Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Uma advertência para os médiuns


Incontestavelmente todos os médiuns estão chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida de sua faculdade. Mas há bem poucos que não se deixem cair nas malhas do amor próprio.

É uma pedra de toque que raramente deixa de produzir efeitos.

Assim, em cem médiuns, apenas encontrareis um, ínfimo que seja, que, nos pródromos de sua mediunidade, não se julgue chamado a produzir resultados superiores e predestinado a grandes missões.

Os que sucumbem a essa vã esperança — e grande é o seu número — tornam-se presa de Espíritos obsessores, que não tardam a subjugá-los, lisonjeando-lhes o orgulho e os tomando por seu ponto fraco.

Quanto mais querem elevar-se, mais ridícula é a queda, quando não desastrosa.

As grandes missões não são confiadas senão a homens de escol; e Deus mesmo os coloca, sem que as busquem eles, no meio e na posição em que seu concurso poderá ser eficaz.

Nunca recomendarei demais aos médiuns experimentados que desconfiem do que certos Espíritos lhes poderão dizer, no tocante ao papel que são chamados a representar.

Porque, se os tomarem a sério, só colherão desapontamentos neste mundo e um severo castigo no outro. Que se persuadam bem que, na esfera modesta e obscura onde se acham colocados, podem prestar grandes serviços, ajudando a conversão dos incrédulos, ou consolando os aflitos.

Se daí devem sair, serão conduzidos por mão invisível, que prepara os caminhos, pondo-os em evidência, por assim dizer, malgrado seu.

Que se lembrem destas palavras: “ Aquele que se exalta será humilhado; e aquele que se humilha será exaltado".

O ESPÍRITO DE VERDADE

O Livro dos Médiuns / 17b - Capítulo XXXI parágrafo XV

terça-feira, 30 de maio de 2017

Conjecturas sobre a Vida


A Vida nos aparece desde logo como resultado de uma colaboração íntima entre dois fatores absolutamente solidários, igualmente impotentes um sem o outro, e sem a união dos quais estaciona qualquer expansão vital.

Estes dois fatores são, ...

de um lado, a forma vital ou inicial do ser;

do outro, a força físico-química dos meios da matéria.

Ainda por outro lado, vemos que a Vida só subsiste pelo encadeamento de duas ordens de fenômenos indivisivelmente unidos:

Os fenômenos funcionais ou de despesa vital, pelos quais se vai consumindo a matéria viva nos órgãos em função.

Os fenômenos plásticos ou de organização nutritiva, pelos quais se formam as reservas de nutrição e se regeneram os tecidos pelos órgãos em repouso.

A Vida, procedendo assim por eliminações e reabsorções, sucessivas, se entretém, pois, por um duplo movimento de irradiação e atração, cuja alternativa obedece regularmente às forças centrífugas e centrípetas.

Do mesmo modo que a pêndula de um cronômetro, com as suas oscilações para a direita e para a esquerda da vertical, deixa continuamente o ponto de equilíbrio e volta sempre para ele, formando um equilíbrio instável em cada pancada obtida e em cada pancada destruída, assim também se nos apresenta a vida como a imagem de um equilíbrio oscilatório produzido por um trabalho incessante de desassimilação e assimilação.

A saúde, isto é, a integridade de toda Vida, prende-se à regularidade


Bernard

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Temas atuais


A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação.

Observada a ocorrência, mais com os preconceitos da sociedade, constituída na Terra pela maioria heterossexual, do que com as verdades simples da vida, essa mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, com o próprio desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais.

A coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência.

A vida espiritual pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas.

O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.

Em face disso, a individualidade em trânsito, da experiência feminina para a masculina ou vice-versa, ao envergar o casulo_físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação masculina que o segregue, verificando-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas circunstâncias.

Obviamente compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas.

O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins.

E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, conseqüentemente, na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam.

Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia.
Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um.

VIDA e SEXO - Francisco Cândido Xavier – ditado pelo espírito EMMANUEL

sábado, 27 de maio de 2017

Apocalipse de João


Alguns anos antes de terminar o primeiro século, após o advento da nova doutrina, já as forças espirituais operam uma análise da situação amargurosa do mundo, em face do porvir.

Sob a égide de Jesus, estabelecem novas linhas de progresso para a civilização, assinalando os traços iniciais dos países europeus dos tempos modernos.

Roma já não representa, então, para o plano invisível, senão um foco infeccioso que é preciso neutralizar ou remover. Todas as dádivas do Alto haviam sido desprezadas pela cidade imperial, transformada num vesúvio de paixões e de esgotamentos.

O Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e aflito, lê a linguagem simbólica do invisível.

Recomenda-lhe o Senhor que entregue os seus conhecimentos ao planeta como advertência a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o velho Apóstolo de Patmos transmite aos seus discípulos as advertências extraordinárias do Apocalipse.

Todos os fatos posteriores à existência de João estão ali previstos.

É verdade que freqüentemente a descrição apostólica penetra o terreno mais obscuro; vê-se que a sua expressão humana não pôde copiar fielmente a expressão divina das suas visões de palpitante interesse para a história da Humanidade.

As guerras, as nações futuras, os tormentos porvindouros, o comercialismo, as lutas ideológicas da civilização ocidental, estão ali pormenorizadamente entrevistos.

E a figura mais dolorosa, ali relacionada, que ainda hoje se oferece à visão do mundo moderno, é bem aquela da igreja transviada de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada com o sangue dos santos.

Emmanuel

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Crueldade


A crueldade não deriva da falta de desenvolvimento do senso moral, porquanto o senso moral existe, como princípio, em todos os homens.

É esse senso moral que dos seres cruéis fará mais tarde seres bons e humanos.

Ele, pois, existe no selvagem, mas como o princípio do perfume no gérmen da flor que ainda não desabrochou.

Em estado rudimentar ou latente, todas as faculdades existem no homem.

Desenvolvem-se, conforme lhes sejam mais ou menos favoráveis as circunstâncias.

O desenvolvimento excessivo de uma detém ou neutraliza o das outras.

A sobre-excitação dos instintos materiais abafa, por assim dizer, o senso moral, como o desenvolvimento do senso moral enfraquece pouco a pouco as faculdades puramente animais.

Pequeno trecho do Livro dos Espíritos

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Água fluidificada


A água pode ser fluidificada, de modo geral, em benefício de todos; todavia, pode ocorrer em caráter particular para determinado enfermo, e, neste caso, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo.

Quanto às condições para que os Espíritos benevolentes possam fluidificar a água, independe da presença de médiuns curadores - isto é importante de ressaltar, bem como das reuniões mediúnicas ou sessões de tratamento.

Os recursos dos guias espirituais, nessa esfera de ação, podem independer do concurso medianímico, considerando o problema dos méritos individuais e da necessidade do enfermo.

A caridade não atende a situações especializadas e os Espíritos encarregados de amparar a humanidade muitas vezes fluidificam (por assim dizer) a água para o auxílio de muitas pessoas, no objetivo de auxilar, amparar, aliviar as dores e até mesmo curar.

Até mesmo independente da Fé de cada um.

Não é necessário colocar a água num recinto específico para que ela possa ser adequadamente magnetizada pelos Espíritos benevolentes. Basta a prece e o pedido ao Alto (pedi e obtereis) no ambiente doméstico para que isso ocorra.


25 de maio de 2017
Militão Pacheco

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Aura Humana


Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações e que essas radiações se articulem, através de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear por "tecidos de força”, em torno dos corpos que as exteriorizam.

Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um “halo energético” que lhes corresponde à natureza.

No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura.

Nas reentrâncias e ligações sutis dessa túnica eletromagnética de que o homem se entraja, circula o pensamento, colorindo-a com as vibrações e imagens de que se constitui, ai exibindo, em primeira mão, as solicitações e os quadros que improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas que demanda.

Ai temos, nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a aura humana, peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo que parece emergir dele, à maneira de campo de formato aproximadamente oval, ainda que com a feição irregular em que se configura, valendo por espelho sensível em que todos os estados da alma se estampam com sinais característicos e em que todas as ideias se evidenciam, plasmando telas vivas, quando perduram em vigor e semelhança como no cinematógrafo comum.


Evolução em Dois Mundos - André Luis

terça-feira, 23 de maio de 2017

A consciência divina em nós


Uma menina de grande beleza estava oculta sob um espesso véu cinza no qual estava pintado um rosto feio. Assim, a verdade de seu ser estava guardada em segredo e poucos se aventuraram a aproximar-se dela pela sua aparência pouco atraente.

Ela cresceu e se deu conta de que a causa de sua solidão e tristeza, a perda de sua liberdade de movimento e saúde, se devia aos véus. Porém ela estava tão acostumada àquela situação que acreditava não ser possível sobreviver sem eles.

Entretanto, ela teve a sorte de encontrar um “mentor iluminado” de outro país, e finalmente foi convencida a descartar ao menos um véu. Depois de muito procurar pela força interior para fazer isso, implorou ao seu “mentor” que a ajudasse. Ele levantou as mãos dela e juntos tiraram o véu no qual estava pintado o rosto feio.

Ela se sentiu muito melhor por ter feito aquilo. Começou a sentir uma certa alegria. Depois de um tempo, ela estava ansiosa para descartar outro véu e de novo seu “mentor” veio e a ajudou a tirá-lo. E assim continuou.

Quanto mais véus retirava, mais leve se tornava e gradualmente vislumbrou a realidade da natureza que a rodeava, podendo ver as árvores com clareza, os pássaros nos galhos e escutava encantada os seus maravilhosos cantos.

Ela viu a beleza nos rostos dos outros e começou a sentir o fluxo do amor em seu coração. A vida agora estava se transformando em um presente verdadeiramente Divino a ser apreciado. Diariamente agradecia ao seu “mentor” por ajudá-la a se transformar em uma pessoa tão feliz.

Finalmente chegou o tempo em que já não suportava mais o último véu que a envolvia. Ela sabia que aquele véu a estava separando da luz, beleza, harmonia e contato amoroso com outras pessoas belas. Embora não soubesse como podería se arrumar sem ele, se retirou em silêncio junto com seu mentor e pediu que o último véu fosse removido.

Aquele foi um tempo de agonia, já que o véu parecia ser parte do seu ser. Mas ela pediu e suplicou e em um momento de brilhante Luz, o véu queimou e se desprendeu dela. A forma que restou era a sua Realidade - e ela entrou em uma perfeita liberdade interior!

Entretanto, sua Realidade individualizada agora tinha que encontrar um modo de funcionar no ambiente. Isso foi inesperadamente difícil, pois a sua percepção de Realidade ao redor e em seu interior era tão clara e transcendente, que tinha mudado radicalmente sua comunicação com os outros. Já não estava em paz em seu meio social e profissional, nem podería permanecer como membro de sua comunidade.

As pessoas olhavam para ela e diziam “Oh, é assim que você é, não tem nenhum véu, que horror! Nós achamos você muito estranha - inclusive um pouco louca”. E deram as costas à ela.

O que você pensa que ela fez? Voltou ao tempo em que usava véus tão pesados quanto os outros? Não, ela havia encontrado tamanha paz, alegria e satisfação de suas necessidades que deixou sua comunidade e se retirou, unindo-se a outras almas que reconheceram sua verdadeira identidade e responderam a ela com amor e alegria.

Diga-me, sua personalidade, seus véus, foram transformados? Não, com a ajuda de seu “mentor” ela retirou seus próprios véus, quando foi convencida por ele (a CONSCIÊNCIA DIVINA da VIDA) de que isso era o correto a fazer. Ao remover as diferentes camadas de véus, aproximou-se mais e mais do conhecimento íntimo da Realidade - Alma que estava escondida por seus véus (sua personalidade).

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Numerologia


Uma opinião isolada nos conduzirá a muitas análises nos domínios da chamada numerologia, fugindo ao escopo de nossas cogitações espirituais.

Os números, como as vibrações, possuem a sua mística natural, mas, em face de nossos imperativos de educação, temos de convir que todos os números, como todas as vibrações, serão sagrados para nós, quando houvermos santificado o coração para Deus, sendo justo, nesse particular, copiarmos a antiga observação do Cristo sobre o sábado, esclarecendo que os números foram feitos para os homens, porém, os homens não foram criados para os números.



Emmanuel / O Consolador

sábado, 20 de maio de 2017

Viagem com o Cristo


Desespero, aflição, desencanto, rebeldia, ódio, desequilíbrio, obsessão e loucura são males que nem sempre o apoio amoedado consegue socorrer.

Para a eliminação da penúria de espírito, essencialmente, só existe um remédio – o Amor - no entanto, para que o Amor se transfira por bênção, de criatura a criatura, é imperioso aprendamos a dividir, uns com os outros, as infinitas riquezas do coração.

Para isso, é necessário adquirir tais riquezas, a entender: simplicidade para com a Vida, misericórdia para com os outros, coragem para enfrentar os obstáculos, confiança em Deus (Fé), estar sempre disposto(a) a aprender (humildade, de certa forma), ter disciplina e ter vontade para seguir adiante.

Estas características adquiridas movem a criatura humana para o Alto e servem de exemplo real para as demais pessoas com as quais convivemos.

O "mapa" para a jornada? O Evangelho Segundo o Espiritismo.

O "guia" para a jornada? Jesus Cristo.

Boa viagem!


Militão Pacheco
20 de maio de 2017

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Governar os pensamentos


"A cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança, criam zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se campo fértil à cultura de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência.

Nossas emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços."

Somos verdadeiros governadores de nossa organização física; incontáveis células (Seres, indivíduos) estão sob a tutela de nossos pensamentos.

O que pensamos, irradiamos para todo o corpo. Cada célula recebe os influxos de nossas ideações, de nossos pensamentos.

Quanto mais saudáveis nossos pensamentos, mais equilibradas nossas células, nossos tecidos e nossos órgãos permanecerão; quanto maior a desarmonia gerada por nossos ideais, maior a desarmonia levada para cada célula, aumentando as possibilidades de apoptose e desestruturação genética.

Assim, a educação mental e a higiene mental são fundamentais na busca do equilíbrio geral e da condição de Saúde física, a partir da Saúde espiritual.

Aproveite o Evangelho Segundo o Espiritismo como refúgio, como manual para a Vida. Ele pode lhe auxiliar a mudar a faixa de pensamentos para um nível acima do habitual, favorecendo seu equilíbrio espiritual, mental e orgânico.

"É muito importante combater as moléstias do corpo, mas ninguém conseguirá eliminar efeitos, quando as causas permanecem.

Usa os remédios humanos, todavia inclina-te para Jesus e renova-te, espiritualmente, nas lições de seu amor.

A doença, quando não seja a advertência das células queixosas do tirânico senhor que as domina, é a mensageira amiga, convidando a meditações necessárias."


Militão Pacheco
19 de maio de 2017

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Código Penal da Vida Futura comentado


CAPÍTULO VII – AS PENAS FUTURAS SEGUNDO O ESPIRITISMO

Seção: CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA

Trata das leis que regem o Espírito no futuro, com base em leis da Natureza e empiricamente observadas e sabidas através das comunicações recebidas até então. Não se trata de mera divagação, mas sim de sério conteúdo que norteia as ações de hoje, as sementes plantas, que serão colhidas futuramente de acordo com estes parágrafos.

1°) A Alma ou Espírito sofre na vida espiritual as consequências de todas as imperfeições de que não se libertou durante a vida corpórea. Seu estado feliz ou infeliz é inerente ao grau de sua depuração ou das suas imperfeições.

As imperfeições aqui referidas são de caráter moral, significam muitas vezes o egoísmo, a vaidade, a recusa da morte e da continuidade humilde da existência, já que nenhum de nós será um “rei” após o desencarne, mas sim um mero Espírito em busca de melhora ou evolução. É o resumo da lei de Ação e Reação, que impacta até o fim de nossa luta contra as imperfeições.

2°) A felicidade perfeita é inerente à perfeição, quer dizer a purificação completa do Espírito. Toda imperfeição é ao mesmo tempo uma causa de sofrimento e de privação de ventura, da mesma maneira que toda qualidade adquirida é uma causa de ventura e de atenuação dos sofrimentos.

Nossa ideia de perfeição ainda é frágil, e o maior exemplo do que talvez seja próximo da perfeição, foi Jesus Cristo. Através de seus ensinamentos e exemplos, sabemos o que evitar e no que progredir. A perfeição traz a felicidade perfeita, não no sentido de alegria, mas no sentido de plenitude, e a medida que pode ser usada é cada pequeno sucesso que atingimos na reforma íntima, que já causa um sentimento benéfico em vários aspectos. No entanto, não é possível compreender a perfeição ainda.

3°) Não há uma só imperfeição da alma que não acarrete consequências desagradáveis, inevitáveis, e não há uma só qualidade boa que não seja fonte de ventura. A soma das penas é assim proporcional à soma das imperfeições, como a dos gozos é proporcionada à soma das boas qualidades.

As imperfeições são iniciadas na moral e transmitidas pelo pensamento em ações. As qualidades também seguem esse preceito, e são as somas destes posicionamentos que resultam em sofrimento ou alegria.

4°) Em virtude da lei do progresso, tendo cada alma a possibilidade de conquistar o bem que lhe falta e libertar-se do que possui de mal, segundo os seus esforços e a sua vontade, resulta que o futuro está aberto para qualquer criatura. Deus não repudia nenhum de seus filhos. Ele os recebe em seu seio à medida que eles atingem a perfeição, ficando assim a cada um o mérito das suas obras.

5°) O sofrimento sendo inerente à imperfeição, como a felicidade é inerente à perfeição, a alma leva em si mesma o seu próprio castigo onde quer que se encontre. Não há pois necessidade de um lugar circunscrito para ela.

Os artigos 4 e 5 são complementares, já que não há sofrimento eterno nem penas absolutas, mas sim a colheita do que foi plantado. Como sempre, a Misericórdia Divina providencia novas chances para nossa melhora e depuração, quando podemos utilizar dos conhecimentos novos e da vontade sincera para progredir. Quando se pensa em “inferno”, devemos pensar em um estado de consciência, não um local fixo.

6°) O bem e o mal que praticamos são resultados das boas e das más qualidades que possuímos. Não fazer o bem que se pode fazer é uma prova de imperfeição.

A comodidade da omissão também é considerado um mal. Deixar de agir é permitir que o bem não seja concretizado, e a caridade seja negligenciada.

7°) O Espírito sofre segundo o que fez sofrer, de maneira que sua atenção estando incessantemente voltada para as consequências desse mal, ele compreende melhor os inconvenientes do seu procedimento e é levado a se corrigir.

O sofrimento nunca é despropositado ou desproporcional, isso seria negar a perfeição da Natureza, criada pela providência de Deus. Quando estamos imersos em sofrimento, não estamos sendo punidos, estamos desfrutando da chance de entender o mal que causamos, como se puxássemos uma corrente até chegar ao seu início, entendendo que cada elo foi uma ação errada ou inconsequente que tomamos. Com o entendimento total da cadeia de acontecimentos que levam ao sofrimento, somos capazes de assimilar e melhorar o ponto que antes era um defeito. Podemos forjar elos melhores e mais fortes no bem.

8°) A justiça de Deus sendo infinita, todo o mal e todo o bem são rigorosamente levados em conta. Se não há uma única ação má, um só mau pensamento que não tenha consequências fatais, também não há uma única ação boa, um só bom movimento da alma, numa palavra, o mais ligeiro mérito que fique perdido. E isso, mesmo entre os mais perversos, porque representam um começo de progresso.

Especialmente nos mais perversos, o peso de cada bom pensamento e de cada boa ação é enorme, já que representam um passo importante na melhora e luta contra as próprias imperfeições. A Misericórdia Divina estará presente para todos aqueles que buscarem sincera ajuda e caminho correto.

“Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (Lucas 15:7).

9°) Toda falta que se comete, todo mal praticado é uma dívida contraída e que tem que ser paga. Se não for nesta existência, será na próxima ou nas seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquilo que se paga na existência presente não será cobrado na seguinte.

10°) O Espírito sofre de acordo com as suas imperfeições, seja no mundo espiritual, seja no corporal. Todas as misérias, todas as dificuldades que ele enfrenta na vida corpórea são as consequências de suas próprias imperfeições, as expiações de faltas cometidas nesta mesma existência ou nas existências anteriores.

Como já dito, a Justiça Divina é reflexo da perfeição Divina, ou seja, não está sujeita a falhas e especialmente a injustiças. A percepção de “injustiça” é consequência direta de nossa ignorância e inobservância do funcionamento deste código. A atemporalidade e a reencarnação são recursos sagrados e eternos que nos garantem a esperança de nos depurar cada vez mais. Por isso os dois parágrafos acima (Art. 9 e 10) são complementares.

11°) A expiação varia segundo a natureza e a gravidade da falta. A mesma falta pode assim provocar expiações diferentes, segundo as circunstâncias atenuantes ou agravantes nas quais ela foi cometida.

12°) Não há, no tocante à natureza e a duração do castigo, nenhuma regra absoluta e uniforme. A única lei geral é a de que toda falta recebe uma punição e toda boa ação tem a sua recompensa segundo o seu valor.

13°) A duração do castigo está subordinada ao melhoramento do Espírito culpado. Nenhuma condenação é pronunciada contra ele por tempo determinado. O que Deus exige para termo dos sofrimentos é uma melhora verdadeira, efetiva, com um retorno sincero ao bem.

O Espírito é assim e sempre o árbitro do seu próprio destino. Pode prolongar os seus sofrimentos pelo seu endurecimento no mal e abrandá-los e até mesmo abreviá-los pelos seus esforços em praticar o bem.

Já que não existe inferno ou penas eternas, o sofrimento será demorado o tanto quanto demorarmos para entender seus motivos e razões. Como não existe injustiça, o despertar de uma consciência correta e moral elevada, possibilitará a resolução do mal, dissolvendo-o no bem e na prática da caridade. A duração só depende do agente. Um dos maiores erros da humanidade atual é a de culpar Deus por seus problemas, quando Aquele foi benévolo o suficiente para nos conceder chances de melhoramento e até abreviação destes.

14°) A duração do castigo estando subordinada ao melhoramento do Espírito, disso resulta que o culpado que não se melhorasse continuaria sofrendo sempre, e que para ele a pena seria eterna.

15°) Uma condição que é inerente à inferioridade dos Espíritos é a de não ver o termo de sua situação e acreditar que sofrem para sempre. Isso faz que para eles o castigo pareça eterno.

Partindo da ideia de que o nível da consciência espiritual de cada um é compatível com o que ele demonstrava em vida, as percepções e a proporção de tempo x espaço também é mutável. O que parece eterno na realidade espiritual , não necessariamente representa longo período relativo ao mundo material. Além disso, nosso livre arbítrio nos permite insistir no caminho do mal por tempo indeterminado, colhendo as devidas consequências.

16°) O arrependimento é o primeiro passo para o melhoramento. Mas ele apenas não basta, sendo necessárias ainda a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e as suas consequências.

17°) O arrependimento pode ocorrer em qualquer lugar e tempo. Se ele for tardio, o culpado sofre por mais tempo.

(…) Aquele que não repara os seus erros nesta vida, por fraqueza ou má vontade, tornará a encontrar-se, numa outra existência, com as mesmas pessoas que ofendeu, e em condições escolhidas por ele mesmo para poder provar-lhes o seu devotamento, fazendo-lhes tanto bem quanto o mal que havia feito.

Nem todas as faltas acarretam um prejuízo direto e efetivo. Nesses casos, a reparação se realiza fazendo-se o que se deixou de fazer, cumprindo-se os deveres que foram negligenciados ou desprezados, as missões em que se tenha falido, praticando-se o bem reparador do mal que se fez. Isso quer dizer, sendo humilde quando se foi orgulhoso, bondoso quando se foi duro, caridoso quando se foi egoísta, benevolente quando se foi maldoso, trabalhador quando se foi preguiçoso, útil quando se foi inútil, temperante quando se foi dissoluto, bom exemplo quando se foi mau e assim por diante. É dessa maneira que o Espírito progride, tornando proveitoso o seu passado.

Arrependimento – Tomada de consciência sobre o que foi feito de errado e sobre o que deve ser corrigido;

Expiação – Sofrimento ou dificuldade que leva à total entendimento e depuração do mal causado;

Reparação – Quando já existe condições de reparar o que foi feito de errado ou mal perante os prejudicados. Serve como resgate de débitos e é uma chance de se provar o progresso real da moral.

Cada um destes três passos são enormes conquistas, de alta dificuldade em nosso estágio evolutivo. É sempre motivo de comemoração íntima quando suportamos e vencemos alguma viciação própria. É uma superação.

18°) Os Espíritos imperfeitos são afastados dos mundos felizes porque perturbariam a sua harmonia. Permanecem nos mundos inferiores onde expiam as suas faltas pelas tribulações da vida e se libertam das suas imperfeições, até merecerem encarnar-se em mundos moral e fisicamente mais adiantados.

Até porque os mundos felizes assim o são, devido a capacidade de seus habitantes de compartilhar essa felicidade em alta moral.

19°) Como o Espírito conserva sempre o seu livre-arbítrio, melhora às vezes de maneira lenta e sua obstinação no mal é bastante tenaz. Pode persistir nessa situação durante anos e séculos, mas chega sempre o momento em que a sua teimosia em desafiar a justiça de Deus se abate diante do sofrimento, e então, malgrado a sua fanfarronice, ele reconhece o poder superior que o domina. Desde o momento em que manifesta as primeiras luzes do arrependimento, Deus o faz entrever a esperança.

Este ponto já foi tratado nos parágrafos anteriores. Um dos maiores motivadores de estagnação no sofrimento está o orgulho. O sistema humano de poder pressupõe uma democracia em sua melhor forma, onde tudo e todos são discutíveis em vários aspectos. No entanto a Justiça Divina não está em discussão, já que foi feita por Deus e a perfeição permeia toda Criação. A hierarquia neste caso não acontece pelo poder, acontece pelo nível moral, e essa concepção tênue é de difícil assimilação para aqueles que são reféns do orgulho e da vaidade, já que para eles, a perfeição é a sua imagem.

20°) Sejam quais forem a inferioridade e a perversidade dos Espíritos, Deus jamais os abandona. Todos têm o seu anjo da guarda que vela por eles, vigia as expansões da sua alma e se esforça para despertar-lhes bons pensamentos, desejos de progredir e de reparar numa nova existência o mal que tenham feito. Não obstante, o guia ou protetor age na maioria das vezes de maneira oculta, sem exercer nenhuma pressão. O Espírito deve melhorar-se pela força de sua própria vontade e não por força de qualquer constrangimento. Deve agir bem ou mal em virtude de seu livre-arbítrio, sem ser fatalmente empurrado num sentido ou noutro. Se fizer o mal, sofrerá as suas consequências enquanto permanecer no mau caminho. Desde que dê um passo em direção ao bem sentirá imediatamente os seus resultados.


Os perversos e os menos perversos (já que os bons são muito raros), sempre são assessorados pelo anjo da guarda que cuida de suas vidas. A questão é que precisamos manter uma boa sintonia e vontade para ouvir seus conselhos e assimilar suas ideias, que sempre conduzirão à melhor moral (e atitudes) possível. Algo parecido com que Jesus disse na parábola do semeador com:

“bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram”. (Mateus 13, 16-17).

Sempre temos condições de receber o auxílio Divino, desde que saibamos ouvir seus conselhos. Muitas vezes (quase todas) ouvimos as sugestões mentalmente, mas ignoramos totalmente em debates mentais cujo conteúdo simplesmente é automático para nós.

A PARTIR DESTE PONTO, KARDEC INICIA UMA IDENTIFICAÇÃO DA TIPOLOGIA DOS SOFRIMENTOS E UM RESUMO DESTE CÓDIGO PENAL QUE ACABA SENDO TAMBÉM UM RESUMO DA LEI DE AÇÃO E REAÇÃO, NÃO HAVENDO MAIS O QUE ACRESCENTAR DE ÚTIL.

21°) Cada um só é responsável pelas suas próprias faltas. Ninguém sofre penalidades pelas faltas alheias, a menos que para isso tenha dado algum motivo, seja provocando-as pelo seu exemplo, seja deixando de impedi-las quando podia fazê-lo.

É assim, por exemplo, que o suicida é sempre punido, mas aquele que, por sua dureza de coração, leva um indivíduo ao desespero e daí ao suicídio, sofre uma pena ainda maior.

22°) Embora a diversidade de punições seja infinita, existem as que são inerentes à inferioridade dos Espíritos e cujas consequências, salvo algumas nuanças, são mais ou menos idênticas. A punição mais comum, entre os que são sobretudo apegados à vida material e negligenciam o progresso espiritual, consiste na lentidão com que se processa a separação da alma e do corpo, e portanto nas angústias que acompanham a morte e o despertar na outra vida, na duração das perturbações que podem então durar desde meses até anos. Entre os que, pelo contrário, tendo uma consciência pura, identificam-se durante a vida corpórea com a vida espiritual e libertam-se das coisas materiais, a separação é rápida, sem dificuldades, e o despertar aprazível, sendo a perturbação quase inexistente.

23°) Um fenômeno muito frequente entre os Espíritos de um certo grau de inferioridade moral consiste em se acreditarem ainda vivos após a morte, e essa ilusão pode se prolongar durante anos, através dos quais eles experimentam todas as necessidades, todos os tormentos e todas as perplexidades da vida.

24°) Para o criminoso, a visão incessante de suas vítimas e das circunstâncias do crime é um suplício cruel.

25°) Alguns Espíritos são mergulhados em trevas espessas. Outros são postos num isolamento absoluto, no espaço, atormentados pelo fato de não saberem qual a sua condição e o seu destino. Os maiores culpados sofrem torturas que são tanto mais pungentes quanto ignoram o seu fim. Muitos ficam privados de verem os seus seres queridos. Todos, em geral, passam por sofrimentos cuja intensidade é relativa aos males que praticaram, às dores e necessidades que fizeram os outros sofrer, até que o arrependimento e o desejo de reparação, venham trazer-lhes um abrandamento ao fazê-los entrever a possibilidade de dar, por si mesmos, um fim a essa situação.

26°) É um suplício para o orgulhoso ver acima dele, gloriosos e radiantes de alegria, os que ele havia desprezado na Terra, ao mesmo tempo que ele é relegado aos últimos lugares. Para o hipócrita, ver-se trespassado pela luz que revela os seus mais secretos pensamentos, que todos podem ler, não havendo para ele nenhum meio de se esconder ou se disfarçar. Para o sensual é um suplício passar por todas as tentações, todos os desejos, sem poder satisfazê-los. Para o avarento, ver o seu ouro desperdiçado e não poder retê-lo. Para o egoísta, ser abandonado por todos e sofrer tudo aquilo que os outros sofreram dele: terá sede e ninguém lhe dará de beber; terá fome e ninguém lhe dará de comer; nem uma só mão amiga virá apertar a sua, nenhuma voz compassiva virá consolá-lo, pois ele só pensou em si durante a vida e ninguém agora pensa nele nem o lamenta após a sua morte.

27°) O meio de evitar ou atenuar as consequências de suas faltas na vida futura é desfazer-se o mais possível dos seus defeitos na vida presente, reparar aqui mesmo o mal para não ter de repará-lo mais tarde e de maneira mais terrível. Quanto mais demorarmos a deixar os nossos defeitos, mais as suas consequências se tornarão penosas e mais rigorosas será a reparação que tivermos de fazer.

28°) A situação do Espírito, desde a sua entrada na vida espiritual, é aquela que ele mesmo se preparou durante a sua vida corporal. Mais tarde, outra encarnação lhe é concedida para expiar e reparar a anterior, passando por novas provas. Mas ele a aproveitará em maior ou menor grau, segundo o seu livre-arbítrio. Se não a aproveitar, terá um trabalho a recomeçar, e cada vez em condições mais penosas. Dessa maneira, aquele que muito sofre na Terra pode dizer que tem muito a expiar. Os que gozam de uma felicidade aparente, malgrado os seus vícios e sua inutilidade, pagarão caro numa existência posterior. Foi nesse sentido que Jesus disse:

Bem aventurados os aflitos porque serão consolados. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V.)


29°) A misericórdia de Deus é sem dúvida infinita, mas não é cega. O culpado que ela perdoou não está dispensado de satisfazer a justiça, passando pelas consequências de suas faltas. Por misericórdia infinita é necessário entender que Deus não é inexorável, deixando sempre aberta ao culpado a porta de retorno ao bem.

30°) As penas sendo temporárias e subordinadas ao arrependimento e à reparação, que dependem da livre vontade do homem, acontece o mesmo com os castigos e os remédios que devem ajudar a curar as feridas do mal. Os Espíritos em punição não se encontram na situação dos antigos condenados às galeras, mas como os doentes no hospital. Sofrem a doença que frequentemente decorre de suas próprias faltas e passam por meios dolorosos de cura de que necessitam, mas têm a esperança de ser curados e se curam tanto mais rapidamente, quanto observarem com exatidão as prescrições do médico que solicitamente vela por eles. Se eles prolongam os sofrimentos por sua própria culpa, o médico nada tem com isso.

31°) As penas que o Espírito sofre na vida espiritual juntam-se às da vida corporal, que são a consequência das imperfeições do homem, de suas paixões, do mau emprego de suas faculdades, e a expiação de suas faltas presentes e passadas. É na vida corporal que o Espírito repara o mal de suas existências anteriores, que põe em prática as resoluções tomadas na vida espiritual. É assim que se explicam as misérias e as dificuldades que, à primeira vista, parecem não ter razão de ser, mas na verdade são justas desde que foram determinadas no passado e servem para o nosso adiantamento.

32°) Deus, pergunta-se, não demonstraria maior amor por suas criaturas se as criasse infalíveis e portanto isentas das vicissitudes decorrentes da imperfeição? Seria necessário, para isso, que ele criasse seres perfeitos, nada tendo a conquistar, nem em conhecimentos e nem em moralidade. Não há dúvida que o podia fazer, mas se não o fez é porque, na sua sabedoria quis que o progresso fosse uma lei geral. Os homens são imperfeitos e, como tal, sujeitos às vicissitudes mais ou menos penosas. Esse é um fato que temos de aceitar, desde que existe. Mas inferir disso que Deus não é bom nem justo seria uma rebeldia.

Haveria injustiça se ele tivesse criado seres privilegiados, mais favorecidos que os outros, gozando sem esforço da felicidade que os outros só atingem penosamente ou jamais poderiam atingir. A justiça de Deus brilha precisamente na igualdade absoluta que rege a criação de todos os Espíritos. Todos têm o mesmo ponto de partida; não há nenhum que seja, na sua formação, mais bem dotado que os outros; nenhum cuja marcha ascensional seja facilitada por exceção; os que chegam ao alvo passaram, como os outros, pela fieira das provas e da inferioridade.

Admitindo-se isso, o que haveria de mais justo do que essa liberdade de ação dada a cada um? A via da felicidade está aberta a todos, o objetivo de todos é o mesmo, as condições para atingi-lo são as mesmas para todos e a lei gravada em todas as consciências foi ensinada à todos. Deus fez da felicidade o

prémio do trabalho e não do favoritismo para que cada um tenha o seu mérito. Todos são livres de trabalhar ou de nada fazer para o seu adiantamento. Aquele que trabalha bastante e com rapidez é recompensado mais cedo, mas aquele que se desvia do caminho ou perde o seu tempo, retarda a sua chegada e só pode lamentar de si mesmo. O bem e o mal são facultativos e dependem da vontade de cada um. O homem, por ser livre, não é fatalmente levado, nem para um, nem para o outro.

33°) Apesar da diversidade de géneros e graus de sofrimento dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode se resumir nestes três princípios:

1°) O sofrimento é inerente à imperfeição.

2°) Toda imperfeição, e toda a falta que dela decorre, trazem o seu próprio castigo nas suas consequências naturais e inevitáveis, como a doença decorre dos excessos, o tédio da ociosidade, sem que haja necessidade de uma condenação especial para cada falta e cada indivíduo.

3°) Todo homem podendo corrigir as suas imperfeições pela sua própria vontade, pode poupar-se os males que delas decorrem e assegurar a sua felicidade futura.


Essa é a lei da justiça divina: a cada um segundo as suas obras, tanto no céu como na Terra

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Fascinação


Há, Espíritos obsessores sem maldade, que alguma coisa mesmo denotam de bom, mas dominados pelo orgulho do falso saber.

Têm suas ideias, seus sistemas sobre as ciências, a economia social, a moral, a religião, a filosofia, e querem fazer que suas opiniões prevaleçam.

Para esse efeito, procuram médiuns bastante crédulos para os aceitar de olhos fechados e que eles fascinam, a fim de os impedir de discernirem o verdadeiro do falso.

São os mais perigosos, porque os sofismas nada lhes custam e podem tornar cridas as mais ridículas utopias.

Como conhecem o prestígio dos grandes nomes, não escrupulizam em se adornarem com um daqueles diante dos quais todos se inclinam, e não recuam sequer ante o sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria, ou um santo venerado.

Procuram deslumbrar por meio de uma linguagem empolada, mais pretensiosa do que profunda, eriçada de termos técnicos e recheada das retumbantes palavras caridade e moral.

Cuidadosamente evitarão dar um mau conselho, porque bem sabem que seriam repelidos.

Daí vem que os que são por eles enganados os defendem, dizendo: "Bem vedes que nada dizem de mau".

A moral, porém, para esses Espíritos é simples passaporte, é o que menos os preocupa.

O que querem, acima de tudo, é impor suas ideias por mais disparatadas que sejam.


pequeno trecho do Livro dos Médiuns

terça-feira, 16 de maio de 2017

A glândula pineal


De acordo com os estudos médicos tradicionais a epífise, ou glândula pineal, não é órgão de grande importância para a economia orgânica.

Segundo os orientadores clássicos, circunscrevem-se suas atribuições ao controle sexual no período infantil.

Não passa de velador dos instintos, até que as rodas da experiência sexual pudessem deslizar com regularidade, pelos caminhos da vida humana.

Depois, decresceria em força, relaxaria-se, quase desapareceria, para que as glândulas genitais a sucedam no campo da energia plena.

Entretanto, as disposições da Vida Espiritual são outras e a importância da pineal é bem superior à suposta pela ciência humana da Terra.

Segregando “unidades-força”, pode ser comparada a poderosa usina, que deve ser aproveitada e controlada, no serviço de iluminação, refinamento e benefício da personalidade e não relaxada em gasto excessivo do suprimento psíquico, nas emoções de baixa classe.

Os materialistas da razão pura, senhores de vastos patrimônios intelectuais, perceberam de longe semelhantes realidades e, no sentido de preservar a juventude, a plástica e a eugenia, fomentaram a prática do esporte, em todas as suas modalidades.

Contra os perigos possíveis, na excessiva acumulação de forças nervosas, como são chamadas as secreções elétricas da epífise, aconselharam aos moços de todos os países o uso do remo, da bola, do salto, da barra, das corridas a pé.

Desse modo, preservavam-se os valores orgânicos, legítimos e normais, para as funções da hereditariedade.

A medida, embora satisfaça em parte, é, contudo, incompleta e defeituosa.

Incontestavelmente, a ginástica e o exercício controlados são fatores valiosos de saúde; a competição esportiva honesta é fundamento precioso de socialização; no entanto, podem circunscrever-se a meras providências, em benefício dos ossos, e, por vezes, degeneram-se em elástico das paixões menos dignas.

São muito raros ainda, na Terra, os que reconhecem a necessidade de preservação das energias psíquicas para engrandecimento do Espírito eterno.

O homem vive esquecido de que Jesus ensinou a virtude como esporte da Alma, e nem sempre se recorda de que, no problema do aprimoramento interior, não se trata de retificar a sombra da substância e sim a substância em si mesma.

Não se trata de órgão morto, segundo velhas suposições.

É a glândula da vida mental.

Ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos_psíquicos da criatura terrestre.

O neurologista comum não a conhece bem.

O psiquiatra devassar-lhe-á, mais tarde, os segredos.

Os psicólogos vulgares ignoram-na.

Freud interpretou-lhe o desvio, quando exagerou a influenciação da “libido”, no estudo da indisciplina congênita da Humanidade.

Enquanto no período do desenvolvimento infantil, fase de reajustamento desse centro importante do corpo perispiritual preexistente, a epífise parece constituir o freio às manifestações do sexo; entretanto, há que retificar observações.

Aos quatorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às suas atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado.

O que representava controle é fonte criadora e válvula de escapamento.

A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional.

Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos.

A epífise preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo.

Desata, de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais ligam as existências umas às outras, na seqüência de lutas, pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras de que a criatura se acha investida.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

A limitada visão dos médicos na Terra


Grande número de médicos, na Terra, prefere apenas a conclusão matemática diante dos serviços de anatomia.

Concordemos que a Matemática é respeitável, mas não é a única ciência do Universo.

Como reconhece agora, o médico não pode estacionar em diagnósticos e terminologias.

Há que penetrar a alma; sondar-lhe as profundezas.

Muitos profissionais da Medicina, no Planeta, são prisioneiros das salas acadêmicas, porque a vaidade lhes roubou a chave do cárcere.

Raros conseguem atravessar o pântano dos interesses inferiores, sobrepor-se a preconceitos comuns e, para essas exceções, reservam-se às zombarias do mundo e o escárnio dos companheiros.



Clarêncio

sábado, 13 de maio de 2017

Magnetismo pessoal


A preocupação de adquirir os elementos chamados magnetismo pessoal é muito nobre, mas ninguém suponha realizá-la tão-só com a experiência da leitura de livros pertinentes ao assunto.

Não são poucos os que buscam essa literatura, desejosos de fórmulas mágicas no caminho do menor esforço.

Todavia, o que é indispensável salientar é que nenhum estudioso pode conquistar simpatia sem que haja transformado o coração em manancial de bondade espontânea e sincera.

Na vida não basta saber.

É imprescindível compreender.

Os livros ensinam, mas só o esforço próprio aperfeiçoa a alma para a grande e abençoada compreensão.

Esquecei a conquista fácil, a operação mecânica, injustificáveis nas edificações espirituais, e volvei a atenção e o pensamento para o vosso próprio mundo interior.

Muita coisa aí se tem a fazer e, nesse bom trabalho, a alma se ilumina, naturalmente, aclarando o caminho de seus irmãos.


Emmanuel / O Consolador

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Justiça, Amor e Caridade


Há muitas possibilidades de viciação para o Ser humano, mas o pior de todos os vícios é o egoísmo, sem qualquer sombra de dúvida.

Dele deriva todo mal.

Observe bem todos os vícios e poderá ver que no fundo de todos há egoísmo.

Por mais que se combata qualquer tipo de paixão, de viciação, se não houver o verdadeiro combate, que é o de extirpar o egoísmo do coração humano, os demais vícios permanecerão, pois ele é a base de sustentação de todos.

Ele é completamente incompatível com as Leis de Justiça, Amor e Caridade, já que faz com que o Ser humano volte tudo para si mesmo.

Há quem diga que a causa das viciações é a falta de autoestima, mas a verdade é que há uma deformação no caráter do egoísta e ele passa a só conseguir se preservar em função de seus prazeres e necessidades imediatas, ainda que de forma fugaz e ilusória, como é mesmo o que o egoísmo faz com cada pessoa.

Parece ser uma coisa: a falta de autoestima, mas na verdade é a iminente e premente necessidade de aliviar suas próprias tensões, mais nada.

Se cada um cuidasse de não ser egoísta, certamente seria capaz de enxergar o próximo com olhar de Justiça, Amor e Caridade e a Vida seria muito melhor!



Militão Pacheco
12 de maio de 2017

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Bons cidadãos


Procuremos em nossa jornada ser bons cidadãos do mundo.

Para isso há que se considerar que em nossas encarnações somos Espíritos vivenciando uma experiência na materialidade.

Só assim nos aproximaremos daquele homem integral aquele ser humano "inteiro".

Só assim enfrentaremos os desafios do caminho conscientes do papel que precisamos desempenhar.

A corrupção advém desta inconsciência da insolubilidade destas duas dimensões da existência: a material e a espiritual.

Cuidemos com equilíbrio dessas nossas dimensões.

Em diversas circunstâncias Jesus nos lembrou desta tarefa. Há em nós todos algo de "Marta" e algo de "Maria", as irmãs de Lázaro que acolhem o Mestre cada uma a sua maneira.

Não nos esqueçamos enquanto encarnados a nossa vivência espiritual através do estudo, da prece, do trabalho em favor do próximo.

Com certeza essa vivência é o que também nos sustentará em nossos momentos de dificuldade, de dúvida, de de desalento.

Que possamos cuidar de nossas ocupações cotidianas, sem olvidar nunca de alimentar, de nutrir nosso espírito.


Abraços fraternos
Roberto Brólio
psicografia recebida no NEPT em 10 de maio de 2017

quarta-feira, 10 de maio de 2017

O rebanho do Cristo


O mundo era um imenso rebanho desgarrado. Cada povo fazia da religião uma nova fonte de vaidades, salientando-se que muitos cultos religiosos do Oriente caminhavam para o terreno franco da dissolução e da imoralidade; mas o Cristo vinha trazer ao mundo os fundamentos eternos da verdade e do amor.

Sua palavra, mansa e generosa, reunia todos os infortunados e todos os pecadores.

Escolheu os ambientes mais pobres e mais desataviados para viver a intensidade de suas lições sublimes, mostrando aos homens que a verdade dispensava o cenário suntuoso dos areópagos, dos fóruns e dos templos, para fazer-se ouvir na sua misteriosa beleza.

Suas pregações, na praça pública, verificam-se a propósito dos seres mais desprotegidos e desclassificados, como a demonstrar que a sua palavra vinha reunir todas as criaturas na mesma vibração de fraternidade e na mesma estrada luminosa do amor.

Combateu pacificamente todas as violências oficiais do judaísmo, renovando a Lei Antiga com a doutrina do esclarecimento, da tolerância e do perdão.

Espalhou as mais claras visões da vida imortal, ensinando às criaturas terrestres que existe algo superior às pátrias, às bandeiras, ao sangue e às leis humanas.

Sua palavra profunda, enérgica e misericordiosa, refundiu todas as filosofias, aclarou o caminho das ciências e já teria irmanado todas as religiões da Terra, se a impiedade dos homens não fizesse valer o peso da iniquidade na balança da redenção.


Emmanuel / A caminho da Luz

terça-feira, 9 de maio de 2017

Sobre a vaidade



São os homens e não Deus quem faz os costumes sociais. Se eles a estes se submetem, é porque lhes convêm.

Tal submissão, portanto, representa um ato de livre-arbítrio, pois que, se o quisessem, poderiam libertar-se de semelhante jugo.

Por que, então, se queixam?

Falece-lhes razão para acusarem os costumes sociais.

A culpa de tudo devem lançá-la ao tolo amor-próprio de que vivem cheios e que os faz preferirem morrer de fome a infringi-los.

Ninguém lhes leva em conta esse sacrifício feito à opinião pública, ao passo que Deus lhes levará em conta o sacrifício que fizerem de suas vaidades.

Não quer isto dizer que o homem deva afrontar sem necessidade aquela opinião, como fazem alguns em que há mais originalidade do que verdadeira filosofia.

Tanto desatino há em procurar alguém ser apontado a dedo, ou considerado animal curioso, quanto acerto em descer voluntariamente e sem murmurar, desde que não possa manter-se no alto da escala.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Linguagem de que se deve usar com os Espíritos


O grau de superioridade ou inferioridade dos Espíritos indica naturalmente em que tom convém se lhes fale. é evidente que, quanto mais elevados eles sejam, tanto mais direito têm ao nosso respeito, às nossas atenções e à nossa submissão. Não lhes devemos demonstrar menos deferência do que lhes demonstraríamos, embora por outros motivos, se estivessem vivos. Na Terra, levaríamos em consideração a categoria e a posição social deles; no mundo dos Espíritos, o nosso respeito tem que ser motivado pela superioridade moral de que desfrutam. A própria elevação que possuem os coloca acima das puerilidades das nossas fórmulas bajulatórias. Não é com palavras que se lhes pode captar a benevolência, mas pela sinceridade dos sentimentos. Seria, pois, ridículo estarmos a dar-lhes os títulos que os nossos usos consagram, para distinção das categorias, e que porventura lhes lisonjeariam a vaidade, quando vivos. Se são realmente superiores, não somente nenhuma importância dão a esses títulos, como até lhes desagrada que os empreguemos. Um bom pensamento lhes é mais agradável do que os mais elogiosos epítetos; se assim não fosse, eles não estariam acima da Humanidade.

O Espírito de venerável eclesiástico, que foi na Terra um príncipe da Igreja, homem de bem, praticante da lei de Jesus, respondeu certa vez a alguém que o evocara dando-lhe o título de Monsenhor: " Deveras, ao menos, dizer: ex-Monsenhor, porquanto aqui um só Senhor há - Deus. Fica sabendo: muitos vejo, que na Terra se ajoelhavam na minha presença, diante dos quais hoje me inclino."

Quanto aos Espíritos inferiores, o caráter que revelam nos traça a linguagem de que devemos usar para com eles. Há os que, embora inofensivos e até delicados, são levianos, ignorantes, estouvados. Dar-lhes tratamento igual ao que dispensamos aos Espíritos sérios, como o fazem certas pessoas, o mesmo fora que nos inclinarmos diante de um colegial, ou diante de um asno que trouxesse barrete de doutor. O tom de familiaridade não seria descabido entre eles, que por isso não se formalizam; ao contrário, acolhem-no de muito boa vontade.

Entre os Espíritos inferiores, muitos há que são infelizes. Quaisquer que sejam as faltas que estejam expiando, seus sofrimentos constituem títulos tanto maiores à nossa comiseração, quanto é certo que ninguém pode lisonjear-se de lhe não caberem estas palavras do Cristo: "Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado." A benignidade que lhe testemunhemos representa para eles um alivio. Em falta de simpatia, precisam encontrar em nós a indulgência que desejaríamos tivessem conosco.

Os Espíritos que revelam a sua inferioridade pelo cinismo da linguagem, pelas mentiras, pela baixeza dos sentimentos, pela perfídia dos conselhos, são, indubitavelmente, menos dignos do nosso interesse, do que aqueles cujas palavras atestam o seu arrependimento; mas, pelo menos, devemo-lhes a piedade que nos inspiram os maiores criminosos e o meio de os reconduzirmos ao silêncio consiste em nos mostrarmos superiores a eles, que não confiam senão nas pessoas de quem julgam nada terem que temer, porquanto os Espíritos perversos sentem que os homens de bem, como os Espíritos elevados, são seus superiores.

Em resumo, tão irreverente seria tratarmos de igual para igual os Espíritos superiores, quanto ridículo seria dispensarmos a todos, sem exceção, a mesma deferência. Tenhamos veneração para os que a merecem, reconhecimento para os que nos protegem e nos assistem e, para todos os demais, a benignidade de que talvez um dia venhamos a necessitar. Penetrando no mundo incorpóreo, aprendemos a conhecê-lo e esse conhecimento nos deve guiar em nossas relações com os que o habitam. Os Antigos, na sua ignorância, levantaram-lhes altares; para nós, eles são apenas criaturas mais ou menos perfeitas, e altares só a Deus se levantam.


Passagem d'O Livro dos Médiuns

sábado, 6 de maio de 2017

Ver


A visão não é exclusividade dos olhos físicos.

Refletir é ver com a consciência.

Imaginar é ver com o sentimento.

Calcular é ver com o raciocínio.

Recordar é ver com a memória.

Por isso mesmo a visão é propriedade vasta e complexa do Espírito que se dilata e se enriquece constantemente, à medida que nossos poderes e emoções se desenvolvem e se aprimoram.

Quem deseje, pois, realizar aquisições psíquicas de clarividência nos celeiros da Vida, guarde a pureza no coração, a fim de que a pureza, em se exteriorizando através de nossos sentimentos, nos regenere o mundo emocional, reajustando o nosso idealismo e equilibrando os nossos desejos na direção do Bem infinito.

Quem procura o "lado melhor" dos acontecimentos, a "parte mais nobre das pessoas" e a "expressão mais útil" das coisas está conquistando preciosos acréscimos de visão.

Enquanto nos confiamos às paixões perturbadoras, tateando nas trevas do egoísmo e do ódio, varando o gelo da indiferença e o enrijecimento espiritual, atravessando o incêndio da incompreensão e do desvario, ou vencendo os pântanos do desregramento ou da intemperança, não pdoeremos senão ver com a carne os problemas inquietantes e dolorosos que a ela se ajustam.

Purifiquemos o Espírito e conseguiremos descobrir os horizontes da nossa gloriosa imortalidade.

Todos enxergam alguma coisa na Vida comum, entretanto, raros sabem ver.

Ajustemo-nos aos princípios do Vidente Divino que soube contemplar as necessidades humanas, com Amor e perdão, do Alto da Cruz e, na claridade sublime de nossa própria ressuceição.


psicografia do Espírito Emmanuel / Francisco Cândido Xavier
Obra: Alma e Luz

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Lute pelo seu melhor


É essencial para a nossa autoestima que nos afastemos daqueles que nos sugam, dos que nos criticam sem fundamentos, daqueles que são ingratos...

Tolerar dores inevitáveis é uma grande virtude, pode ser sinal de que se é forte, mas permanecer em ambientes desagradáveis, em contextos que não podem ser revertidos, esperando que as circunstâncias sejam modificadas por si mesmas, pode ser sinal de fraqueza e de imaturidade.

Não é bom esperar que os outros se modifiquem.

É bom que nós mesmos nos modifiquemos e sempre para melhor!



Flávio
05 de maio de 2017

quinta-feira, 4 de maio de 2017

O trabalho na Casa Espírita


São muitas as pessoas que se propõem a trabalhar em qualquer atividade na Casa Espírita.

Quando são solicitados "convidados" a participar de algum grupo.

Entretanto, vindo a primeira desavença - contrariedade - são poucas as pessoas que continuam nessa atividade que aceitem com tanta alegria.

Lembremos que o trabalho na casa Espírita é um trabalho que deve ser feito com Jesus e para Jesus.

O trabalho é para a Casa Espírita e para a causa Espírita! Sempre!

Não pertence a ninguém, não é de uma pessoa, não é para exortar o ego de ninguém e ninguém é essencial ou insubstituível!

Dedique-se com carinho e disciplina ao seu trabalho na Casa Espírita, seja ele qual for e lembre-se de que, ao trabalhar em prol do próximo, você está aprendendo e, ao se doar para esta finalidade, também está se ajudando.



Um amigo de todos.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Os obstáculos


Diante de um obstáculo quer seja grande ou pequeno todos nós temos possibilidade de ultrapassá-lo, afinal nenhum de nós está abandonado, a nenhum de nós Deus deu um fardo mais pesado do que possamos carregar.

Não faltará inspiração do Alto para encontrar a solução!

Desta maneira, tenhamos força, coragem, fé e prossigamos no caminho que nos levará ao Pai.

Um amigo de todos.

Psicografia recebida no NEPT

terça-feira, 2 de maio de 2017

Nos dois planos da Vida


Tanto no plano físico quanto no plano espiritual há inúmeras oportunidades de praticarmos a caridade.

Um Ser encarnado, na esfera física ou estando no momento do sono físico liberto na vida espiritual é a mesma personalidade.

Ninguém, em momento nenhum, se modifica completamente quando se encontra em um dos lados específicos.

Ou seja, o Ser encarnado é igual a se apresentar totalmente despojado da veste espiritual ou parcialmente desprendido de seu corpo físico quando no momento do sono.

Fica claro a cada um que a transformação interior - deixar o homem velho - é tarefa de longa data, de muitas reencarnações.

Pensemos mais no quanto tempo já desperdiçamos nas tantas reencarnações por pensar e conforme muitos ainda nos dias atuais pensam: "Morreu, virou santo". - "Foi descansar junto de Deus".

Já está na hora de acordarmos para a realidade : "a morte não modifica, não transforma ninguém em ser superior, a não ser que essa pessoa se encontre, já adquiriu tal elevação.

Fica na paz de Jesus Cristo.

Irmã Berenice
Psicografia recebida no NEPT

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Passe de cura - observações


Há pessoas tão bem dotadas de força magnética perfeitamente despreocupadas do elemento moral. Os hipnotizadores comuns, muita vez portadores de energia excepcional. Fazem belas demonstrações, impressionam, convencem, contudo, movimentam-se na esfera de puro fenômeno, sem aplicações edificantes no campo da espiritualidade. É imperioso não esquecer, que o potencial magnético é peculiar a todos, com expressões que se graduam ao infinito. Mas semelhantes profissionais podem igualmente curar!

Podem curar, mas acidentalmente, quando o enfermo é credor de assistência espiritual imediata, com a intervenção de amigos que o favorecem. Fora disso, os que abusam dessa fonte de energia, explorando-a ao seu bel-prazer, quase sempre resvalam para a desmoralização de si mesmos, porque interferindo num campo de forças que lhes é desconhecido, guiados tão-somente pela vaidade ou pela ambição inferior, fatalmente encontram entidades que com eles se afinam, precipitando-se em difíceis situações que não vêm à baila comentar. Se não possuem um caráter elevado, suscetível de opor um dique à influenciação viciosa, acabam vampirizados por energias mais acentuadas que as deles, porquanto, se considerarmos o assunto apenas sob o ponto de vista da força, somos constrangidos a reconhecer que há imenso número de vigorosos hipnotizadores espirituais, nas linhas atormentadas da ignorância e da crueldade, de onde se originam os mais aflitivos processos de obsessão.

Recordemos a Natureza. A serpente é um dos maiores detentores de poder hipnótico.

Então, para curar, serão indispensáveis certas atitudes do espírito ...

Indiscutivelmente não prescindimos do coração nobre e da mente pura, no exercício do amor, da humildade e da fé viva, para que os raios do poder divino encontrem acesso e passagem por nós, a benefício dos outros. Para a sustentação de um serviço metódico de cura, isso é indispensável.

Em qualquer setor de trabalho a ausência de estudo significa estagnação. Esse ou aquele cooperador que desistam de aprender, incorporando novos conhecimentos, condenam-se fatalmente às atividades de subnível, todavia, em se tratando do socorro magnético, tal qual é administrado aqui, convém lembrar que a tarefa é de solidariedade pura, com ardente desejo de ajudar, sob a invocação da prece.


André Luis - Nos Domínios da Mediunidade