Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 22 de setembro de 2007

Das manifestações mediúnicas

Médiuns todos somos e isto é muito claro na Obra da Codificação Espírita.

Alguns "mais médiuns" outros "menos médiuns", isto é, alguns com compromissos mais intensos que outros, mas todos temos nossas intuições e percepções que nos fazem entrar em contato com a realidade que convive conosco em paralelo - e não se trata de imaginação, mas de fato - seja através da sensibilidade com relação à presença dos Espíritos errantes (desencarnados), seja através de sonhos, de visões, de mensagens transmitidas pela voz (quantas vezes a pessoa não se dá conta de ter falado mais do que havia planejado?) e outras variadas formas de contato com este mundo invisível, que para muitos é maravilhoso e para outros é parte comum da vida, sem nada de extraordinário.

Haveria algum mecanismo que nos desse a condição de "controlar" a vertente das manifestações relacionadas com a mediunidade, quer dizer, uma forma de não ficarmos expostos aos desequilíbrios em função de contatos que nos deixassem algumas vezes em situações complicadas e até mesmo vexatórias? Sim, pois que, para muitas pessoas as manifestações acontecem de modo "inesperado" e as deixam sem defesa.

Pessoas "conversando" sozinhas, tendo incorporações na rua, no trabalho, com compulsões para escrever, para falar indevidamente, enfim, que não conseguem, realmente, evitar as manifestações mediúnicas e acabam por entrar em desequilíbrio seja pelo medo, seja pela vaidade (sim, há quem goste de ter esses "poderes especiais") ou outro fator qualquer. Vivem em estado de alerta - estresse contínuo - pois a mediunidade pode entrar em vigor a qualquer momento e não sabem como "cortar" a aproximação das Entidades Espirituais.

Pois bem, há sim recursos para debelar o desequilíbrio que nasce por conta de uma mediunidade. Trata-se de uma pequena série de atitudes que o médium precisa tomar para aprender a se proteger e a educar sua mediunidade para que ela venha a se manifestar adequadamente, em conformidade com as reais necessidades que o trabalho espiritual impõe. Vamos ver:

Médium, leia sobre a mediunidade, estude a mediunidade: o Livro dos Médiuns é o grande "manual do usuário" do médium. É nele que encontramos toda a base para que a mediunidade transcorra em paz produtiva.

Médium, pratique a mediunidade em ambiente apropriado: um Centro Espírita, onde você terá recursos mais apropriados, em grupo vibrando em prece, gerando uma espécie de "escudo protetor", por conta da força do pensamento coletivo voltado a Jesus e não será tão esposto às dificuldades que a vida cotidiana impõe, graças aos desequilíbrios habituais dos ambientes onde convivemos e vivemos.

Médium, procure tem bons pensamentos, boas palavras e boas atitudes. São a essência para a restauração do equilíbrio interior e para o controle da aproximação de Entidades Espirituais: lembre-se de que a sintonia é muito importante no intercâmbio entre os seres humanos, nós temos aproximação com aqueles com quem temos afinidade de pensamentos e de ideaism portanto gerar bons pensamentos é trazer para perto de si Espíritos que pensam de maneira semelhante.


Essa, certamente, é a base. Podemos acrescentar mais detalhes, mas se fizermos o mínimo que está descrito aqui, aliados à nossa vontade sincera de servir na Seara de Jesus, sem interesses pessoais, estaremos nos preparando adequadamente para o ministériio mediúnico equilibrado e saudável.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Membros Fantasma(s)

A neuro-ciência atual vem avançando profundamente em descobertas das mais variadas com relação à compreensão do cérebro em suas funções de modo bastante amplo, suscitando o entendimento da neuro-fisiologia e das possibilidades de se obter maior êxito nas aplicações terapêuticas recuperadoras ou paliativas para as doenças psiquiátricas e neurológicas.

Traça as diretrizes de um novo rumo para as ciências e particularmente para a medicina, que terá, sem qualquer dúvida, perspectivas mais avançadas para seu trabalho de recuperação e controle de doentes e doenças.

Os pesquisadores têm recursos técnicos não imagináveis até há poucos anos para que se possa entender a dinâmica do cérebro e suas inumeráveis responsabilidades diante da vida humana e também utilizam recursos simples através da imaginação de processo criativo que os cientistas podem lançar mão para entender melhor o cérebro humano.

Desde a década de 1990 para cá, tem ocorrido uma profunda marca geradora de uma transformação científica certamente inigualável para a humanidade nos próximos séculos. Não se sabe ao certo até quando as descobertas acontecerão, mas que acontecerão, não há qualquer dúvida. Parece-me que a espiral da descoberta científica é prolongada e já vem se desdobrando desde o final do século XIX.

“As pesquisas referentes ao entendimento de como acontece o fenômeno dos membros fantasmas também aguça a curiosidade dos neuro-cientistas mais eminentes e importantes da atualidade.
Conhecida pela alcunha de “membro fantasma”, um termo criado pelo neurologista americano Weir Mitchell para descrever sintomas de soldados mutilados durante a Guerra Civil Americana, a impressão da contínua presença de uma parte do corpo que não existe mais, acompanhada ou não de dor, não se limita a braços e pernas.
Na literatura médica existem relatos dessas sensações em pacientes que sofreram a perda de seios, dentes, genitais e mesmo órgãos internos. Dores menstruais ou contrações semelhantes ao trabalho de parto, por exemplo, foram descritas em mulheres que sofreram remoção completa do útero. Há ainda o caso de um paciente que, durante intermitentes episódios de angina cardíaca, queixava-se da irradiação da dor para o braço esquerdo, amputado anos atrás.
Mas como é sentir a presença de um membro fantasma? A sensação mais mencionada por pacientes é a de “formigamento difuso”, que “reconstrói” toda a extensão do membro amputado. O grau de detalhe anatômico experimentado pelo paciente só pode ser definido como a memória táctil, que, por ser tão detalhada e persistente, confunde e aterroriza continuamente sua vítima.
Normalmente, uma impressão táctil semelhante à experimentada por esses pacientes pode ser simulada durante episódios de isquemia temporária. Tal estado transiente pode surgir, por exemplo, alguns minutos após ficarmos em posição incômoda. Se sentarmos sobre uma das pernas até que ela “adormeça”, ou usamos um manguito de pressão para bloquear o fluxo sanguíneo do antebraço por alguns segundos, a sensação de formigamento extremo e desconforto agudo que experimentamos logo depois de mudarmos de postura (ou após a remoção do manguito) é muito semelhante à experimentada por pacientes amputados. A principal diferença, entretanto, é que enquanto no primeiro caso o desconforto desaparece em alguns minutos, em pacientes tomados pela dor do membro fantasma essa sensação pode permanecer ativa por anos.
Além desse formigamento, pacientes frequentemente relatam movimentos complexos, bem como a gradual mudança de forma de seus membros fantasmas. Não raramente, enfermeiros e médicos são acordados no meio da noite por pacientes amputados ou com lesões da medula espinhal que alegam, aos gritos, que suas pernas inexistentes ou paralisadas estão “tentando sair da cama por si próprias para caminhar ao redor do quarto”.
Mais desafortunados, um terço dessas pessoas relatam que seus membros invisíveis permanecem continuamente paralisados, geralmente em condições inusitadas (“imerso num cubo de gelo”, ou “envolto num bloco de concreto”), ou em posições nunca experimentadas na vida real. Braços invisíveis retorcidos em espiral, ou flexionados atrás das costas, continuamente doloridos, levam muitos desses pacientes ao desespero. Para se ter uma idéia da aflição causada por tais condições, basta tentar assumir uma dessas posturas (por exemplo, contorcer o braço e mantê-lo trás do pescoço). Passados alguns instantes, o incômodo nos obriga a abandonar tal postura. Novamente, a diferença entre qualquer um de nós e os pacientes que sofrem com membros fantasmas é a impossibilidade desses últimos de alterar a posição torturante.
Com o tempo, para maioria dos pacientes, o membro fantasma diminui de tamanho, um fenômeno denominado telescopia. É comum a existência de sensações adicionais – como a presença de um anel, sapato, ou mesmo de uma antiga proteção de gesso, usada pelo paciente para se recuperar de uma fratura.
A experiência de conviver com um membro fantasma nunca é prazerosa. Na realidade, mais de 70% dos pacientes que vivem essa ilusão sofrem de algum tipo de dor na primeira semana depois da amputação. Quase 65% das pessoas ainda experimentam dores seis meses depois da remoção cirúrgica do membro. Pior: quase 60% relatam sentir algum tipo de dor até dois anos depois da perda do membro. Uma fração ínfima dos pacientes que sofrem dores-fantasma consegue encontrar alívio com quaisquer das mais de 50 terapias já propostas na literatura médica.
Em muitos casos, o incômodo sentido por esses pacientes nada mais é do que a persistência do quadro de dor causado pela patologia que determinou a extirpação do membro. Esse fato foi observado em entrevistas com pacientes amputados: a dor severa no membro antes de ele ser retirado apareceu como o maior fator de risco para a ocorrência de dor fantasma após a amputação. Vítimas de fraturas graves, úlceras e queimaduras profundas ou gangrena tendem a reviver a dor que as acometeu antes da cirurgia. É como se a memória táctil dolorosa pregressa se preservasse no cérebro mesmo depois da eliminação da fonte corpórea que a gerou.
Recentes estudos sugerem que mesmo crianças nascidas sem pernas ou braços podem sofrer com sensações fantasmas originadas em partes dos seus corpos que jamais existiram. Apesar do espanto que tais achados ainda causam, essas descrições não são novidade, quer na literatura médica, quer na mitologia ou no folclore popular: nos últimos 600 anos o fenômeno do membro fantasma foi descrito em detalhes inúmeras vezes.”


Todo este trecho foi escrito pelo médico Dr. Miguel Nicolelis (O médico paulistano Miguel Nicolelis se formou na Universidade de São Paulo e hoje lidera um grupo de pesquisadores na Universidade Duke (EUA) que está na vanguarda das tentativas de integrar o cérebro humano com as máquinas. Também lidera o projeto do Instituto Internacional de Neuro-ciência em Natal (RN)).

O que chama atenção neste trecho é a riqueza de informações de natureza técnica em linguagem simples e clara, sem “voltas”. Mas tenho a sensação de que “falta alguma coisa”... Observe bem o último parágrafo, onde ele afirma que crianças nascidas sem as pernas ou os braços têm sensações fantasmas. Como poderíamos entender que alguém sente algo a partir de uma estrutura que não existiu? Como compreender tal fato? As explicações científicas vão dando asas à imaginação, procurando "entender" o mecanismo de funcionamento do cérebro, de modo a responsabilizá-lo por todas as sensações e sensibilidades que podermos ter. O que escapa do cérebro, escapa da capacidade de entendimento da ciência. Nem de longe pode-se atribuir a outra estrutura qualquer as nossas propriedades sensitivas, as nossas capacidades de "sentir" o próprio corpo.

Como pode uma criança que nunca teve um membro fantasma, senti-lo? Qual o mecanismo que faculta a alguém que nunca teve a experiência da dor no membro inexistente para senti-lo? O cérebro não o tem registrado em suas experiências como sucede para alguém que teve um membro, por exemplo, amputado após alguns anos, ou mesmo, alguns segundos de convívio em um corpo humano. Tanto faz o tempo de convívio com o membro ou com o órgão, a pessoa teve contato com ele, teve "domínio" sobre ele, mas, no caso de que nasceu sem o órgão ou sem o membro, essa realidade não se aplica.

Este fato chama atenção sobre algo diferente, que foge do padrão de entendimento para as situações anteriormente descritas, pelo menos de acordo com os conceitos científicos habituais. Só é possível entender corretamente essas circunstâncias através da Doutrina Espírita.

Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, trouxe-nos a conceituação da estrutura real do Ser vivo, que antecede à vida na Terra, como ser encarnado, que é constituído por uma estrutura singular.

São três estruturas que formam o Ser Humano: o períspirito, estrutura semi-material que une o Espírito incorpóreo ao organismo físico corpóreo material, como uma "liga", um "amálgama" intermediário, que precede a estrutura orgânica material, de modo a servir, inclusive, como uma "fôrma", um "modelo" que gerará a estrutura humana do Espírito encarnado, Alma, que terá sua experiência corpórea, sua vivência física.

Assim, compreende-se que, se há uma estrutura geradora da forma humana, ela tem, em seu contexto, as formas que servem de padrão para o formato humano em sua apresentação habitual na Terra. Tem, então, cabeça, troco e membros, com as estruturas todas similares àquelas que todos nós temos e dará potencialidade para que se concretize o corpo humano em seu processo reencarnatório.

Esta mesma estrutura, tem guardadas todas as lembranças das experiências vivenciadas no decorrer das vidas que cada Espírito tem durante sua existência desde que se entenda como Ser criado por Deus. Estas lembranças devem nos fazer entender como uma criança que nunca teve um braço em uma determinada reencarnação, pode senti-lo como se já o tivesse tido anteriormente: ela "lembra" de ter tido o braço em outra vida, certamente, e tem esta estrutura em seu perispírito, como qualquer pessoa a tem, independentemente de ter agora ou não.

Aí está a razão para que alguém sinta um braço que não tem mais. Não reside apenas nas conexões neuronais de uma mesma vida na qual se teve este braço, mas reside no seu perispírito que guarda consigo as mesmas potencialidades estruturais que teria preparadas para qualquer encarnação. Se, por qualquer motivo que seja, a pessoa está encarnada sem o referido braço, é por motivo ligado à lei de ação e reação. Entretanto, de vemos lembrar que a pessoa tem registrado no perispírito a matriz (perispiritual) do braço, o que mantém as eventuais sensações referentes a este membro.