Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 29 de março de 2018

O Passe


O passe é uma forma de auxílio invariavelmente aplicável sem qualquer contra-indicação.

É sempre valioso no tratamento devido aos enfermos de toda classe...

Desde as crianças mais tenras aos pacientes em posição de idade mais avançada na experiência física.

Considerando também que a ação do passe é indiferente quanto ao credo do paciente receptor, ou seja, ainda que não creia em sua ação, o paciente será beneficiado pela aplicação do passe.

Esclareçamos, porém, que, em toda situação e em qualquer tempo, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida, porquanto, através da oração, contará com a presença sutil dos instrutores do Alto que atendem aos misteres da Providência Divina, a lhe utilizarem os recursos para a extensão incessante do Eterno Bem.

Devemos compreender, portanto, que o passe aliado à oração é ferramenta indispensável no trabalho de auxílio ao próximo em todas as circunstâncias.


Militão Pacheco

quarta-feira, 28 de março de 2018

Vícios


A invigilância moral que nasce e se estrutura na ignorância e na auto-desvalorização do Ser humano tem dizimado milhões de criaturas através dos tempos, e o pior é que enquanto não despertarmos verdadeiramente, permaneceremos nesta marcha de equívocos.

O Espiritismo vem tirar o véu que obscurece a moral dos Espíritos reencarnados, a fim de que melhorem, um pouco que seja, a qualidade de suas Vidas, fazendo-os ver e sentir as conseqüências de seus pensamentos, palavras e atitudes, que podem se desdobrar em vícios, paixões e desatinos cultivados através da ilusão que a matéria oferece para os sentidos.

Em alguns momentos de devaneio a criatura se deixa envolver por Espíritos em dificuldades similares, de baixo padrão vibratório.

É quando o Ser perde o domínio integral de si mesmo.

Criam-se algemas cruéis, fundamentadas nestas ilusões de modo que a Criatura perde aquilo que acredita ter: liberdade.

É a malha do vício que aprisiona, cerceia a liberdade, impõe condições, passa a constranger e depois dominar.

Podemos nos referir ao tabagismo,o alcoolismo, o uso de drogas, a maledicência, o hábito de caluniar, a glutonaria, o sexo em desregramento, a violência, etc...

Tudo isso causando sérios problemas para o perispírito do adicto, energeticamente desestruturando-o, tendo em vista que ele será o molde do novo corpo físico da próxima reencarnação, ou seja, está comprometendo as próprias passagens futuras pela matéria.

Para deixar o vício é preciso readquirir o poder da vontade que se perdeu diante da fragilidade da própria personalidade.

O viciado é aquele que perde o comando de si mesmo.

Sua luta deve ser pela recuperação do controle da vontade e da auto-estima.

Torna-se mais dificil pelo fato de que o vício lhe insufla uma aparência de maior poder.

Os Espíritos, as mentes de além-túmulo não se desvinculam com facilidade, sem mais nem menos, deste foco que alimenta seus desregramentos.

Devemos recordar que o mais difícil de todos os vícios é aquele de cultivar pensamentos infelizes.

Este, certamente, é o mais difícil de se desvencilhar,já que cultivar pensamentos é um processo íntimo, obscuro, reticente e corrosivo para qualquer pessoa.

Nutrir pensamentos elevados, ainda que paulatinamente, lentamente, é um dos mais importantes recursos para a cura de tais viciações.

O Evangelho e o passe são auxiliares prestimosos na reconstrução da criatura humana.


Herculanum

terça-feira, 27 de março de 2018

Causa e Efeito


Tudo de bom ou ruim que você fizer hoje, algo de força equivalente amanhã irá lhe beneficiar ou prejudicar, seja nesta ou em outra vida.

"A cada um será dado de acordo com suas obras."

Não existe escapatória ou subterfúgios perante as Leis de Deus.

Existe, sim, uma possível abreviação da lei de causa e efeito.

Através da prática do bem e da caridade, um Espírito pode alterar ou diminuir sua dívida cármica.

Cada consciência é uma criação de Deus e cada existência é um elo sagrado na corrente da vida em que Deus palpita e se manifesta.

Responderemos por todos os golpes destrutivos que vibramos nos corações alheios e não nos permitiremos repouso enquanto não consertarmos, valorosos, o serviço de reajuste.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Predisposições


Não podemos esquecer de que a imprudência e o ócio se responsabilizam por múltiplas enfermidades, como sejam

os desastres circulatórios provenientes da gula,
as infecções tomadas à carência de higiene,
os desequilíbrios nervosos nascidos da toxicomania
e a exaustão decorrente de excessos vários.

De modo geral, porém, a etiologia das moléstias perduráveis, que afligem o corpo físico e o dilaceram, guardam no corpo espiritual as suas causas profundas.

A recordação dessa ou daquela falta grave, mormente daquelas que jazem recalcadas no espírito, sem que o desabafo e a corrigenda funcionem por válvulas de alívio às chagas ocultas do arrependimento, cria na mente um estado anômalo que podemos classificar de "zona de remorso”, em torno da qual a onda viva e contínua do pensamento passa a enovelar-se em circuito fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na parte do veículo fisiopsicossomático ligada à lembrança das pessoas e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria.

Estabelecida a ideia fixa sobre esse “ nódulo de forças mentais desequilibradas”, é indispensável que acontecimentos reparadores se nos contraponham ao modo enfermiço de ser, para que nos sintamos exonerados desse ou daquele fardo íntimo, ou exatamente redimidos perante a Lei.

Essas "enquistações" de energias profundas, no imo de nossa alma, expressando as chamadas dividas_cármicas, por se filiarem a causas infelizes que nós mesmos plasmamos na senda do destino, são perfeitamente transferíveis de uma existência para outra. Isso porque, se nos comprometemos diante da Lei Divina em qualquer idade da nossa vida responsável, é lógico venhamos a resgatar as nossas obrigações em qualquer tempo, dentro das mesmas circunstâncias nas quais patrocinamos a ofensa em prejuízo dos outros.

É assim que o remorso provoca distonias diversas em nossas forças recônditas, desarticulando as sinergias do corpo espiritual, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade, entendendo-se, ainda, que essas desarmonias são, algumas vezes, singularmente agravadas pelo assédio vindicativo dos seres a quem ferimos, quando imanizados a nós em processos de obsessão.

Todavia, ainda mesmo quando sejamos perdoados pelas vítimas de nossa insânia, detemos conosco os resíduos mentais da culpa, qual depósito de lodo no fundo de calma piscina, e que, um dia, virão à tona de nossa existência, para a necessária expunção, à medida que se nos acentue o devotamento à higiene moral.

sexta-feira, 23 de março de 2018

Moratórias


Queridos irmãos,
Pensemos um pouco sobre as pequenas e aparentemente desconhecidas moratórias com que somos agraciados.

Aqui um acidente em que somos poupados, ali uma enfermidade que conseguimos superar, um alerta que recebemos face a algum perigo e que nos chega de forma providencial.

Um minuto a mais para nossos aprendizados nos é concedido.

A permanência na matéria é efêmera.

É uma oportunidade que recebemos para que possamos fazer bom uso dessa experiência.

Somos de fato suficientemente gratos ao Pai por esta grande bênção?

Por estas pequenas moratórias que às vezes nem nos damos conta?

O que faremos com este minuto a mais, com estas horas a mais, com estes dias a mais?

Continuaremos apegados ao quadro material a que estamos submetidos ou nos daremos conta de nossa dimensão espiritual?

Atravessamos as experiências na matéria levando conosco só o Bem que pudemos praticar, os ensinamentos que pudemos absorver.

Pensemos nisto neste minuto.

Abraços fraternos
BRólio

quinta-feira, 22 de março de 2018

Obstáculos



Diante de um problema que aparentemente não é de fácil solução, lembremo-nos de Jesus e seus discípulos que tanto bem fizeram à humanidade e que não desistiram de bem fazer, mesmo diante de problemas, perseguições que sofreram para nós deixar os ensinos, o amor de Jesus por todos nós.

"Sofrer faz parte de todo aquele que se propõe a fazer o bem"; porém para quem sabe como aceitar tal "sofrimento" nada ou quase nada "sofre" porque sabe que Jesus está à frente nesse caminho de redenção.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Saudade


Palavra pequena que somente na Língua Portuguesa que expressa o quanto sentimos falta de alguém.

Seja em Português, Inglês ou em qualquer outra língua, quando sentimos a falta de alguém; lembrança de momentos bons que junto da pessoa amada tivemos alegria, amor; é porque essa pessoa querida não está longe; ao contrário, está perto do coração, mesmo que haja quilômetros e muitos quilômetros separando da visão, do contato físico dessa pessoa amada; pois o que importa mesmo é o sentimento de amor que liga esses corações.

Feliz da pessoa que é lembrada por alguém com saudade!

terça-feira, 20 de março de 2018

Tratamentos


A palavra tratamento leva-nos a pensar em processo de cura.

Quando estamos enfermados pela ignorância, buscamos nos professores os recursos necessários para nossa cura da ignorância; aprendemos, nos esclarecemos e nos curamos.

Quando estamos doentes do corpo, nós procuramos a assistência médica para que possamos examinados e devidamente conduzidos na cura, ou minimamente ao alivio.

Quando estamos doentes do Espírito procuramos a assistência religiosa para nos socorrerem em nossas necessidades mais intimas e para nos libertarmos das atrozes investidas que as sombras íntimas sempre nos oferecem.

Mas quando vivemos na pátria espiritual, cônscios das nossas dívidas seculares, rogamos a assistência a Nosso Senhor Jesus Cristo para que nos dê oportunidade de nos curarmos a nós mesmos através do processo reencarnatório.

A reencarnação é um tratamento.

É o processo de cura e cada um de nós, muitas vezes, roga pela oportunidade de viver na Terra para refazer, reconstituir, reconstruir as oportunidades perdidas em outras experiências.

Despertamos na vida terrena dentro de um núcleo familiar e depois de alguns anos de vida nós conseguimos compreender claramente que é muito mais fácil entender toda a sociedade e ter um bom relacionamento com todas as pessoas de fora do lar do que com aquelas pessoas com que nós convivemos sob o mesmo teto.

É porque nos esquecemos que as imensas dificuldades que temos com as pessoas mais próximas nada mais são do que conseqüências dos nossos erros passados.

Sim, é ali no núcleo familiar, seja ele da expressão que for, que nós recolhemos os recursos terapêuticos para a cura do espírito enquanto individuo e criatura destinada ao bem.

Se nós não nos impusermos uma disciplina necessária na busca do perdão, da compreensão, da tolerância, da indulgência e principalmente no desejo de servir a estas criaturas que convivem conosco, agiremos como se fossemos o doente que recusa o remédio amargo para curar a sua enfermidade.

Permaneceremos enfermos, voltaremos à pátria espiritual, rogaremos novamente a oportunidade da vida na Terra, juntos das mesmas pessoas até que consigamos compreender que a nossa postura diante delas também tem que mudar, assim como a delas diante de nós.

Claro que não somos os únicos responsáveis por tudo, mas temos que fazer o máximo possível, a nossa parte, porque somente assim nós nos curaremos espiritualmente.

Que Jesus nos abençoe.


segunda-feira, 19 de março de 2018

Os pequenos detalhes


O projeto de edifício importante reunirá planos magníficos, hauridos nas mais avançadas práticas da Civilização; no entanto, para que se concretize, reclama o emprego de material adequado, a fim de que a obra não se transfigure em joguete de forças destrutivas.

Numa construção de cimento armado, ninguém se lembrará de colocar varas de madeira em lugar das estruturas de ferro e nem de substituir a pedra britada por taipa de mão. Para que o trabalho se defina dentro das linhas determinadas, as substâncias devem estar nas condições certas e nas posições justas.

ldênticos princípios regem o plano da alma.

Se aspiramos ao erguimento de realizações que nos respondam ao elevado gabarito dos ideais, é forçoso selecionar os ingredientes que nos constituem a vida íntima, cultivando o bem nas menores manifestações.

Qualquer ação oposta comprometerá a estabilidade da organização que pretendamos efetuar.

À vista disso, cogitemos de sanear emoções, ideias, palavras, atitudes e atos, por mínimos que sejam.

Todos nos referimos ao perigo dos agentes do mal que nos ameaçam; no entanto, os agentes do mal apenas dominam onde lhes favoreçamos a intromissão. E a intromissão deles, via de regra, se verifica principiando pela imprudência da brecha...

Hoje, uma queixa amanhã, um momento de azedume;
cedo, uma discussão temerária, mais tarde, uma crise de angústia perfeitamente removível através do serviço;
agora, um comentário deprimente, depois, um minuto de irritação e, por fim, a enfermidade, a delinquência, a perturbação, e, às vezes, a morte prematura.

O desastre grande, quase sempre, é a soma dos descuidos pequenos.

Estejamos convencidos de que, nos processos de obsessão, acontece também assim.

sexta-feira, 16 de março de 2018

As dificuldades dos médiuns




Os obstáculos com que topam a maioria dos médiuns principiantes é o de terem de haver-se com Espíritos inferiores e devem dar-se por felizes quando são apenas Espíritos levianos.

Toda atenção precisam pôr em que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles.

É ponto este de tal modo capital, sobretudo em começo, que, não sendo tomadas as precauções necessárias, podem perder-se os frutos das mais belas faculdades.

A primeira condição é colocar-se o médium, com fé sincera, sob a proteção de Deus e solicitar a assistência do seu anjo de guarda, que é sempre bom, ao passo que os espíritos familiares, por simpatizarem com as suas boas ou más qualidades, podem ser levianos ou mesmo maus.

A segunda condição é aplicar-se, com meticuloso cuidado, a reconhecer, por todos os indícios que a experiência faculta, de que natureza são os primeiros Espíritos que se comunicam e dos quais manda a prudência sempre se desconfie.

Se forem suspeitos esses indícios, dirigir fervoroso apelo ao seu anjo de guarda e repelir, com todas as forças, o mau Espírito, provando-lhe que não conseguirá enganar, a fim de que ele desanime.

Por isso é que indispensável se faz o estudo prévio da teoria, para todo aquele que queira evitar os inconvenientes peculiares à experiência. A este respeito, instruções muito desenvolvidas se encontram nos capítulos Da obsessão e Da identidade dos Espíritos.

Limitar-nos-emos aqui a dizer que, além da linguagem, podem considerar-se provas infalíveis da inferioridade dos Espíritos, todos os sinais, figuras, emblemas inúteis, ou pueris; toda escrita extravagante, irregular, intencionalmente torturada, de exageradas dimensões, apresentando formas ridículas e desusadas.

A escrita pode ser muito má, mesmo pouco legível, sem que isso tenha o que quer que seja de insólito, porquanto é mais questão do médium que do Espírito.

Temos visto médiuns de tal maneira enganados, que medem a superioridade dos Espíritos pelas dimensões das letras e que ligam grande importância às letras bem talhadas, como se foram letras de imprensa, puerilidade evidentemente incompatível com uma superioridade real.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Uniões antipáticas


Entre os encarnados, freqüentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero amor se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão. Não compreendes então que isso constitui uma punição, se bem que passageira?

Depois, quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material!

Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades.

Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim que, em muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas, acabam os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente na estima!

Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.

Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com freqüência tomar-se uma pela outra.

Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Solidariedade


Somos todos devedores uns dos outros.

Colhemos as mazelas oriundas de nossa própria invigilancia pelos séculos.

Sejamos pois solidários uns com os outros.

A Providência nos colocou unidos através da misericórdia de Deus para que juntos pudéssemos brilhar nossas arestas como os grãos de areia unidos na mesma bateia.

Ainda imaturos para as virtudes professada pelo Cristo, para a caridade na sua melhor expressão, podemos ainda assim ensaiar os primeiros passos pela prática da solidariedade.

É solidário aquele que já sente o sofrimento do outro, que compreende a dor alheia e que procura minimiza-la através dos pensamentos, das palavras e das ações de amor.

É solidário aquele que mesmo não sofrendo pelo outro, sofre com o outro, entende o outro como ente de uma mesma família humana, independentemente de credo, de nacionalidade, de origem, de raça.

Somente através de uma atitude solidária poderemos enfim romper as barreiras encarcerantes do eu.

Assim todos juntos compreender na prática a mensagem que o Cristo nos deixou há mais de dois mil anos.

Amar nosso próximo como a nós mesmos.

Abraços fraternos

Brólio

terça-feira, 13 de março de 2018

O medo


O medo é a base de impeditivos para uma vida aprazível.

O medo, na medida correta, é um comportamento inteligente de preservação da Vida e para evitar percalços difíceis.

O medo "abstrato", aquele sentimento de medo ao qual não se associa uma causa, costuma fazer muitíssimo mal à existência.

Um caminho incrível para a superação é o exercício de racionalização.

É criar coragem e investigar a essência desse medo.

O que geralmente será identificado: medo da morte própria, medo da morte de pessoas próximas, medo da pobreza e da miséria, medo do abandono, da solidão...

Racionalizar o medo é imprescindível. Busque orientação sobre leituras ou a própria orientação mediunica para enfrentar essa etapa.

Que a graça do Senhor nos acompanhe, sempre.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Prova familiar


Abençoados os que já podem encarnar no seio de Espíritos afins, com afeto já adquirido ao longo de várias reencarnações.

Passarão, certamente, por provas e dificuldades, porém o afeto real que os une faz com que a dor amenize e a ajuda ocorra.

Abençoadas mães amantíssimas que coroam seu lar com amor incondicional.

Abençoadas as famílias que podem oferecer, mutuamente, uma palavra apaziguadora, um abraço revitalizante...

Outras famílias, muitíssimas, são formadas por Espíritos que não construíram afinidade ao longo das reencarnações.

Além da falta dessa identificação podem se unir num mesmo lar pessoas que já se odiaram ou com histórias de assassinatos, dentre infindáveis outras situações.

Diferente do primeiro tipo de família, as relações são vazias de verdadeiro afeto e os interesses individuais preponderam sobre as necessidades, do "grupo famíliar".

Unem-se sob o mesmo teto grupos que, mesmo após longos anos, agem com indiferença entre si.

Ah! Tua piedade Pai, para esses infortunados que tanto padecem e carecem da afeição verdadeira.

Iluminai, Pai, aos inúmeros irmãos que sofrem com a indiferença ou mesmo com ataques de seu núcleo familiar.

Bem, filho ou filha queridos, não sois mais infelizes que a maioria dos humanos.

Estar em um núcleo familiar composto por desafetos ou desconhecidos é uma prova muito, muito difícil. Bem o sabes.

Mas é uma oportunidade de, pelo menos, iniciar a mudança que terá de ocorrer.

Os papéis atribuídos socialmente para cada membro de um grupo é o esperado por vocês, mas Nosso Pai sabe o que é melhor para nós, a cada momento.

Não reclames, olhe para todos como irmãos da Terra.

O afeto não será conquistado só nesta tua breve encarnação.

sexta-feira, 9 de março de 2018

A Boa Nova e a Educação


Quando o Mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.

Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a religião.

Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores e méritos conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.

Prosperava a instrução, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em lamentável pobreza.

O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.

A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se dispensava aos cavalos.

Homens de consciência enobrecida, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como animais.

Os pais podiam vender os filhos.

Era razoável cegar os vencidos e aproveitá-los em serviços domésticos.

As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.

Enfermos eram sentenciados ao abandono.

As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.

Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.

Qualquer tirano desfrutava o direito de reduzir os governados à extrema penúria, sem ser incomodado por ninguém.

Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso geral.

Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como impositivo natural dos costumes.

Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.

Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para aqueles que o vergastavam e feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições espirituais.

Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes.

Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.

Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular.

Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.

Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os aprendizes do Evangelho ensinam...

a compaixão e a solidariedade,
a bondade e o amor,
a fortaleza moral e a esperança.

Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de numerosos cativos.

Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao mundo livre.

Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos são recebidos no lar.

Nova mentalidade surge na Terra.

O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.

A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: — “ meu irmão”.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Influência da mediunidade na saúde do médium


A faculdade mediúnica não é indício de um estado patológico qualquer, porém, às vezes anômalo. Há médiuns de saúde robusta; os doentes o são por outras causas.

O exercício muito prolongado de qualquer faculdade acarreta fadiga; a mediunidade está no mesmo caso, principalmente a que se aplica aos efeitos físicos, ela necessariamente ocasiona um dispêndio de fluido, que traz a fadiga, mas que se repara pelo repouso.

Pode o exercício da mediunidade ter, de si mesmo, inconveniente, do ponto de vista higiênico, abstração, feita do abuso.

Há casos em que é prudente, necessária mesmo, a abstenção, ou, pelo menos, o exercício moderado, tudo dependendo do estado físico e moral do médium.

Aliás, em geral, o médium o sente e, desde que experimente fadiga, deve abster-se.

Há pessoas para quem esse exercício seja mais inconveniente do que para outras, algumas relativamente às quais se devem evitar todas as causas de sobre-excitação e o exercício da mediunidade é uma delas.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Ação dos Espíritos na Natureza



Tudo têm um fim providencial, os grandes fenômenos da Natureza, os que se consideram como perturbação dos elementos. Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.

Às vezes têm, como imediata razão de ser, o homem.

Na maioria dos casos, entretanto, têm por único motivo o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da Natureza.

Alguns dentre os Espíritos exercem certa influência sobre os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir.

Deus não exerce ação direta sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos.

A mitologia dos antigos se fundava inteiramente em ideias espíritas, com a única diferença de que consideravam os Espíritos como divindades.

Representavam esses deuses ou esses Espíritos com atribuições especiais. Assim, uns eram encarregados dos ventos, outros do raio, outros de presidir ao fenômeno da vegetação, etc. Semelhante crença, tão pouco destituída é de fundamento, que ainda está muito aquém da verdade.

Não há Espíritos que habitem o interior da Terra para presidir aos fenômenos geológicos. Tais Espíritos não habitam positivamente a Terra.

Presidem aos fenômenos e os dirigem de acordo com as atribuições que têm. Dia virá em que recebereis a explicação de todos esses fenômenos e os compreendereis melhor.

Os Espíritos que presidem aos fenômenos da Natureza, são os que foram encarnados como nós ou que o serão. Quanto a ordem desses Espíritos, isso é conforme seja mais ou menos material, mais ou menos inteligente o papel que desempenhem. Uns mandam, outros executam. Os que executam coisas materiais são sempre de ordem inferior, assim entre os Espíritos, como entre os homens.

A produção de certos fenômenos, das tempestades, por exemplo, é obra de inumeráveis Espíritos, que se reúnem, formando grandes massas, para produzi-los.

Dos Espíritos que exercem ação nos fenômenos da Natureza, uns operam com conhecimento de causa, usando do livre-arbítrio, outros por efeito de instintivo ou irrefletido impulso.

Estabeleçamos uma comparação. Considera essas miríades de animais que, pouco a pouco, fazem emergir do mar ilhas e arquipélagos. Julgas que não há aí um fim providencial e que essa transformação da superfície do globo não seja necessária à harmonia geral?

Entretanto, são animais de ínfima ordem que executam essas obras, provendo às suas necessidades e sem suspeitarem de que são instrumentos de Deus.

Pois bem, do mesmo modo, os Espíritos mais atrasados oferecem utilidade ao conjunto. Enquanto se ensaiam para a vida, antes que tenham plena consciência de seus atos e estejam no gozo pleno do livre-arbítrio, atuam em certos fenômenos, de que inconscientemente se constituem os agentes.

Primeiramente, executam. Mais tarde, quando suas inteligências já houverem alcançado um certo desenvolvimento, ordenarão e dirigirão as coisas do mundo material.

Depois, poderão dirigir as do mundo moral. É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia, que o vosso acanhado espírito ainda não pode apreender em seu conjunto!

terça-feira, 6 de março de 2018

Conhecendo médiuns: Wera Ivanovna Krijanowskaia


Wera foi uma criança doente. A mãe preocupada não cansava de contactar os mais conhecidos médicos em busca de tratamentos mais eficazes para a forte tosse que assolava Wera Ivanovna. As fortes crises davam a impressão que seu peito iria explodir a qualquer momento. Ela foi diagnosticada com tísica, doença que carregava o estigma da morte. Wera passou toda a infância perseguida pela idéia de proximidade com a morte. Nas noites em claro via ao lado de sua cama uma velha e magra senhora, que para ela representava a morte que a esperava.

A menina Wera contava a sua babá que a presença dessa aparição fazia sua situação menos entediante. Uma noite, Wera acostumada sempre com a mesma aparição se surpreendeu por não encontrá-la ao lado de seu leito. Em seu lugar havia uma jovem de extraordinária beleza, seu sorriso emitia espantosa luminosidade, que fazia Wera pensar no calor do sol. Todo o quarto se iluminou como se o sol estivesse em seu ponto mais alto, entretanto ainda era noite.

Wera surpresa, indagou:

- Mas onde se encontra a senhora que me visitava todas as noites?

A jovem sorrindo respondeu:

- Ela não existe. Era sua imaginação. Como você concebia a ideia da morte. A morte é apenas uma nova vida, que você não deve temer.

Depois desse evento, Wera melhorou. E todos ficaram surpresos com sua rápida e surpreendente melhora. Ela não tinha mais as crises de tosse, que foram substituídas por crises mediúnicas. Onde a menina Wera via eventos do passado e do futuro, guerras e eventos históricos. Seus relatos sobre os primeiros cristãos, os sacrifícios nas arenas romanas, carregavam uma complexidade de detalhes que chocavam seus ouvintes. Como uma criança poderia ter tamanho conhecimento?

Ao buscar a veracidade das informações, detalhes e datas eram sempre confirmadas. Com sete anos Wera mal sabia ler em russo, nem em francês. O conselheiro da rica família de Wera aconselhou de encaminhá-la a um pensionato para meninas.

As ricas famílias russas eram educadas em francês, Wera fora mandada ao pensionato, pois sua saúde assim permitia. Sua educação deveria seguir o padrão da meninas nascidas em famílias ricas da sociedade russa da época. Entretanto, a vida no pensionato para ela fora um período triste. Apresentava imensa dificuldade de aprendizado, mal conseguia escrever em francês.

Finalmente, com muita paciência e sabedoria, Wera começou a se relacionar melhor com suas companheiras de escola. Acabou por deixar de ter crises mediúnicas. Amada por todos devido ao seu caráter doce continuava apresentando extremas dificuldades escolares. A punição mais grave para uma menina de treze anos era uma nota ruim, por causa dessa nota ruim ela foi proibida de passar o Ano Novo com sua família, devendo ficar no pensionato estudando.

Ela chorou muito e acabou adormecendo. Ao acordar, ao seu lado, um texto escrito com sua própria letra estava sobre a escrevaninha. Wera mostrou esse texto aos seus professores sem nada comentar sobre a sua produção. Foi elogiada e seu texto recebeu uma condecoração escolar pela originalidade do estilo. A jovem Krijanovskaia não se lembrava de modo algum de quando produzira aquele texto, mas estava contente, pois poderia passar as festas de Ano Novo com sua família.

A partir desse evento, ela passou a ser observada com mais atenção. Percebeu-se que Wera, de tempos em tempos, empalidecia, tomada de uma brancura súbita, e, se papel e lápis estivessem ao seu alcance suas mãos produziam romances com velocidade espantosa. Quando não tinha um lápis ao alcance de sua mão, fazia movimentos estranhos, como se escrevesse com lápis e papel invisíveis. Na família ninguém estranhou isso, pois já estavam acostumados, entretanto, as crises mediúnicas eram consideradas uma enfermidade.

Com a morte de seu pai a vida de Wera mudou bruscamente, a família empobreceu e ela se viu obrigada a deixar a escola. Na esperança de sair dessa situação penosa ela casou-se com V. Semenov, um funcionário do alto escalão do governo, ligado ao Imperador Russo.

Semenov era um homem de muito mais idade do que Wera, então com dezoito anos. Ele era tido por uma pessoa de boa índole, muito agradável e considerado bonito pelas mulheres. Wera não tivera problemas com ele, entretanto, tivera que dividí-lo com amantes. Wera, agora pobre, que abandonara os estudos e conhecia mal o francês (idioma utilizado na corte russa) não seria a esposa ideal para um homem rico de grande influência. Entretanto, ele era declaradamente espírita e Wera já havia obtido alguma notoriedade através de seus textos mediúnicos. Porém, não sabemos que influência isso teve, nem as razões que levaram a essa aproximação e posterior casamento entre Wera e Semenov.

Wera tinha bastante tempo livre. Semenov se ausentava seguidamente, seja por compromissos profissionais ou afetivos. Com isso ela passou a escrever com maior frequência, e aos poucos foi compreendendo o que acontecia com ela. Certa noite, em preces, pediu a Deus que enviasse até ela um professor, que pudesse auxiliá-la a escrever e desenvolver suas habilidades mediúnicas.

Uma noite ela recebeu uma mensagem diferente:

“Mística! Como um nadador que enfrenta as ondas em uma tempestade você mergulhou num oceano de enigmas sagrados e incompreensíveis que amedrontam. Entre as sombras que te rodeiam nas lutas que o futuro te reservará tua vontade será sua única companheira. Sua esperança estará assentada sobre a dedicação que empreender, esse será o farol a te guiar. E para chegar a esse farol precisará reunir todas as suas forças. Uma forte luz que vem de mais alto irá iluminar teu caminho”.

Wera não se impressionou com um vulto que caminhava em sua direção saindo de um canto pouco iluminado do quarto.

“Chamo-me Rochester!” – disse ele.

John Wilmot , Segundo Conde de Rochester (1647 – 1680), fora um escritor famoso envolvido em diversos escândalos durante sua breve vida.

Rochester era a resposta a requisição de Wera. Ele utilizou todas as suas possibilidade para se tornar visível a senhora Krijanowskaia em seu primeiro contato.

A afinidade entre ambos permitiu que rapidamente Rochester não precisasse mais desse procedimento, pois Wera sentia e reconhecia com facilidade sua presença. O espírito do Conde de Rochester descortinou o mundo astral a sua pupila. Ela aprendeu a se comunicar sem total perda da consciência como acontecia antes.

Ele ensinou a Wera Ivanovna os mistérios do ocultismo, ela escreveu com ele romances históricos em um francês apurado e clássico. Esses romances eram posteriormente traduzidos para o russo.

No momento de escrever Wera apresentava forte perda de coloração, completa palidez a tomava, e apressada solicitada que lhe trouxessem papel e lápis. Escrevia com vertiginosa velocidade, em trinta minutos era capaz de escrever trinta páginas em letras pequenas e bem desenhadas.

Os romances de Wera Krijanowskaia, produzidos a partir dos dezoito anos, começaram a ser publicados. Um após o outro o sucesso era quase que instantâneo, os livros se esgotavam rapidamente. A elite dos escritores afirmava que Wera não era uma escritora, entretanto, os leitores tinham opinião diferente.

A academia francesa ofereceu a Wera Krijanowskaia o título de Honra por seu romance “O Chanceler de Ferro”, devido ao seu contexto histórico e sua descrição precisa quanto aos costumes e organização da sociedade egípcia.

A Academia Imperial de Ciências da Russia lhe ofertou uma menção de honra pela descrição perfeita da sociedade Tcheca na época em que viveu Jan Huss (Luminares Tchecos).

A descrição do enterro da Rainha Hatasu não recebeu a mesma menção honrosa porque Wera morreu antes da descoberta de sua tumba no Egito cinquenta anos mais tarde.

Os diálogos com o espírito de Ambroise Paré (1510-1592), famoso cirurgião francês, deram a Wera uma surpreendente habilidade para diagnosticar doenças. Sob o patrocínio desse espírito ela começou a fazer emprego dessas habilidades no tratamento de doenças.

Wera ganhou notoriedade com os livros, muitos repórteres desejavam lhe entrevistar. Entretanto, sua timidez e modéstia a faziam recusar tais encontros. Ela sempre afirmara que as honras pelo trabalho pertenciam a Rochester, o verdadeiro autor.

Com a Revolução de 1917 Wera perdeu todos os seus bens, viu seus livros serem queimados e novamente cair na miséria. Mudou-se para Tallin (atual capital da Estônia), entretanto, ninguém queria saber de uma velha e pobre senhora que falava de espíritos e coisas atribuídas a magia. O reconhecimento público desaparecera, e ela que sempre apresentou saúde frágil, somando-se a miséria e a falta de comida, envelhecera precocemente. Cortava lenha para sobreviver.

Afirmava que se não fosse cristã e crente em Deus teria cometido suicídio devido aos sofrimentos que passara. Sua filha e alguns fieis amigos a auxiliavam com o que podiam. Wera morrera em completa miséria, em um pequeno quarto, vestindo trapos e quase em completa solidão, salvo a presença de alguns dedicados amigos espirituais. A previsão de Rochester se cumprira.

Wera Ivanovna Krijanowskaia soubera desempenhar seu papel com maestria, podendo ser apontada como a médium que produziu os mais fidedignos romances históricos da História do Espiritismo. Seu legado ainda nos toca através das obras de Rochester e a cada prece que a ela elevamos afirma se sentir recompensada por tudo que passou. Sendo grata a Deus.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Da Lei da Atração à Lei da Abundância


Enquanto seres encarnados todos nós estamos sujeitos a várias Leis. Desde as Leis materiais que tentam regular a vida dentro do universo manifestado, como é o caso da "Lei do Carma", até às Leis Espirituais que nos impulsionam para fora deste universo através da sintonia com a Vida que nele se manifesta.

A Lei da Atração, tão divulgada hoje, é uma Lei que opera dentro do circuito da Mãe e por isso mesmo é uma Lei material, própria do universo planetário aonde nos encontramos encarnados.

Essa "Mãe", que é a substância lúcida do universo manifestado, e por isso material, reage aos nossos pensamentos e sentimentos, que são energia, devolvendo-nos aquilo que desejamos, não na forma de um impulso espiritual ou de uma expansão de consciência, já que isso é do domínio do circuito do Filho, mas através das formas por nós desejadas.

Essa Lei possibilita, unicamente, pela compreensão do seu funcionamento e dos seus mecanismos de ação e reação, encontrarmos um equilíbrio de forças dentro deste universo a que chamamos Planeta Terra.

Esse equilíbrio, que não é vertical, mas apenas uma forma de deslocar forças e organiza-las, permitindo-nos aplainar as arestas do caminho.

Contudo, embora esse aplainar das arestas possa até ser importante num momento específico do nosso processo evolutivo, buscar essa Lei para constantemente retirar desse caminho todas as arestas será certamente uma armadilha na qual não devemos cair.

Se eu retiro do caminho todos os obstáculos que a Vida me traz, e que estão ali para que eu possa amadurecer como ser espiritual, a possibilidade desse crescimento e desse amadurecimento é cancelada.

Eu fico dentro de uma bolha hipnótica criada pelos meus próprios desejos, e ali, na ilusão da felicidade material, estagno todo o meu processo espiritual na liberdade que deixarei de ter.

É como se nós fossemos este cão de rua, que de tão desesperado pelos caminhos da sua vida, emite para essa grande Mãe o desejo de ter todos os dias comida no prato e uma casa limpa para dormir.

E essa grande "Mãe", como qualquer mãe, vendo a sinceridade do seu pedido, satisfaz-lho enviando alguém que, passando pela rua, o recolhe. A partir de então esse cão irá passar a ter todos os dias comida no prato e uma casa limpa onde morar.

Só que junto com a satisfação desse desejo, que aparentemente melhorou a sua vida, vem também uma coleira, uma trela e os limites do muro da casa de alguém que passou a ser o seu dono.

Buscar a Lei da Abundância é sair do circuito viciado da Lei da Atração, é confiar integralmente na vontade do Pai, sem desejar coisa alguma.

É ser este cão de rua, livre, e acreditar que o universo vai trazer tudo aquilo que ele necessita para o seu próprio crescimento, sejam coisas boas ou não.

Se eu retiro desta equação as coisas desagradáveis, eu estagno completamente o meu processo espiritual, pois dentro de um plano dual, a evolução faz-se pelo confronto dos opostos. É assim que lapidamos a nossa pedra bruta em cristal polido e reluzente.

É certo que nessa travessia do deserto, nesse caminhar descalço pelas areias escaldantes, de pés pelando com o calor, sequiosos de água, sem forças, é certo que encontrar um pequeno oásis onde possamos pousar os pés em água fresca, beber de um coco e comer algumas tâmaras poderá ser uma pausa agradável e por vezes necessária.

Mas atenção, aquele oásis não é a terra prometida, essa encontra-se no fim do deserto. O perigo da Lei da Atração é ficarmos ali como se este fosse o lugar de chegada e, de pés na água fresca, de coco numa mão e tâmaras na outra, recostados numa palmeira, deixarmos passar ao lado toda a nossa vida e toda a razão de ser de aqui estarmos encarnados.

Que possamos compreender que não estamos encarnados apenas para atrair pessoas agradáveis. Nós estamos aqui para servir e servir o plano evolutivo é aceitar integralmente aquilo que vida nos traz.

Se eu retiro do circuito, através da Lei da Atração, as pessoas que me incomodam, a quem é que eu estarei a ajudar? Sim, porque Jesus poderia ter ficado junto dos apóstolos e ali não haveria crítica nem julgamento. Mas Ele foi para o meio dos “pecadores”, dos gentios, daqueles que o criticavam porque isso era servir a Deus.

Se Ele invocasse a Lei da Atração para trazer para a sua vida apenas coisas boas e as pessoas agradáveis, hoje nada saberíamos desse Jesus que teria ficado lá num qualquer monte da palestina falando para o seu grupo restrito de eleitos.

Vamos parar de nos iludir com promessas de uma espiritualidade fácil, porque isso é algo que não existe, não porque o caminho espiritual seja difícil, não, ele é muito simples.

O problema é que nós estamos atados a tanta tralha civilizacional e reencarnatória, que quando nos é proposto trabalhar tudo isso de forma consciente e frontal nós fugimos.

E fugimos porque, soltar aquilo que não queremos largar, implica sofrimento e ninguém quer sofrer. E como ninguém quer sofrer recorre-se à Lei da Atração como uma fuga a essa transformação.

Se nós não queremos sofrer, e isso é legítimo, então não temos que fugir de coisa alguma, por maior que seja a dor que isso nos traga, mas apenas soltar e desapegarmo-nos de tudo aquilo que tem que ser transformado, colocando tudo isso nas mãos dessa grande Mãe. Sim, porque o processo é exatamente o oposto. Não se trata de pedir coisas ao gênio da lâmpada, mas sim entregar-lhe tudo aquilo que tem que ser transformado em nós. É para entregar e não para pedir.

Não entramos no circuito da Abundância fugindo de nós próprios, não entramos no circuito da Abundância pedindo a essa grande Mãe a satisfação dos nossos desejos.

Nós entramos no circuito da Abundância pela entrega, pela fé, que é esta certeza inquestionável que tudo está ali para o nosso crescimento e amadurecimento e que por isso não temos que fugir de nada, nem buscar o caminho mais cómodo, que embora nos possa trazer água fresca para os nossos pés, nada nos trará para a nossa verdadeira transformação como seres espirituais que somos.

Sim, porque um ser pode dominar por completo a Lei da Atração, trazendo para a sua vida toda a felicidade material e estar completamente estagnado em termos espirituais, enquanto que um outro, nada sabedor dessa Lei e que até poderá ter a sua vida um tanto caótica do ponto de vista material, poderá estar a dar passos significativos nesse mesmo crescimento.

Ao entrarmos dentro da Lei da Abundância o universo, sem que nós tenhamos que pedir coisa alguma, ou questionar o que quer que seja, porque já nos entregamos incondicionalmente a ele, irá fazer chegar a nós tudo aquilo que necessitamos para cumprirmos a nossa função, que tanto poderá ser coisa nenhuma do ponto de vista material como mais que tudo aquilo que alguma vez nós pudéssemos ter desejado. É indiferente. E é indiferente porque o foco não está mais naquilo que se recebe, mas sim naquilo que tem que ser realizado.

A escolha será sempre nossa. Podemos recusar continuar a caminhar pelo deserto rumo à verdadeira Abundância, estacionando num qualquer oásis. Mas atenção, a Lei da Atração é temporária como tudo aquilo que é material. Basta uma tempestade de areia e o deserto avançará sobre o oásis. A Abundância, que é uma Lei Espiritual, é eterna, e depois de alcançada nunca mais se separará de nós, venham as tempestades que vierem.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Bulimia e outros transtornos alimentares


Com a modernidade da sociedade, novas doenças foram criadas e muitas ainda não explicadas pela ciência convencional. Já para a medicina espiritual, doenças como transtornos alimentares têm envolvimento direto com a obsessão de espíritos que ainda se encontram com os sentimentos terrenos: culpa, dúvida e desejo.

De acordo com o médico mineiro Roberto Lúcio, os conceitos que ligam o espiritismo às doenças alimentares, diferente do que muitos imaginam, vão além de problemas psicológicos. As pessoas que sofrem com bulimia, anorexia e transtorno compulsivo alimentar, segundo diz o médico, são indivíduos de pouca fé, que ão portas fáceis para espíritos mal intencionados.

A exigência de uma estética perfeita faz com que milhares de pessoas sofram de anorexia, doença muito comum no mundo da moda. Mulheres buscam a magreza evitando comer e, em seu psicológico, a imagem de uma pessoa obesa domina a vontade de se alimentar, e dessa maneira, caminha a pessoa para o óbito.

A bulimia é semelhante à anorexia, porém, a pessoa em momento considerado por elas de fraqueza, se alimenta de forma excessiva e, após isso, sente-se culpadas. Neste caso, também, o individuo busca a beleza estética, apesar do desejo de se alimentar, vivendo a dúvida entre a beleza e a fome.

No caso do transtorno compulsivo alimentar, o individuo come exageradamente como se fosse a última alimentação de sua vida. Exclui-se do convívio de pessoas por vergonha da maneira como se alimenta. Obesos e com a estima baixa também são abatidos pela depressão, ingerindo ainda mais comida para conter a necessidade de se socializar com as pessoas.

Como explicar, na visão espírita, transtornos alimentares tão comuns na sociedade? - De acordo com Roberto Lúcio, vícios alimentares, alcoólicos e sexuais são avaliados da mesma forma. Espíritos sem evolução sentem necessidade de vingar erros cometidos em vidas passadas. Para deixar a teoria mais clara, o médico contou a história de uma paciente no Hospital André Luiz.

'Tínhamos uma paciente que sofria de anorexia. Ela tinha cerca de 1,60 metros e pesava menos de 40 quilos. O grau de desnutrição dela era tão sério que havia momentos em que ela não participava das nossas reuniões. Mas mesmo assim, ela reclamava dizendo não entender por que Deus a tinha feito tão gorda?', conta. 'Em uma das nossas terapias de regressão, descobrimos que essa paciente, na sua vida passada, havia sido uma senhora de escravos. Para torturá-los, ela colocava os negros de baixo da casa, sem comida e água. Os escravos morriam de fome e eram comidos pelos animais', diz.
'Em certo momento, um dos espíritos desses escravos apareceu e contou para nós, que quando estavam de baixo da casa, morrendo, eles falavam que essa mulher iria morrer magra e deformada', termina. Ou seja, um espírito obsersor e vingativo fazia com que essa mulher perdesse os sentidos e o bom senso em relação à alimentação.

O exemplo contado pelo médico também explica a bulimia. Da mesma forma que existem espíritos vingativos, há aqueles questionadores, que se agarram a pessoas que não acreditam e recusam curas e tratamentos para dar término à doença. Segundo Roberto Lúcio, o transtorno compulsivo alimentar é a prova da necessidade que o espírito tem com os desejos da terra.

Apesar de estar morto, sente fome e sede, e a única forma de conseguir saciar essa vontade, é buscando em pessoas que tem essa fragilidade, e ainda desligados da fé, tornam-se alvos fáceis. Os indivíduos se alimentam por si e pelo espírito que suga as energias equivalentes ao desejo alimentar que sentem.

'O tratamento para as pessoas que sofrem dessas doenças deve começar tirando o foco no ato de comer. Devemos tentar mudar essa questão da vaidade. Tentar dar disciplina a essas pessoas, não em relação à alimentação, mas uma educação que sirva para todos os conceitos da vida', frisa. 'Também usamos a prece, fluidos de energia e estudo da doutrina espírita', conclui.

De acordo com ele, é necessário que essas pessoas tenham fé e força de vontade para conseguir se recuperar da doença. 'Nós médicos não fazemos a desobsersão, quem faz isso são espíritos, mas é preciso que a pessoa tenha força para conseguir que esse obsersor entenda o seu lugar', ressalta o médico.

Fonte: Espiritismo e Razão

quinta-feira, 1 de março de 2018

Um pouco sobre o Hinduísmo


A evolução da sociedade e do pensamento indianos, desde a crise do sistema religioso védico-bramânico (aproximadamente nos séculos VI-V a.C.) até nossos dias, foi acompanhada por vasta gama de concepções teológicas, éticas e ritualísticas que passaram a constituir uma nova corrente religiosa - o Hinduísmo.

Este, na verdade, resulta da fusão de elementos do sistema religioso védico-bramânico, implantado na Índia pelos invasores ários (indo-europeus), e elementos das culturas locais, numa época em que a hegemonia da cultura dos invasores ocasionou um intercâmbio que acabou por produzir a síntese do pensamento propriamente hindu.

As origens doutrinárias do Hinduísmo encontram-se nos mesmos textos sagrados (os Vedas) que marcaram a sociedade bramânica. Esses textos, renovados e reinterpretados, permaneceram como o fundamento e a revelação divina de uma nova religiosidade.

Historicamente, as raízes do Hinduísmo podem ser localizadas no século II a.C., embora sejam muito anteriores os sintomas de crise no sistema védico-bramânico. Os textos bramânicos conhecidos como Upanishads já revelam, no século V a.C., uma crise ideológica e sacerdotal, pois o caminho religioso passa a ser procurado fora do ritualismo exagerado que caracterizou a sociedade bramânica.

Outro sintoma dessa crise foi o aparecimento, no século VI a.C., de duas grandes correntes heréticas - o Jainismo e o Budismo-, que deram por encerrada a função dos Vedas e das concepções religiosas bramânicas.

Ambas as correntes, assim como o Vishnuísmo (século II a.C.), foram posteriormente acomodadas como seitas do Hinduísmo.

A crise da sociedade bramânica parece ter atingido seu apogeu quando o rei Asoka (273-231? a.C.) da dinastia de Maurya (321-185 a.C.), aceitou o Budismo como religião suprema.

Com a morte desse rei, a classe sacerdotal tentou retomar sua supremacia ideológica e social, o que já não era possível com as novas condições religiosas da sociedade indiana.