Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Figueira seca


Jesus se utiliza muito do recurso das parábolas para ensinar a gente de sua época.

Parábolas são como paralelos, situações hipotéticas que exemplificam uma ideia através das comparações.

Uma destas parábolas é a da "figueira seca", como podemos observar no Evangelho do Senhor; leia a seguir:

"No dia seguinte, saindo eles de Betânia, teve fome – vendo ao longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa. Aproximando-se, nada achou senão folhas; porque ainda não era tempo de figos. Disse-lhe: Nunca jamais coma alguém fruto de ti; e seus discípulos ouviram isto. Quando chegava a tarde saíram da cidade. Ao passarem de manhã, viram que a figueira estava seca até a raiz. Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Olhe, Mestre, secou-se a figueira que amaldiçoaste!" (Marcos, XI, 12-14 19-21.)

A Parábola da Figueira Seca faz parte da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. O título bíblico é Figueira Seca: a Purificação do Templo.

Nessa passagem, Jesus teria expulsado os vendilhões do templo, ensinando que a sua casa é casa de oração e não de perdição.

Evidente que o gesto de expulsar, com agressividade, não condiz com a realidade da consciência cósmica do Cristo, mas certamente Ele ensinou que não deveria se transformar aquela estrutura que representava a Casa do Pai em um local de trocas e interesses quase que exclusivamente.

Há mais ensinamento do Cristo, referente a esta passagem:

“Por isso vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis; e quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai que está nos céus vos perdoe as vossas ofensas; mas, se vos não perdoardes, vosso Pai que está nos céus também não o perdoará”. (Marcos, 11, 1 a 26)

Tudo que diz respeito aos ensinamentos de Jesus tem algo que condiz com a realidade da época.

Assim, vale recordar que na antiga Palestina, diziam que os primeiros brotos de frutos da figueira aparecem dois meses antes das folhas.

Nesse caso, mesmo não sendo época de figos, a figueira já tinha estrutura para, mesmo fora de época, possuir frutos.

Cristo se baseia nessa premissa para lançar uma “praga” à figueira.

A morte de uma árvore pode estar conectada ao uso do magnetismo.

Se Jesus destruiu as células prejudiciais e causadoras de enfermidades – curas dos dez leprosos, a mulher que sofria de hemorragia, por que não poderia destruir as células de uma árvore?

Mas, será que foi isso mesmo que ocorreu?

Ou seria mais uma metáfora evangélica?

Parece-nos que o mais provável é: Jesus, conhecedor das leis da natureza, e sabendo que ela iria morrer, disse-lhe para não dar mais frutos.

Não foi ele que matou a figueira, mas ela que já estava a definhar.

Isso, sim, é muito mais coerente com o grau evolutivo do Espírito que é o Cristo.

Mas, o que isso poderia significar?

Pessoas que aparentam o bem, mas na realidade nada produzem de bom;

Pessoas que podem ser úteis e não o são;

Médiuns que se desviam de sua missão.

Estes três tipos de símbolos estão devidamente explicados nos itens 9 e 10 do capítulo 19 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

Uma coisa estéril nada produz.

Com o tempo, a obra estéril desaparece, evidentemente.

Jesus está, nesta passagem evangélica, chamando a nossa atenção para as boas obras, não de aparência, mas de real valor para a Humanidade.

O verniz da caridade nada vale, pois a "salvação" da Alma está ligada à sua essência, não àquilo que aparenta ser.

Um Centro Espírita, se não servir de lenitivo aos que o procuram, pode se tornar uma “figueira seca”, pois deixou de atender às necessidades de seus frequentadores.

Por isso, cada um de seus integrantes deve se sacrificar para que o todo prevaleça sobre as suas opiniões, e no caso do Espiritismo, os princípios doutrinários devem sempre estar em primeiro lugar.

Uma árvore deve ser conhecida pelos seus frutos.

Não é o tamanho, a configuração, as ramagens, os rebentos verdes, as pontas ressequidas, o aspecto brilhante, a vetustez do tronco, a fragilidade das folhas, o aroma atraente.

Não é pela aparência exterior, mas pelos frutos, utilidade e produção.

O que realmente vale é a substância de nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem geral.


A vida de aparência caridosa pode enganar aos homens, pode até praticar o Bem, mas não consegue ludibriar a Deus, que é eminentemente sabedoria e justiça.

Esta é a lição que devemos extrair dessa parábola.



Mensagem recebida no NEPT em 13 de novembro de 2014
Cornélius

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