Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Hipnotismo


No exame dos sucessos devidos ao reflexo condicionado, é importante nos detenhamos, por alguns instantes, no hipnotismo vulgar.

Há quem diga que o ato de hipnotizar se filia à ciência de atuar sobre o espírito alheio, e, para que a impressão provocada, nesse sentido, se faça duradoura e profunda é imperioso se não desenvolva maior intimidade entre o magnetizador e a pessoa que lhe serve de instrumento, porquanto a faculdade de hipnotizar, para persistir em alguém, reclama dos outros obediência e respeito.

Reparemos o fenômeno hipnótico em sua feição mais simples, a evidenciar-se, muita vez, em espetáculos públicos menos edificantes.

O operador pede silêncio, e, para observar quais as pessoas mais suscetíveis de receber-lhe a influenciação, roga que todos os presentes fixem determinado objeto ou local, proibindo perturbação e gracejo.

Anotamos aqui a operação inicial do «circuito fechado».

Exteriorizando-se em mais rigoroso regime de ação e reação sobre si mesma, a corrente mental dos assistentes capazes de entrar em sintonia com o toque de indução do hipnotizador passa a absorver-lhe os agentes mentais, predispondo-se a executar-lhe as ordens.

Semelhantes pessoas não precisarão estar absolutamente coladas à região espacial em que se encontra a vontade que as magnetiza.

Podem estar até mesmo muito distanciadas, sofrendo-lhe a influência através do rádio, de gravações e da televisão.

Desde que se rendam, profundamente, à sugestão inicial recebida, começam a emitir certo tipo de onda mental com todas as potencialidades criadoras da ideação comum, e ficam habilitadas a plasmar as formas-pensamentos que lhes sejam sugeridas, formas essas que, estruturadas pelos movimentos de ação dos princípios mentais exteriorizados, reagem sobre elas próprias, determinando os efeitos ou alucinações que lhes imprima a vontade a que se submetem.

Temos aí a perfeita conjugação de forças ondulatórias.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O mal não é eterno


Muitas vezes as criaturas participam do mal, desviando da corrente natural das circunstâncias benéficas.

Envenenam as oportunidades, estacionando longuíssimo tempo em tarefas reparadoras ou expiatórias; entretanto, ainda ai é forçoso observar a manifestação incessante do poder criador que nos é próprio, mesmo naqueles que se transviam ...

Na verdade caem nos despenhadeiros do crime, lançam-se aos vales da sombra, mas, organizando e reorganizando as próprias ações, adquirem o patrimônio bendito da experiência; e, com a experiência, acabarão alcançando a luz, a paz, a sabedoria e o Amor com que se aproximam de Deus.

Impossível é resolver o assunto em caráter definitivo, sem as noções de evolução, aperfeiçoamento, responsabilidade, reparação e eternidade.

Não vale descobrir complexos e frustrações, identificar lesões psíquicas e deficiências mentais, sem as remediar ...

Em resumo, não satisfaz o simples exame da casca: é essencial atingir o cerne e determinar modificações nas causas.

Para isto, é imprescindível confessar a realidade do reencarnacionismo e da imortalidade.

O mal não é eterno e, ainda que cause prejuízos, acabará levando ao Bem.

O conhecimento do fator "reencarnação" é essencial para compreender que somos destinados ao Amor, ainda que teimemos em escolher por algum período, longo ou não, o caminho equivocado.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Vítimas?


Não podemos ver senão o ato presente do drama multissecular de cada um.

O obsediado e obsessor são duas Entidades a chegarem de muito longe, extremamente ligadas nas perturbações que lhes são peculiares.

Aqueles que procedem acertadamente, entregando-se ao trabalho com alegria, porque de todo esforço nobre resulta um bem que fica indestrutível na esfera espiritual; no entanto, deveriam ser comedidos nas promessas de melhoras imediatas, no campo físico, e, de modo algum, deveriam formular julgamento prematuro em cada caso, porquanto é muito difícil identificar a verdadeira vítima com a visão circunscrita do corpo terrestre.

Em todos os desastres que nos ocorram, devemos examinar serenamente a percentagem de nossa coparticipação.

Apenas em situações raríssimas, poderíamos exibir, de fato, o título de vítimas.

Na maioria dos acontecimentos dessa natureza, porém, temos a nossa parte de responsabilidade.

Não podemos evitar que a ave de rapina cruze os ares, sobre a nossa fronte, mas podemos impedir que faça ninho em nossas cabeças.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Não furtarás


É uma das Leis Mosaicas, um dos dez Mandamentos.

Parece obvio o mandamento: “Não furtarás”.

Não furtarás a fazenda, a propriedade, a casa, a veste, os bens de quem quer que seja.

Mas o Mandamento é mais profundo do que isso.

Há uma outra espécie de furto para o qual nós não costumamos dar a devida importância.

É uma espécie de “furto moral”.

Senão vejamos: quantas vezes a violência silenciosa, não captada pelas Leis, rouba de inúmeras pessoas a paz e a tranquilidade.

Há pessoas que são capazes de devolver enormes quantias encontradas nas ruas aos seus verdadeiros proprietários, mas são incapazes de dar paz e tranqüilidade dentro do lar, furtando assim dos seus convívios aquilo que deveriam dar.

Há pessoas que efetivamente não invadem o espaço de ninguém, não ocupam pertences, casas, imóveis, verdade, mas furtam com muita facilidade a confiança das pessoas.

Há outras pessoas que são capazes de atos nobres, não permitindo que outrem furtem, mas ao mesmo tempo, levam embora de outras pessoas a esperança ao colocar palavras, frases, pensamentos, idéias, imagens desesperadoras nas conversações e nas atitudes.

Como nós podemos perceber, não furtarás é bem mais do que não tirar os bens materiais.

Vale uma reflexão para cada um de nós.

Será que nós, por alguma razão ainda que aparentemente bem intencionados, não estaríamos furtando algo de alguém?

Que Deus nos abençoe.

Psicofonia recebida no NEPT em 10/01/2018

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Nós e a mediunidade 


                                       

Nós lemos em O Livro dos Médiuns, que todo ser humano de alguma maneira é médium.

 E nós compreendemos também na análise do mesmo livro, da mesma obra, que há pelo menos dois tipos fundamentais de médiuns: os médiuns estáticos e os dinâmicos.

Os estáticos são aqueles que não tem o compromisso com a Doutrina Espírita, com a missão mediúnica.

E os dinâmicos são chamados de médiuns de mediunato porque guardam dentro de si compromissos de resgatar almas com as quais está em debito.

 Muito bem! A esses últimos algumas perguntas são bastante cabíveis no dia a dia.

O que faz do médium dinâmico, do médium ativo, um bom médium?

Será que é ser um médium impaciente, intolerante ou paciente e tolerante?

Será que o médium se faz um bom médium, quando tira beneficio em proveito próprio da mediunidade ou quando estende a mão para o próximo utilizando-a como ferramenta de amparo?

Será que o médium se faz um bom médium, ativo, guardando a disciplina, a perseverança, a determinação ou aparecendo de vez em quando no Centro Espírita para dar o ar da graça.

Como se faz, como se constrói um bom médium?

Será que é o médium que ouve as mensagens quando está nas reuniões ou o médium que ouve as mensagens e estuda no recanto do lar?

Será que o bom médium é aquele que não se importa com a reforma intima, pois que já está contente com a atual situação e ainda se julga importante por ser médium, ou é aquele médium que está todos os dias, vigilante, tentando se transformar numa criatura humana melhor para ser um médium de bem?

Qual será o bom médium?

O médium voltado aos interesses materiais ou o médium voltado a Jesus?

Como seremos nós nesta seara?

 

Que Deus nos abençoe!

Psicofonia recebida no NEPT em 30/08/2017

 

 

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Indagavas 




Indagavas quanto ao grande porvir.

A Doutrina Espírita sossegou-te as ânsias, explicando que te encontras provisoriamente no mundo, a serviço do próprio burilamento, para a imortalidade vitoriosa.

Perguntavas sobre os amargos desajustes entre corpo e alma, quando a enfermidade ou a mutilação aparece.

A Doutrina Espírita asserenou-te a aflitiva contenda íntima, explicando que a individualidade eterna se utiliza, temporariamente, de um corpo imperfeito, como alguém que se vale de instrumento determinado para determinada tarefa de corrigenda a si mesmo.

Inquirias com respeito à finalidade dos problemas domésticos.

A Doutrina Espírita harmonizou-te o pensamento, explicando que o lar é instituto de regeneração e de amor, onde retomas a convivência dos amigos e desafetos das existências passadas para a construção do futuro melhor.

Interrogavas em torno dos entes amados, além do túmulo.

A Doutrina Espírita dissipou-te as dúvidas, explicando que o sepulcro não é o fim, tanto quanto o berço não é o princípio, e que toda criatura, ao desenfaixar-se dos laços físicos, prossegue na marcha de aprimoramento e ascensão do ponto evolutivo em que se achava na Terra.

Interpelavas o campo religioso acerca da Justiça divina.

A Doutrina Espírita suprimiu-te a inquietação, explicando que Deus não concede privilégios e que, em qualquer estância do Universo, a alma recebe, inelutavelmente, da vida o bem ou o mal que dá de si própria.”

Torturavas a mente, qual se devesses respirar em cárcere de mistério, toda vez que cogitavas das questões transcendentes da fé.

A Doutrina Espírita acalmou-te, explicando que ninguém pode violentar os outros em matéria de crença, acentuando, porém, que toda fé, para nutrir-se de luz, deve ser raciocinada em bases de lógica, porquanto, diante das Leis divinas, cada consciência é responsável pelos próprios destinos.

É necessário valorizar a doutrina que generosamente nos valoriza. Sustentar-lhe a integridade e a pureza perante Jesus, que a chancela, é procurar o nosso aperfeiçoamento e trabalhar por nossa união.


Emmanuel / Justiça Divina 

O cérebro


O cérebro humano é um produto da evolução das espécies. Elaborado desde milhões de anos, vem aperfeiçoando-se conforme as necessidades do Espírito, no que tange a buscar alimentos, selecionar, sentir, procriar, memorizar e desenvolver a inteligência.

Saiu do simples impulso instintivo para a irritabilidade, passou pela sensação, adentrou-se no instinto e atingiu a razão. Nessa sua peregrinação evolutiva, o princípio inteligente vem armazenando informações, de maneira que, ao atingir a fase humana, seu cérebro perispirítico já continha vasto registro de impressões e sensações relativas à luta pela vida e pela sobrevivência, que poderiam ser racionalizadas e ordenadas formando lições.

Com o homem nasceu a ciência e com o seu pensar surgiu a filosofia. A evolução cerebral se fez basicamente do interior para o exterior, de vez que o seu núcleo central, mais conhecido como tronco cerebral é que conduz as funções básicas da vida, desde os batimentos cardíacos até a harmonia respiratória.

Nesse estágio, o que era mais importante e necessário para o princípio inteligente, era manter a vida frente as hostilidades do meio, adaptando-a e aperfeiçoando uma máquina material que lhe possibilitasse manifestação cada vez mais intensa no cenário terrestre.

Esse setor cerebral desenvolveu-se basicamente até a era dos répteis, há centenas de milhões de anos, quando esses animais dominavam o globo. Segundo alguns autores, é pela cobertura do tronco cerebral que se exteriorizam a agressão e a defesa, os rituais, o princípio da territorialidade e da hierarquia social, noções básicas dirigidas pelos impulsos instintivos e adaptativos das espécies inferiores.

Circulando o tronco cerebral, está o sistema límbico do cérebro dos mamíferos, desenvolvido há dezenas de milhões de anos, nos mamíferos primitivos anteriores aos primatas. Esse setor cerebral é que responde pelos nossos humores e emoções, bem como nossos interesses.

Continuava o princípio inteligente em suas repetições, enfrentando os fatores ambientais, ora terrestres, moldando órgãos materiais para utilizá-los na aprendizagem, ora despindo-se deles e atuando em plano sutil, para regressar ao cenário anterior, incorporando lições de sobrevivência.

Envolvendo essas duas partes do cérebro encontra-se o córtex cerebral, que vem se desenvolvendo há milhões de anos, desde os primatas, ancestrais dos trogloditas. O hemisfério direito do córtex responde pelo reconhecimento dos padrões, intuição, sensibilidade e poder analítico.

O esquerdo dirige o pensamento racional, analítico e crítico. Ambos os hemisférios se comunicam por feixes de neurônios em troca informativa, de onde resulta a harmonia do binômio criatividade análise, gerando atitudes responsáveis e lógicas.

A grande maioria dos conhecimentos do Espírito é trabalhada através do córtex. No tronco cerebral e no seu envoltório manifestam-se as funções mais utilizadas pelos ancestrais, como: agressão, medo, sexo, defesa, proteção à prole, obediência ao líder. Pelo córtex o Espírito exterioriza as conquistas superiores tais como a linguagem, a leitura, a abstração, a estética e a inteligência.

Como todo o conhecimento é de origem espiritual, o Espírito vai deixando para a retaguarda os ensinamentos superados e sem muita significação para o estágio que já atingiu.

Do histórico de lutas e conquistas anteriores, muita coisa se perde na noite dos tempos, restando para o futuro toda a memória biológica, algumas impressões e instintos, que demasiadamente exercitados, gravaram-se fortemente na intimidade perispiritual.

Em resumo, consideramos o cérebro como um bloco único, embora que para efeito didático possamos dividi-lo em três compartimentos.

O tronco cerebral, utilizado como cérebro primitivo e hoje funcionando como tradutor do arquivo das lições adquiridas na conquista dos impulsos instintivos; o sistema límbico do cérebro dos mamíferos, elaborado enquanto as sensações e o instinto se aperfeiçoavam; e o córtex cerebral, onde a razão veio a selar pelo pensamento, a soberania hominal, como ápice do reino dos viventes, desde que alguns animais possuem sentimentos, mas o homem possui o pensamento.

Nos dias atuais o cérebro é visto e analisado em tríplice aspecto. Subconsciente, consciente e o superconsciente. No subconsciente está o arquivo dos trabalhos realizados, onde o hábito, forçando uma rotina milenária, forjou o automatismo.

No consciente encontra-se a sede das atuais conquistas, simbolizando o nosso esforço e perseverança nos labores regenerativos. No superconsciente estão as aspirações superiores, os ideais santificantes, que atingidos, mais aperfeiçoarão o sistema cerebral, de vez que a sua potência é proporcional ao progresso efetuado no sentido dos anseios angélicos.

Como na análise anterior, as partes ou sedes sofrem interferências ou intercâmbio entre elas, trazendo o homem em si, o passado, o presente e o futuro. Depende de sua ação abreviar o futuro ou retardar o passado pela ação do presente. Herdamos assim através da evolução cerebral, toda uma série de condicionamentos, bem como o instinto, que segue ao lado do intelecto agindo de maneira independente, como função marcante, sentinela avançada na conservação da vida.

Lembramos que toda essa evolução cerebral, realizou-se na área perispiritual, refletindo-se nas espécies materializadas, em cópias equivalentes e grosseiras, que deveriam ajustar-se às ordens e necessidades do Espírito reencarnante.

Por sua vez o cérebro físico segue os passos evolutivos do cérebro perispiritual, traduzindo imperfeitamente as conquistas deste. Pouco conhecido, de potencial acanhadamente utilizado, o cérebro, instrumento maior a permitir a manifestação do Espírito no universo, continuará desafiando o homem comum por muitos séculos, mostrando-se pouco a pouco, à medida que o intelecto e a moral amadureçam.

E quando isso acontecer, talvez a melhor definição para ele seja luz.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Rotina


Como é engraçado nós estarmos todos os dias nos propondo a mudar, a melhorar nossas atitudes e no entanto continuamos na mesmice.

Na rotina da vida, aonde nós não conseguimos mudar nem uma virgula nosso estado ocioso.

Trabalhemos, meus irmãos, para mudar este estado e melhorarmos um degrauzinho sequer, para o encontro ao Mestre Jesus.

Estamos muito acomodados com as atitudes materiais.

Que façam predominar as atitudes morais e não dar a importância que damos as atitudes materiais.

Que estejamos numa rotina positiva de amor ao próximo e caridade constante em todos os sentidos da vida.

Brólio

sábado, 20 de janeiro de 2018

Nós e o corpo


Tu te habituaste a cultuares o teu corpo físico para prepará-lo para os excessos e abusos.

Quando tu fazes o pedido para a saúde, tu pensas apenas e tão somente em aproveitar a saúde em desmandos que te façam deteriorar a maquinaria física que te acolhe e que te esconde da Vida Espiritual.

Já passa do momento de vibrar pelo teu corpo físico, de forma a fazê-lo equilibrado, harmônico, mas não para desfrutar dele as mais infelizes situações.

O corpo físico de cada ser humano é a essência do médium que serve ao Espírito para lidar com a matéria e com as experiências terrenas de forma geral.

É a benção que o Criador lhe deu para que tu possas caminhar em tua jornada evolutiva, alcançando a necessária paz e vendo a Deus no futuro.

O corpo é o teu escafandro, é tua veste, é teu instrumento acima de tudo.

Permite que tu sejas a cada dia, um pouco melhor.

Abandona, portanto todas as iniciativas lascivas, equivocadas e parta para o caminho da harmonização.

Respeite o teu corpo, respeite a tua vida, mantenha-te integro em teus princípios, afasta dos teus hábitos todo e qualquer tipo de excesso, mantenha-te em harmonia com o teu corpo para que tu Espírito possa caminhar efetivamente em direção a luz.

Que Deus nos abençoe.

Psicofonia recebida no NEPT em 30/08/2017

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Intuições e inspirações 



CONCEITO DE INTUIÇÃO

A palavra intuição (do latim in tueri = ver em, contemplar) significa um conhecimento direto, imediato do conjunto de qualidades sensíveis e essenciais dos objetos e de suas relações, sem uso do raciocínio discursivo (1). 

TIPOS DE INTUIÇÃO 

Dentre os vários tipos de intuição, destacamos três: 

1º) intuição sensível ou empírica: visão da laranja;

2º) intuição intelectual: o todo é maior que as partes;

3º) intuição metafísica: intuição de Deus. 

Em filosofia, aceita-se somente a intuição intelectual, porque é a única que se pode provar (1). 

INTUIÇÃO INTELECTUAL 

Intuição é um ato simples, por meio do qual captamos a realidade ideal de algo.

Intelectual refere-se ao trânsito ou à passagem de uma idéia à outra, àquilo que Aristóteles desenvolve sob a forma de lógica.

Assim, intuição e intelectual são termos que se excluem, que se repelem.

O essencial no pensamento de Fichte, Schelling e Hegel é considerar a intuição como método da filosofia. E por que consideram a intuição intelectual como método da filosofia?

Porque dão à razão humana uma dupla missão:

1ª) penetrar intuitivamente na essência das coisas;

2ª) partindo dessa intuição intelectual, construir, de modo puramente apriorístico, toda a armação, toda a estrutura do universo e do homem dentro do próprio universo (2).  

FATORES FAVORÁVEIS À MANIFESTAÇÃO DA INTUIÇÃO 

1º) - Desejar imperiosamente solucionar o problema.

2º) - Acumular ricos conhecimentos práticos e teóricos.

3º) - Trabalhar e pensar longa e intensamente.

4º) - Passar rapidamente de uma atividade à outra.

5º) - Ter a mente flexível e aberta ao novo.

CONHECIMENTO INTUITIVO E CONHECIMENTO CIENTÍFICO 

A distinção entre ambos pode ser expressa da seguinte forma: enquanto o conhecimento intuitivo se reduz a um ato, simples e individual, o conhecimento científico resulta de um processo complexo de análise e de síntese.

o conhecimento intuitivo consiste em um ato de experiência sensível ou espiritual, já o conhecimento científico toma a experiência como primeiro passo ou estágio inicial de um longo processo de pesquisa.

o conhecimento intuitivo é de ordem subjetiva, enquanto o conhecimento científico fundamenta-se na objetividade e na evidência dos fatos, e, porque essa objetividade e evidência são demonstradas lógica ou experimentalmente, o conhecimento científico adquire o caráter objetivo de validade geral e independente de intuições (3).  

INTUIÇÃO, RAZÃO E ESPIRITISMO 

O conhecimento vindo através do intelecto nos faz apreender o mundo ambiente, ao passo que a intuição nos dá o discernimento das coisas divinas;

O conhecimento intelectual se estriba na razão que mediu, pesou, dividiu, analisou, concluiu;

A intuição, porém, se apóia na fé, porque somente crê e confia. O campo da razão vai até onde a inteligência alcança, mas o da intuição não têm limites, porque é o campo da consciência universal. Por isso, às vezes diz “sim”, quando a intuição diz “não”; uma fala “prudência”, a outra ordena “confiança”; uma diz “raciocina primeiro”, mas a outra determina “crê e segue” (4). 

CONCEITO DE INSPIRAÇÃO 

Inspiração - do latim inspiratio do verbo aspiro, soprar para dentro. Segundo o Dicionário Aurélio, qualquer estímulo ao pensamento ou à atividade criadora.

Na aspiração, quando o espírito humano, no seu dinamismo, dirige a um valor puro, como liberdade, justiça, a aspiração torna-se inspiração.

Fala-se muito na inspiração dos artistas, esse misterioso poder de criação espontâneo, que parece como se uma potência exterior viesse em auxílio daquele.

Muitos artistas realizam obras num estado de mínima consciência, apercebendo-se do que fizeram quase no fim ou no término do que encetaram. Alguns chegam a afirmar um caráter de mediunidade, como se o artista não passasse de um instrumento dócil às mãos de um ser misterioso que o guiasse na realização de sua obra, como Mozart que ouvia os seus concertos, num só ato, escrevendo-os, depois, por memorização (5). 

MÉDIUNS INTUITIVOS E MÉDIUNS INSPIRADOS 

Médiuns Intuitivos: o papel desta categoria de médiuns é ser intérprete dos Espíritos. Enquanto o médium mecânico age como uma máquina, o médium intuitivo, para transmitir o pensamento, deve primeiramente compreendê-lo, para depois apropriar-se dele e traduzi-lo fielmente, embora esse pensamento não seja o seu.

Médiuns Inspirados: é uma variedade da mediunidade intuitiva, entretanto a intervenção de um poder oculto é ainda bem menos sensível, ou seja, no inspirado é mais difícil distinguir-se o pensamento próprio daquele que lhe é sugerido. O que caracteriza este último é sobretudo a espontaneidade (6).

 INTUIÇÃO, INSPIRAÇÃO E MEDIUNIDADE

Intuição significa um conhecimento direto, imediato do conjunto das qualidades sensíveis e essenciais dos objetos e das suas relações, sem uso do raciocínio discursivo. Inspiração quer dizer soprar para dentro. É o estado de exaltação emotiva, de íntima e misteriosa iluminação, em que, pela intuição estética, o artista apreende o seu objeto de modo impreciso, mas em plenitude.

Por essas definições depreende-se que na intuição o indivíduo busca o conhecimento por si mesmo, penetrando-o através de seus próprios esforços. Por outro lado, na inspiração, a descoberta vem espontaneamente, transparecendo em muitos artistas a existência de uma percepção extra-sensorial - mediunidade. Muitos realizam suas obras num estado de mínima consciência, como é o caso de Mozart, que depois do êxtase, escrevia seus acordes de cor.

Teoricamente não é difícil separar esses dois conceitos. Mas como precisar, com certeza, onde começa um e onde termina o outro? A doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, fornece-nos uma luz. De acordo com seus postulados, estamos envoltos pela presença de Espíritos, que tanto podem influenciar-nos para o bem quanto para o mal. Neste sentido, o insight de uma descoberta poderia, perfeitamente, provir do sopro de um Espírito amigo.

No desenvolvimento desses raciocínios, o homem de gênio poderia ser apontado como o ser exclusivamente intuitivo. Isso não é impossível, visto que ele, em outras encarnações, conquistou, através dos próprios esforços, condições para tal fim. Mesmo assim, não se invalida a influência exercida pelos bons Espíritos. Estes podem utilizar-se da matéria cerebral do gênio e comunicar-lhe as invenções necessárias para a evolução da humanidade.

No estudo da psicografia, Kardec usa os termos médium intuitivo e médium inspirado. O médium intuitivo escreve e percebe que as idéias são do Espírito comunicante e com o médium inspirado isto não ocorre. Afirma, ainda, que o segundo é um caso especial do primeiro. Ele considera a intuição e a inspiração como mediunidade, ao contrário dos filósofos, que tratam da intuição como sendo uma abstração do próprio sujeito cognoscente.

Excluindo-se a terminologia exclusivamente mediúnica de Kardec, podemos dizer que a intuição refere-se ao fenômeno anímico, enquanto a inspiração, ao fenômeno mediúnico. Estejamos atentos para separar um do outro.  


Sérgio Biagi Gregório 

Novo Ciclo


Todo o começo é oportunidade de renovação e de reafirmação de compromissos com a verdade que habita em nós, com a disciplina necessária ao aprendizado, com a boa disposição para o enfrentamento das lutas necessárias e com a devida gratidão a Deus nosso Pai por tudo que vivenciamos e o que recebemos de experiências no ano que se inicia.

Toda a experiência é pedra "preciosa" na bateia do aprimoramento pessoal.

Com elas crescemos, aprendemos, melhoramos, olhamos nossos pontos de vista, enfim amadurecemos na direção da "alma vivente" que desejamos e precisamos nos tornar.

Gratos somos então pelas dores e doenças que nada mais são do que cura.
Gratos somos pelo sofrimento que nos aproxima do real entendimento ao perdão.
Gratos somos pelos amigos do caminho, que nada mais são do que encontro e reencontro na direção do entendimento e da paz entre os homens.
Gratos somos pelo trabalho que burla e materializa nossas melhores intenções.
Gratos somos pelo estudo que dirime nossas dúvidas e aclara nossa compreensão sobre a vida e o Universo.
Gratos somos pelo convívio através da doutrina espírita que nos reúne no mesmo ideal de amor, de paz e progresso.
Gratos somos, Senhor da vida pelas oportunidades todas que se descortinam neste novo ciclo.

Feliz e produtivo ano a todos!

Abraços fraternos

Brólio

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Fascinação


Há, Espíritos obsessores sem maldade, que alguma coisa mesmo denotam de bom, mas dominados pelo orgulho do falso saber.

Têm suas ideias, seus sistemas sobre as ciências, a economia social, a moral, a religião, a filosofia, e querem fazer que suas opiniões prevaleçam.

Para esse efeito, procuram médiuns bastante crédulos para os aceitar de olhos fechados e que eles fascinam, a fim de os impedir de discernirem o verdadeiro do falso.

São os mais perigosos, porque os sofismas nada lhes custam e podem tornar cridas as mais ridículas utopias.

Como conhecem o prestígio dos grandes nomes, não escrupulizam em se adornarem com um daqueles diante dos quais todos se inclinam, e não recuam sequer ante o sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria, ou um santo venerado.

Procuram deslumbrar por meio de uma linguagem empolada, mais pretensiosa do que profunda, eriçada de termos técnicos e recheada das retumbantes palavras caridade e moral. Cuidadosamente evitarão dar um mau conselho, porque bem sabem que seriam repelidos.

Daí vem que os que são por eles enganados os defendem, dizendo: Bem vedes que nada dizem de mau.

A moral, porém, para esses Espíritos é simples passaporte, é o que menos os preocupa. O que querem, acima de tudo, é impor suas ideias por mais disparatadas que sejam.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Falta de sorte


Os acidentes são coisas muito insignificantes que vos podeis prevenir deles e fazer que os eviteis algumas vezes, dirigindo o vosso pensamento, pois nos desagradam os sofrimentos_materiais. Isso, porém, nenhuma importância tem na vida que escolhestes.

A fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.

Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram.

Mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha.

Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer.

Um acontecimento qualquer pode ser a conseqüência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não seria dado.

Imagina que queimas o dedo.

Isso nada mais é senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria.

Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Fadiga na mediunidade


A faculdade mediúnica não é indício de um estado patológico qualquer, porém, às vezes anômalo. Há médiuns de saúde robusta; os doentes o são por outras causas.

O exercício muito prolongado de qualquer faculdade acarreta fadiga; a mediunidade está no mesmo caso, principalmente a que se aplica aos efeitos físicos, ela necessariamente ocasiona um dispêndio de fluido, que traz a fadiga, mas que se repara pelo repouso.

Pode o exercício da mediunidade ter, de si mesmo, inconveniente, do ponto de vista higiênico, abstração, feita do abuso. Há casos em que é prudente, necessária mesmo, a abstenção, ou, pelo menos, o exercício moderado, tudo dependendo do estado físico e moral do médium.

Aliás, em geral; o médium o sente e, desde que experimente fadiga, deve abster-se. Há pessoas para quem esse exercício seja mais inconveniente do que para outras, algumas relativamente às quais se devem evitar todas as causas de sobre-excitação e o exercício da mediunidade é uma delas.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Holismo


O holismo, ou a visão holística é uma maneira de ver o mundo, o Homem e a vida em si como entidades únicas, completas e intimamente associadas.

Esta palavra vem do grego HOLOS, que significa "Inteiro" ou "Todo", como em "Holograma" grama=figura/ Holos=inteira, e representa um novo paradigma (modelo) científico e filosófico que surgiu como resposta ao mal-estar da pós-modernidade, que é em grande parte causado pela cisão dos aspectos humanos e naturais trazida pelo antigo paradigma.

Sendo uma forma de tentar unir o Homem ao universo (natureza) onde está inserido, o Holismo visa a integração dos seus aspectos Físicos, emocionais, mentais, etc..

O Ser Humano não é somente matéria física, nem somente consciência, nem apenas emoções, logo, levar em consideração apenas alguns destes aspectos isoladamente, é perder de vista a sua "inteireza" (neologismo para "wholeness"), sua integridade.

Um exemplo já bem conhecido atualmente é a atuação da medicina ortodoxa, que visa a cura através do uso de medicamentos, os quais agem somente sobre o físico, curando não a doença, mas somente removendo (ou melhor, mascarando) os sintomas, quando muitas das doenças tem sua causa em conflitos mentais/emocionais, e conseqüentemente, sua origem fora do âmbito puramente físico.

A terapia Holística serve-se de técnicas de terapias alternativas de diversos tipos, com a finalidade de tratar o Homem INTEIRO, nos âmbitos Físico, Emocional, Mental e Espiritual, Conjuntamente.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Os Anjos



Conta-nos um amigo da vida espiritual, uma historia muito interessante sobre um irmão, um ser humano, que iria reencarnar por quem o Criador teve algum cuidado especial como com todos nós.

A referência das cores que serão dadas, são apenas ‘referências’ sem que impliquem em alguma realidade para com a Vida espiritual.

Ao ser gerado, o Criador o acompanhou e encaminhou a ele alguns anjos para que a sua encarnação pudesse frutificar e ele pudesse se aproximar do Criador cada vez mais.

Ao despertar para a vida material, o anjo lirial através dos lábios da mãezinha querida dizia ao recém nato: “Papai do Céu, Criador”.

Com o seu desenvolvimento nos primeiros anos nos bancos escolares, um anjo verde através da professora dos ensinos primários lhe ensinava as palavras: “Deus nosso Criador, nosso Pai”.

Evoluindo e crescendo nos bancos da universidade, através dos livros de Filosofia e Ciência, o anjo dourado lhe inspirava a sabedoria, o conhecimento. Era o anjo da Sabedoria.

Tendo contato com os livros acadêmicos, entretanto, começou a se questionar sobre a vida, começou a se questionar sobre a existência de Deus.

Por mais que os três anjos lhe abordassem, não conseguia dar ouvidos, e a duvida “será que Deus existe? Existe mesmo o Criador?” começou a lhe atormentar.

Até que por inspiração desses três anjos, da Pureza, da Esperança e da Sabedoria, conseguiu se dirigir a uma casa de oração, local no qual ouviu as palavras de um sacerdote, inspirado por um anjo azul, o anjo da Fé, para que pudesse se sensibilizar e se aproximar mais do Criador.

Mas, a sua teimosia, a sua renitência, impedia que ele se aproximasse de Deus e os questionamentos íntimos o atormentavam cada vez mais.

Então, inspirado pelos anjos, começou a ler as obras religiosas, sendo inspirado através delas por um anjo róseo, o anjo da caridade, que lhe inspirava a trabalhar e servir em favor do próximo.

Mas nenhum destes anjos conseguia sensibilizá-lo.

A sua teimosia era maior, recalcitrante, equivocado que era.

Os anjos se reuniram e foram ao Criador pedir socorro.

E o Criador lhe enviou o socorro.

Assistiram entristecidos a presença de um anjo cinzento, triste e sério, que se aproximou do nosso irmão sem que se utilizasse de qualquer instrumento e lhe assoprou no coração.

Imediatamente o mal-estar, a taquicardia, a falta de fôlego, a falta de ar, o enfraquecimento das forças, a sudorese e o inicio da lucidez, a percepção de que a Vida era uma ilusão.

Por mais que tivesse constituído família, tivesse tido filhos, tivesse condições para se manter materialmente, começara a perceber que tudo aquilo que tinha era ilusório, passageiro, o corpo era perecível.

E, pela primeira vez com os olhos cheios de lagrima voltou-se para o alto pedindo: “Pai, que estás no Céu, acolhe esse filho transviado e me permita tentar mais uma vez”.

Pela benção do Criador, por acréscimo de Bondade, ele persistiu na Terra para tentar aprender mais e levar esse aprendizado aos seus irmãos.

O ultimo anjo que o visitara, o anjo cinzento, era o anjo da enfermidade.

Que Deus nos abençoe.

Psicofonia recebida no NEPT em 13/07/2017

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Sobre as Vidas sucessivas - Leon Denis


A doutrina das vidas sucessivas, que foi também doutrina de Platão e da Escola de Alexandria, impregnava inteiramente o Cristianismo primitivo. Todas as correntes do pensamento oriental se reuniam para inocular em a religião que surgia uma vida nova e ardente.

Nessas fontes bebiam os cristãos mais ilustres os elementos da sua ciência e do seu gênio. Orígenes, Clemente, a maior parte dos padres gregos ensinavam a pluralidade das existências da alma.

Ainda no século IV São Jerônimo, na sua controvérsia com Vigilantius, reconhecia que a crença nas vidas sucessivas era a da maioria dos cristãos do seu tempo.

Orígenes, sobre esse ponto de doutrina, não foi condenado pela Igreja, como o supõe o padre Coubé. O Concilio de Calcedônia e o quinto de Constantinopla rejeitaram, não a crença na pluralidade das vidas da Alma, mas simplesmente a opinião de Orígenes de que...

- a união do Espírito com o corpo é sempre uma prova (Ver: Expiação)

- e a de que a Alma viveu primeiro no estado espiritual.

Este ilustre pensador, que São Jerônimo considerava como «o maior dos cristãos depois dos Apóstolos», não levava muito em conta a lei de educação e de evolução dos seres.

Na realidade, a Igreja nunca se pronunciou sobre a questão das existências sucessivas, que continua aberta às possibilidades do futuro. Em todas as épocas, membros eminentes do clero católico adotaram essa crença e a afirmaram publicamente.

No século décimo quinto, o cardeal Nicolau de Ousa sustentou, em pleno Vaticano, a teoria da pluralidade das existências da alma e a dos mundos habitados, não só com o assentimento, mas com os aplausos sucessivos de dois papas: Eugénio IV e Nicolau V.

Eis aqui outros testemunhos mais recentes:

Em 1843, no seu mandamento, monsenhor de Montal, bispo de Chartres, falava nestes termos da preexistência e das reencarnações: «Pois que não é defeso crer na preexistência das almas, quem pode saber o que se terá passado, nas idades longínquas, entre Inteligências?»
G. Calderone, diretor da «Filosofia della Scienza», de Palermo, que abriu um largo inquérito sobre as ideias dos nossos contemporâneos acerca da reencarnação, publicou algumas cartas trocadas entre monsenhor L. Passavalli, arcebispo vigário da basílica de S. Pedro, em Roma, e o Sr. Tancredi Canonico, senador do Reino, Guarda dos Selos, presidente da Suprema Corte de Cassação da Itália e católico convencido.

Citemos duas passagens de uma carta de monsenhor Passavalli:

«De meu espírito desapareceram para sempre as dificuldades que me perturbavam quando Estanislau, «de santa memória» (monsenhor Estanislau Fialokwsky, morto em Cracóvia a 18 de janeiro de 1885), a cujo espirito atribuo em grande parte esta nova luz que me ilumina, me anunciava pela primeira vez — a doutrina da pluralidade das vidas do homem. Sinto-me feliz por haver podido verificar o efeito salutar dessa verdade sobre a alma de meu irmão.»

«Parece-me que se fosse possível propagar a ideia da pluralidade das existências da Alma, quer neste mundo, quer no outro, como meio de realizar a expiação e a purificação do homem, com o objetivo de torná-lo finalmente digno de si e da vida imortal dos céus, já se teria dado um grande passo, pois isso bastaria para resolver os problemas mais intrincados e mais árduos que atualmente agitam as inteligências humanas. Quanto mais penso nessa verdade, mais ela se me mostra grande e fecunda de conseqüências práticas para a religião e para a sociedade.» (a) Luís, arcebispo.

Da correspondência inédita de T. Canônico, publicada ultimamente em Turim, resulta que ele próprio fora iniciado na crença da reencarnação por Towiansky, escritor católico muito conhecido.

Numa extensa carta, que traz a data de 30 de dezembro de 1884, ele expõe as razões pelas quais acha que essa crença nada tem de contrária à Religião Católica, apoiando-se em muitas citações das Santas Escrituras.(*)
(*) Ver Annales des Sciences Psychiques, setembro de 1912.

[109 - páginas 104 / 105] - Léon Denis

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Os obstáculos para os médiuns


Incontestavelmente todos os médiuns estão chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida de sua faculdade.

Mas há bem poucos que não se deixem cair nas malhas do amor próprio.

É uma pedra de toque que raramente deixa de produzir efeitos.

Assim, em cem médiuns, apenas encontrareis um, ínfimo que seja, que, nos pródromos de sua mediunidade, não se julgue chamado a produzir resultados superiores e predestinado a grandes missões.

Os que sucumbem a essa vã esperança — e grande é o seu número — tornam-se presa de Espíritos obsessores, que não tardam a subjugá-los, lisonjeando-lhes o orgulho e os tomando por seu ponto fraco.

Quanto mais querem elevar-se, mais ridícula é a queda, quando não desastrosa.

As grandes missões não são confiadas senão a homens de escol; e Deus mesmo os coloca, sem que as busquem eles, no meio e na posição em que seu concurso poderá ser eficaz.

Nunca recomendarei demais aos médiuns experimentados que desconfiem do que certos Espíritos lhes poderão dizer, no tocante ao papel que são chamados a representar.

Porque, se os tomarem a sério, só colherão desapontamentos neste mundo e um severo castigo no outro.

Que se persuadam bem que, na esfera modesta e obscura onde se acham colocados, podem prestar grandes serviços, ajudando a conversão dos incrédulos, ou consolando os aflitos.

Se daí devem sair, serão conduzidos por mão invisível, que prepara os caminhos, pondo-os em evidência, por assim dizer, malgrado seu.

Que se lembrem destas palavras: “ Aquele que se exalta será humilhado; e aquele que se humilha será exaltado".

O ESPÍRITO DA VERDADE

[17b - Capítulo XXXI parágrafo XV]

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Nos momentos mais difíceis


Nos momentos de grandes aflições parece-nos que a situação é sem fim.

Tão envolvidos nas dificuldades não conseguimos vislumbrar que é apenas mais um momento em nossa existência.

Nesses momentos faz-se necessária a prece, a prece for o rosa com o real desejo de melhora e superação.

Por mais dificuldades que encontremos no dia a dia sempre poderemos contar com um interior forte e equilibrado.

É luta séria e difícil manter a sanidade em nossa esfera ainda tão sofrida e lotada de ir aos que tudo fazem para acumular os bens materiais.

Não desistir nunca, mas sempre ter a fé e a esperança de momentos muito melhores.

Na casa espírita temos a preciosidade dos exemplos em nossos companheiros.

Muitos vão e vem e partem. Mas muitos mantém-se independentemente do momento conflituoso.

Esses, firmes, continuam a rotina com assiduidade e percebe-se que não abalam sua conduta com melindres desnecessários.

Ficar atentos a esses exemplos faz bem e tentar igualá-los é uma meta saudável.

Imunologia espiritual


Por intermédio das mitocôndrias, que podem ser consideradas acumulações de energia_espiritual, em forma de grânulos, assegurando a atividade celular, a mente transmite ao carro físicoa que se ajusta, durante a encarnação, todos os seus estados felizes ou infelizes, equilibrando ou conturbando o ciclo de causa e efeito das forças por ela própria libertadas nos processos endotérmicos, mantenedores da biossíntese.

Nessa base, dispomos largamente dos anticorpos e dos múltiplos agentes imunológicos cunhados pela governança do Espírito, em favor da preservação do corpo, de acordo com as multimilenárias experiências adquiridas por ele mesmo, na lenta e laboriosa viagem a que foi constrangido nas faixas inferiores da Natureza. (Ver: Mente e Psicossoma)

Da mesma sorte, possuímos, funcionando automaticamente ...

a secretina,
a tiroxina,
a adrenalina,
a luteína,
a insulina,
a foliculina,

Os hormônios gonadotrópicos e unidades outras, entre as secreções internas, à guisa de aceleradores e excitantes, moderadores e reatores, transformadores e calmantes das atividades químicas nos vários departamentos de trabalho em que se subdivide o Estado Fisiológico.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A crítica e a consciência


A CRÍTICA é um grande obstáculo à felicidade interior, pois é altamente destrutiva.

Ela se reflete em sua Vida porque, quando você julga, semeia a semente do fruto amargo.

Criticar os outros interfere com o bem-estar deles.

Por consequência, quando provocamos danos a outros, por menores que sejam, os prejuízos voltarão para nós com juros.

Entretanto, se você se comprometer a percorrer o Caminho do Cristo, deve entender que é um caminho de autoanálise contínua, onde é necessário encontrar a coragem para olhar suas ações à luz do AMOR e enxergar a verdade a respeito de seus pensamentos e emoções.

À medida em que você progride no Caminho, torna-se mais fácil perceber a verdade dos outros, entender o que os impulsiona e os faz cometer erros em seus relacionamentos, em seu ambiente de trabalho e na família.

Quanto mais você tiver empatia para com os outros, entender o que os motiva, perceber as dificuldades que os impulsionam às ações irrefletidas, mais elevada se torna a sua espiritualidade, o seu próprio sentido de compaixão e amor para com estes, pois estão realmente fazendo o melhor que podem no ambiente e nas circunstâncias que criaram para si mesmos.

A partir desse ponto de vista, fica cada vez mais fácil pedir desculpas, até que chegue o momento em que, percebendo a verdade das outras pessoas com tanta clareza, você não vê a hora de perdoar e esquecer toda a tensão e crítica para com elas.

Quando chegar o momento de partir dessa vida, uma pessoa iluminada, que vive em paz e em harmonia com o mundo inteiro, se moverá para uma dimensão de total benção e alegria.

Depois de um tempo, começará a perceber que há dimensões ainda mais elevadas de existência e a se preparar, aumentar e expandir o nível de sua consciência para absorver vibrações mais altas da Consciência Divina.

Ela, sua consciência, se tornará um transmissor mais criativo e irradiante de AMOR INCONDICIONAL.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Contra as obsessões


Há diversos processos de medicação espiritual contra o vampirismo, os quais poderemos desenvolver em direções diversas.

Observamos que as entidades infelizes mostravam-se, agora, terrivelmente contrafeitas. Alguma coisa impedia-lhes acompanhar a vítima ao interior da casa A prece traça fronteiras vibratórias.

Aqui reside uma irmã que tem a felicidade de cultivar a oração fervorosa e reta, o motivo da sublime paz reinante entre as paredes humildes.

O lar não é somente a moradia dos corpos, mas, acima de tudo, a residência das almas.

O santuário doméstico que encontre criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados, converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais.

O obsidiado não se equilibrou ainda nas bases legítimas da vida, depois de extremas vacilações e levianas experiências da primeira mocidade; no entanto, sua companheira, mulher jovem e cristã, garante-lhe a casa tranquila, com a sua presença, pela abundante e permanente emissão de forças purificadoras e luminosas, de que o seu Espírito se nutre.

De fato, a tranqüilidade interior era grande e confortadora. Em cada ângulo das paredes e em cada objeto isolado havia vibrações de paz inalterável.

Não tenha dúvida: a oração é o mais eficiente antídoto contra o vampirismo.

A prece não é movimento mecânico de lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente.

É vibração, energia, poder.

A criatura que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de inexprimível significação.

Semelhante estado psíquico descortina forças ignoradas, revela a nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes superiores.

Dentro dessa realização, o Espírito, em qualquer forma, pode emitir raios de espantoso poder.

A oração é muito valiosa para o obsidiado.

Significa para ele o “acréscimo de misericórdia” que deverá anexar, em definitivo, ao patrimônio de sua personalidade, através do trabalho próprio.

Receber o auxilio do Bem não quer dizer que o beneficiado seja bom.

Nosso amigo precisa devotar-se, com fervor, ao aproveitamento das bênçãos que recebe, porque, inegavelmente, toda cooperação exterior pode ser interrompida e cada filho de Deus é herdeiro de possibilidades sublimes e deve funcionar como médico vigilante de si mesmo.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Auxílio Espiritual


Com todo o apreço que lhes devemos, é preciso considerar que são vanguardeiros do progresso, sem serem infalíveis.

São grandes Entidades em abençoado processo de sublimação, credoras de nossa reverência pelo grau de elevação que já conquistaram, contudo, são Espíritos ainda ligados à Humanidade terrena e em cujo seio se corporificarão, de novo, no futuro, através do instituto universal da reencarnação, para o desempenho de preciosas tarefas.

Não são luminares isentos de errar. Não podemos exigir deles qualidades que somente transparecem dos Espíritos que já atingiram a sublimação absoluta.

São altos expoentes de fraternidade e conhecimento superior, porém, guardam ainda consigo probabilidades naturais de desacerto.

Primam pela boa-vontade, pela cultura e pelo próprio sacrifício no auxílio incessante aos companheiros reencarnados, mas podem ser vítimas de equívocos, que se apressam, contudo, a corrigir, sem a vaidade que, em muitas circunstâncias, prejudica os "doutos" na Terra.

Compreendem que algo sabem, mas esse algo é muito pouco daquilo que lhes compete saber.

Entregam-se, desse modo, a preciosas cruzadas de serviço e, dentro delas, ajudam e aprendem. Auxiliam e são auxiliados.

Não poderia ser de outro modo.

Sabemos que o milagre não existe como derrogação de leis da Natureza. Somos irmãos uns dos outros, evolvendo juntos, em processo de interdependência, no qual se destaca o esforço individual.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Ação dos hormônios




Atingindo inequívoco progresso em seus estímulos, o corpo_espiritual, desde a protoforma psicossômica nos animais superiores até o homem, conforme a posição da mente a que serve, determina mais ampla riqueza hormonal.

As glândulas sexuais que então mobiliza são mais complexas.

Exercem a própria ação pelos hormônios que segregam, arrojando-os no sangue, hormônios esses, femininos ou masculinos, que possuem por arcabouço da constituição química, em que se expressam, o núcleo ciclo-pentano-penidrofenantreno, filiando-se ao grupo dos esteróis.

Os hormônios, estrogênicos oriundos do ovário, mantêm os caracteres femininos secundários,
e os androgênicos, segregados pelo testículo, sustentam os caracteres masculinos da mesma ordem.

Produzem ações estimulantes e inibitórias, todavia, como atendem necessariamente a impulsos_e_determinações_da_mente, por intermédio do corpo espiritual, incentivam o desenvolvimento ou a maneira de proceder da espécie, mas não os origina.


Por isso, nenhum deles possui ação monopolizadora no mundo orgânico, não obstante patentearem essa ou aquela influência de modo mais amplo.


Ainda em razão do mesmo princípio que lhes vige na formação, pelo qual obedecem às vibrações incessantes do campo_mental, os hormônios não se armazenam: transformam-se rapidamente ou sofrem apressada expulsão nos movimentos excretórios.


Entendendo-se os recursos da reprodução como engrenagens e mecanismos de que o Espírito em evolução se vale para a plasmagem das formas físicas, sem que os homens lhe comprovem, de modo absoluto, as qualidades mais íntimas, é fácil reconhecer que as glândulas sexuais e seus hormônios exibem efeitos relativamente específicos.


Inegavelmente, o ovário e os hormônios femininos se responsabilizam pelos distintivos sexuais femininos, mas podem desenvolver alguns deles no macho, prevalecendo as mesmas diretrizes para o testículo e os hormônios que lhe correspondem.


Isso é claramente demonstrável nos experimentos de castração, enxertos e injeções hormonais, porquanto, apesar de a ação sexual específica do testículo e do ovário apresentar-se como fato indiscutível, a gônada, refletindo os estados da mente, herdeira direta de experiências inumeráveis, eventualmente produz certa quantidade de hormônios heterossexuais e, da mesma sorte, ainda que os hormônios sexuais se afirmem com atividade específica intensa, em determinados acontecimentos realizam essa ou aquela ação em órgãos do sexo oposto.


Esses são os efeitos heterossexuais ou bissexuais das glândulas ou dos hormônios.


André Luiz