Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 18 de outubro de 2014

Dor e Sofrimento


Dor: Em sentido geral é a sensação desagradável e penosa, resultante de uma lesão, contusão, ferimento ou funcionamento anômalo de um órgão.

Sofrimento: Sentimentos de tristeza, mágoa, aflição, pesar, que podem repercutir de maneira mais ou menos intensa sobre o organismo, causando mal-estar.

Na antiguidade, os papiros do Egito e os documentos da Pérsia descreviam a ocorrência da dor e o desenvolvimento de medidas para o seu controle.

Como naquela época a dor era atribuída aos maus espíritos, a Medicina era exercida pelos sacerdotes, que empregavam remédios naturais, sacrifício e prece para aliviar a dor.

Os primeiros instrumentos analgésicos vieram da observação dos animais, que se banhavam em barro para proteger-se das picadas dos insetos e comiam plantas para se purgar.

De acordo com a Medicina, a dor tem duas características importantes:

a) fenômeno dual, em que de um lado está a percepção da sensação e, do outro, a resposta emocional do paciente a ela;

b) dor sentida como aguda.

Nesse caso, ela pode ser passageira ou crônica (persistente).

O combate à dor física é feito com diagnósticos, exames, remédios e cirurgias auxiliadas pelas modernas técnicas computadorizadas.

A "dor é uma benção que Deus envia aos seus eleitos".

É aguilhão, forja, fornalha, lapidaria, crisol e rútila.

É agente de progresso, moeda luminosa, "lixívia que saneia e embranquece a alma enodoada pelos mais hediondos crimes". É "agente de fixação, expondo-nos a verdadeira fisionomia moral".

É "valioso curso de aprimoramento para todos os aprendizes da escola humana".

É "o instrumento invisível que Deus utiliza para converter-nos, a pouco e pouco, em falenas de luz".

É "nossa companheira – lanterna acesa em escura noite – guiando-nos, de retorno, à Casa do Pai Celestial".

A dor é fisiológica; o sofrimento, psicológico.

O sofrimento é um conceito mais abrangente e complexo do que a dor.

Em se tratando de uma doença, é o sentimento de angústia, vulnerabilidade, perda de controle e ameaça à integridade do eu. Pode existir dor sem sofrimento e sofrimento sem dor.

O sofrimento, sendo mais vasto, é existencial.

Ele inclui as dimensões psíquicas, psicológicas, sociais e espirituais do ser humano.

A dor influi no sofrimento e o sofrimento influi na dor.

A simples reflexão sobre a dor e o sofrimento basta para evidenciar que eles têm uma razão de ser muito profunda.

A dor é um alerta da natureza, que anuncia algum mal que está nos atingindo e que precisamos enfrentar.

Se não fosse a dor sucumbiríamos a muitas doenças sem sequer nos dar conta do perigo.

O sofrimento, mais profundo do que a simples dor sensível e que afeta toda a existência, também tem a sua razão de ser.

É através dele que o homem se insere na vida mística e religiosa.

Por mais real que seja a razão de um sofrimento, não basta apenas a coragem para enfrentá-lo; necessitamos também do estímulo místico, ou seja, da religião.

"O sofrimento é inerente ao estado de imperfeição, mas atenua-se com o progresso e desaparece quando o Espírito vence a matéria".

"O sofrimento é um meio poderoso de educação para as Almas, pois desenvolve a sensibilidade, que já é, por si mesma, um acréscimo de vida".

"O sofrimento é o misterioso operário que trabalha nas profundezas de nossa alma, e trabalha por nossa elevação".

"Em todo o universo o sofrimento é sobretudo um meio educativo e purificador". "O primeiro juiz enviado por Deus é o sofrimento, que procura despertar a consciência adormecida".

"É apelo à ascensão. Sem ele seria difícil acordar a consciência para a realidade superior. Aguilhão benéfico, o sofrimento evita-nos a precipitação nos despenhadeiros do mal, auxilia-nos a prosseguir entre as margens do caminho, mantendo-nos a correção necessária ao êxito do plano redentor"

A noção de castigo está relacionada equivocadamente com a ofensa a Deus.

Dependendo do grau da ofensa, o castigo pode ser eterno.

Ao ofender a Deus, o crente sofre e, com isso, a sua vida se torna um vale de lágrimas. O Espiritismo, ao contrário, ensina-nos que todos os nossos sofrimentos estão afeitos à lei de ação e reação.

Allan Kardec, no cap. V de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", trata do problema das aflições, mostrando-nos a sua justiça.

Fala-nos das causas atuais e anteriores das aflições, do suicídio, do bem e mal sofrer, da perda de pessoas amadas, dos tormentos voluntários etc.

Estudando pormenorizadamente este capítulo vamos aprendendo que Deus, inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, deixa sempre uma porta aberta ao arrependimento e o ressarcimento da falta cometida.

É da Lei Divina que o ser humano receba, em si mesmo, o que plantou, nesta ou em outras encarnações.

A lei de causa e efeito nos mostra que tudo o que fizermos de errado nesta ou em outras vidas deve ser reparado.

O primeiro passo é o remorso.

O remorso é um estado de alma que nos faz remoer o que fizemos de errado, mostrando as nossas falhas e os nossos deslizes com relação à lei natural.

O arrependimento, que vem em seguida, torna-nos mais humildes e mais obedientes a Deus.

Depois de remoída e arrependida, a falta deve ser reparada, por isso o resgate. Remorso, arrependimento e resgate fecham o ciclo de uma determinada dor, de um determinado sofrimento.

Embora possamos receber ajuda externa (por exemplo, de um mentor espiritual), a solução está dentro de nós mesmos, pois implica determinação na mudança de atitude e comportamento.

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