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terça-feira, 25 de setembro de 2012
Paixões
- Na época do namoro tudo era muito diferente, sabe?
- Isso é uma situação natural, não acha?
- Acho que deveria ser sempre como no namoro! Por que uma pessoa muda tanto, só porque casou? Não faz sentido, sinceramente!
- Mas isso não é razão para que se busquem outras experiências...
- Inevitável! Se você não encontra o que precisa em seu próprio lar, acaba encontrando alguém que vai lhe complementar os anseios, a necessidade de atenção, de um diálogo, enfim, uma parceira de verdade.
- Por isso, você está decidido?
- Na verdade, se eu estivesse realmente decidido, não estaria aqui conversando com a senhora... Tenho dúvidas, é claro! Afinal, já temos dois filhos e deixar tudo isso para trás não é tão simples para mim.
- Diga uma coisa, por favor: a vida com sua esposa é insuportável?
- Não. É frustrante. Principalmente depois do primeiro filho. Parece que ela se esqueceu de mim. Nem sei como “aconteceu” o segundo filho! Não tínhamos mais “aquela” sintonia, sabe como?
- Sei, sim. Mas, se seu convívio não é ruim...
- Mas é ruim!
- Calma, deixe-me completar o que ia dizer. Se seu convívio não é ruim, não é insustentável, por que não tentar recuperá-lo?
- Acho que não consigo mais. Sabe já me envolvi com outra pessoa...
- Já era de imaginar... Que pena!
- Por que, “que pena”? É minha “cara-metade”! É a pessoa que eu procurei minha vida toda! Minha alma gêmea!
- Pois tenho certeza de que você está completamente equivocado!
- Ah, não é possível! Ela é tudo o que sempre quis ter na vida. A integração que existe entre nós ultrapassa a barreira do pensamento. Eu sei o que ela pensa e vice-versa! Além, é claro, da nossa integração física, que não cabe dizer aqui, é claro.
- Mas, já disse. Permaneço com minha opinião, meu irmão. Você está envolvido com um equívoco emocional. Sua razão está nublada por uma paixão e não por uma real emoção. Você pensa que é emoção, mas é apenas uma paixão, transitória, claro, como todas. Quando você despertar, será tarde. A não ser que tome uma doída decisão agora: pare tudo e volte para sua família.
- Não é possível voltar atrás. Já assumi um compromisso “maior”. A moça está grávida. Mas nem mesmo quero voltar atrás. Eu adoro aquela mulher, adoro! E vou provar para a senhora que está enganada. Nem sei realmente por qual razão vim até aqui! Foi engano de minha parte acreditar que espíritas são compreensivos. São inflexíveis, isso sim!
- O Espiritismo é muito flexível, meu irmão. Nós, é que não somos! Temos imensas dificuldades de aceitar os limites alheios e enormes facilidades para aceitar os nossos problemas, normalizando-os. E você veio até aqui para ouvir uma “benção” para seu equívoco, mas infelizmente para você, não a terá. Fico devendo esta aprovação. Seus passos já foram dados e não há volta, como você mesmo disse. Agiu mal e, de um lado ou de outro, terá de enfrentar consequências difíceis, queira ou não.
- Eu não agi mal! Só buscava a minha felicidade, só isso!
- Então, buscava a felicidade individual, mas esqueceu-se da felicidade de seus filhos e de sua esposa. Além disso, por egoísmo, deixou-se levar por uma paixão e envolveu mais uma, agora duas pessoas em sua história. Não sei se você acha tudo isso justo, mas se acha, ainda, após ouvir tudo isso, é porque ainda não entendeu o que está lhe acontecendo...
- É, não consigo entender o que a senhora fala, não! Faz com que eu me sinta um monstro, mas o que eu quero é ser feliz. E não seria feliz ao lado daquela mulher, de modo algum! Além disso, iria fazer dela uma criatura imensamente infeliz se permanecesse ao lado dela. Não errei: a senhora está enganada. Se me permite, irei me retirar e não retorno mais a esta casa.
- Fique à vontade, meu irmão. Jesus nos ampare, sempre!
psicografia recebida no NEPT em25 de setembro de 2012
Militão Pacheco
Essa foi no alvo.
ResponderExcluirA impulsividade do ser humano em geral (com raríssimas excessões) que nunca está contente com a rotina, leva à derrocada física e mental.
Claro que a convivência não deixa de ser uma provação, e em caso de aproveitar o caminho mais curto, aquele que prioriza as paixões e não o amor, só conquistamos mais débitos.
As mensagens são dirigidas a todos nós. Sempre. Nunca a alguém específico.
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