quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CONQUISTA DO PRAZER

A cultura hedonista tem-se direcionado exclusivamente para o culto do prazer, principalmente aquele que se adquire com o menor esforço.

Ninguém, entretanto, consegue viver em harmo nia consigo próprio, sem a auto-realização, sem a conquista das metas que facultam essa emoção estimula dora e vital.

Não obstante, a vida possui outros significados de pro fundidade, outras realizações que, certamente, resultarão em prazer ético, estético, espiritual. Como conseqüência, a proposta hedonista falha no seu próprio conteúdo, que seria tornar a vida uma busca de prazer incessante.

São inevitáveis as ocorrências do desgaste orgâ nico, do conflito psicológico, do distúrbio mental, das dificuldades financeiras, sociais, existenciais.

A própria dor faz parte do processo que integra a criatura no contexto da sociedade, sem cujo contri buto desapareceriam os esforços para o auto-apri moramento, a iluminação pessoal, o progresso geral.

A emoção de dor constitui mecanismo da vida, que deve ser atendida sem disfarce, porqüanto o próprio crescimento do ser depende das experiências que ela proporciona.

Quando o estoicismo propôs a resignação diante da dor, Atenas se encontrava sob imensos desafios po líticos e morais.

Renascendo várias vezes na História e trazendo a sua contribuição para a felicidade da criatura hu mana, a partir de Boécio, que o vinculou à proposta cristã vigente, esteve no pensamento de René Descartes, de Montaigne e de outros, convidando à re flexão e à coragem em quaisquer circunstâncias. To davia, embora seja valiosa essa contribuição, a resig nação sem uma imediata ou simultânea ação que con­duza o ser a libertar-se da injunção dolorosa, pode fazê-lo derrapar numa atitude masoquista, perturba dora.

A atitude estóica deve ser seguida pelo esforço de vencer o sofrimento, criando situações diferentes que gerem prazer, proporcionando motivação para prosse guir a existência corporal, què é de grande importância para a vida em si mesma.

Intermediando as duas conceituações filosóficas, o idealismo de Sócrates e Platão constitui-se como uma condição indispensável para a plenitude do prazer que pode ser conseguido mediante a consciência tranqüila, que se torna fruto de um coração pacificado em razão das ações de nobreza realizadas.

Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo franco

Um comentário:

  1. Esta e a cara do mundo hoje.
    Pessoas que estão preucupadas consigo mesmo.
    Buscando ter e não ser.
    Verbos bem diferentes.
    Prefiro ser ser melhor a cada dia.
    Jesus tinha o mundo em suas mãos,nem por isso pensou em tirar alguma vantagem disso.
    Sempre preferindo ser bom e caridoso.

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