preferir carne’, mesmo em se tratando de alimento ancestral da espécie a que se entrosa, é um hábito que ele adquire, formando impressões novas sobre um campo de sensações já consolidadas.”

Analisando essas explicações de André Luiz com a informação histórica de que o álcool acompanha as festividades e os ritos religiosos desde épocas imemoriais, temos a explicação de que o alcoolismo e a reencarnação estão intimamente ligados e, principalmente, o reforço da informação que os grupos de Alcoólicos Anônimos, sem comprovação científica que os endossasse, na década de 40, já diziam que era imprescindível “evitar o primeiro gole”.

Assim como o cão só sente o prazer do sabor da carne ao prová-la, o alcoólico em potencial só se torna alcoólico ao beber. E em bebendo, ele reacende, como nos dizeres de André Luiz, as sensações já consolidadas da preferência pela sensação de entorpecimento que o álcool traz.

Já a questão obsessão, reencarnação e alcoolismo estão extremamente interligadas, tão interligadas que o Dr. Carneiro de Campos, Espírito, cujo trabalho Manoel Philomeno de Miranda acompanhou e narrou na obra “Trilhas da Libertação”, diz que é “um tipo de obsessão muito difícil de ser atendida convenientemente, considerando-se a perfeita identificação de interesses e prazeres entre o hóspede e o seu anfitrião.”

Essa perfeita identificação que o médico espiritual faz referência decorre diretamente do “reflexo condicionado” sobre o qual falamos antes.

Inácio Ferreira, médico psiquiatra espírita, quando encarnado, editou o livro “Psiquiatria em Face da Reencarnação”, onde ele traça um interessante paralelo para explicar por que o alcoolismo passa de uma encarnação para outra. Ele diz que “a lepra, a tuberculose, o câncer, os males que se estabelecem no corpo e usufruem dos seus elementos químicos, se dispersam com a transformação [pela morte], mas os vícios, como o álcool e os entorpecentes, são conservados pelo perispírito, sofrendo a intoxicação do seu ego, a intoxicação psíquica. (...) Os primeiros males desaparecem com o corpo; os segundos persistem, pois o espírito não morre – continua a sua vida como repositório dos sentimentos, dos desejos.”

Desta forma, não é difícil percebermos que o Espírito desencarnado, que leva consigo seus desejos e sentimentos, e sendo o alcoolismo um hábito motivado pelo reflexo condicionado que desperta uma sensação conhecida do passado, mantém esse reflexo, mantém o desejo de consumir a substância, mas agora sem o corpo para ingeri-la e acessá-la, já que ela também faz parte do mundo físico. Por isso, acopla-se a um encarnado, como que num abraço profundo, envolvente, em que seus fluidos perispirituais se interpenetram para que, desta forma, o desencarnado possa absorver as emanações do álcool e sentir o pseudo-prazer da embriaguez mais uma vez.

Essa ligação, que pode começar de forma fortuita, quando o bebedor ainda é esporádico, desenvolvendo-se para um acompanhamento diário, o que resulta, normalmente, no aumento da vontade de beber do alcoolista.

Por todo o exposto, vê-se que o alcoolismo é uma doença física, porque descamba para a dependência e porque sua retirada súbita, nos casos de dependência mais aguda, pode ocasionar a morte. Mas, principalmente, o alcoolismo é uma doença da alma, necessitando de tratamento profundo, nas esferas médica, psicológica e espiritual.

Um grande trunfo na recuperação do alcoolismo, além dos grupos de mútua ajuda (Alcoólicos Anônimos, por exemplo), é a terapêutica do passe e da água fluidificada, além da freqüência assídua às palestras espíritas, para que o pensamento, já fixado nos hábitos e nos lugares que detonam a compulsão pelo álcool (exatamente como o cachorro que salivava ao ouvir o sino que precedia à oferta de carne), possa ser redirecionado a novas maneiras de enxergar e de viver a vida.

Na questão 909 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec perguntou à Espiritualidade se poderíamos, pelos nossos próprios esforços, vencer nossas inclinações más. Os Espíritos são claros ao responderem que “sim, e às vezes com pouco esforço; o que lhe falta é a vontade.” Assim, aliando-se o pouco esforço de ficar 24 horas sem beber à vontade de se livrar deste condicionamento de tantas vidas é que ocorre a bênção da recuperação.

sábado, 30 de agosto de 2008

ALIMENTAÇÃO: importância para os médiuns.


Da maneira como são mortos os animais que comemos, por exemplo: bois,galinhas,porcos etc; vemos que é uma grande tortura. Por isto existem grupos vegetarianos. O que recomenda a doutrina espírita? É errado comer estes animais?

- É sempre uma grande alegria quando conseguimos conquistar níveis mais elevados de evolução. Mas, sabemos que esse processo se dá de modo gradativo e, para ser efetivo, precisa estar respaldado em nossa real capacidade de alcançá-los. Você pergunta o que a Doutrina tem a dizer a respeito da ingestão de carne animal em nossa alimentação. Na obra básica sobre a qual se baseiam os princípios doutrinários do Espiritismo, intitulada "O Livro dos Espíritos" (Allan Kardec - FEB), temos o assunto abordado com bastante clareza, nas questões 723 e 724, onde Kardec pergunta e os Espíritos respondem:

723. A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza?

"Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização."

724. Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação?

"Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa."

Seu questionamento reporta-nos também à obra do autor espiritual André Luiz, intitulada "Missionários da Luz" (psicografada por Chico Xavier). No Capítulo 4, o personagem Alexandre, instrui sobre o assunto dizendo assim: "(...) não nos cabe condenar a ninguém. Abandonando as faixas de nosso primitivismo, devemos acordar a própria consciência para a responsabilidade coletiva. A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo. E os nossos abusos com a Natureza estão cristalizados em todos os países, há muitos séculos. Não podemos renovar os sistemas econômicos dos povos, dum momento para o outro, nem substituir os hábitos arraigados e viciosos de alimentação imprópria, de maneira repentina. Refletem eles, igualmente, nossos erros multimilenários. Mas, na qualidade de filhos endividados para com Deus e a Natureza, devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizar-se-ão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento."

Outro autor espiritual - Emmanuel -, no livro “O Consolador” (psicografia de Chico Xavier) também tece comentários com essa linha de pensamento, na questão 129:

"129 - É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais?

- A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esse valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos. Temos a considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores."

Outro aspecto interessante a considerar é aquele relativo ao trabalho realizado pelos médiuns no Centro Espírita, que requer uma disciplina no tocante ao consumo de carne, especialmente carne vermelha e suína: nos dias em que o médium vai atuar, dando passe ou numa reunião de desobsessão, é solicitado que não faça uso desse tipo de alimentação, bem como de temperos fortes, para que forneça melhores condições de uso de seus fluidos pelos trabalhadores do mundo espiritual. O mesmo conselho é dado a quem esteja fazendo um tratamento espiritual no Centro Espírita, recebendo passes de cura: para que possa receber os fluidos que lhe são doados, com maior eficácia, convém não ingerir carne no dia do tratamento.

Finalmente, gostaríamos de observar que qualquer mudança de hábito alimentar deve ter um acompanhamento médico, digo dos médicos da Terra, para que seja uma mudança efetivamente saudável, sem danos para o organismo.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Filosofia, novamente!


Lógica

Entendida popularmente como o estudo do raciocínio correto, a lógica surge no Ocidente com o filósofo grego Aristóteles. Para mostrar que os sofistas (mestres da retórica e da oratória) podem enganar os cidadãos utilizando argumentos incorretos, Aristóteles estuda a estrutura lógica da argumentação. Revela, assim, que alguns argumentos podem ser convincentes, embora não sejam corretos. A lógica, segundo Aristóteles, é um instrumento para atingir o conhecimento científico.

Só se pode chamar de ciência aquilo que é metódico e sistemático, ou seja, lógico.

Na obra Organon, Aristóteles define a lógica como um método do discurso demonstrativo, que utiliza três operações da inteligência: o conceito, o juízo e o raciocínio. O conceito é a representação mental dos objetos. O juízo é a afirmação ou negação da relação entre o sujeito (neste caso, o próprio objeto) e seu predicado. E o raciocínio é o que leva à conclusão sobre os vários juízos contidos no discurso.

Os raciocínios podem ser analisados como silogismos, nos quais uma conclusão decorre de duas premissas. "Todo homem é mortal. Sócrates é homem, logo, Sócrates é mortal", diz ele, para exemplificar. "Sócrates", "homem" e "mortal" são conceitos. "Sócrates é mortal" e "Sócrates é homem" são juízos. O raciocínio é a progressão do pensamento que se dá entre as premissas "Todo homem é mortal", "Sócrates é homem" e, a conclusão, "Sócrates é mortal".

O matemático e filósofo alemão G.W. Leibniz (1646-1716) critica a lógica aristotélica por demonstrar verdades conhecidas, mas não revelar novas verdades.

Além disso, a lógica tradicional sistematiza apenas juízos do tipo sujeito e predicado, como "Sócrates é mortal". Já os modernos sentem necessidade de um método capaz de estudar também relações entre objetos, como "A Terra é maior do que a Lua".

No final do século XIX, o alemão Gottlob Frege (1848-1925) cria uma lógica baseada em símbolos matemáticos e na análise formal do discurso, lançando as bases da lógica moderna, que formaliza os raciocínios, organizando-os numa espécie de gramática, que pode ser empregada em diversas linguagens, como a proposicional, que estuda a relação dos juízos entre si, e a de predicados, que analisa a estrutura interna das sentenças. Como a matemática, ambas se utilizam de símbolos lógicos (de negação, conjunção e implicação, por exemplo) e não-lógicos (que representam proposições, funções, relações etc.) para criar cálculos ou sistemas de dedução.

A validade de um argumento depende exclusivamente de sua fórmula lógica e não do conteúdo das afirmações. Então, se no exemplo aristotélico o conceito "mortal" for substituído pelo conceito "verde" ("Todo homem é verde. Sócrates é homem, logo, Sócrates é verde."), o argumento permanece válido, ou correto, embora não existam homens verdes. Válido, porém, não quer dizer verdadeiro. Para que a conclusão de um argumento válido seja verdadeira, as premissas têm de ser verdadeiras. Ao estudar a estrutura e a natureza do raciocínio humano e reproduzi-las em fórmulas matemáticas, torna-se possível, por exemplo, a criação de uma linguagem binária, que é a base de funcionamento dos softwares para computadores.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Parapsicologia


Hoje as pesquisas parapsicológicas e biofísicas, em plena Era Cósmica, comprovam a realidade da telegrafia humana com a expressão científica da telepatia, que diz exatamente o que Kardec proclamava no seu tempo, há mais de um século. Telepatia não é apenas transmissão do pensamento, mas de todo o pathus individual da criatura, que se define também como projeção do eu.

É graças a essa projeção espiritual que podemos falar em tele doutrinação, ou seja, em doutrinação a distância. Kardec relata na REVISTA ESPÍRITA a cura de uma jovem obsedada, cuja família católica não permitia sua freqüência a sessões espíritas à revelia da família e da própria jovem formou-se um pequeno grupo de amigos que passou a reunir-se todos os dias, em hora determinada, emitindo pensamentos de ajuda e orientação espiritual a ela e as entidades perturbadoras.

A moça foi curada sem tomar conhecimento desse fato. Experiências atuais de telepatia, realizadas por pesquisadores ingleses, como os professores universitários C.G. Soal, Wathely Caringgthon e Price, bem como por pesquisadores norte americanos, como Rhine, Pratt e Puharicch, e pesquisadores soviéticos como Prof. Vassiliev e o grupo de pesquisas da Universidade de Kirov, confirmaram plenamente o êxito dessas intervenções a distância.

Chegaram mesmo a comprovar a possibilidade de ação hipnótica a distância, por meio da telepatia. A Ciência Espírita tem hoje as sanção da Parapsicologia, através de experiências e pesquisas realizadas nos maiores e mais importantes Centros Universitários do Mundo.

Dessa maneira, o costume aparentemente ingênuo de se colocar o nome e endereço de pessoas necessitadas na mesa de sessões espíritas, para que sejam beneficiadas à distância, não só pelos métodos espirituais de cura mas também pelo afastamento de entidades perturbadoras e obsessoras, integra-se hoje no campo das realidade científicas comprovadas. O Espiritismo se firma como a primeira Ciência do Para-normal, de cujos flancos chicoteados pela sapiência arrogante e falsa do materialismo e do religionismo fanáticos, nasceram as disciplinas científicas modernas e contemporâneas da Parapsicologia, da Psicofísica e da Metapsíquica de Richet.

As práticas de ação à distância podem ser individuais ou de grupos, dependendo a sua eficácia unicamente da boa vontade e da intenção real e firme de auxiliar os necessitados.

As pessoas que hoje ainda consideram essas práticas de solidariedade humana como utópicas ou supersticiosas, por mais credenciadas que sejam culturalmente, revelam falta de atualização científica ou, o que é pior, preconceitos inadmissíveis em nosso tempo.

As pessoas que pretendem reduzir a fenomenologia para-normal a manifestações de faculdades humanas sem intervenção de entidades espirituais contrariam a realidade científica mundialmente comprovada pretendendo colocar suas opiniões pessoais e seus preconceitos acima das rigorosas comprovações científicas atuais. Trata-se de pretensão evidentemente exagerada. As que se apóiam em crenças e dogmas religiosos para se oporem a essa realidade são espíritos sistemáticos. O Espiritismo, como Kardec afirmou, é contrário ao espírito de sistema, fundamentando seus princípios na observação e na pesquisa. Fatos são fatos e só podem ser negados por pesquisas científicas rigorosas, realizadas por cientistas qualificados.

José Herculano Pires

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Aura Humana



CAMPO DA AURA - Articulando, ao redor de si mesma, as radiações das sinergias funcionais das agregações celulares do campo físico ou do psicossomático, a alma encarnada ou desencarnada está envolvida na própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitura circulam as irradiações que lhe são peculiares.
Evidenciam-se essas irradiações, de maneira condensada, até um ponto determinado de saturação, contendo as essências e imagens que lhe configuram os desejos no mundo íntimo, em processo espontâneo de auto-exteriorização, ponto esse do qual a sua onda mental se alonga adiante, atuando sobre todos os que com ela se afinem e recolhendo naturalmente a atuação de todos os que se lhe revelam simpáticos.

E, desse modo, estende a própria influência que, à feição do campo proposto por Einstein, diminui com a distância do fulcro consciencial emissor, tornando-se cada vez menor, mas a espraiar-se no Universo infinito.

(Mecanismos da Mediunidade, X, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Santo Agostinho (354 - 430 d.C.)


Filósofo e teólogo cristão, considerado o principal representante da patrística.

Nasceu em Tagaste, localizada na África, filho de pai pagão e mãe cristã, Santa Mônica.

Apesar de sua mãe lhe haver apresentado à religião cristã desde muito cedo, seus primeiros estudos voltaram-se para a retórica, a gramática e os clássicos latinos. Lecionando em Cartago, travou contato com a doutrina maniqueísta (de Maniqueu), da qual foi adepto durante nove anos, por ver nela uma resposta consistente ao problema da existência do mal.

De uma ligação amorosa duradoura, teve um filho, Adeodato, falecido ainda adolescente. Mudando-se para Milão, após breve estadia em Roma, foi influenciado pelos ensinamentos da escola neoplatônica (ver Neoplatonismo). Esta filosofia teria apressado seu processo de conversão ao cristianismo, pois ele era compreendido, nesta época, como a formulação racional mais próxima da verdade apreendida pela revelação.

Ainda em Milão, os sermões de Santo Ambrósio e a leitura de São Paulo teriam completado seu processo de conversão, consumada oficialmente, através de seu batismo, em 387. No ano seguinte, mudou-se para Cartago, onde permaneceu por três anos, organizando uma comunidade monástica. Em 391, foi ordenado sacerdote em Hipona, assumindo a função de bispo em 396. Manteve, desde a sua ordenação, várias polêmicas, contra os maniqueus, pagãos, judeus, judeus, priscilanistas, donatistas, pelagianos, arianos e apolinaristas. Faleceu em Hipona, durante a invasão dos vândalos a esta cidade.

É um dos mais importantes representantes do Cristo na Obra básica do Espiritismo, trazendo verdades e reflexões de teor elevado e esclarecedor. Veja a pergunta de número 919 de O Livro dos Espíritos.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Depoimento


Olá a todos. É pela primeira vez que escrevo com a finalidade de repassar um pouco sobre o resultado que temos produzido nessas manhãs de domingo.
Para dar um retorno a aqueles que não podem compartilhar dessa experiência de distribuir a sopa, como tem sido a vontade da Juliana e uma vez esboçada pela Adelita. Digo a vocês, a experiência é muito legal, de forma que tentarei passar o resultado disso.

Em particular dessa nossa última sopa do dia 03 de agosto, que se não foi acometida de imprevistos, foi um grande teste de nossas capacitações.

A começar pelo dia remarcado e com isso não avisado a todos os integrantes do grupo, por acordar o Glauco que “voou” para comprar os produtos, ao corre-corre da Raquel procurando o fósforo e tentou se armar para não perder tempo. A Neide aflita por levantar num dia sem energia, atrasada e ofegante.

A disposição da Débora e das meninas que a princípio iriam apenas para acompanhar, mas depois tiveram que colocar a mão na massa mesmo. Ao Glauco que trabalhou até as 4da manhã e teve que pular da cama, sair para comprar e mais tarde ter que entregar a sopa e depois retornar ao trabalho após a entrega.

Quero com isso apenas responder a todo esse trabalho. Não houve uma gota dessa sopa desperdiçada, até porque é praxe entregar todo o produto realizado pela equipe, mas este em particular foi muito elogiado, mas muito elogiado mesmo até porque o dia nos favoreceu com a temperatura mais baixa. No primeiro lugar de entrega foi mais de um latão, ali próximo ao Hospital Regional Sul, brotava pessoas que chegavam a repetir.

Não sei se coincidência ou não o outro grupo que também distribui comida não apareceu tão cedo. Com isso tínhamos todo o pessoal da rua para poder alimentar.

Às sete horas mais ou menos estávamos entregando o restinho da sopa para umas famílias na Rua João Alfredo, e com isso completando todo o trabalho da equipe. Foi muito gratificante receber aqueles rostos já familiarizados e aqueles tantos outros que nunca tínhamos visto. Foi mais gratificante também reencontrar uma menininha que da nossa última sopa apareceu tão doente, tão enferma e encontrá-la bem recuperada.

Para todos que passaram pelo sufoco do imprevisto, creio que podemos tirar mais uma lição, pelo menos é essa conclusão que cheguei.

A diversidade dos fatos nos faz ser mais unido em prol de uma causa justa. O resultado de tudo nos serviu para provar que somos capazes de alterar nossa vida, nosso futuro, basta apenas que lutemos com todas as forças para isso.

Obrigados a todos por mais essa lição de vida e não precisamos repetir a dose(eh, eh, eh).

Adelino Celso Passador
e-mail: adelino.celso@terra.com.br

este depoimento foi dado, por escrito, por e-mail, por um dos trabalhadores da sopa fraterna do NEPT – Núcleo Espírita Paulo de Tarso.

sábado, 23 de agosto de 2008

O Sagrado Livro da Vida


Quem somos nós, Espíritos habitantes deste orbe, senão pequenos focos de inteligência dando ainda os primeiros passos no caminho da entendimento das razões divinas? Queridos filhos, sejais unidos no espírito do verdadeiro Cristianismo. E não se pode compreendê-lo sem a humildade a que tanto referiram os luminosos Espíritos que ditaram a Codificação. Na simplicidade podereis inquirir os ensinamentos, facilitando vossa reflexão em redor dos fenômenos que constituem a vida.

Não podeis deixar vos envolver pela soberba, que nos tempos últimos passou a ser uma constante no comportamento de jovens, crianças e até dos mais idosos. O orgulho está exacerbado pela ascendência do materialismo. Jesus não cessou de combater o germe nefasto da conduta exclusivista, que leva a sociedade à desagregação e a torna vítima de inúmeras doenças de ordem moral e ainda de reflexos a gerar anomalias nos corpos físicos. Perscrutai o vosso mundo olhando-o como um corpo constituído de diversos membros. Verificai como o futuro do homem está cada vez mais incerto.

Não podereis sustentar este estado de coisas para sempre e já colheis na atualidade o fruto amargo do comportamento desregrado. Vede como se multiplicam os canceres. Observai como a epidemia da AIDS alastra-se por toda a parte. Verificai como ocorre um recrudescimento de enfermidades, que haviam sido erradicadas em passado próximo. E, diante de tantos dissabores, como se comporta o homem? Pensa em melhorar-se moralmente? Pensa em buscar nos ensinamentos divinos a resposta para tantas dores? Não, absolutamente. O desejo humano é o de gozar os prazeres materiais da melhor maneira possível. Vede como atua a conduta do ser diante do flagelo que se esparrama através da sexualidade desregrada e do uso das drogas injetáveis.

Que procuram? Razão para a gênese de anormalidades tão profundas? Não. Mesmo diante dessa enfermidade dantesca, o homem quer apenas saber como preservar-se da contaminação. E os governos, perante a insanidade comportamental dos viciados, a título de contenção epidêmica, promovem campanhas que os ajudam a afundarem no charco insalubre dos desvarios morais. Distribuem a mancheias as chamadas “camisinhas” e seringas, para que os pobres infelizes continuem se matando espiritualmente, sem o saberem. Tudo é permitido, desde que haja cuidados em se preservar a carne. E o Espírito? Alguém preocupa-se com a chama que de verdade constitui o ser?

Os que estimulam as campanhas publicitárias na mídia do vosso mundo, empurrando jovens e criaturas em vias de perdição para o abismo do sofrimento, não possuem qualquer noção do que seja a existência do Espírito. Preferem admitir as costumeiras e limitadas concepções religiosas que há tanto tempo escravizam esta humanidade, mantendo-a na condição de inferioridade que a tem caracterizado entre as muitas moradas existentes na casa do Pai Santíssimo.

Filhos, já não podeis mais deixar-vos enganar. A vós, irmãos espíritas, foi dado o tesouro da sabedoria. Muitos, nos tempos derradeiros, têm se desviado da fé verdadeira, dando ouvidos a instruções de desencarnados vaidosos, dominados pelo falso saber das escolas terrenas. No mundo invisível há quem tenha diplomas, mas que durante a vida, nada fez para honrar a profissão que abraçou. Espíritos pseudo-sábios que entre vós têm divulgado doutrinas, que não são conforme as lições do Senhor, a quem amamos.

Viveis num tempo de grande confusão. O movimento espírita encontra-se estagnado, envolvido por concepções religiosas irracionais. E, na ausência do progresso, no pouco estudo, na inexistência de pesquisas feitas nos laboratórios das salas mediúnicas, outro não poderia ser o destino senão a profunda desarmonia e inoperância que se observa. Pensa-se muito em quantidade de adeptos do Espiritismo. Mas de que adianta serdes milhões de seguidores, mas de equivocados seguidores? Não seria mais proveitoso se fossem apenas algumas centenas, centenas de dedicados servidores, a exemplo dos Apóstolos? Pensai nisso com urgência. O tempo se consome, como a chama que faz desaparecer a vela.

O mundo está a caminho da tribulação a que se referiam os profetas e mesmo nosso Senhor em seu discurso profético. Estareis preparados para as lutas? Para as provas que virão? Meditai. Abandonai a idéia de que sois milhões entre os homens, pois quando vier o tempo, será reduzido o número de gente a testificar a verdade. Mas quem perseverar estará na graça do Pai Celeste. Uni-vos pela similitude de vossas idéias e pelo desejo do servir. Chegada é a hora de ajuntarem-se em espírito de entendimento. A preocupação é em torno do que acontece hoje e do que está por vir nos próximos anos. Não vos deixeis, caríssimos filhos, envolverdes pela leviandade que se cultiva em todos os cantos do mundo, com o nome de liberdade.

Vós espíritas, tendes em mão a chave da libertação e não podeis deixar de utilizá-la no melhoramento de vossas almas. Não podeis dispensar a influência salutar dos benfeitores que em nome do Alto, aproximam-se dos grupos sérios e dos seguidores de boa-vontade, para dar-lhes sustento e inspirar-lhes pensamentos felizes. Bendizei ao Pai Eterno pela bênção de vos receber entre as inteligências iluminadas de sua Bendita Seara e dar-lhes o direito de serem tratados como discípulos. Fazei, pois, por merece-lo. Estaremos dando-vos assistência nesse e nos momentos futuros, para que se cumpra o que está escrito no Sagrado Livro da Vida.

Paz, harmonia e benemerência a todos vós, filhos do Altíssimo.

Abençoa-vos, humilde e servil,

Bezerra


Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Chico Xavier

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mais um pouquinho de filosofia


Ceticismo

Escola filosófica fundada pelo grego Pirro (acima, 360 a.C.-272 a.C.) que questiona as bases do conhecimento metafísico, científico, moral e, especialmente, religioso. Nega a possibilidade de se conhecer com certeza qualquer verdade e recusa toda afirmação dogmática - aquela que é aceita como verdadeira, sem provas. O termo deriva do verbo grego sképtomai, que significa olhar, observar, investigar.
Para os céticos, uma afirmação para ser provada exige outra, que requer outra, até o infinito. O conhecimento, para eles, é relativo: depende da natureza do sujeito e das condições do objeto por ele estudado. Costumes, leis e opiniões variam segundo a sociedade e o período histórico, tornando impossível chegar a conceitos de real e irreal, de correto e incorreto.
Condições como juventude ou velhice, saúde ou doença, lucidez ou embriaguez influenciam o julgamento e, conseqüentemente, o conhecimento. Por isso, os seguidores de Pirro defendem a suspensão do juízo, o total despojamento e uma postura neutra diante da realidade. Se é impossível conhecer a verdade, tudo se torna indiferente e equilibrado. Para eles, o ideal do sábio é a indiferença. Ainda na Antiguidade, o grego Sexto Empírico (século III?) e os empiristas vêem o ceticismo como um modo de obter o conhecimento pela experiência.
Não excluem a ciência, mas procuram fundamentá-la sobre representações e fenômenos encontrados de modo indiscutível e inevitável na experiência. Esse ceticismo positivo tem papel fundamental no pensamento do escocês David Hume (1711-1776), um dos maiores expoentes da filosofia moderna. Para os empiristas modernos, na impossibilidade de conhecer as coisas em si, o homem se utiliza da crença e do hábito para poder agir. A filosofia contemporânea, inspirada no ceticismo, discute questões da relatividade do conhecimento e dos limites da razão humana.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Conhecimento do Futuro – Profecias


Não desprezeis as profecias; Examinai tudo. Retende o bem.
Paulo (1o Tessalonicenses, 5:20 e 21)
Pode o futuro ser revelado ao homem?
Devemos aceitar todas as profecias?
Como podem os profetas predizer o futuro?
As respostas a estas e outras indagações encontramos nas questões de n.º 868 a 871 de "O Livro dos Espíritos" (1) que em essência esclarecem:
Em princípio, o futuro é oculto ao homem. Só em casos raros e excepcionais, permite Deus que seja revelado. Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não obraria com a liberdade com que o faz. Assim, o próprio homem prepara, ele mesmo, muitas vezes os acontecimentos que hão de sobrevir no curso de sua existência.
Ainda em síntese, resumimos as questões de n.º 280 a 290 de "O Livro dos Médiuns" (2), que sobre o assunto assim refere:
O conhecimento do futuro é conquista somente de Espíritos elevados. A eles interessa e muito o nosso futuro, razão pela qual cuidam de influenciar o nosso presente, aconselhando-nos, orientando-nos através dos ensinamentos que ministram.
A Misericórdia Divina permite certas revelações quando podem gerar o bem. Todavia deve-se ter muito cuidado com os impostores e charlatães.
A respeito das profecias, duvidar delas, seria atribuir a Jesus o título de embusteiro, pois ele ratificou as predições dos profetas e sempre as acatou e repetiu. Além disso o próprio Mestre profetizou, como se pode constatar consultando o Novo Testamento: (3)
Em Mateus, 24:6, 7 e 8, Jesus falando sobre o "fim do mundo":
"E ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras; olhai não vos assusteis, porque é mister que isso aconteça, mas ainda não é o fim.". Alhures, o Mestre acrescenta: "Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino e haverá fome, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio das dores."
Ainda em Mateus, 24:14, fala Jesus: "E este Evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim."
Jesus profetizou o que acontecerá na era que se aproxima, previu também o arrasamento do templo de Jerusalém, a traição de Judas, a negação de Pedro, a sua própria ressurreição e a confusão que os homens fariam com os seus ensinos, no futuro, o que se realizou integralmente.
Alguns discípulos de Jesus também profetizaram como a seguir destacamos:
João Evangelista, na ilha de Patmos, aos 96 anos de idade, quando de seu desterro determinado pôr Domiciano, ouvindo a voz que vinha da esfera do Cristo, registrou suas impressões e descreveu a "Besta do Apocalipse". Isso nos demonstra a fonte divina de suas profecias. Ainda mais: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Marcos e João Evangelista anotaram, com ricos detalhes os eventos em questão.
O Apóstolo Paulo, em suas 2a. Ep. a Timóteo, 3:1, põe em relevo a angústia de "fins de tempos", quando adverte: "Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos."; na 2a. Ep. Aos Tessalonicenses, 2:12, diz: "Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade." E na 1a. Ep. aos Tessalonicenses, 5:20 e 21, recomenda: "Não deveis desprezar as profecias: Examinai tudo. Retende o bem.".
Entre muitos outros, foram profetas de sucessos comprovados nos livros sagrados, onde se diz que eram profundamente tocados pela graça do Senhor dos Mundos, citamos: Moisés, Samuel, Elias, Eliseu, Isaías, Ezequiel, Daniel, Joel, Jeremias, Amós, Zacarias, Malaquias. Vale ainda destacar o Monge Malaquias, Santa Odila , o Cura D’Ars , Catarina de Emmerick , o campônio Maximino, o profeta vidente e ocultista do século XVI, Michel Nostradamus, que oferece matéria mais aproximada dos eventos dos nossos próximos dias. Nostradamus, embora variem as interpretações acerca das suas "centúrias", realizaram-se até o momento todas as suas predições, com acentuada exatidão.
Salvo raras exceções o futuro permanece oculto e assim sendo porque permite Deus que seja revelado algumas vezes? Os Espíritos Reveladores responderam a Allan Kardec, na questão 870 de "O Livro dos Espíritos": (1)
"Permite-o , quando o conhecimento prévio do futuro facilite a execução de uma coisa, em vez de a estorvar, obrigando o homem a agir diversamente de modo pôr que agiria, se lhe fosse feita a revelação. Não raro, também é uma prova. A perspectiva de um acontecimento pode sugerir pensamentos mais ou menos bons. Se um homem vem a saber, pôr exemplo, que vai receber uma herança, com que não conta, pode dar-se que a revelação desse fato desperte nele o sentimento da cobiça, pela perspectiva de se lhe tornarem possíveis maiores gozos terrenos, pela ânsia de possuir mais depressa a herança, desejando talvez, para que tal se dê, a morte daquele de quem herdará. Ou, então, essa perspectiva lhe inspirará bons sentimentos e pensamentos generosos. Se a predição não se cumpre, aí está outra prova, consistente na maneira pôr que suportará a decepção. Nem pôr isso, entretanto, lhe caberá menos o mérito ou o demérito dos pensamentos bons ou maus que a crença na ocorrência daquele fato lhe fez nascer no íntimo."
Bibliografia:
1. Kardec, Allan - "O Livro dos Espíritos", 74a edição FEB, 1944;
2. Kardec, Allan - "O Livro dos Médiuns", 1a edição FEESP, 1984;

1 Também conhecida como Odilia, Ottilia e Othilia.

Nasceu em 660DC em Oberheim, nas Montanhas Vosges,Alsacia , filha do Lorde Alaric e Bereswinda de família nobre. Nasceu cega e sua família devido ao seu problema em vez de sacrifica-la, deu a criança a uma família que deseja uma filha para criar. Foi levada para um convento com a idade de 12 anos.Convertida ao cristianismo ela voltou a ver, milagrosamente, quando foi batizada por São Erhard de Regenburg. O seu irmão a quis de volta para compor um arranjo de um bom casamento. Quando o pai de Odília ficou sabendo das maquinações do filho e da cura milagrosa de Odilia, ficou tão furioso que deu tamanho surra no filho que o matou. Odilia fugiu do Convento para escapar do casamento arranjado e sua família desistiu da idéia. Ela entrou para a Abadia e eventualmente se tornou a Abadessa e mais tarde fundou o Monastério de Odilienberg, em Niedermunst.
Ela faleceu em 13 de dezembro de 720. Seu túmulo logo se tornou objeto de peregrinação e vários milagres foram creditados a sua intercessão. Assim, mais tarde suas relíquias foram trasladadas para um Santuário ao lado da igreja do Convento de Odileinberg. Foi indicada como padroeira da Alsácia .
Na arte litúrgica da Igreja ela é representada com um livro no qual estão dois olhos ou ainda segurando um ramo com dois olhos.
Sua festa é celebrada no dia 13 de dezembro.

2 João Maria Vianney nasceu em 8 de maio de 1786 em Dardilly, aldeia a dez quilômetros ao norte de Lyon. Foi o quarto filho do casal Mateus e Maria Vianney, que tiveram 7 filhos.

Desde os quatro anos, ele gostava de freqüentar a Igreja. Quando isso se tornou impossível, pelas perseguições que o Estado desencadeou, ele fazia suas orações habituais, todas as tardes, na casa dos pais.

Quando foi aberta uma escola, Vianney, adolescente a freqüentou durante dois invernos, porque ele trabalhava no campo sempre que o tempo permitia. Foi então que aprendeu a ler, escrever, contar e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional.

Foi na escola que se tornou amigo do padre Fournier, e aos poucos foi crescendo nele o desejo de se tornar sacerdote. Foi necessário muita insistência, pois o pai, de forma alguma, desejava dispensar braços fortes de que a terra necessitava.

Aos 20 anos ele seguiu para Écully, na casa de seu tio Humberto. Sabia ler, mas escrevia e falava francês muito mal. Além de aprimorar a língua pátria, precisou aprender latim, pois na época os estudos para o sacerdócio eram feitos em latim, bem assim toda a celebração litúrgica.

Em 28 de maio de 1811, com 25 anos de idade, na catedral Saint-Jean tornou-se clérigo de diocese. Por ter fama de ignorante perante os superiores, foi-lhe confiada a paróquia de Ars-en _Dombes, ou talvez porque lhe conhecessem a grandeza de alma.Em Ars, não havia pobres, só miseráveis.

João Maria Vianney chegou a Ars em uma sexta-feira, 13 de fevereiro de 1818. Veio em uma carroça trazendo alguns móveis e utensílios domésticos, alguns quadros piedosos e seu maior tesouro: sua biblioteca de cerca de trezentos volumes.

Conta-se que encontrou um pequeno pastor a quem pediu que lhe indicasse o caminho. A conversa foi difícil, pois o menino não falava francês e o dialeto de Ars diferia do de Écully. Mas acabaram por se compreenderem.

A tradição narra que o novo pároco teria dito ao garoto: "Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu."Um pequeno monumento de bronze à entrada da aldeia lembra esse encontro.

Ele mesmo preparava suas refeições. Apenas dois pratos: umas vezes, batatas, que punha para secar ao ar livre. Outras vezes, "mata-fomes", grandes bolos de farinha de trigo escura. Um pouco de pão e água. Era o suficiente. Comia pouco.Quando lhe davam pão branco, trocava pelo escuro e distribuía o primeiro aos pobres.

Dizia: "Tenho um bom físico. Depois de comer não importa o quê e de dormir duas horas, estou pronto para recomeçar."

O que mais ele valorizava era a caridade e a gentileza. Grandes somas ele dispendia auxiliando os seus paroquianos. Dinheiro que vinha da pequena herança de seu pai, que lhe enviara seu irmão Francisco e de doações de pessoas abastadas, a quem ele sensibilizava pela palavra e dedicação.

Por volta de 1830, era muito grande o afluxo de pessoas que se dirigia a Ars. Os peregrinos não tinham outro objetivo senão ver o pároco e, acima de tudo, poder confessar-se com ele. Para conseguir, esperavam horas...às vezes, a noite inteira.

Esse pároco que dormia o mínimo para atender a todos, madrugada a dentro. Que vivia em extrema pobreza e austeridade, vendendo móveis , roupas e calçados seus para dar a outrem.

Comovia-se com a dor alheia. Quando se punha a ouvir os penitentes que o buscavam, mais de uma vez derramava lágrimas como se estivesse chorando por si próprio. Dizia: "Eu choro o que vocês não choram."

Tanto trabalho, pouca alimentação e repouso, foram cansando o velho Cura. Ele desejava deixar a paróquia para um pouco de descanso. Mas os homens e mulheres da aldeia fizeram tal coro ao seu redor, que ele resolveu permanecer.

Ele, que em sua juventude, fora ágil, agora andava arrastando os pés. Nos dias de inverno, sentia muito frio.

Em 1859, numa quinta feira do mês de agosto, dia 4, às duas da madrugada, ele desencarnou tranqüilamente.

Dois dias antes, já bastante debilitado fora visto a chorar. Perguntaram-lhe se estava muito cansado.

"Oh, não", respondeu. "Choro pensando na grande bondade de Nosso Senhor em vir visitar _nos nos últimos momentos."

João Maria Vianney comparece na Codificação com uma mensagem em O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo VIII, item 20, intitulada "Bem-aventurados os que têm fechados os olhos", onde demonstra a humildade de que se revestia, o conceito que tinha das dores sobre a face da Terra e o profundo amor ao Senhor da Vida.

Fonte: Joulin, Marc. João Maria Vianney, o cura d'Ars. PAULINAS, 1990.
Kardec, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. FEB, 1987.

3 Ana Catarina Emmerick nasceu no dia 8 de Setembro de 1774, na comunidade de camponeses de Flamschen (Alemanha).
Desde a mais tenra infância sentiu-se atraída de modo particular pela oração e pela vida religiosa. Deste modo, ainda adolescente expressou o desejo de entrar num mosteiro, a fim de viver exclusivamente para o Senhor. Em 1802 entrou na comunidade de Agnetenberg e, já no ano seguinte, pronunciou os votos. Por causa da sua origem pobre, no início era pouco considerada pelas outras religiosas do mosteiro, mas Ana suportava tudo em silêncio.
Em 1811, em virtude do movimento de secularização, o seu mosteiro foi suprimido. Ana abandonou a comunidade e foi recebida como empregada doméstica na casa de um sacerdote francês. Nesse período, recebeu os estigmas, que lhe provocavam dores atrozes.
Uma característica especial da sua vida foi o amor pelas pessoas. Interessava-se sempre pelas necessidades das pessoas que a visitavam, encorajando-as e confortando-as nas dificuldades. De todas as personalidades que a visitaram nesses anos, de particular significado foi o encontro com Clemens Brentano que de 1818 a 1823 visitou a religiosa quotidianamente para descrever as suas visões, que depois publicou.
No Verão de 1823, a religiosa debilitou-se ainda mais, mas uniu as suas dores ao sofrimento de Jesus, oferecendo-as pela redenção de toda a humanidade. Ana Catarina faleceu no dia 9 de Fevereiro de 1824 e ainda hoje continua a indicar-nos o centro da nossa fé cristã, o segredo da Cruz.
A vida desta religiosa distinguiu-se por uma profunda união com Jesus Cristo. De facto, ela participou tão intimamente nas dores de nosso Senhor, que não é exagerado dizer que viveu, sofreu e morreu por Ele.
Além disso, nutriu sempre uma profunda e sincera devoção por Maria, que pode ser resumida nesta frase, por ela recitada em forma de oração: "Ó, meu Deus, permiti-nos servir a obra da Redenção, seguindo o modelo da fé e do amor de Maria".

Eurípedes Barsanulfo


Nascido em 1º de maio de 1880, na pequena cidade de Sacramento, Estado de Minas Gerais, e desencarnado na mesmo cidade, aos 38 anos de idade, em 1º de novembro de 1918.

Logo cedo manifestou-se nele profunda inteligência e senso de responsabilidade, acervo conquistado naturalmente nas experiências de vidas pretéritas.
Era ainda bem moço, porém muito estudioso e com tendências para o ensino, por isso foi incumbido pelo seu mestre-escola de ensinar aos próprios companheiros de aula. Respeitável representante político de sua comunidade, tornou- se secretário da Irmandade de São Vicente de Paula, tendo participado ativamente da fundação do jornal "Gazeta de Sacramento" e do "Liceu Sacramentano". Logo viu- se guindado à posição natural de líder, por sua segura orientação quanto aos verdadeiros valores da vida.
Através de informações prestadas por um dos seus tios, tomou conhecimento da existência dos fenômenos espíritas e das obras da Codificação Kardequiana. Diante dos fatos voltou totalmente suas atividades para a nova Doutrina, pesquisando por todos os meios e maneiras, até desfazer totalmente suas dúvidas.
Despertado e convicto, converteu-se sem delongas e sem esmorecimentos, identificando-se plenamente com os novos ideais, numa atitude sincera e própria de sua personalidade, procurou o vigário da Igreja matriz onde prestava sua colaboração, colocando à disposição do mesmo o cargo de secretário da Irmandade.
Repercutiu estrondosamente tal acontecimento entre os habitantes da cidade e entre membros de sua própria família. Em poucos dias começou a sofrer as conseqüências de sua atitude incompreendida.
Persistiu lecionando e entre as matérias incluiu o ensino do Espiritismo, provocando reação em muitas pessoas da cidade, sendo procurado pelos pais dos alunos, que chegaram a oferecer- lhe dinheiro para que voltasse atrás quanto à nova matéria e, ante sua recusa, os alunos foram retirados um a um.
Sob pressões de toda ordem e impiedosas perseguições, Eurípedes sofreu forte traumatismo, retirando- se para tratamento e recuperação em uma cidade vizinha, época em que nele desabrocharam várias faculdades mediúnicas, em especial a de cura, despertando- o para a vida missionána. Um dos primeiros casos de cura ocorreu justamente com sua própria mãe que, restabelecida, se tornou valiosa assessora em seus trabalhos.
A produção de vários fenômenos fez com que fossem atraídas para Sacramento centenas de pessoas de outras paragens, abrigando- se nos hotéis e pensões, e até mesmo em casas de famí1ias, pois a todos Barsanulfo atendia e ninguém saía sem algum proveito, no mínimo o lenitivo da fé e a esperança renovada e, quando merecido, o benefício da cura, através de bondosos Benfeitores Espirituais.
Auxiliava a todos, sem distinção de classe, credo ou cor e, onde se fizesse necessária a sua presença, lá estava ele, houvesse ou não condições materiais.
Jamais esmorecia e, humildemente, seguia seu caminho cheio de percalços, porém animado do mais vivo idealismo. Logo sentiu a necessidade de divulgar o Espiritismo, aumentando o número dos seus seguidores. Para isso fundou o "Grupo Espírita Esperança e Caridade", no ano de 1905, tarefa na qual foi apoiado pelos seus irmãos e alguns amigos, passando a desenvolver trabalhos interessantes, tanto no campo doutrinário, como nas atividades de assistência social.
Certa ocasião caiu em transe em meio dos alunos, no decorrer de uma aula. Voltando a si, descreveu a reunião havida em Versailles, França, logo após a I Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora exata da reunião quando foi assinado o célebre tratado.
Em 1º de abril de 1907, fundou o Colégio Allan Kardec, que se tornou verdadeiro marco no campo do ensino. Esse instituto de ensino passou a ser conhecido em todo o Brasil, tendo funcionado ininterruptamente desde a sua inauguração, com a média de 100 a 200 alunos, até o dia 18 de outubro, quando foi obrigado a cerrar suas portas por algum tempo, devido à grande epidemia de gripe espanhola que assolou nosso país.
Seu trabalho ficou tão conhecido que, ao abrirem-se as inscrições para matrículas, as mesmas se encerravam no mesmo dia, tal a procura de alunos, obrigando um colégio da mesma região, dirigido por freiras da Ordem de S. Francisco, a encerrar suas atividades por falta de freqüentadores.
Liderado a pulso forte, com diretriz segura, robustecia-se o movimento espírita na região e esse fato incomodava sobremaneira o clero católico, passando este, inicialmente de forma velada e logo após, declaradamente, a desenvolver uma campanha difamatória envolvendo o digno missionário e a doutrina de libertação, que foi galhardamente defendida por Eurípedes, através das colunas do jornal "Alavanca", discorrendo principalmente sobre o tema: "Deus não é Jesus e Jesus não é Deus", com argumentação abalizada e incontestável, determinando fragorosa derrota dos seus opositores que, diante de um gigante que não conhecia esmorecimento na luta, mandaram vir de Campinas, Estado de São Paulo, o reverendo Feliciano Yague, famoso por suas pregações e conhecimentos, convencidos de que com suas argumentações e convicções infringiriam o golpe derradeiro no Espiritismo.
Foi assim que o referido padre desafiou Eurípedes para uma polêmica em praça pública, aceita e combinada em termos que foi respeitada pelo conhecido apóstolo do bem.
No dia marcado o padre iniciou suas observações, insultando o Espiritismo e os espíritas, "doutrina do demônio e seus adeptos, loucos passíveis das penas eternas", numa demonstração de falso zelo religioso, dando assim testemunho público do ódio, mostrando sua alma repleta de intolerância e de sectarismo.
A multidão, que se mantinha respeitosa e confiante na réplica do defensor do Espiritismo, antevia a derrota dos ofensores, pela própria fragilidade dos seus argumentos vazios e inconsistentes.
O missionário sublime aguardou serenamente sua oportunidade, iniciando sua parte com uma prece sincera, humilde e bela, implorando paz e tranqüilidade para uns e luz para outros, tornando o ambiente propício para inspiração e assistência do plano maior e em seguida iniciou a defesa dos princípios nos quais se alicerçavam seus ensinamentos.
Com delicadeza e lógica, dando vazão à sua inteligência, descortinou os desvirtuamentos doutrinários apregoados pelo Reverendo, reduzindo-o à insignificância dos seus parcos conhecimentos, corroborado pela manifestação alegre e ruidosa da multidão que desde o princípio confiou naquele que facilmente demonstrava a lógica dos ensinos apregoados pelo Espiritismo.
Ao terminar a famosa polêmica e reconhecendo o estado de alma do Reverendo, Eurípedes aproximou-se dele e abraçou-o fraternalmente, como sinceros eram seus pensamentos e suas atitudes.
Barsanulfo seguiu com dedicação as máximas de Jesus Cristo até o último instante de sua vida terrena, por ocasião da pavorosa epidemia de gripe que assolou o mundo em 1918, ceifando vidas, espalhando lágrimas e aflição, redobrando o trabalho do grande missionário, que a previra muito antes de invadir o continente americano, sempre falando na gravidade da situação que ela acarretaria.
Manifestada em nosso continente, veio encontrá-lo à cabeceira de seus enfermos, auxiliando centenas de famílias pobres. Havia chegado ao término de sua missão terrena. Esgotado pelo esforço despendido, desencarnou no dia 1o. de novembro de 1918, às 18 horas, rodeado de parentes, amigos e discípulos.
Sacramento em peso, em verdadeira romaria, acompanhou-lhe o corpo material até a sepultura, sentindo que ele ressurgia para uma vida mais elevada e mais sublime.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Vamos aprender um pouquinho de filosofia?


Racionalismo

Doutrina que afirma que tudo que existe tem uma causa inteligível, mesmo que não possa ser demonstrada de fato, como a origem do Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica.
René Descartes (acima, 1596-1650), Spinoza (1632-1677) e Leibniz (1646-1716) introduzem o racionalismo na filosofia moderna. Friedrich Hegel (1770-1831), por sua vez, identifica o racional ao real, supondo a total inteligibilidade deste último.
O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento a priori, ou seja, conhecimentos que não vêm da experiência e são elaborados somente pela razão.
Na passagem do século XVIII para o XIX, Immanuel Kant (1724-1804) revê essa tendência de associar o pensamento à análise pura e simples e inaugura o neo-racionalismo. A nova doutrina aceita as formas a priori da razão, afirmando, entretanto, que elas necessariamente devem ser conjugadas aos dados da experiência para que possa haver conhecimento. O racionalismo dos séculos XVII e XVIII influencia a religião e a ética até hoje.
Está presente nas várias seitas do protestantismo, que dispensam a autoridade e a revelação religiosa em favor dos postulados lógicos e racionais sobre a existência de Deus. Influencia, também, a conduta moral que atribui à razão e aos princípios inatos de bondade, entre outros, a capacidade humana de se bem conduzir.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Deveres Nossos


Vencido pelo heliotropismo, o botão se abre à vida esparzindo perfumes.

Impelido ao equilíbrio, o filete de água desce da montanha na direção do mar.

Presos à lei de gravitação universal, a Terra e todos os astros voluteiam pelo Infinito, obedecendo à impulsão incontrolável.

Também o homem que sente a atração divina, por mais deseje evadir-se da fonte de luz, ou da linha do equilíbrio, ou do incoercível comando universal, jamais conseguirá deslocar-se da órbita dos deveres superiores, indefinidamente.

Dia surge em que, saudoso da claridade perdida, o Espírito atribulado na rampa da decadência a que se arroja e ansioso por manter-se dentro de um ciclo de harmonia, abre-se a Deus, retornando à injunção das leis sublimes, mantenedoras da ordem universal.

No entanto, só tardiamente muitos se dão conta, examinando a oportunidade redentora perdida, que ficou com os despojos carnais de que se encontra liberto.

Para estes, o desvelar da imortalidade é, simultaneamente, o acordar das responsabilidades postergadas, sob espículos de remorsos cruéis.

Dores infrenes e angustiantes se lhes apossam da consciência e, tresvairando, arrojam-se ao arrependimento tardio ou à revolta selvagem, hibernando-se, uns, na inconsciência com que supõem fugir à reparação, desvairando, outros, por indefinido período de aflição e dor...

Acordados que estamos para as realidades da Divina Misericórdia, clarificados pelo Evangelho e dirigidos por Jesus - o fio de prumo do nosso equilíbrio - gravitemos em torno da sabedoria divina, órbita de segurança para os nossos deveres.

Lembremo-nos de que avançar na direção do bem, distendendo a mão generosa aos náufragos que se batem nas águas tumultuadas do mundo espiritual inferior, é compromisso inadiável.

Autor: Espírito João Cléofas (psicografia de Divaldo Franco)

sábado, 16 de agosto de 2008

Parapsicologia e Interpretações Pessoais.


O problema das interpretações pessoais é comum a todas as atividades humanas. Por interpretações pessoais compreendem-se as deduções que certas pessoas tiram dos fatos e das experiências, à revelia do consenso geral. Em ciência, essa deplorável ocorrência produz confusões que, muitas vezes, retardam o avanço científico. No espiritismo, sabemos quanto essas interpretações tem desfigurado a doutrina no processo de sua divulgação. Kardec firmou, para prevenir os seus prejuízos, o princípio do Consenso Universal, como regra básica do desenvolvimento doutrinário. Na Parapsicologia vem se verificando o mesmo que acontece no Espiritismo. As de interesses sectários. Os principais responsáveis por essas interpretações tem sido o materialismo e o sectarismo religioso.

Um exemplo, que já se pode considerar clássico, é o de Robert Amadou. O conhecido parapsicólogo francês, ex-diretor da “Revue Métapsychique”, de Paris, publicou uma das obras mais importantes no campo da divulgação parapsicológica. Seu livro, intitulado “La Parapsychologie”, essai historique et critique”, foi traduzido para o castelhano e publicado na Argentina pela Editorial Paidós, de Buenos Aires, com o mesmo título: “La Parapsicologia, historia e crítica”. Os tradutores argentinos, Lia G. Ratto e Carlos Duval, suprimiram a palavra “essai”, e fizeram bem, porque na verdade não se trata de um ensaio, mas de uma exposição do problema parapsicológico, em largos traços, com alguns condimentos de crítica.

O que caracteriza o livro de Amadou é, portanto, o seu objetivo de informar e divulgar a Parapsicologia. Mas, ao lado desse procedimento, verificamos também o interesse de dar à nova ciência uma interpretação pessoal, contrariando principalmente a escola de Rhine, em favor de posições nitidamente sectárias. Sua conclusão é clara: “os fenômenos parapsicológicos pertencem ao mundo fenomênico ao corpo e a psique do homem”, escreve ele nas conclusões. Com isto, pretende negar às funções psi a sua natureza espiritual, sustentada por Rhine e sua escola. O objetivo dessa negação se torna transparente nesta explicação do próprio texto: “Segundo a terminologia hindu, esses fenômenos pertencem à categoria do mental, e segundo a terminologia escolástica, à categoria da sensibilidade ou do intelectos. Não tem o caracter transcendente do átma vedanta ou da mens tomista”.

Com esse golpe interpretativo, a Parapsicologia deixa de ser uma esperança de superação do materialismo científico. Aquilo que o professor Joseph Banks Rhine considera como a primeira incursão da ciência no plano do extra físico, fica novamente reduzido a um esforço terra à terra dos cientistas, no campo da psicologia fisiológica. Amadou devolve a investigação parapsicológica do pavlovismo. Ou pelo menos ao mesmo plano de interpretação psíquica da escola russa dos reflexos e da escola norte americana, derivada da russa, que reduziu a psicologia ao estudo da conduta do animal e do homem no meio físico. E tudo isso porque? Apenas para salvar os mistérios teológicos da explicação científica inevitável. A posição de Amadou e católica e tomista. A parapsicologia o ameaça, e ele pretende transformá-la numa arma científica anti espírita.

Situação no Brasil
A situação da nova ciência no Brasil é a mesma que ressalta do livro de Amadou, mas naturalmente piorada. Os teóricos da Parapsicologia anti espírita, em nosso país, não possuem a cultura e a perspectiva intelectual de Amadou. Tomam, assim, posições menos teóricas do que práticas, e investem contra o Espiritismo através de publicações e organizações de pesquisas que são, de maneira evidente anti parapsicológicas. Um instituto de parapsicologia fundado no Rio, por exemplo, tendo à frente clérigos bastante conhecidos por seu anti espiritismo sistemático, apega-se ao hipnotismo e à técnica letárgica, arvorando a ambos – que pertencem ao campo bem conhecido da psicologia, - em pretensas zonas da área de investigação parapsicológicas. E assim fazendo, oferece ao público brasileiro, para combater o Espiritismo, uma visão deformada da Parapsicologia e do desenvolvimento de suas investigações.

Neste ano que está findando, de 1964, tivemos a realização de um Curso de Parapsicologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santos, instituto da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O curso foi ministrado pelo professor Cesário Morey Hossri, que anteriormente lecionava no instituto congênere de Campinas. O resumo das aulas, feito pelo próprio lente, e publicado pelo “Diário de São Paulo”, revela o mesmo interesse de transformar a Parapsicologia em arma de combate ao Espiritismo. Para tanto, o professor Hossri não se apoia na interpretação pessoal de Amadou, mas na sua própria, que é muito mais curiosa e muito menos filosófica. O professor Hossri é mais prático, e portanto menos teórico do que o notável parapsicólogo francês. E pretende demonstrar, através de pesquisas, - que ele mesmo teria realizado, - que as Funções Psi se reduzem a uma questão de manuseio!

O professor Hossri é o co-autor, com o médico Rui Mello, de Campinas, de uma série de artigos publicados em nossa imprensa diária, com grande estardalhaço, sobre o caso Arigó, interpretando o médium, “cientificamente”, como simples charlatão. Tivemos ocasião de refutar essa série, mostrando a sua irremediável fragilidade e sua natureza pseudo científica, através de outra série de artigos e reportagens publicadas nos “Diários Associados”, de São Paulo e posteriormente incluídos no livro de nossa autoria, “Arigó, um caso de fenomenologia paranormal”, lançado pela Livraria Francisco Alves. A mesma precipitação, a mesma falta de observação e de pesquisa, de isenção de ânimo e de fidelidade às normas científicas, que caracterizaram a aludida série de artigos do professor Hossri e do médico Rui Mello, caracterizam o seu curso sobre Parapsicologia.

Dos três Institutos de Parapsicologia existentes no Brasil: o Brasileiro, o do Rio de Janeiro e o Paulista, apenas este último se mantém completamente desligado de tendências religiosas, e consequentemente dentro de rigorosa orientação científica. Quanto ao primeiro, já nos referimos acima. O segundo não tem uma posição anti espírita, pelo menos definida, como o outro, mas sua orientação, pelo pouco de que se tem notícia, é protestante. O Instituto Paulista de Parapsicologia tem alguns espíritas na sua diretoria e no seu quadro associativo, mas seus estatutos, e sua orientação, firmada numa declaração de princípios e confirmada pela suas atividades, são rigorosamente científicos. Aliás, os espíritas não têm nenhum interesse na desfiguração científica, pois a simples pesquisa dos fenômenos paranormais é de interesse imediato do Espiritismo, que não se constituiu em religião organizada e se conserva como movimento doutrinário livre, com uma filosofia, como acentuava Kardec: “Livre dos prejuízos do espírito de sistema”. Os principais cargos da diretoria do IPP são ocupados por professores não espíritas: o psiquiatra e lente da Universidade de São Paulo, professor Anibal Silveira; o psiquiatra Alberto Lira, e o sociólogo, também da USP, professor Cândido Procópio Ferreira de Camargo, respectivamente como presidente, primeiro e segundo vice presidente.

As atividades do IPP foram ainda poucas, neste ano que passou, mas serão intensificadas no correr do novo ano. Os trabalhos de organização do Instituto não permitiram maior margem para as atividades científicas, e mesmo para as de divulgação. Apesar disso, foram constituídos os Departamentos Teórico e Prático, realizadas reuniões mensais de palestras na sede da União Brasileira de Escritores, e organizado um curso de parapsicologia. O primeiro vice presidente, Dr. Alberto Lira, deu também um curso geral da matéria no clube dos Jornalistas Espíritas, em prosseguimento ao curso de Introdução do ano anterior. Todos esses cursos, e as palestras pronunciadas, confirmaram a orientação científica do Instituto. Quanto às pesquisas, somente neste novo ano será possível o início das mesmas.

Anuário Espírita - 1965
José Herculano Pires

O Centro Espírita


Do Livro dos Médiuns
REGULAMENTO DA SOCIEDADE PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS
Art. 1o – A sociedade tem por objeto o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e sua aplicação às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas. As questões políticas, de controvérsia religiosa e de economia social não são comentadas. Ela toma por denominação: Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Art. 3o – A sociedade admite apenas pessoas que simpatizam com seus princípios e com o objetivo de seus trabalhos, que já são iniciadas nos princípios fundamentais da ciência espírita ou que estão seriamente animadas por um desejo de se instruírem. Como conseqüência, exclui todo aquele que possa trazer elementos de perturbação ao seio das 325 reuniões, seja por sentimento de hostilidade ou de oposição sistemática, seja por qualquer outra causa, fazendo assim se perder tempo com discussões inúteis.
Todos os membros se devem, reciprocamente, benevolência e bons procedimentos; devem, em todas as circunstâncias, colocar o bem geral acima das questões particulares e de amor-próprio.

SANDÁLIAS SEMEADORAS
“O Centro Espírita nasceu das sandálias de Jesus, que nunca, nunca morreu nem de lança, nem na cruz. Jesus desapareceu para os vaidosos da Terra, mas logo reapareceu para a gente de sua terra.
As sandálias de Jesus nunca deixaram de andar, sozinhas, cheias de luz, para as trevas espantar.
Essas sandálias vazias vão por caminhos e ruas, sem festas nem fantasias, sob sóis e sob luas.
Param humildes e calmas na soleira de uma porta, batem solas como palmas, entram por baixo da porta. Há desespero e aflição. Quem sofre e geme lá dentro?As sandálias já se vão, mas fica na casa um CENTRO.”

Passagens do Livro O Centro Espírita de José Herculano Pires:

Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra. Temos no Brasil – e isso é um consenso universal – o maior, mais ativo e produtivo movimento espírita do planeta. A expansão do Espiritismo em nossa terra é incessante e prossegue em ritmo acelerado. Um Centro Espírita pequeno e modesto – como na maioria o são – atrai as pessoas realmente interessadas no conhecimento doutrinátario, cria um ambiente de fraternidade ativa em que as discriminações sociais e culturais desaparecem no entrelaçamento de todos os seus componentes, considerados como colaboradores necessários de uma obra única e concreta.

Cada Centro Espírita tem os seus protetores e guias espirituais que comprovam a sua autenticidade pelos serviços prestados, pelas manifestações oportunas e cautelosas , pela dedicação aos princípios kardecianos. A autoridade moral e cultural dos dirigentes e dos espíritos protetores e guias de médiuns e trabalhos decorre da integração dos mesmos na orientação de Kardec. No desempenho da sua função, o Centro Espírita é, sobretudo, um centro de serviços ao próximo, no plano propriamente humano e no plano espiritual. O ensino evangélico puro, as preces e os passes, os trabalhos de doutrinação representam um esforço permanente de esclarecimento e orientação de espíritos sofredores de suas vítimas humana, que geralmente são comparsas necessitados da mesma assistência. Muitas criaturas perguntam se os espíritas não são pretensiosos e orgulhosos, ao se julgarem capazes de esclarecer espíritos desencarnados. Acham que esse é um serviço dos Espíritos Superiores e não dos homens.

Nas sessões espíritas não se pretende abranger todos os espíritos necessitados – o que seria impossível – mas cuidar daqueles que estão mais ligados a nós. Alegam alguns que os espíritos perturbados são assistidos no próprio plano espiritual. Mas Jesus, por acaso, deixou de assistir aos espíritos necessitados, aqui mesmo, na Terra?

O centro Espírita não surge arbitrariamente, nem por determinação de alguma instituição superior do movimento doutrinário. Ele é sempre o produto espontâneo de uma comunidade espírita que se formou num bairro, numa vila ou numa cidade. Essa comunidade é sempre extremamente heterogênea formada por espíritas e simpatizantes da Doutrina, membros de correntes espiritualistas diversas e de religiosos indecisos ou insatisfeitos com as seitas que se filiaram ou que pertencem por tradição familial. Há, porém, um denominador comum para essa mistura: o interesse pelo Espiritismo. Esse interesse, por sua vez, decorre de vários motivos, entre os quais predominam as ocorrências de fatos mediúnicos nas famílias, geralmente em formas de perturbações psíquicas. Dessa maneira, os fundadores do Centro e seus auxiliares enfrentam desde o início muitos problemas e dificuldades.

O Centro Espírita se entranha naturalmente na comunidade, é parte dela, um órgão ativo e operante da estrutura social. Por mais humilde e simples que seja, é uma fonte de consolações, um posto de orientação para os que se aturdem e se transviam, mãos amigas estendidas na bênção do passe, canal sempre aberto da caridade e do amor. Mas é também a trincheira serena e vigilante da Verdade, o tribunal que não condena, mas ajuda e absorve através do esclarecimento espiritual. Os que buscam a paz e a esperança encontram nele a compreensão que pacifica o espírito e a razão que justifica a fé nas provas da Verdade. Por tudo isso a sua posição na comunidade é a de um coração comum aberto a todos e de uma consciência lúcida a orientar a todos, na permanente doação dos ensinos e socorros gratuitos.

Por nossa conta:
Vantagens do trabalho voluntário
PROPICIA-NOS UM SENTIDO PARA A VIDA
TORNA-NOS MAIS PRODUTIVOS EM NOSSA ATIVIDADE PROFISSIONAL
PASSAMOS A TER MAIS SAÚDE
É a Universidade de Harvard que nos passa essa informação:
a) ajudar o próximo faz bem ao coração;
b) ajudar o próximo faz bem ao sistema imunológico (análises clínicas evidenciaram que, no sangue do trabalhador voluntário, há um aumento de imunoglobulina-A, um anticorpo que ajuda a defender o organismo contra infecções respiratórias);
c) ajudar o próximo aumenta a expectativa de vida e a vitalidade de maneira geral.
Enfim, ajudar o próximo traz benefícios para a saúde.




NEPT – Núcleo Espírita Paulo de Tarso
Rua Nova Fátima, 151 – Jardim Juá – São Paulo- SP – CEP 04688-040
 (11) 56940205

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A Língua


Não obstante pequena e leve, a língua é, indubitavelmente, um dos fatores determinantes no destino das criaturas.

Ponderada - favorece o juízo.
Leviana - descortina a imprudência.
Alegre - espalha otimismo.
Triste - semeia desânimo.
Generosa - abre caminho à elevação.
Maledicente - cava despenhadeiros.
Gentil - provoca reconhecimento.
Atrevida - traz a perturbação.
Serena - produz calma.
Fervorosa - impõe a confiança.
Descrente - invoca a frieza.


Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Xavier. Do livro Preces e Mensagens Espirituais

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

CAUSAS ESPIRITUAIS DAS DOENÇAS


1 - O que estrutura espiritualmente o corpo de carne?
Emmanuel: O corpo espiritual ou perispírito é o corpo básico, constituído de matéria sutil, sobre o qual se organiza o corpo de carne.

2 - O erro de uma encarnação passada pode incluir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?
Emmanuel - A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semi-material do corpo espiritual. Havendo o espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido.

3 - Quais os dois aspectos da Justiça?
Emmanuel - A Justiça na Terra pune simplesmente a crueldade manifesta, cujas conseqüências transitam nas áreas do interesse público, dilapidando a vida e induzindo à criminalidade; entretanto, esse é apenas o seu aspecto exterior, porque a Justiça é sempre manifestação constante da Lei Divina, nos processos da evolução e nas atividades da consciência.

4 - Qual a relação existente entre doenças e a Justiça?
Emmanuel - No curso das enfermidades, é imperioso venhamos a examinar a Justiça, funcionando com todo o seu poder regenerativo, para sanar os males que acalentamos.

5 - O que faz o Espírito, antes de reencarnar-se visando à própria melhoria?
Emmanuel - Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos.

6 - Que pedem, para regenerar-se, os intelectuais que conspurcaram os tesouros da alma?
Emmanuel - Artífices do pensamento, que malversamos os patrimônios do espírito, rogam empeços cerebrais, que se façam por algum tempo alavancas coercitivas, contra as nossas tendências ao desequilíbrio intelectual.

7 - Que medidas de reabilitação rogam os artistas que corromperam a inteligência?
Emmanuel - Artistas, que intoxicamos a sensibilidade alheia com os abusos da representação viciosa, imploramos moléstias ou mutilações, que nos incapacitem para a queda em novas culpas.

8 - Que emendas solicitam os oradores e pessoas que influenciaram negativamente pela palavra?
Emmanuel - Tarefeiros da palavra, que nos prevalecemos dela para caluniar ou para ferir, solicitamos as deficiências dos aparelhos vocais e auditivos, que nos garantam a segregação providencial.

9 - Que providências retificadoras pedem para si próprios aqueles que abraçaram graves compromissos do sexo?
Emmanuel - Criaturas dotadas de harmonia orgânica, que arremessamos os valores do sexo ao terreno das paixões aviltantes, enlouquecendo corações e fomentando tragédias, suplicamos as doenças e as inibições genésicas que em nos humilhando, servem por válvulas de contenção dos nossos impulsos inferiores.

10 - Todas as enfermidades conhecidas foram solicitadas pelo Espírito do próprio enfermo, antes de renascer?
Emmanuel - Nem sempre o Espírito requisita deliberadamente determinadas enfermidades de vez que, em muitas circunstâncias quais aqueles que se verificam no suicídio ou na delinqüência, caímos, de imediato, na desagregação ou na insanidade das próprias forças, lesando o corpo espiritual, o que nos constrange a renascer no berço físico, exibindo defeitos e moléstias congênitas, em aflitivos quadros expiatórios.

11 - Quais são os casos mais comuns de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina?
Emmanuel - Encontramos numerosos casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da cegueira ou da paralisia irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos, irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, mostram-se na condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses companheiros, em transitórias, mas duras dificuldades, renascem na companhia daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se acumpliciaram com eles na prática das ações reprováveis em que delinqüiram.

12 - A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? E o que pode provocar doenças de causas espirituais na vida diária?
Emmanuel - A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos. Necessário, pois, considerar igualmente, que desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagam a ponto de arruinar a saúde; que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitas destruidores; que se encolerizam pelas menores razões, destrambelhando os próprios nervos; os que passam, todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo pela movimentação do trabalho, prejudicando a função dos órgãos do corpo físico, em razão da própria imobilidade, são criaturas que geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas.

13 - Qual a advertência de Jesus para que nos previnamos dos males do corpo e da alma?
Emmanuel - Assinalando as causas distantes e próximas das doenças de agora, destacamos o motivo por que os ensinamentos da Doutrina Espírita nos fazem considerar, com mais senso de gravidade, a advertência do Mestre: “Orai e vigiai, para não cairdes em tentação”.

EMMANUEL

(Do livro “Leis Do Amor”, Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A mais preciosa herança


Todos os pais, aqueles que são responsáveis, aqueles que assumiram, realmente, o suporte de uma família, eles pensam em deixar para os filhos uma herança, um pecúlio. Para isso eles trabalham incessantemente, com o objetivo de ver em segurança a sua prole. Mas, existe uma herança muito mais preciosa de que bens materiais: a herança do exemplo, a herança moral, a herança da dignidade. Mesmo que os filhos, por circunstâncias naturais da vida, se apartem daquele caminho que lhes foi ensinado e exemplificado, a semente ali está e vicejará. Principalmente quando existe o suporte dos valores da religião, do respeito a Deus e às criaturas, que, na verdade, é a sustentação maior para todos que vivem nas suas experiências carnais.

Quase sempre os pais se preocupam com o colégio do filho, com a freqüência do filho às aulas, como o seu rendimento escolar e deixam em segundo plano aquilo que é importante para eles, que seria, também, a educação religiosa, seja que religião for. A religião é sempre um freio, uma responsabilidade, um compromisso assumido com Deus.

É preciso, desde cedo, começar a implantar nos corações dos filhos uma crença. Para que eles possam crer neles e nos seus semelhantes, é preciso que tenham uma crença superior. Se chegar a juventude, a maturidade e esses filhos se afastarem dessa senda cristã, podem ter certeza de que será por algum tempo, não de forma definitiva. Porque a semente vai vicejar, vai cair no solo dessa alma e vai dar frutos. Pode demorar, mas, na verdade, a responsabilidade de todos nós é semear.

Cada um é dono do seu espaço de colheita pessoal, esse terreno da alma. Todos jogam sobre nós sementes boas e más, ela vicejam de acordo com a preparação do nosso solo da alma. Nós temos que extirpar aquilo que é ruim, pernicioso, para, realmente, deixar o que é bom e produtivo. Isso, as vezes, leva tempo, mesmo porque, vocês que estão no plano terreno, estão envoltos em forças magnéticas muito pesadas, vivendo em ambientes, os mais diferentes, os mais heterogêneos.

Então, vocês realmente sofrem as influências de inteligências intrusas, sofrem perseguições de entidades de vidas pretéritas, sofrem o momentâneo desequilíbrio de seres que foram até afeiçoados a vocês, mas que, passando para o plano espiritual, passaram por aquela situação vibracional, que é inerente a todos os espíritos que desencarnam. Essa momentânea perturbação, não existe nenhum espírito que não passe por ela, uns com mais intensidade, outros com menos, dependendo de como viveram, de como era o gênio, o comportamento, a vida dessa pessoa.

O simples fato de desencarnarmos não nos torna pessoas angelicais e, muito menos, nós dá maior mérito pelo simples fato de termos deixado a vida carnal. Nós continuamos sendo o que somos, amando ou desamando, equilibrados ou desequilibrados, com uma gama de sentimentos, às vezes, agravados pela convivência com entidades que estão desencarnadas e que, às vezes, durante o decorrer de toda uma existência foram nossos associados em ações menos felizes ou em ações felizes. As companhias que teremos no plano espiritual serão Por isso, é importante se viver bem. Porque aquilo que vocês fizeram na Terra vocês encontrarão no plano espiritual, como uma conseqüência natural dos seus atos. Quem vive bem na Terra, dentro dos padrões morais, tem o respeito da comunidade em que vive. Quem vive desrespeitando a lei e vivendo em desatinos, terá a reprovação coletiva da comunidade em que vive. Assim também é no plano espiritual. Assim como você vive, assim será a sua vida no plano do além.


Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Shyrlene Soares Campos

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Na Área Social


Autor: Batuíra (espírito)

... Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome e
o que crê em mim nunca mais terá sede.
JOÃO 6:35.

A assistência social é um meio, não o objetivo principal a que se propõe a tarefa espírita.

Necessária e valiosa é a comida e a vestimenta para acalmar os sentidos fisiológicos; no entanto, magnífico e excelso é o suprimento que atende às necessidades do espírito imortal.

Muitos advogam que a criação e a manutenção de obras sociais compete unicamente ao Estado. Outros acreditam, de forma radical, que os objetivos do movimento espírita devam assentar-se na assistência social, esquecendo que a Doutrina proclama como primordial a educação das almas, e não apenas simplesmente a sustentação do corpo, que é perecível. Para este o prato de sopa é muito bem-vindo, sem dúvida, mas a alma aspira ao verdadeiro pão da vida.

A seara do Bem envolve diversos trabalhos em benefício dos carentes do corpo e da alma. Pode parecer, no entanto, que as necessidades essenciais e imediatas residam no corpo denso, mas, na realidade, se encontram no íntimo das criaturas.

Não basta construirmos lares ou abrigos que fazem do prato nutriente, da perpetuação da espécie e da maneira simplória de ver a vida as únicas razões da existência humana. Urge, sim, estabelecermos noções de valores imortais e bases educacionais para preparar as almas para a grandeza espiritual a que estão destinadas.

Toda congregação espírita na Terra tem como finalidade maior esclarecer pelo estudo, promover o amadurecimento emocional pelo trabalho e desenvolver as virtudes em potencial. Eis a atividade prudente e prioritária dos aprendizes do Evangelho.

A ação caritativa e a boa vontade do Movimento Espírita prestam inestimáveis serviços à sociedade e ao Estado, conquanto não devam assumir de maneira simplista e com espírito salvacionista as funções do serviço social, que cabe à administração pública.

A solidariedade pode surgir como anseio da alma, acompanhada das seguintes características:

Responsabilidades abandonadas em existências passadas;
Despertamento devido a uma nova visão do mundo e das pessoas;
Terapia salutar para superar problemas e conflitos;
Problemas de consciência por estar vivendo no fausto e na ociosidade;
Felicidade em servir voluntariamente.
O companheiro interessado em ingressar no celeiro do alimento celeste deve buscar, antes de tudo, a sua iniciação espiritual.

Por iniciação, devemos entender o início da experiência da verdade sobre si mesmo. Ao buscarmos o alimento invisível em nossas potencialidades divinas, poderemos produzir por nós mesmos o pão da vida e reparti-lo com nossos companheiros de jornada.

Somente uma criatura iniciada poderá realmente induzir os outros à busca ou produção do próprio alimento.

Não devemos esperar que as organizações governamentais venham realizar a tarefa que compete ao Espiritismo, ou seja, levar a toda humanidade a mensagem de Jesus Cristo, através de Kardec, a fim de que nunca mais as almas tenham fome ou sede.

Todavia, enquanto o poder público não conseguir eliminar os horrores da miséria, é justo que cooperemos com o pão material em nossos empreendimentos assistenciais.

Tomemos o cuidado, porém, de não manter nossos assistidos tão dependentes e retrógrados quanto no primeiro dia em que puseram os pés no grupo de auxílio. Sem estudar, sem progredir, sem alargar a visão diante da vida e da sociedade. E nada fazendo para aprender a buscar por si mesmos a completa saciedade: a pérola no fundo do mar (Mateus 13: 45 e 46), o tesouro oculto no campo (Mateus 13:44), o grão de mostarda (Mateus 13:31 e 32) - o reino de Deus.

Texto psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto. Extraído do livro "Conviver e Melhorar".

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

MIguel Vives y Vives


O Espírita e o Mundo Atual

Autor: Miguel Vives y Vives

A Terra está passando por um período crítico de crescimento. Nosso pequenino mundo, fechado em concepções mesquinhas e acanhados limites, amadurece para o infinito. Suas fronteiras se abrem em todas as direções. Estamos às vésperas de uma Nova Terra e um Novo Céu, segundo as expressões do Apocalipse. O Espiritismo veio para ajudar a Terra nessa transição.

Procuremos, pois, compreender a nossa responsabilidade de espíritas, em todos os setores da vida contemporânea. Não somos espíritas por acaso, nem porque precisamos do auxílio dos Espíritos para a solução dos nossos problemas terrenos. Somos espíritas porque assumimos na vida espiritual graves responsabilidades para esta hora do mundo. Ajudemo-nos a nós mesmos, ampliando a nossa compreensão do sentido e da natureza do Espiritismo, de sua importante missão na Terra. E ajudemos o Espiritismo a cumpri-la.

O mundo atual está cheio de problemas e conflitos. O crescimento da população, o desenvolvimento econômico, o progresso cientifico, o aprimoramento técnico, e a profunda modificação das concepções da vida e do homem, colocam-nos diante de uma situação de assustadora instabilidade. As velhas religiões sentem-se abaladas até o mais fundo dos seus alicerces. Ameaçam ruir, ao impacto do avanço cientifico e da propagação do ceticismo. Descrentes dos velhos dogmas, os homens se voltam para a febre dos instintos, numa inútil tentativa de regressar à irresponsabilidade animal.

O espírita não escapa a essa explosão do instinto. Mas o Espiritismo não é uma velha religião nem uma concepção superada. É uma doutrina nova, que apareceu precisamente para alicerçar o futuro. Suas bases não são dogmáticas, mas cientificas, experimentais. Sua estrutura não é teológica, mas filosófica, apoiada na lógica mais rigorosa. Sua finalidade religiosa não se define pelas promessas e as ameaças da Teologia, mas pela consciência da liberdade humana e da responsabilidade espiritual de cada indivíduo, sujeita ao controle natural da lei de causa e efeito. O espírita não tem o direito de tremer e apavorar-se, nem de fugir aos seus deveres e entregar-se aos instintos. Seu dever é um só: lutar pela implantação do Reino de Deus na Terra.

Mas como lutar? Este livrinho procurou indicar, aos espíritas, várias maneiras de proceder nas circunstâncias da vida e em face dos múltiplos problemas da hora presente. Não se trata de oferecer um manual, com regras uniformes e rígidas, mas de apresentar o esboço de um roteiro, com base na experiência pessoal dos autores e na inspiração dos Espíritos que os auxiliaram a escrever estas páginas. A luta do espírita é incessante. As suas frentes de batalha começam no seu próprio íntimo e vão até os extremos limites do mundo exterior. Mas o espírita não está só, pois conta com o auxílio constante dos Espíritos do Senhor, que presidem à propagação e ao desenvolvimento do Espiritismo na Terra.

A maioria dos espíritas chegaram ao Espiritismo tangidos pela dor, pelo sofrimento físico ou moral, pela angústia de problemas e situações insolúveis. Mas, uma vez integrados na Doutrina, não podem e não devem continuar com as preocupações pessoais que motivaram a sua transformação conceptual. O Espiritismo lhes abriu a mente para uma compreensão inteiramente nova da realidade. É necessário que todos os espíritas procurem alimentar cada vez mais essa nova compreensão da vida e do mundo, através do estudo e da meditação. É necessário também que aprendam a usar a poderosa arma da prece, tão desmoralizada pelo automatismo habitual a que as religiões formalistas a relegaram.

A prece é a mais poderosa arma de que o espírita dispõe, como ensinou Kardec, como o proclamou Léon Denis e como o acentuou Miguel Vives. A prece verdadeira, brotada do íntimo, como a fonte límpida brota das entranhas da terra, é de um poder não calculado pelo homem. O espírita deve utilizar-se constantemente da prece. Ela lhe acalmará o coração inquieto e aclarará os caminhos do mundo. A própria ciência materialista está hoje provando o poder do pensamento e a sua capacidade de transmissão ao infinito. O pensamento empregado na prece leva ainda a carga emotiva dos mais puros e profundos sentimentos. O espírita já não pode duvidar do poder da prece, pregado pelo Espiritismo. Quando alguns "mestres" ocultistas ou espíritas desavisados chamarem a prece de muleta, o espírita convicto deve lembrar que o Cristo também a usava e também a ensinou. Abençoada muleta é essa, que o próprio Mestre dos Mestres não jogou à margem do caminho, em sua luminosa passagem pela Terra!

O espírita sabe que a morte não existe, que a dor não é uma vingança dos deuses ou um castigo de Deus, mas uma força de equilíbrio e uma lei de educação, como explicou Léon Denis. Sabe que a vida terrena é apenas um período de provas e expiações, em que o espírito imortal se aprimora, com vistas à vida verdadeira, que é a espiritual. Os problemas angustiantes do mundo atual não podem perturbá-lo. Ele está amparado, não numa fortaleza perecível, mas na segurança dinâmica da compreensão, do apercebimento constante da realidade viva que o rodeia e de que ele mesmo é parte integrante. As mudanças incessantes das coisas, que nos revelam a instabilidade do mundo, já não podem assustar o espírita, que conhece a lei de evolução. Como pode ele inquietar-se ou angustiar-se, diante do mundo atual?

O Espiritismo lhe ensina e demonstra que este mundo em que agora nos encontramos, longe de nos ameaçar com morte e destruição, acena-nos com ressurreição e vida nova. O espírita tem de enfrentar o mundo atual com a confiança que o Espiritismo lhe dá, essa confiança racional em Deus e nas suas leis admiráveis, que regem as constelações atômicas no seio da matéria e as constelações astrais no seio do infinito. O espírita não teme, porque conhece o processo da vida, em seus múltiplos aspectos, e sabe que o mal é um fenômeno relativo, que caracteriza os mundos inferiores. Sobre a sua cabeça rodam diariamente os mundos superiores, que o esperam na distância e que os próprios materialistas hoje procuram atingir com os seus foguetes e as suas sondas espaciais. Não são, portanto, mundos utópicos, ilusórios, mas realidades concretas do Universo visível.

Confiante em Deus, inteligência suprema do Universo e causa primária de todas as coisas, - poder supremo e indefinível, a que as religiões dogmáticas deram a aparência errônea da própria criatura humana, - o espírita não tem o que temer, desde que procure seguir os princípios sublimes da sua Doutrina. Deus é amor, escreveu o apóstolo João. Deus é a fonte do Bem e da Beleza, como afirmava Platão. Deus é aquela necessidade lógica a que se referia Descartes, que não podemos tirar do Universo sem que o Universo se desfaça. O espírita sabe que não tem apenas crenças, pois possui conhecimentos. E quem conhece não teme, pois só o desconhecido nos apavora.

O mundo atual é o campo de batalha do espírita. Mas é também a sua oficina, aquela oficina em que ele forja um mundo novo. Dia a dia ele deve bater a bigorna do futuro. A cada dia que passa, um pouco do trabalho estará feito. O espírita é o construtor do seu próprio futuro do mundo. Se o espírita recuar, se temer, se vacilar, pode comprometer a grande obra. Nada lhe deve perturbar o trabalho, na turbulenta mas promissora oficina do mundo atual.

Em resumo:

O espírita é o consciente construtor de uma nova forma de vida humana na Terra e de vida espiritual no Espaço; sua responsabilidade é proporcional ao seu conhecimento da realidade, que a Nova Revelação lhe deu; seu dever de enfrentar as dificuldades atuais, e transformá-las em novas oportunidades de progresso, não pode ser esquecido um momento sequer; espíritas, cumpramos o nosso dever!

Livro: Tesouro dos Espíritas
Tradução de José Herculano Pires