Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Aparências

Não acuse o irmão que parece mais abastado. Talvez seja simples escravo de compromissos.

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Não condene o companheiro guindado à autoridade. É provável seja ele mero devedor da multidão.

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Não inveje aquele que administra, enquanto você obedece. Muitas vezes, é um torturado.

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Não menospreze o colega conduzido a maior destaque. A responsabilidade que lhe pesa nos ombros pode ser um tormento incessante.

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Não censure a mulher que se apresenta suntuosamente. O luxo, provavelmente, lhe constitui amarga provação.

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Não critique as pessoas gentis que parecem insinceras, à primeira vista. Possivelmente, estarão evitando enormes crimes ou grandes desânimos.

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Não se agaste com o amigo mal-humorado. Você não lhe conhece todas as dificuldades íntimas.

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Não se aborreça com a pessoa de conversação ainda fútil. Você também era assim quando lhe faltava experiência.

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Não murmure contra os jovens menos responsáveis. Ajude-os, quanto estiver ao seu alcance, recordando que você já foi leviano para muita gente.

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Não seja intolerante em situação alguma. O relógio bate, incessante, e você será surpreendido por inúmeros problemas difíceis em seu caminho e no caminho daqueles que você ama.

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Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Anjos Guardiães

Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.

Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.

Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.

Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.

São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.

Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.

Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.

Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.

Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.

Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.

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Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.

Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.

Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.

Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.

Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.

Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.

Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.

O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.

O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.

Imana-te a ele.

Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.

Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A Bênção do Trabalho

É pela bênção do trabalho que podemos esquecer os pensamentos que nos perturbam, olvidar os assuntos amargos, servindo ao próximo, no enriquecimento de nós mesmos.

Com o trabalho, melhoramos nossa casa e engrandecemos o trecho de terra onde a Providência Divina nos situou.

Ocupando a mente, o coração e os braços nas tarefas do bem, exemplificamos a verdadeira fraternidade e adquirimos o tesouro da simpatia, com o qual angariaremos o respeito e a cooperação dos outros.

Quem não sabe ser útil não corresponde à Bondade do Céu, não atende aos seus justos deveres para com a humanidade e nem retribui a dignidade da pátria amorosa que lhe serve de mãe.

O trabalho é uma instituição de Deus.

SENDA DE PERFEIÇÃO

Quem move as mãos no serviço,
Foge à treva e à tentação.
Trabalho de cada dia
É senda de perfeição.

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Meimei

(Mensagem do livro "Pai Nosso", recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier - Edição FEB.)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

É NATAL

Senhor Jesus, é Natal!
Quantas bênçãos temos recolhido, por conta, do teu natalício.
Quanta gratidão nós temos para com o Senhor por tanto que o Senhor
tem nos acolhido nestes últimos dois mil anos que se passaram.
Quanto temos que agradecer Senhor!
Por toda sabedoria que o Senhor nos deixou para que pudéssemos nos transformar em criaturas melhores a cada dia.
É Natal Senhor, e nós fletimos a fronte diante da Tua Luz e do Teu Amor no sentido de agradecer por tudo.
Mas já que é Natal Senhor Jesus, nós nos atrevemos a fazer um pedido ao Senhor...um pedido singelo. Não é um bem material que pedimos. Não é um presente que possa ser consumido pela ferrugens ou pelas traças.
É algo um pouco mais simples embora nós saibamos de todo cuidado que o Senhor tem com todos nós, com toda a humanidade.
Embora sabendo que o aniversariante é o Senhor, nós nos atrevemos a pedir que a humanidade seja sensibilizada no acolhimento das crianças abandonadas, no acolhimento dos idosos esquecidos, na reeducação carcerária desses nossos irmãos errantes que ainda padecem do crime.
Nós te rogamos Senhor, em Teu natalício, que os Teus anjos, que os Teus emissários possam nos sensibilizar a humanidade toda, na Paz. E que de forma natural, a humanidade possa começar a respeitar cada animal. Sensibilizando o coração, o homem possa estender a sua mão a cada um de seus irmãos.
Senhor, que o Teu Natal se estenda pelo mundo inteiro. E que, pensando em Teu Amor a cada alvorecer, possamos querer, todos nós, criar um novo Natal.
E que ao encontrar alguém possamos repetir tocados pela alegria, pelo amor, pela paz, pela luz, dizendo a nosso irmão, companheiro, bom dia!
Hoje também é dia de Jesus!
Que Jesus nos ampare sempre e que nós possamos fazer aquilo que nos compete.

Que assim seja!

psicofonia recebida no NEPT, em 23 de dezembro de 2009

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Caminho da Autoiluminação

O homem atinge um alto nível de evolução quando consegue unir o sentimento e o conhecimento, utilizando-os com sabedoria. Nesse estágio é-lhe mais fácil desenvolver a paranormalidade, realizando o autodescobrimento e canalizando as energias anímicas e mediúnicas para o serviço de consolidação do bem em si mesmo e na sociedade.

O seu amadurecimento psicológico permite-lhe compreender toda a magnitude das faculdades parapsíquicas, superando os impedimentos que habitualmente se lhe antepões à educação.

Desse modo, a mediunidade põe-no em contato com o mundo espiritual de onde procede a vida e para a qual retorna, quando cessado o seu ciclo material, ensejando-lhe penetrar realidades que se demoram ignoradas, incursionando com destreza além das vibrações densas do corpo carnal.

O exercício das faculdades mediúnicas, no entanto, se reveste de critérios e cuidados, que somente quando levados em conta propiciam os resultados pelos quais se anelam.

A mediunidade é inerente a todos os indivíduos em graus de diferente intensidade. Como as demais, é uma faculdade amoral, manifestando-se em bons e maus, nobres e delinqüentes, pobres e ricos.

Pode expressar-se com alta potencialidade de recursos em pessoas inescrupulosas, e quase passar despercebida em outras, portadoras de elevadas virtudes.

Surge em criaturas ignorantes, enquanto não é registrada nas dotadas de cultura. É patrimônio da vida para crescimento do ser no rumo da sua destinação espiritual. O uso que se lhe dê, responderá por acontecimentos correspondentes no futuro do seu possuidor.

Uma correta educação da mediunidade tem início no estudo das suas potencialidades: causas, aplicações e objetivos. Adquirida a consciência mediúnica, o exercício sistemático, sem pressa, contribui para o equilíbrio das suas manifestações.

Uma conduta saudável calcada nos princípios evangélicos atrai os Bons Espíritos, que passam a cooperar em favor do medianeiro e da tarefa que ele abraça, objetivando os melhores resultados possíveis do empreendimento.

O direcionamento das forças mediúnicas para fins elevados propicia qualificação superior, resultando em investimento de sabor eterno.

Se te sentes portador de mediunidade, encara-a com sincero equilíbrio e dispõe-te a aplicá-la bem.

O homem ditoso do futuro será um indivíduo PSI, um sensível e consciente instrumento dos Espíritos, ele próprio lúcido e responsável pelos acontecimentos da sua existência.

Desveste-te de quaisquer fantasias em torno dos fenômenos de que és objeto e encara-os com realismo, dispondo-te a sua plena utilização.

Amadurece reflexões em torno deles e resguarda-os das frivolidades, exibicionismos vãos, comercialização vil, recurso para a exaltação da personalidade ou das paixões inferiores.

Sê paciente com os resultados e perseverante nas realizações. Toda sementeira responde à medida que o tempo passa.

A educação da mediunidade requer tempo, experiência, ductibilidade do indivíduo, como sucede com as demais faculdades e tendências culturais, artísticas e mentais que exornam o homem.

Quem seja portador de cultura, de bondade e sinta a presença dos fenômenos paranormais, está a um passo da realização integral, a caminho próximo da auto-iluminação.

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Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Iluminação.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Amigo Ingrato

Causa-te surpresa o fato de ser o teu acusador de agora, o amigo aturdido de ontem, que um dia pediu-te abrigo ao coração gentil e ora não te concede ensejo, sequer, para esclarecimentos.
Despertas, espantado, ante a relação de impiedosas queixas que guardava de ti, ele que recebeu, dos teus lábios e da tua paciência, as excelentes lições de bondade e de sabedoria, com as quais cresceu emocional e culturalmente.

Percebes, acabrunhado, que as tuas palavras foram, pelo teu amigo, transformadas em relhos com os quais, neste momento, te rasga as carnes da alma, ele, que sempre se refugiou no teu conforto moral.

Reprocha-te a conduta, o companheiro que recebeste com carinho, sustentando-lhe a fragilidade e contornando as suas reações de temperamento agressivo.

Tornou-se, de um para outro momento, dono da verdade e chama-te mentiroso.

Ofereceste-lhe licor estimulante e recebes vinagre de volta.

Doaste-lhe coragem para a luta, e retribui-te com o desânimo para que fracasses.

Ele pretende as estrelas e empurra-te para o pântano.

Repleta-se de amor e descarrega bílis na tua memória, ameaçando-te sem palavras.

*

Não te desalentes!

O mundo é impermanente.

O afeto de hoje torna-se o adversário de amanhã.

As mãos que perfumas e beijas, serão, talvez, as que te esbofetearão, carregadas de urze.

*

Há mais crucificadores do que solidários na via de redenção.

Esquecem-se, os homens, do bem recebido, transformando-se em cobradores cruéis, sem possuírem qualquer crédito.

Talvez o teu amigo te inveje a paz, a irrestrita confiança em Deus, e, por isto, quer perturbar-te.

Persevera, tranqüilo!

Ele e isto, esta provação, passarão logo, menos o que és, o que faças.

Se erraste, e ele te azorraga, alegra-te, e resgata o teu equívoco.

Se estás inocente, credita-lhe as tuas dores atuais, que te aprimoram e te aproximam de Deus.

*

Não lhe guardes rancor.

Recorda que foi um amigo, quem traiu e acusou Jesus; outro amigo negou-O, três vezes consecutivas, e os demais amigos fugiram dEle.

Quase todos O abandonaram e O censuraram, tributando-Lhe a responsabilidade pelo medo e pelas dores que passaram a experimentar. Todavia, Ele não os censurou, não os abandonou e voltou a buscá-los, inspirá-los e conduzi-los de volta ao reino de Deus, por amá-los em demasia.

Assim, não te permitas afligir, nem perturbar pelas acusações do teu amigo, que está enfermo e não sabe, porque a ingratidão, a impiedade e a indiferença são psicopatologias muito graves no organismo social e humano da Terra dos nossos dias.

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Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1990.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Necessário Despertar

Inúmeros candidatos ao conhecimento das informações espíritas - portadoras dos relevantes mecanismos para a reforma íntima - detêm-se, inconseqüentes, na expectativa de milagres, que os não há, para a solução de problemas que eles próprios criaram e continuam gerando, ou esperam que a simples adesão formal a uma Sociedade, onde se divulga o Espiritismo, é suficiente para plenificá-los.
Fixados ao atavismo do maravilhoso e do sobrenatural, perseveram na crença leviana de que os Espíritos desencarnados tudo sabem, tudo podem , com a missão expressa de resolver as dificuldades humanas, desse modo, candidatando as criaturas à ignorância e ao atraso.

Acostumados às notícias extravagantes do misticismo que envolve a mediunidade e dos tabus em torno das comunicações espirituais, negam-se ao estudo sério, ou intentam-no, logo o abandonando, apoiados às bengalas psicológicas do comodismo de que lhes parece difícil a absorção do conhecimento espiritual, seja pela impossibilidade de manter a atenção, ou por deficiência de memória, ou ainda por perturbações de vária ordem, que afligem, adormecem, incomodam.

A argumentação simplista não procede, porquanto, em outras áreas do comportamento, seja no trabalho, no relacionamento interpessoal, nas pesquisas e cursos, se não houver um sincero interesse e legítima dedicação, ocorrem os mesmos fenômenos perturbardores, desestimulantes.

Toda experiência nova é desafio, caracterizado por dificuldades, superáveis, que mais despertam os valores morais de quem a deseja vivenciar. No que diz respeito àquelas de complexidade profunda, quais as de transformação do homem velho em um novo ser, os patamares a conquistar são múltiplos, revestidos de compreensíveis impedimentos.

Não se alteram hábitos doentios, perniciosos, de um momento para outro, com apenas a disposição, sem o correspondente esforço para consegui-lo.

A transformação interior para melhor, que o conhecimento espírita propicia, é precedida de um necessário despertar para a aceitação de novos e preciosos valores morais, que satisfazem e harmonizam a criatura.

Desse modo, ao desejo de crescimento, devem aliar-se o esforço contínuo e o devotamento às idéias renovadoras, trabalhando-se por entender as diretrizes que se lhe apresentam, experimentando e insistindo na sua implantação no mundo íntimo.

A vitória de qualquer tentame chega após a permanência na sua execução.

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Substitui, mediante as informações libertadoras do Espiritismo, os velhos hábitos, um a um, adotando novo comportamento mental, e, depois, vivencial, a fim de que a renovação se te faça contínua, incessante.

Fixa-te no propósito de vencer os velhos condicionamentos e adota as propostas de ação positiva, que te auxiliarão no crescimento íntimo.

Liberta-te dos instrumentos frágeis de justificação, evitando as fugas psicológicas à realidade, à responsabilidade.

Insiste na lapidação das arestas grosseiras da personalidade e adapta-te ao novo modo de entender e ser, incorporando à conduta as diretrizes espirituais.

Dar-te-ás conta dos benefícios imediatos que advirão, das soluções aos problemas que surgirão, enfim, de que o empenho se coroa de êxito na razão direta do esforço encetado.

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Não foi fácil a Simão Pedro transferir-se do mar da Galiléia, onde pescava com simplicidade, para a experiência difícil no oceano tumultuado da humanidade...

Foi grandemente dolorosa a transferência psíquica, emocional e humana de Saulo de Tarso, da exaltação judaica e da opulência do Sinédrio, bem como de uma família abastada, para a atividade áspera de artesão e apóstolo de Jesus...

Maceradora foi a conduta da equivocada de Magdala, ao adotar as lições do Mestre como regra de iluminação íntima, que conseguiu a duras penas...

A História está repleta de heróis da transformação para melhor, que todos respeitam, porém, são incontáveis os conquistadores anônimos do continente da alma, que estavam perdidos e se encontraram.

O Espiritismo hoje, revivendo Jesus ontem, oferece os valiosos esclarecimentos para a felicidade, a auto-descoberta, a iluminação íntima libertadora.

Para consegui-lo é, primeiro, necessário despertar.

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Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O Advogado da Cruz

No mundo antigo, o apelo à Justiça significava a punição com a morte. As dívidas pequeninas representavam cativeiro absoluto. Os vencidos eram atirados nos vales imundos. Arrastavam-se os delinqüentes nos cárceres sem esperança. As dádivas agradáveis aos deuses partiam das mãos ricas e poderosas. Os tiranos cobriam-se de flores, enquanto os miseráveis se trajavam de espinhos.

Mas, um dia, chegou ao mundo o Sublime Advogado dos oprimidos. Não havia, na Terra, lugar para Ele. Resignou-se a alcançar a porta dos homens, através de uma estrebaria singela.

Em breve, porém, restaurava o templo da fé viva, na igreja universal dos corações amantes do bem. Deu vista aos cegos. Curou leprosos e paralíticos. Dignificou o trabalho edificante, exaltou o esforço dos humildes, quebrou as algemas da ignorância, instituiu a fraternidade e o perdão.

Processaram-no, todavia, os homens perversos, à conta de herético, feiticeiro e ladrão.

Depois do insulto, da ironia, da pedrada, conduziram-no ao madeiro destinado aos criminosos comuns.

Ele, que ensinara a Justiça, não se justificou; que salvara a muitos, não se salvou da crucificação; que sabia a verdade, calou-se para não ferir os próprios verdugos.

Desde esse dia, contudo, o Sublime Advogado transformou-se no Advogado da Cruz e, desde o supremo sacrifício, sua voz tornou-se mais alta para os corações humanos. ele, que falava na Palestina, começou a ser ouvido no mundo inteiro; que apenas conversava como o povo de Israel, passou a entender-se com as várias nações do Globo; que somente se dirigia aos homens de pequeno país, passou a orientar os missionários retos de todos os serviços edificantes da Humanidade.

Que importam, pois, nos domínios da Fé, as perseguições da maldade e os ataques da ignorância? A advogado da Cruz continua operando em silêncio e falará, em todos os acontecimentos da Terra, aos que possuam "ouvidos de ouvir".

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Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Antologia Mediúnica do Natal.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sábado, 19 de dezembro de 2009

A Serpente e o Sábio

Contam as tradições populares da Índia que existia uma serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a, porém, com o olhar sereno, e falou:
- Minha irmã, é da lei que não façamos mal a ninguém.

A víbora recolheu-se, envergonhada. Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente. Procurou os lugares habitados pelo homem, como desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela. Quando lhe identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se à toca, desalentada. Vivia aflita, medrosa, desanimada. Eis, porém, que o santo voltou pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando tamanha ruína. A serpente contou-lhe, então, a história amargurada. Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas peseguiam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu após ouví-la:

- Mas, minha irmã, ouve um engano de tua parte. Aconselhei-te a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição, mas não te disse que evitasses de assustar os maus. Não ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor. Não mordas, nem firas, mas é preciso manter o perverso à distância, mostrando-lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos.

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Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Os Mensageiros.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Não basta compreender a Doutrina; é preciso sobretudo assimilá-la.

Não basta aceitar os princípios renovadores da Doutrina dos Espíritos. É preciso vivê-los. Todas as doutrinas são sistemas lógicos, acessíveis à compreensão intelectual. Desse ponto de vista, o Espiritismo pode ser compreendido por qualquer pessoa curiosa e de capacidade mental comum. Trata-se de uma doutrina clara, baseada em princípios de fácil assimilação, embora por baixo dessa simplicidade existam problemas complexos, de ordem científica e filosófica. É tão fácil compreendê-lo, desde que se estude criteriosamente as suas obras básicas.

A simples compreensão de uma doutrina, porém, não implica a sua vivência. Além de compreendê-la, temos de senti-la. Somente quando compreendemos e sentimos o Espiritismo, quando o incorporamos à nossa personalidade, quando o assimilamos profundamente em nosso ser, é que podemos vivê-lo. Daí a razão de Allan Kardec ter afirmado a existência de vários tipos de espíritas, concluindo que “o verdadeiro espírita se conhece pela sua transformação moral”. Espiritismo compreendido e vivido transforma moralmente o homem.

Viver o Espiritismo, entretanto, não é viver no meio espírita, fazendo ou freqüentando sessões, lendo obras doutrinárias ou ouvindo conferências. Pode fazer-se tudo isso, e ainda mais, - pode-se até mesmo gastar muito dinheiro e tempo em obras de assistência social, - atendendo apenas à compreensão intelectual da doutrina, sem vivê-la. Porque viver o Espiritismo é pautar todas as ações pelos princípios doutrinários. É moldar a conduta pela doutrina. É agir, em todas as ocasiões, como o verdadeiro espírita de que fala Allan Kardec.

Ainda neste ponto, porém, é necessário lembrar que não basta a conduta externa. Não basta a aparência. Nada mais avesso, aliás, às aparências, do que o Espiritismo. Anti-formal por excelência, contrário aos convencionalismos sociais e religiosos, o Espiritismo, como dizia Kardec: “é uma questão de fundo e não de forma”. Por isso mesmo, não podemos vivê-lo de maneira externa. Antes da conduta exterior, temos de reformar a nossa conduta interna, modificar nossos hábitos mentais e verbais. Pensar, falar e agir de acordo com os princípios renovadores da moral espírita, que é a própria moral evangélica, racionalmente esclarecida pela Doutrina do Consolador.

Surge ainda uma dificuldade, que devemos tentar esclarecer. Chegados a este ponto, muita gente nos perguntará, como sempre acontece, quando falamos a respeito: “O espírita deve então sujeitar-se rigidamente a um molde doutrinário?” Não, pois se assim fizesse estaria impedindo o seu livre desenvolvimento moral. Quando falamos em “moldar a conduta”, fazêmo-lo num sentido de orientação, nunca de esquematização. O espírita deve ser livre, pois, como acentuava o apóstolo Paulo “onde não há liberdade não está o Espírito do Senhor”. Só a liberdade dá responsabilidade, e só a responsabilidade produz a verdadeira moral.

Ao procurar viver o Espiritismo, devemos portanto evitar as atitudes formais que conduzem ao artificialismo, e conseqüentemente à mentira e à hipocrisia. Como se vê, esse é o caminho contrário ao da Doutrina dos Espíritos, é o caminho tortuoso da Doutrina dos Homens, no plano mundano. Devemos ser naturais. E como modificar a nossa natureza inferior, sendo naturais? Primeiro, compreendendo que temos essa natureza inferior e precisamos modificá-la, o que fazemos pela compreensão da doutrina; depois, sentindo a necessidade de modificá-la, o que fazemos pela assimilação emocional da doutrina. Nossa transformação moral deve começar de dentro, e não de fora. Dos pensamentos e sentimentos, e não das atitudes exteriores. Deve ser uma transformação para Deus ver, não para os homens verem.

A falta de compreensão desse problema leva muitos espíritas a posições incômodas dentro da doutrina, e o que é pior, a posições comprometedoras para o movimento doutrinário. E leva também a lamentáveis confusões, principalmente no tocante ao problema religioso. Quando compreendemos, porém, que o Espiritismo não é somente um sistema doutrinário para assimilação intelectual, mas que é sobretudo, vida, norma de vida, e principalmente, seiva renovadora da vida humana na terra, então compreendemos que não é possível separar-se, dos seus aspectos científicos e filosóficos, o seu poderoso aspecto religioso. Lembremos ainda o que dizia Kardec, ou seja, que o Espiritismo é forte justamente por afirmar e esclarecer as mesmas verdades fundamentais da religião.

José Herculano Pires

Com Jesus

A renúncia será um previlégio para você.
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O sofrimento glorificará sua vida.

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A prova dilatará seus poderes.

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O trabalho constituirá título de confiança em seu caminho.

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O sacrifício sublimará seus impulsos.

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A enfermidade do corpo será remédio salutar para a sua alma.

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A calúnia lhe honrará a tarefa.

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A perseguição será motivo para que você abençoe a muitos.

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A angústia purificará suas esperanças.

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O mal convocará seu espírito à prática do bem.

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O ódio desafiar-lhe-á o coração aos testemunhos de amor.

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A Terra, com os seus contrastes e renovações incessantes, representará bendita escola de aprimoramento individual, em cujas lições purificadoras deixará você o egoísmo para sempre esmagado.

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Xavier, Francisco Candido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A Mente em Ação

Mais graves que as viroses habituais são aquelas que têm procedência no psiquismo desvairado.

Por ser agente da vida organizada, a mente sadia propicia o desenvolvimento das micropartículas que sustentam com equilíbrio a organização somática, assim como, através de descargas vigorosas, bombardeia os seus centros de atividade, dando curso a desarmonias inumeráveis.

Mentes viciosas e pessimistas geram vírus que se alojam no núcleo das células, e as destruindo se espalham pela corrente sanguínea, dando surgimento a enfermidades soezes.

Além desta funesta realização, interferem na organização imunológica e, afetando-a, facultam a agressão de outros agentes destruidores, que desenvolvem síndromes cruéis e degenerativas.

Além dos vícios que entorpecem os sentimentos relevantes do homem, perturbando-lhe a existência, o tédio e o ciúme, a violência e a queixa, entre outros hábitos perniciosos, são responsáveis pela desestruturação física e emocional da criatura.

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O tédio é resultado da ociosidade costumeira da mente acomodada e preguiçosa.

Matriz de muitos infortúnios, responde por neuroses estranhas e depressivas, culminando com o suicídio injustificável e covarde.

Entregue ao tédio, o paciente transfere responsabilidades e ações para os outros, deixam dose sucumbir na amargura, quando não se envenena pela revolta contra todos e tudo.

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A mente, entregue ao ciúme, fomenta acontecimentos que gostaria se realizassem, afim de atormentar-se e atormentar, aprisionando ou perseguindo a sua vítima.

Por sua vez, desconecta os centros de equilíbrio, passando à condição de vapor dissolvente da confiança e do amor.

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A violência é distúrbio emocional, que remanesce do primitivismo das origens, facultando o combustível do ódio, que se inflama em incêndio infeliz, a devorar o ser que o proporciona.

Quando isto não ocorre, dispara dardos certeiros nas usinas da emoção, que se destrambelha, gerando vírus perigosos que se instalam no organismo desarticulado e o vencem.

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A queixa ressuma como desrespeito ao trabalho e aos valores alheios, sempre pronta a censurar e a fiscalizar os outros, lamentando-se, enquanto vapores tóxicos inutilizam os núcleos da ação, que se enferrujam e perdem a finalidade.

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Há todo um complexo de hábitos mentais e vícios morais, prejudiciais, que agridem a vida e a desnaturam.

É indispensável que o homem se resolva por utilizar do admirável arsenal de recursos que possui, aplicando os valores edificantes a serviço da sua felicidade.

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Vives consoante pensas e almejas. consciente ou inconscientemente.

Conforme dirijas a mente, recolherás os resultados.

Possuis todos os recursos ao alcance da vontade.

Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença.

Tem em mente, no entanto, que o teu destino é programado pela tua mente e pelos teus atos, dependendo de ti a direção que lhe concedas.

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Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1990.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Vigiar

Recomenda-nos Jesus que vigiemos e oremos!
Coloca-nos assim o Cristo, diante de compromissos de protegermos aquilo que nos pertence, porquanto aquele que vigia, está incumbido da tarefa de tomar conta, de cuidar, de proteger.
Já lhe ocorreu que o lar é na verdade o abrigo que protege a família?
Já lhe passou pela mente, que o Centro Espírita acolhe as famílias para lhes proteger, para impedir a investida do mal?
Então o Cristo recomenda, que nós façamos o mesmo com a nossa casa mental.
Devemos proteger a nossa casa mental, cogitar de impedir a entrada dentro dela do mal.
Assim como a família, assim como a sociedade, o individuo necessita vigiar e, para vigiar, cuidar daquilo que lhe pertence de mais importante...o livre-arbítrio.
Ninguém estará isento de provas, mas todos podemos estar isentos de equívocos, porque á partir do instante do qual começarmos realmente a vigiar a nossa própria casa mental, estaremos evitando que se adentre nela o indigente, aquele que venha para perturbar, para prejudicar, para destruir. Mesmo sendo nosso irmão, não esta em condições de verdadeiramente nos ajudar. Então, deverá ficar do lado de fora.
Protegida a casa mental estaremos vigilantes e impedindo que entre nela o mal.
Vigiar é zelar.
Quando Jesus recomenda: Vigiai, entenda zelai, cuidai, protegei, impedir o acesso do mal.
Além disso, fica muito clara na palavra do Cristo, a necessidade de tomar a atitude. Porque se Ele dissesse simplesmente ORAI, seria uma postura passiva. Passiva e passível de equívoco.
Mas ao contrário, dentro de sua profunda Sabedoria, o Divino Mestre nos coloca a palavra VIGIAI. É um verbo transitivo direto que nos coloca prontos para a ação.
Tome atitude, zele, cuide, proteja, afaste do mal a sua casa mental.
Ore é claro, porque a sua oração lhe fortalecerá.
Mas vigie, meu irmão, porque só vigiando continuamente, você poderá afastar-se do mal, poderá se aproximar do bem, poderá construir, porque aquele que atua, aquele que age, aquele que pratica, constrói o bem.
Façamos a nossa parte.
Que nos abençoe Jesus, nesta e em todas as oportunidades de nossa existência.


Psicofonia recebida no NEPT em 02/12/2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Prece de Cáritas

DEUS, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai forca àquele que passa pela provação; dai luz àquele que procura a verdade, pondo no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus, dai ao viajor a estrela guia; ao aflito a consolação; ao doente o repouso. Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, a criança o guia, ao órfão o pai. Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que Criastes. Piedade Senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé. Deus, um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra. Deixa-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós como um grito de reconhecimento e amor. Como Moisés sobre a montanha, nos Vós esperamos com os braços abertos, oh! Poder... oh! Bondade... oh! Beleza... oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte alcançar a Vossa misericórdia. Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós. Dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas, o espelho onde deve refletir a Vossa Santa e Misericordiosa imagem.

* * *

Mme. W. Krill.
Ditado pelo Espírito Cáritas.
25 de dezembro de 1873.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Pode acreditar

Falará você na bondade a todo instante, mas, se não for bom, isso será inútil para a sua felicidade.
Sua mão escreverá belas páginas, atendendo a inspiração superior; no entanto, se você não estampar a beleza delas em seu espírito, não passará de estafeta sem inteligência.

Lerá maravilhosos livros, com emoção e lágrimas; todavia, se não aplicar o que você leu, será tão-somente um péssimo registrador.

Cultivará convicções sinceras, em matéria de fé; entretanto, se essas convicções não servirem à sua renovação para o bem, sua mente estará resumida a um cabide de máximas religiosas.

Sua capacidade de orientar disciplinará muita gente, melhorando personalidades; contudo, se você não se disciplinar, a lei o defrontará com o mesmo rigor com que ela se utiliza de você para aprimorar os outros.

Você conhecerá perfeitamente as lições para o caminho e passará, ante os olhos mortais do mundo, à galeria dos heróis e dos santos; mas, se não praticar os bons ensinamentos que conhece, perante as leis Divinas recomeçará sempre o seu trabalho e cada vez mais dificilmente.

Você chamará a Jesus; mestre e senhor...; se não quiser, porém, aprender a servir com ele, suas palavras soarão sem qualquer sentido.

* * *

André Luiz

(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)

sábado, 12 de dezembro de 2009

O Cooperador

]Imagina-te à frente de um violino. Instrumento que te espera sensibilidade e inteligência, atenção e carinho para vibrar contigo na execução da melodia.
Se o tomas de arranco, é possível te caia das mãos, desafinando-se, quando não seja perdendo alguma peça.

Se esquecido em algum recanto, é provável se transforme em ninho de insetos que lhe dilapidarão a estrutura.

Se usado, a feição de martelo, fora da função a que se destina, talvez se despedace.

Entretanto, guardado em lugar próprio e manejado na posição certa, como a te escutar o coração e o cérebro, ei-lo que te responde com a sublimidade da música.

Assim, igualmente na vida, é o companheiro de quem esperas apoio e colaboração.

*

Chame-se familiar ou companheiro, chefe ou subordinado, colega ou amigo, se lhe buscas o auxílio, a golpes de azedume e brutalidade, é possível te escape da área de ação, magoando-se ou perdendo o estímulo ao trabalho.

Se largado ao menosprezo, é provável se entregue a influências claramente infelizes, capazes de lhe envenenarem a alma.

Se empregado por veículo de intriga ou maledicência, fora das funções edificantes a que se dirige, talvez termine desajustado por longo tempo.

Mas, se conservado com respeito, no culto da amizade, e se mobilizado na posição certa, como a te receber as melhores vibrações do coração e do cérebro, ei-lo que te corresponde com a excelência e a oportunidade da colaboração segura, em bases de amor que é, em tudo e em todos, o supremo tesouro da vida.

*

Pensemos nisso e concluiremos que é impossível encontrar cooperadores eficientes e dignos, sem indulgência e compreensão.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
10a edição. Araras, SP: IDE, 1996.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Cooperemos Fielmente

"Pois somos cooperadores de Deus."
Paulo (I Coríntios, 3:9.).


O Pai é o Supremo Criador da Vida, mas o homem pode ser fiel cooperador dEle.

Deus visita a criatura pela própria criatura.

Almas cerradas sobre si mesmas declarar-se-ão incapazes de serviços nobres; afirmar-se-ão empobrecidas ou incompetentes.

Há companheiros que atingem o disparate de se proclamarem tão pecadores e tão maus que se sentem inabilitados a qualquer espécie de concurso sadio na obra cristã, como se os devedores e os ignorantes não necessitassem trabalhar na própria melhoria.

As portas da colaboração com o divino amor, porém, permanecem constantemente abertas e qualquer homem de mediana razão pode identificar a chamada para o serviço divino.

Cultivemos o bem, eliminando o mal.

Façamos luz onde a treva domine.

Conduzamos harmonia às zonas em discórdia.

Ajudemos a ignorância com o esclarecimento fraterno.

Seja o amor ao próximo nossa base essencial em toda construção no caminho evolutivo.

Até agora, temos sido pesados à economia da vida.

Filhos perdulários, ante o Orçamento Divino, temos despendido preciosas energias em numerosas existências, desviando-as para o terreno escuro das retificações difíceis ou do cárcere expiatório.

Ao que nos parece, portanto, segundo os conhecimentos que possuímos, por "acréscimo de misericórdia", já é tempo de cooperarmos fielmente com Deus, no desempenho de nossa tarefa humilde.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Lição 48.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

COM O NOSSO PRÓXIMO

Nem sempre é possível que as pessoas que convivem conosco, compartilhem
conosco da fé que nós temos dentro de nós.
Certamente, alguns desses nossos irmãos que acompanham-nos a vida, passam por momentos de desilusão e de incredulidade, revoltados com as dificuldades da vida, não aceitam a nossa fé.
Há outros ainda que caminham a largos passos para o abismo da negação de tudo, negando a Deus, a Jesus, negando a fé por mais racional que fosse.
Alguns outros ainda, certamente irão ironizar a nossa fé, a nossa confiança, desprezando por se julgarem superiores ou por julgarem que nós possamos ser criaturas ingênuas, crédulas e que nos deixamos levar por circunstâncias factóides.
Algumas vezes nós nos debateremos, proferiremos palavras duras, por querer que as pessoas nos ouçam e acreditem da mesma forma que nós acreditamos. Outras vezes, nós nos afastaremos das pessoas e nos isolaremos por considerarmos cansados de tamanho cerco, de tamanha insensibilidade e desrespeito.
Em outras ocasiões ainda, nós iremos pedir a Deus, que os faça acreditar, como se fosse possível, pelo nosso pedido, converter uma alma a acreditar naquilo que nos parece ser a verdade.
Nós vamos olhar o exemplo do Cristo.
Esteve entre nós, curou, pregou, exemplificou e entregou-se totalmente à causa do Amor, independente se as pessoas acreditavam ou não.
Mesmo quando curava alguém, não exigia nada. Só orientava: “Vá e não peques mais”.
Jesus não pregou uma religião. Jesus não fundou uma religião. Jesus não esperava que ninguém o seguisse.
Fez tudo o que fez por Amor.
Deixou a cicatriz na humanidade de tal forma, que mesmo aqueles que não o seguem, que não o consideram como o Messias, o Mensageiro de Deus, como Governador Planetário, O respeitam, O admiram.
Em momento algum, Ele debateu para que cressem Nele. Quando fazia suas preleções dizia a Verdade, muitas vezes cercado de metáforas.
Quando interrogado de forma capciosa pelas autoridades de então, a suprema inteligência do Mestre respondia com altivez humilde, sem jamais querer converter alguém à sua diretriz.
Pelo exemplo, deixou a sua marca na humanidade. Poderíamos dizer: mas... Jesus é o
Cristo! Jesus é o Mestre! Sim, é o nosso exemplo!
È o maior de todos a ser seguido.
Portanto, se porventura alguém de nosso circulo familiar entrar em debate com nossa fé, simplesmente respeite; não debata, não convença, não levante a voz. Ao contrário. Abaixe a testa. Faça o melhor de si. Dê exemplo, não cobre. Mostre qual é o caminho, porque é o único recurso de realmente ser auxiliar na conversão de alguém.

Que Jesus nos abençoe!

Psicofonia recebida no Nept em 25/11/2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

COM O NOSSO PRÓXIMO

Nem sempre é possível que as pessoas que convivem conosco, compartilhem conosco, da fé que nós temos dentro de nós.

Certamente, alguns desses nossos irmãos que acompanham-nos a vida, passam por momentos de desilusão e de incredulidade, revoltados com as dificuldades da vida, não aceitam a nossa fé.

Há outros ainda que caminham a largos passos para o abismo da negação de tudo, negando a Deus, a Jesus, negando a fé por mais racional que fosse.

Alguns outros ainda, certamente irão ironizar a nossa fé, a nossa confiança, desprezando por se julgarem superiores ou por julgarem que nós possamos ser criaturas ingênuas, crédulas e que nos deixamos levar por circunstâncias factóides.

Algumas vezes nós nos debateremos, proferiremos palavras duras, por querer que as pessoas nos ouçam e acreditem da mesma forma que nós acreditamos. Outras vezes, nós nos afastaremos das pessoas e nos isolaremos por considerarmos cansados de tamanho cerco, de tamanha insensibilidade e desrespeito.

Em outras ocasiões ainda, nós iremos pedir a Deus, que os faça acreditar,como se fosse possível, pelo nosso pedido, converter uma alma a acreditar naquilo que nos parece ser a verdade.

Nós vamos olhar o exemplo do Cristo.

Esteve entre nós, curou, pregou, exemplificou e entregou-se totalmente à causa do Amor, independente se as pessoas acreditavam ou não.

Mesmo quando curava alguém, não exigia nada. Só orientava: “Vá e não peques mais”.

Jesus não pregou uma religião. Jesus não fundou uma religião. Jesus não esperava que ninguém o seguisse.

Fez tudo o que fez por Amor.

Deixou a cicatriz na humanidade de tal forma, que mesmo aqueles que não o seguem, que não o consideram como o Messias, o Mensageiro de Deus, como Governador Planetário, O respeitam, O admiram.

Em momento algum, Ele debateu para que cressem Nele. Quando fazia suas preleções dizia a Verdade, muitas vezes cercado de metáforas.

Quando interrogado de forma capciosa pelas autoridades de então, a suprema inteligência do Mestre respondia com altivez humilde, sem jamais querer converter alguém à sua diretriz.

Pelo exemplo, deixou a sua marca na humanidade. Poderíamos dizer: mas... Jesus é o
Cristo! Jesus é o Mestre! Sim, é o nosso exemplo!

È o maior de todos a ser seguido.

Portanto, se porventura alguém de nosso circulo familiar entrar em debate com nossa fé, simplesmente respeite; não debata, não convença, não levante a voz. Ao contrário. Abaixe a testa. Faça o melhor de si. Dê exemplo, não cobre. Mostre qual é o caminho, porque é o único recurso de realmente ser auxiliar na conversão de alguém.

Que Jesus nos abençoe!

Psicofonia recebida no Nept em 25/11/2009

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Em seu benefício

Não se agaste com o ignorante; certamente, não dispõe ele das oportunidades que iluminaram seu caminho.

Evite aborrecimento com as pessoas fanatizadas; permanecem no cárcere do exclusivismo e merecem compaixão como qualquer prisioneiro.

Não se perturbe com o malcriado; o irmão intratável tem, na maioria das vezes, o fígado estragado e os nervos doentes.

Ampare o companheiro inseguro; talvez não possua o necessário, quando você detém excessos.

Não se zangue com o ingrato; provavelmente, é desorientado ou inexperiente.

Ajude ao que erra; seus pés pisam o mesmo chão, e, se você tem possibilidades de corrigir, não tem o direito de censurar.

Desculpe o desertor; ele é fraco e mais tarde voltará a lição.

Auxilie o doente; agradeça ao divino poder o equilíbrio que você está conservando.

Esqueça o acusador; ele não conhece o seu caso desde o princípio.

Perdoe ao mau; a vida se encarregará dele.

* * *

André Luiz

(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Escravos da Palavra

Você já percebeu o quanto nos tornamos escravos das palavras que falamos? De como nos conduzimos por situações difíceis pela nossa própria fala?
Os pensamentos, enquanto guardados na intimidade da casa mental, são propriedade única e exclusivamente de quem os idealiza.
Porém, o pensamento que se converte em verbo falado, passa a ser de domínio público e deveremos responder pelos reflexos dos mesmos.
A palavra que edifica, enobrece, auxilia, é tesouro que dispensamos ao caminhar.
Porém, o verbo ácido da crítica destrutiva, do comentário maledicente buscando a desmoralização alheia, ou a acusação injusta do julgamento insensato, são dificuldades que amealhamos e das quais teremos que dar conta, uma a uma.
Assim, é atitude de sabedoria vigiarmos as palavras que saem de nossa boca. Pensar antes do falar é atitude sensata que nos poupa de muitos dissabores.
Para tanto, é imperioso cultivarmos a reflexão e autoanálise do que se passa em nosso mundo íntimo, pois que a boca fala daquilo que está cheio o coração, conforme nos alerta Jesus.
Alguns pesquisadores chegam a afirmar que circulam em nossa casa mental cerca de 95.000 ideias ao dia, das quais 85.000 são repetitivas, doentias, monotemáticas.
Para que o verbo se faça construtivo, é necessário o exercício da faxina mental, para que da mente possamos exteriorizar aquilo que não nos escravize negativamente.
O exercício do silêncio interior, do isolar-se alguns instantes diariamente do mundo para se encontrar consigo mesmo é fundamental.
Ao mergulharmos no silêncio de nossa casa mental, vamos conhecendo e entendendo qual o mundo íntimo que carregamos e que, muitas das vezes, ainda se mostra totalmente desconhecido para nós mesmos.
* * *
Vigiemos nossas palavras, para que elas sejam úteis, proveitosas e edificantes. Evitemos o comentário maldoso, o julgamento precipitado ou a acusação indevida.
Ainda, preservemos o nosso falar das expressões chulas, das comparações grotescas ou das piadas vulgares. O clima emocional e psíquico, com o qual nos envolvemos, é fruto do que pensamos e do que falamos.
Se a mente ainda traz dificuldades, se os pensamentos infelizes ainda tomam nossa casa mental, muitas vezes nos perturbando, façamos o silêncio interior, deixando que lentamente aqueles pensamentos cedam espaço para outros, mais nobres e enriquecedores.
Cultivemos o verbo elegante, a palavra de consolo, os temas edificantes para que nossa boca não seja quem nos condene, fazendo-nos escravos daquilo que, de forma invigilante, expressamos com a palavra não refletida.

Redação do Momento Espírita, a partir de seminário ministrado por
Divaldo Pereira Franco, no Encontro fraterno, na praia de
Guarajuba, Bahia, em data de 05.09.09.
Em 03.12.2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Kardec e vida

Kardequização do sentimento : equilíbrio
Kardequização do raciocínio : visão
Kardequização da ciência : humanidade
Kardequização da filosofia : discernimento
Kardequização da fé : racionalidade
Kardequização da inteligência : orientação
Kardequização do estudo : esclarecimento
Kardequização do trabalho : organização
Kardequização do serviço : eficiência
Kardequização das relações : sinceridade
Kardequização do progresso : elevação
Kardequização da liberdade : disciplina
Kardequização do lar : harmonia
Kardequização do debate : proveito
Kardequização do sexo : responsabilidade
Kardequização da personalidade : autocrítica
Kardequização da corrigenda : compreensão
Kardequização da existência : caridade

Kardequizemos para evoluir com acerto à frente do Cristo de Deus. A Terra é nossa escola milenária e, em suas classes múltiplas, somos companheiros uns dos outros.

Kardequizarmo-nos na carteira de obrigações a que estamos transitoriamente jungidos é a fórmula ideal de ascensão.

Estudemos e trabalhemos sempre.

* * *

Bezerra de Menezes

[Página psicografada por Francisco Cândido Xavier]

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Bilhete Fraterno

Meu amigo, prossigamos

No trabalho, dia a dia,

Procurando com Jesus

A verdadeira alegria.

Se no caminho despontam

Problemas a resolver,

Perseveremos no bem

Cumprindo o nosso dever.

A dor faz parte da vida...

Ninguém vive sem lutar,

Mas é feliz quem já sabe

Esquecer e perdoar.

Incompreensões? Dissabores?

Não desistas de servir.

Silencia e segue em frente

Na construção do porvir.

Amanhã, após a noite,

Que a morte impõe aos teus passos,

Encontrarás, redivivo,

O Cristo a estender-te os braços!

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Brilhe vossa Luz.
Ditado pelo Espírito Casimiro Cunha.
4a edição. Araras, SP: IDE, 1987.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Defenda-se

Não converta seus ouvidos num paiol de boatos.
A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma.
Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.
As imagens que você corromper viverão corruptas na tela de sua mente.

Não faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.
Use-as na sementeira do bem.

Não menospreze sua faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis.
Você responderá pelo que fizer delas.

Não condene sua imaginação às excitações permanentes.
Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo.

Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.
Ensine-os a gozar o prazer de servir.

Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.

* * *

André Luiz

(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O Que Mais Sofremos

O que mais sofremos no mundo

Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.

Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.

Não é a doença. É o pavor de recebê-la.

Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.

Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.

Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.

Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.

Não é a injúria. É o orgulho ferido.

Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhes os alvitres.

Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.

Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflição que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.

* * *


Xavier, Francisco Cândido.
Ditado pelo Espírito Albino Teixeira.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O PÃO E A MESA

Nascemos, crescemos, tentamos aprender um ofício para que esse ofício nos possibilite os sustento de ter condições de construirmos a nossa própria existência, procurando constituir um núcleo familiar, quiçá um companheiro, uma companheira, filhos, em muitas ocasiões. É a luta diária para o pão, para o corpo, para o sustento para o corpo, que todos nós travamos na existência terrena desde todos os tempos.
Em todas as circunstâncias em que a humanidade habita a Terra, o pão espiritual entretanto, ainda não tem uma conformação que dê um sustento real para a alma encarnada que ainda padece da ignorância, esquecida da sua necessidade de ter o oficio de ligação com o Pai, que possa exercitar a tarefa da caridade que venha a possibilitar o socorro ao mais necessitado, alimentando o próprio Eu, para que se mantenha indene, íntegro em direção à Luz para a qual foi projetada.
Assim, cada alma que ainda desconhece os recursos necessários para o próprio sustento espiritual, esquece-se ou não sabe, que precisa do oficio espiritual, da profissão espiritual, da ligação com o Alto.
Mas, quais seriam os recursos, ou, qual seriam os recursos que nos encaminhariam para este oficio?
Há dois mil anos, o doce Rabi da Galiléia, esteve entre nós e possibilitou-nos conhecer todas as diretrizes que nos conduzem ao aprendizado necessário, para que possamos ser Oficiais da ligação com o Pai.
Aqueles que tem nessa ligação o recurso para mostrarem o sustento do pão espiritual que a levem adiante no processo de crescimento, desenvolvimento, aquisição da moral para que se possa erguer-se acima de todas as preocupações mundanas no auxílio da construção de um mundo melhor, porque cada um é a célula que precisa manter-se íntegra no projeto de construção de um mundo melhor.
Que nós aqui reunidos, possamos projetar em nosso íntimo as aspirações necessárias para que possamos adquirir tudo que precisamos adquirir na construção de um mundo melhor, a começar pela própria individualidade.
Assim seja!


Psicofonia recebida em 21/10/2009 - Nept

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Paciência

Desde o início da vida de encarnados, o ser humano recebe a paciência Divina, sendo acolhido nos braços da querida mamãe, para que pacientemente o ilumine, o higienize e nutra de condições para que possa alcançar a idade mais amadurecida na qual venha a acolher possibilidades na sua individualidade. E não é sem a paciência do Altíssimo que qualquer criatura humana encarnada na Terra poderá obter resultados de alcançar a idade da adolescência e mesmo da idade adulta, senão for pela infinita paciência do Pai Altíssimo que está no Céu.

Quanto amor, quanta paciência dedica-nos o nosso criador a todos os entes oferecendo-nos a oportunidade de viver, porque ao viver, nós aprendemos. Nós, mirando o exemplo do Pai Altíssimo, do Criador do Universo, poderemos pensar na necessária paciência que necessitamos ter com os mais ignorantes, com as crianças que nos cerquem, sejam as crianças que forem de qualquer idade. Aqueles nossos irmãos inquietos, mal educados, que transformam a vida num torvelinho, necessitam de paciência, necessitam da compreensão, necessitam da tolerância, da indulgência, para que o convívio se transforme em convívio bendito. Porque se nós recebemos, a infinita paciência do Pai, por que não podemos dar um pouco de paciência a todo aquele que nos cerca dia a dia?

Se não a temos ainda, é hora de desenvolvermos porque o Espiritismo nos chama a responsabilidade, porque o Espiritismo nos acolhe e nos mostra toda a nossa potencialidade.

Assim, procurando desenvolver a paciência modestamente, nos tornaremos melhores criaturas a cada dia, possibilitados de servir, e de amar, deixando de ser credor, afastando por nossa conta o mal humor mas, incentivando todo dia o bendito gesto de perdoar.

Que Jesus nos abençoe!

Psicofonia recebida em 28/10/2009 - Nept

Terapia da Oração

Recurso valioso para todo momento ou necessidade, a oração encontra-se ao alcance de quem deseja paz e realização, alterando para melhor os fatores que fomentam a vida e facultam o seu desenvolvimento.

A oração é o instrumento pelo qual a criatura fala a Deus, e a inspiração lhe chega na condição de divina resposta.

Quando alguém ora, luariza a paisagem mental e inunda-se de paz, revitalizando os fulcros da energia mantenedora da vida.

A oração sincera, feita de entrega íntima a Deus, desenvolve a percepção de realidades normalmente não detectadas, que fazem parte do mundo extrafísico.

O ser material é condensação do energético, real, transitoriamente organizado em complexos celulares para o objetivo essencial da evolução. Desarticulando-se, ou sofrendo influências degenerativas, necessita de reparos nos intrincados mecanismos vibratórios, de modo a recompor-se, reequilibrar-se e manter a harmonia indispensável, para alcançar a finalidade a que se destina.

*

O psiquismo que ora, consegue resistências no campo de energia, que converte em forças de manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.

A oração induz à paz e produz estabilidade emocional, geradora de saúde integral.

A mente que ora, sintoniza com as Fontes da Vida, enriquecendo-se de forças espirituais e lucidez.

Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza as potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.

Quando um enfermo ora, recebe valiosa transfusão de forças, que vitalizam os leucócitos para a batalha da saúde e sustentação dos campos imunológicos, restaurando-lhes as defesas.

*

O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.

O pessimista autodestrói-se, enquanto o otimista auto-sustenta-se.

Aquele que crê nas próprias possibilidades desenvolve-as, aprimora-as e maneja-as com segurança.

Aqueloutro que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e exaure-se, especialmente quando enfermo. Assemelha-se a uma vela acesa nas duas extremidades, que consome duplamente o combustível que sustenta a luz, até sua extinção.

A mente que se vincula à oração ilumina-se sem desprender vitalidade, antes haurindo-a, e mais expandindo a claridade que possui.

Envolvendo-se nas irradiações da oração a que se entregue, logrará o ser enriquecer-se de saúde, de alegria e paz, porquanto a oração é o interfone poderoso pelo qual ele fala a Deus, e por cujo meio, inspirado e pacificado, recebe a resposta do Pai.

Ao lado, portanto, de qualquer terapia prescrita, seja a oração a de maior significado e a mais simples de ser utilizada.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Educandário de luz

Ninguém se reconheceria fora da paciência e do amor que Jesus nos legou, se todos freqüentássemos a universidade da beneficência, cujos institutos de orientação funcionam, quase sempre nas áreas da retaguarda.
Aí, nos recintos da penúria, as lições são administradas, ao vivo, através das aulas inumeráveis do sofrimento.

Tanto quanto possas e, mais demoradamente nos dias de aflição, quando tudo te pareça convite ao desalento, procura experiência e compreensão nessa escola bendita, alicerçada em necessidades e lágrimas.

Se contratempos te ferem nos assuntos humanos, visita os irmãos enfermos, segregados no hospital, a fim de que possas aprender a valorizar a saúde que te permite trabalhar e renovar a esperança.

Quando te atormente a fome de sucesso nos temas afetivos e a ventura do coração se te afigure tardia, toma contato com aqueles companheiros que habitam furnas abandonadas, para quem a solidão se fez o prato de cada dia.

Ante os empeços da profissão com que o mundo te honra a existência, consagra alguns minutos a escutar o relatório dos pais de família, entregues ao desespero por lhes escassearem recursos à própria subsistência.

E, se experimentas dissabores, perante os filhos que te enriquecem a a alma de esperança e carinho, à face das tribulações que lhes gravam a vida, observa aqueles outros pequeninos que caminham nas trilhas do mundo, sem tutela de pai ou mãe que os resguarde, atirados à noite da criminalidade e da ignorância.

Matricula-te no educandário da caridade e guardarás a força da paciência.

Enriquece de cultura os dotes que te enfeitam a personalidade e realiza na terra os nobres ideais afetivos que te povoam os pensamentos, no entanto, se queres que a felicidade venha morar efetivamente contigo, auxilia igualmente a construir a felicidade dos outros.

Nosso encontro com aqueles que sofrem dificuldades e provações maiores que as nossas será sempre, em qualquer lugar, o nosso mais belo e mais duradouro encontro com Deus.

* * *

Emmanuel

Mensagem retirada do livro "Paz e Renovação" Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Bênção do Trabalho

É pela bênção do trabalho que podemos esquecer os pensamentos que nos perturbam, olvidar os assuntos amargos, servindo ao próximo, no enriquecimento de nós mesmos.

Com o trabalho, melhoramos nossa casa e engrandecemos o trecho de terra onde a Providência Divina nos situou.

Ocupando a mente, o coração e os braços nas tarefas do bem, exemplificamos a verdadeira fraternidade e adquirimos o tesouro da simpatia, com o qual angariaremos o respeito e a cooperação dos outros.

Quem não sabe ser útil não corresponde à Bondade do Céu, não atende aos seus justos deveres para com a humanidade e nem retribui a dignidade da pátria amorosa que lhe serve de mãe.

O trabalho é uma instituição de Deus.

SENDA DE PERFEIÇÃO

Quem move as mãos no serviço,
Foge à treva e à tentação.
Trabalho de cada dia
É senda de perfeição.

* * *

Meimei

(Mensagem do livro "Pai Nosso", recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier - Edição FEB.)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Nostalgia e Depressão

As síndromes de infelicidade cultivada tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.
O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre.

Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia.

A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser. lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.

Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente naturais. Quando porém, se incorpora ao dia-a-dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento emocional.

A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico.

Esse deperecimento emocional, fez-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos.

A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional.

Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, produz, sendo utilizado com precisão na função que lhe diz respeito. Quando apresenta qualquer irregularidade mecânica, perde a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça relevante, para nada mais serve.

Do mesmo modo, a depressão tem a sua repercussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento desorganizado não pode produzir como seria de desejar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados emocionais irregulares, tanto quanto esses produzem sensações e enarmonias perturbadoras na conduta psicológica.

No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido existencial, atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o sentido da vida.

À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade. Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde. Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da vida, embora sob expressivo esforço, acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo.

Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia, ansiedade, já que esse oscilar da normalidade é característica dela mesma. Todavia, quando tais ocorrências produzem infelicidade, apresentando-se como verdadeiras desgraças, eis que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os seus elementos.

A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: corpo e mente.

O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de exteriorização.

Idéias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se - tristezas, incertezas, medos, ciúmes, ansiedades - contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à medida que sejam liberados, deixando a área psicológica em que se refugiam e libertando-a da carga emocional perturbadora.

Toda castração, toda repressão produz efeitos devastadores no comportamento emocional, dando campo à instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão.

É imprescindível, portanto, que o paciente entre em contato com o seu conflito, que o libere, desse modo superando o estado depressivo.

Noutras vezes, a perda dos sentimentos, a fuga para uma aparência indiferente diante das desgraças próprias ou alheias, um falso estoicismo contribuem para que o fechar-se em si mesmo, se transforme em um permanente estado de depressão, por negar-se a amar, embora reclamando da falta de amor dos outros.

Diante de alguém que realmente se interesse pelo seu problema, o paciente pode experimentar uma explosão de lágrimas, todavia, se não estiver interessado profundamente em desembaraçar-se da couraça retentiva, fechando-se outra vez para prosseguir na atitude estóica em que se apraz, negando o mundo e as ocorrências desagradáveis, permanecerá ilhado no transtorno depressivo.

Nem sempre a depressão se expressará de forma autodestrutiva, mas com estado de coração pesado ou preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali retêm.

Para que se logre prosseguir, é comum ao paciente a adoção de uma atitude de rigidez, de determinação e desinteresse pela sua vida interna, afivelando uma máscara ao rosto, que se apresenta patibular, e podem ser percebidas no corpo essas decisões em forma de rigidez, falta de movimentos harmônicos...

Ainda podemos relacionar como psicogênese de alguns estados depressivos com impulsos suicidas, a conclusão a que o indivíduo chega, considerando-se um fracasso na sua condição, masculina ou feminina, determinando-se por não continuar a existência. A situação se torna mais grave, quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a estado depressivo com indução ao suicídio.

Esse sentimento de fracasso, de impossibilidade de êxito pode, também, originar-se em alguma agressão ou rejeição na infância, por parte do pai ou da mãe, criando uma negação pelo corpo ou por si mesmo, e, quando de causa sexual, perturbando completamente o amadurecimento e a expressão da libido.

Nesse capítulo, anotamos a forte incidência de fenômenos obsessivos, que podem desencadear o processo depressivo, abrindo espaço para o suicídio, ou se fixando, a partir do transtorno psicótico, direcionando o paciente para a etapa trágica da autodestruição.

Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos.

O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da idéia depressiva, da autocompaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação construtora.

Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força.

Naturalmente, quando o processo se instala - nostalgia que conduz à depressão - a terapia bioenergética (Reich, como também a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis.

A eleição do recurso terapêutico deve ser feita pelo paciente, se dispuser da necessária lucidez para tanto, ou a dos familiares, com melhor juízo, a fim de evitar danos compreensíveis, os quais, ocorrendo, geram mais complexidades e dificuldades de recuperação.

Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.

O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais.

* * *


Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Amor Imbatível Amor.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ANTÔNIO GONÇALVES DA SILVA "BATUÍRA"

Aos onze anos, imigrou para o Brasil, vivendo três anos no Rio de Janeiro, transferindo-se depois para Campinas (São Paulo), onde trabalhou por alguns anos na lavoura.

Mais tarde, fixou residência na Capital bandeirante, dedicando-se à venda de jornais. Naquela época, São Paulo era uma cidade de 30 mil habitantes. Ele entregava os jornais de casa em casa, conquistando nessa profissão a simpatia e a amizade dos seus fregueses. Muito ativo, correndo daqui para acolá, a gente da rua o apelidava "O BATUÍRA" (nome que o povo dava à narceja, ave pernalta, muito ligeira, de vôo rápido, que freqüenta os charcos, à volta dos lagos).

Convivendo com os acadêmicos de Direito do Largo de São Francisco passou a dedicar-se à arte teatral: montou pequeno teatro à rua Cruz Preta (depois denominada rua Senador Quintino Bocaiúva). Quando aparecia em cena, BATUÍRA era aplaudido e os estudantes lhe dedicavam versos como estes: "Salve grande Batuíra/Com seus dentes de traíra/Com seus olhos de safira/Com tua arte que me inspira/Nas cordas de minha lira/Estes versos de mentira.

Àquela altura da sua vida passou a fabricar charutos, o que fez prosperar as suas finanças. Adquiriu diversos lotes de terrenos no Lavapés, onde construiu sua residência e, ao lado, uma rua particular de casas que alugava aos humildes e que hoje se chama Rua Espírita.

De espírito humanitário e idealista, aderiu, desde logo, à Campanha Abolicionista, trabalhando denodadamente ao lado de Luiz Gama e de Antônio Bento. Em sua casa e abrigava os escravos foragidos e só os deixava sair com a Carta de Alforria.

Despertado pela Doutrina Espírita exemplificou no mais alto grau dos ensinamentos cristãos: praticava a caridade, consolava os aflitos, tratava os doentes com a Homeopatia e difundia os princípios espíritas. Fundou o jornal "Verdade e Luz", em 25 de maio de 1890, que chegou a ter uma tiragem de cinco mil exemplares. Abriu mão dos seus bens em favor dos necessitados.

A sua casa no Lavapés, que era ao mesmo tempo hospital, farmácia, albergue, escola e asilo. Ele a doou para sede da Instituição Beneficente "Verdade e Luz". Recolhia os doentes e os desamparados, infundindo-lhes a fé necessária para poderem suportar suas provas terrenas. A propósito disso dizia-se de Batuíra: "Um bando de aleijados vivia com ele". Quem chegasse à sua casa, fosse lá quem fosse, tinha cama, mesa e cobertor.

De suas primeiras núpcias com dona Brandina Maria de Jesus, teve um filho, Joaquim Gonçalves Batuíra que veio a se casar com dona Flora Augusta Gonçalves Batuíra. Das segundas núpcias teve outro filho que desencarnou aos doze anos. Mas, apesar disso, Batuíra era pai de quase toda gente. Exemplo disso foi o Zeca, que Batuíra recebeu com poucos meses e criou como seu filho adotivo, o qual se tornou continuador da sua obra na instituição beneficente que ele fundara.

Eis alguns traços da personalidade de Batuíra pela pena do festejado escritor Afonso Schmidt: "Em 1873, por ocasião da terrível epidemia de varíola que assolou a capital da Província, ele serviu de médico, de enfermeiro, de pai para os flagelados, deu-lhes não apenas o remédio e os desvelos, mas também o pão, o teto e o agasalho. Daí a popularidade de sua figura. Era baixo, entroncado e usava longas barbas que lhe cobriam o peito amplo. Com o tempo essa barba se fez branca e os amigos diziam que ele era tão bom, que se parecia com o imperador".

Batuíra era tão popular que foi citado em obras como: "História e Tradições da Cidade de São Paulo", de Ernani Silva Bueno; "A Academia de São Paulo - Tradições e Reminiscências - Estudantes, Estudantões e Estudantadas", de Almeida Nogueira; "A Cidade de São Paulo em 1900", de Alfredo Moreira Pinto. Escreveram ainda sobre ele J. B. Chagas, Afonso Schmidt, Paulo Alves Godoy e Zeus Wantuil.

Batuíra criou grupos espíritas em São Paulo, Minas Gerais, e Estado do Rio, proferiu conferências espíritas por toda parte, criou a Livraria e Editora Espírita, onde se fez impressor e tipógrafo.

Referindo-se ao seu desencarne, Afonso Schmidt escreveu: "Batuíra faleceu a 22 de Janeiro de 1909. São Paulo inteiro comove-se com o seu desaparecimento. Que idade tinha? Nem ele mesmo sabia. Mas o seu nome ficou por aí, como um clarão de bondade, de doçura, de delicadeza ao céu, dessas que se vão fazendo cada vez mais raras num mundo velho, sem porteira..."


OFERTA DO GRUPO ESPÍRITA BATUÍRA - Rua Caiubí, 1306, Perdizes, São Paulo, SP

sábado, 21 de novembro de 2009

Esforço Pessoal

As grandes conquistas da Humanidade têm começo no esforço pessoal de cada um.
Disciplinando-se e vencendo-se a si mesmo, o homem consegue agigantar-se, logrando resultados expressivos e valiosos.

Estas realizações, no entanto, têm início nele próprio.

*

E possível que não consigas descobrir novas terras, a fim de te tornares célebre. Todavia, poderás desvelar-te interiormente para o bem, fazendo-te elemento precioso no contexto social onde vives.

*

Certamente, não lograrás solucionar o problema da fome na Terra. Não obstante, poderás atender a algum esfaimado que defrontes, auxiliando a diminuir o problema geral.

*

Não terás como evitar os fenômenos sísmicos desastrosos que, periodicamente, abalam o planeta. Assim mesmo, dispões de recursos para que a onda de acidentes morais não dizime vidas preciosas ao teu lado.

De fato, não terás como impedir as enfermidades que ceifam as multidões que lhes tombam, inermes, ao contágio avassalador. Apesar disso, tens condições de oferecer as terapias preventivas do otimismo, da coragem e da esperança.

*

Diante das ameaças de guerra, das lutas e do terrorismo existentes que matam e mutilam milhões de homens, te sentes sem recursos para fazê-los cessar, mudando-lhes o rumo para a paz. Entretanto, a tua conduta pacífica e os teus esforços de amor serão instrumentos para gerar alegria e tranqüilidade onde estejas e entre aqueles com os quais compartes as tuas horas.

*

A violência urbana e a criminalidade reinantes não serão detidas ao preço dos teus mais sinceros desejos e tentativas honestas. Sem embargo, a tarefa de educação que desempenhes, modesta que seja, influenciará alguém em desalinho, evitando-lhe a queda no abismo da agressividade.

*

As sucessivas ondas de alienação mental e suicídios, que aparvalham a sociedade, não cessarão de imediato sob a ação da tua vontade. Muito embora, a tua paciência e bondade, a tua palavra de fé e de luz, conseguirão apaziguar aquele que as receba. oferecendo-lhe reajuste e renovação.

Naturalmente, o teu empenho máximo não alterará o rumo das Leis de gravitação universal. Mas, se o desejares, contribuirás para o teu e o equilíbrio do teu próximo, em torno do Sol de Primeira Grandeza que é Jesus.

*

Os problemas globais merecem respeito. Mas, os individuais, que se somam, produzindo volume, são factíveis de solução.

A inundação resulta da gota de água.

A avalanche se dá ante o deslocamento de pequenas partículas que se desarticulam.

A epidemia surge num vírus que venceu a imunização orgânica.

Desta forma, faze a tua parte, mínima que seja, e o mundo melhorar-se-á.

A sociedade, qual ocorre com o indivíduo. é o resultado de si mesma.

Reajustando-se o homem, melhora-se a comunidade.

E, partindo do teu empenho pessoal, para ser mais feliz, ampliando a área de bem-estar para outros, o mundo se fará mais ditoso e o mal baterá em retirada.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Coragem.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1988.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Fardos

Quando a ilusão o fizer sentir o peso do próprio sofrimento, como sendo opressivo e injusto, recorde que você não segue sozinho no grande roteiro.
Cada qual tolera a carga que lhe pertence.
Existem fardos de todos os tamanhos e feitios.
O poderoso arca com o peso da responsabilidade de decisões que influenciam grandemente o destino alheio.
O sacerdote sofre a tortura de um condutor de almas.
O coração materno angustia-se com a sorte de seus filhos.
O enfermo desamparado carrega as dores de sua indigência.
A criança sem ninguém sofre seu pavor.
Aprenda a entender o serviço e a luta dos semelhantes para não se supor indevidamente vítima ou herói.
No campo das provações, todos são irmãos uns dos outros, mutuamente identificados por semelhantes dificuldades, dores e sonhos.
Suporte com valor o peso de suas obrigações e caminhe.
Do acervo de pedra bruta nasce o ouro puro.
Do cascalho pesado emerge o diamante.
Do fardo que transportamos de boa vontade procedem as lições de que necessitamos para a vida maior.
Talvez você se pergunte qual a carga transportada pelos maus e levianos, que aparentemente passam pela vida isentos de provações.
Provavelmente eles, sob uma falsa aparência de vitória, vivem sob encargos singularmente mais pesados do que os seus.
Impunidade e injustiça são conceitos estranhos às leis divinas.
O céu não é um local físico predeterminado, mas um estado de consciência.
Ele somente é acessível, com seus tesouros de paz e luz, para quem está em harmonia com as leis divinas.
Nada há para invejar de quem ainda nem começou a se recompor com essas leis, por leviandade ou preguiça.
Pior ainda é a situação de quem, pela desdita de praticar o mal, está adquirindo débitos perante a vida.
Se o suor alaga sua fronte e se a lágrima lhe visita o coração, isso é um sinal de que a sua carga já está sendo aliviada.
Quem desempenha corajosamente, sem murmurações, as tarefas que lhe competem está caminhando para a plenitude de sua consciência.
Provas bem suportadas, sem desânimo ou preguiça, convertem-se de forma gradativa em tesouros de entendimento, paz e luz para a ascensão da criatura.
Lembre-se do madeiro injusto que dobrou os ombros doloridos do cristo.
Sob as vigas duras no lenho infamante jaziam ocultas as asas divinas da ressurreição para a imortalidade.
Deus criou o mundo estruturado por leis perfeitas, belas e justas.
Nesse harmônico concerto, por certo você não foi esquecido.
Sua vida não é regida por acasos.
As provações que o visitam visam a fortificá-lo, lapidá-lo, despi-lo de inferioridades que o infelicitam há longo tempo.
Não imagine, sequer por um momento, que o Pai Amoroso que Jesus nos revelou possa ser cruel.
As provas duram o tempo estritamente necessário para ajudá-lo a adquirir os valores e aprender as lições de que necessita.
Reduza sua quota de dores, dedicando-se ao bem com determinação e vigor.
Dê um basta nas reclamações e nos vícios, alegrando-se ao executar as tarefas que a vida lhe confiou.
Fardos e dificuldades não são desgraças, mas desafios a serem vencidos e superados, com otimismo e esperança.
Pense nisso.

com base no capítulo LVI do livro Segue-me!..., do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Laços de Família

Dizia o escritor russo Léon Tolstoi que a verdadeira felicidade reside dentro do lar, ao lado da esposa amada e dos filhos queridos. Realmente, ter uma família bem constituída, onde reine a concórdia, onde exista a harmonia, é ter um tesouro de inestimável valor.
Por isso, é muito gratificante a certeza de que a morte não será capaz de romper estes laços de família. A seguir são apresentados dois fatos que reafirmam o que acabo de dizer.

O primeiro aparece no livro O Gênio Céltico e o Mundo Invisível, de Léon Denis. Ele transcreve um relato da obra La légenda de la mort chez les Bretons Armoricains (escrito por Le Braz) mais ou menos nos seguintes termos:

Marie Gouriou, da vila de MinGuenn, perto de Paimpel, deitou-se uma noite depois de haver colocado perto de seu leito o berço em que dormia seu filho.

Acordada por choros durante a noite, ela viu seu quarto iluminado por uma estranha luz, e um homem inclinado sobre a criança, que a balançava levemente, cantando, em voz baixa, em refrão de marujo.

De imediato Marie Gouriou reconheceu naquele estranho exatamente o seu marido, que hà um mês havia partido para pescaria na Islândia; ela ainda notou que as suas roupas deixavam escorrer água do mar.

- Como, exclamou ela, você já está de volta? - Tome cuidado, pois você vai molhar a criança... Espere que eu me levante para acender o fogo...

Mas aquela luz se esvaneceu e, quando ela acendeu o fogo, verificou que seu esposo tinha desaparecido. Jamais voltaria a vê-lo pois que o primeiro navio vindo da Islândia trazia a notícia de que o barco em que ele havia embarcado naufragara, não se salvando ninguém, justamente na mesma noite em que Marie Gouriou tinha visto o marido debruçado sobre o leito de seu filho.

Houve o que se chama em Espiritismo mais um caso de visão de pessoas nas vizinhanças da morte visitando entes queridos, como estudou exaustivamente o astrônomo francês Camille Flammarion nos três volumes da obra A morte e o seu mistério, edição da FEB (Federação Espírita Brasileira).

O outro caso deu-se por via mediúnica, envolvendo o escritor Aldous Huxley. Como se sabe, este inglês, nascido em 1894 e talecido em 1963, escreveu novelas, sátiras, romances, ensaios, dramas, biografias e se fez famoso ao lançar em 1932, com seu espírito cético o romance Admirável Mundo Novo de maneira implacável satirizando a sociedade industrial.

O casal Ambrose A. Worral e Olga N. Worral curavam pela imposição das mãos conforme já recomendava Jesus. Neste particular, vale até a pena lembrar as palavras do espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, no livro O Consolador (questão 98):

"Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas, com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório limitado, e os elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças espirituais.

Mas voltemos ao casal Worral. Em Baltimore, eles fundaram na Igreja Metodista de Monte Washington, uma clínica para tratamento espiritual e atendiam a um grande número de pessoas diariamente. Olga Worral era clarividente e clariaudiente. Certa ocasião viajou para Rye, Estado de Nova York, para participar de um seminário durante o qual o citado romancista Huxley pronunciaria uma conferência sobre as curas espirituais.

Apresentada a ele, entre ela e o escritor começou animada conversação e, num dado momento, Olga lhe diz:

- Há uma mulher ao seu lado e me diz que se chama Maria. Declara ser sua esposa e pede que eu lhe transmita esta informação: - Diga ao Huxley que eu ouvi e compreendi cada uma de suas palavras, embora eu perdera inteiramente a consciência. Ouvi cada palavra da poesia que ele leu para mim naquela hora; por isso, sou muito grata por tudo quanto ele fez por mim.

Todos ficaram surpreendidos ao ver Aldous Huxley baixar a cabeça e chorar copiosamente. Confirmou tudo quanto Olga lhe transmitira na mensagem. E ainda acrescentou:

- Eu, para dizer a verdade, ficara imaginando se ela teria, ou não, ouvido o que eu estava lendo. Pensei que talvez fosse um esforço inútil, um tempo perdido. Você não pode imaginar como é reconfortante para mim saber que Maria estava consciente da minha presença junto dela.

Fazia apenas dois meses que a mulher havia morrido. Nenhum dos presentes conhecia esta particularidade.

Então, como disse de início, nada mais gratificante do que saber que a morte não tem forças para romper os afetuosos laços de família!... Aqueles a quem Deus ligou por vínculos de verdadeiro amor, nem a morte os separará jamais!

Celso Martins

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Aborrecimentos

Nada mais comum nas atividades terrenas do que o hábito enraizado das querelas, dos desentendimentos, das chateações.

Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.

Como um campo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos o mesmo fenômeno ocorre.

Mais do que compreensível é que você, semelhante a um menino de "pavio curto", libere adrenalina nos episódios cotidianos que desafiem a sua estabilidade emocional.

Compreensível que se agite, que se irrite, que alteie a voz, que afivele ao rosto expressões feias de diversos e matizes.

Em virtude do nível do seu mundo íntimo, tudo isso é possível de acontecer.

Contudo, você não veio à terra para fixar deficiências, mas para tratá-las, cultivando a saúde.

Você não se acha no mundo para submeter-se aos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer para os campos da razão lúcida.

Você não nasceu para se deixar levar pelo destempero, pela irritação que desarticula o equilíbrio, mas tem o dever de educar-se, porque tem na pauta da sua vida o compromisso de cooperar com Deus, à medida que cresça, que amadureça, que se enobreça.

Desse modo, os seus aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas, já começam a provocar ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis nas almas que se encontram no mundo para dar conta de compromissos abençoados com Jesus Cristo e com Seus prepostos.

Assim, observe-se mais; conheça-se no aprendizado do bem, um pouco mais. Esforce-se mais por melhorar-se.

Resista um pouco mais aos impulsos da fera que ainda ronda as suas experiências íntimas.

Aproxime-se um pouco mais dos Benfeitores Espirituais que o amparam.

Perante as perturbações alheias, aprenda a analisar e não repetir.

Diante da rebeldia de alguém, analise e retire a lição para que não faça o mesmo.

Notando a explosão violenta de alguém, reflita nas conseqüências danosas, a fim de não fazer o mesmo.

Cada esforço que você fizer por melhorar-se, por educar-se, será secundado pela ajuda de luminosos Imortais que estão, em todo tempo, investindo no seu progresso, para que, pouco a pouco, mas sempre, você se cresça e se ilumine, fazendo-se vitorioso cooperador com Deus, tendo-se superado a si mesmo, transformando suas noites morais em radiosas manhãs de perene formosura.

***

Quando você for visitado por uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponha-se a ela.

E, quando houver conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, diga, de si para consigo, cheio de justa satisfação: "fui o mais forte."

Adaptação do cap. 13 do livro 'Para uso diário', ed. Fráter Livros Espíritas.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Caridade

Caridade é , sobretudo, amizade.

Para o faminto - é o prato de sopa.

Para o triste - é a palavra consoladora.

Para o mau - é a paciência com que nos compete auxiliá-lo

Para o desesperado - é o auxílio do coração.

Para o ignorante - é o ensino despretensioso.

Para o ingrato - é o esquecimento.

Para o enfermo - é a visita pessoal.

Para o estudante - é o concurso no aprendizado.

Para a criança - é a proteção construtiva.

Para o velho - é o braço irmão.

Para o inimigo - é o silêncio.

Para o amigo - é o estímulo.

Para o transviado - é o entendimento.

Para o orgulhoso - é a humildade.

Para o colérico - é a calma.

Para o preguiçoso - é o trabalho.

Para o impulsivo - é a serenidade.

Para o leviano - é a tolerância.

Para o deserdado da Terra - é a expressão de carinho.

Caridade é amor, em manifestação incessante e crescente. É o sol de mil faces, brilhando para todos, e o gênio de mil mãos, amparando, indistintamente, na obra do bem, onde quer que se encontre, entre justos e injustos, bons e maus, felizes e infelizes, por que, onde estiver o Espírito do Senhor aí se derrama a claridade constante dela, a benefício do mundo inteiro.

Autor: Emmanuel
Psicografia de Psicografia de Chico Xavier. Da obra: Viajor

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A Doutrina do Bom-Senso

A Filosofia Espírita prima sempre pelo equilíbrio, e não pelos extremismos alienantes da rebeldia arrogante, que insulta e violenta a todos com o disparatar do verbalismo inflamado, a incendiar com a discórdia o campo da paz.

O Movimento Espírita Brasileiro está sendo agitado, por abusos cometidos pelos pseudo-sábios espíritas, que disseminam absurdos à mancheias. Os fluidistas são estudiosos da obra de Roustaing e os laicistas adversários dos roustainguistas.

Lamentavelmente com esse bate-boca, Kardec é colocado em segundo plano, ou, o que é pior, esquecido.

Fazer do espiritismo meio de dissensão é, sem dúvida nenhuma, um absurdo dos mais grosseiros. Allan Kardec, o mestre por excelência, mostrou que a educação espírita se faz de forma integral com Jesus, aliás, esse é o pensamento que dá base a toda Doutrina Espírita. Então por que toda essa algaravia em torno de Jesus?

A religião Espírita é natural, está na Natureza, porque é aonde encontramos as leis de Deus, que também está em nossa consciência. Não vai levar a nada os formalismos farasaístas, e nem a indiferença daqueles que propagam um Espiritismo sem Jesus.

Na introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Kardec em suas primeiras palavras, declara com sabedoria:

“Podem dividir-se em cinco partes as matérias nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ENSINO MORAL. As quatro primeiras têm sido objeto de CONTROVÉRSIAS: a última porém, conservou-se constantemente INATACÁVEL. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sobre o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais constituiu MATÉRIA DAS DISPUTAS RELIGIOSAS, que sempre e por toda parte se originam das questões dogmáticas. Aliás, se discutissem, nele teriam as seitas encontrado a sua própria CONDENAÇÃO, visto que, na MAIORIA, elas se agarram mais à parte MÍSTICA do que à parte MORAL, QUE EXIGE DE CADA UM A REFORMA DE SI MESMO.”

Sublinhamos algumas palavras que, é bem possível, tenham passado despercebidas daqueles que pretendem, fazer da Doutrina Espírita, um angu de caroço.

Nem oito, nem oitenta, o Espiritismo deve ser o fiel da balança das leis morais e deixar as carolices ou impertinências dos ideólogos quixotescos que pensam revolucionar o mundo, no disparatar acidulante da verborragia desvairada no matraquear desnecessário dos propagadores da discórdia.

Vamos botar a mão na consciência e lembrar que as leis de Deus, estão escritas em nossa consciência e não esquecer, que Jesus continua senso “o tipo mais perfeito” que ele é para toda humanidade, o guia e modelo que todos devemos seguir.

E para encerrar:

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.”

(Publicado no CORREIO FRATERNO DO ABC, Ano XXXIV, Nº 385, Fevereiro de 2003)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Olhares

Vivemos ocupados, procurando motivações para alegrar, para entorpecer nossa consciência, esquecidos que há sempre algo mais profundo, nem sempre tão alegre, nem sempre tão motivador, mas que poderia nos dar uma diretriz mais adequada.
As sensações entorpecem, atenuam, maquilam e desviam o ser humano de sua realidade, para uma surrealidade ocasional, o que transforma o homem em uma máquina que busca o prazer sensorial, mas não proporcionam a solução para as dores que visitam cada um em várias oportunidades da existência.
Ignora o ser encarnado que as provas não se restringem ao período no qual ele habita a carne, mas que se estende para além dela, ressonando na alma desprendida da matéria pelo período necessário para que suas dificuldades sejam depuradas.
Ignora que há algo mais para ser vivido, além das aparências, além do que se vê, do que se sente, enfim, em outra dimensão, mais sutil, mais verdadeira, mais autêntica.
Por isso, as sensações modulam o equívoco e levam para a ilusão, conduzindo a humanidade para a dependência do insaciável.
O despertar virá, em breve. Será às custas de choro e ranger de dentes, mas virá. O custo real é a dor da transformação, do processo de desprendimento dos velhos costumes, para o surgir de um novo ser que se permita entender e viver em mais alto patamar.
Para ele, o despertar, a melhor ferramenta é a Doutrina dos Espíritos, que ilumina e esclarece, retirando a humanidade das trevas e da ignorância.
Olhar para Ela, a Doutrina Espírita, é conquistar possibilidades para o Alto. É dar-se a chance de se libertar, por aprender o perdão, a caridade, a humildade, a boa vontade, o sincero desejo de servir.
Ela é a palavra do Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida.

Tagore
psicografia NEPT novembro de 2009.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A importância das palestras

Normalmente o primeiro contato com a Doutrina se dá através do livro, do passe ou das palestras. Todavia, é através da palestra que a casa espírita apresenta o Espiritismo de maneira mais clara e direta para o público.

Assim, deve ser priorizada tal atividade na seara espírita, formando palestrantes com bom conhecimento doutrinário, mas que também tratem de continuamente se aperfeiçoarem no uso da palavra na tribuna.

Os palestrantes também podem buscar se afinizar com os modernos recursos audiovisuais, sabendo utilizá-los, fazendo com que a mensagem seja melhor oferecida, sendo mais atraente.

A exposição na tribuna espírita precisa procurar sempre envolver o tríplice aspecto do Espiritismo. A palestra pode até tomar a conformação de um sermão religioso, afinal, o Espiritismo é, também uma religião, mas recorrer à boa argumentação que traga a filosofia, a ciência e a proposta ético-moral da Doutrina Espírita, no consórcio permanente da razão com a fé esclarecida é importante para enfatizar as características desta bendita Doutrina que nos acolhe.

De preferência os temas devem ser previamente escolhidos e divulgados, para um melhor aprofundamento dos estudos, orientando os participantes sobre o que será abordado.

Pode ser dada a oportunidade de reservar, pelo menos, alguns minutos para a realização de perguntas pela assistência, pois às vezes o palestrante deixou de abordar algum assunto dentro do tema ou quem ouviu quer um esclarecimento a mais.

Pode ser dada a chance também para que em um determinado dia a assistência escolha o tema que quer ouvir, proporcionando a interatividade, otimizando o fluxo de idéias com a democratização da divulgação doutrinária.

Resta dizer que os responsáveis pela escala das palestras, ou o encarregado do departamento doutrinário, devem conhecer o palestrante, sua formação espírita, possuindo referências do mesmo, evitando que a tribuna seja lugar de pessoas sem compromisso com o Espiritismo e até de aventureiros. E o palestrante tem que conhecer a casa, buscando informações sobre a mesma, entrando em contato com os seus dirigentes, a fim de que o seu mister seja bem desempenhado.