O peso do pessimismo

É curioso o pensamento humano, pois é extremamente complexo.

Independente de quem seja, ele (o pensamento) passa por nuances que vão de um extremo a outro, parando levemente no bom senso e tem uma tendência maior a pairar sobre as sombras, que parecem agradar mais do que a Luz, que deveria ser mais importante para cada um dos Seres humanos.

Essas sombras são de variadas texturas e permitem a cada um devaneios variados que passam pela inveja, ciúme, maledicência, pessimismo, materialismo, egoísmo, fanatismo e outras manifestações humanas que infelizmente ainda perambulam pela superfície da Terra.

Entretanto, muito provavelmente, o mais difícil artigo que seja cultivado na mente humana seja a autopiedade.

Esta posição da pessoa humana faz com que a criatura se coloque em destaque diante de si mesma e diante daqueles que lhe acompanhem a jornada como se fosse uma eterna penalizada pela Vida.

É, sem qualquer dúvida, um enorme obstáculo a ser vencido pelo indivíduo.

É uma forma de pensamento persistente, insidioso, rasteiro, destrutivo, permeado com outras emoções não menores que satisfazem sua manutenção no íntimo do Ser.

Ciúme é destrutivo e corrosivo e conduz à autopiedade.

Inveja é voraz e queima o Ser em seu íntimo, conduzindo à autopiedade.

Pessimismo faz com que a pessoa se veja cada vez menor, mais pobre enquanto indivíduo, conduzindo à autopiedade.

Maledicência afasta os outros da pessoa, conduzindo à solidão e, portanto, à autopiedade.

Egoísmo, levando a pessoa a desejar tudo para si mesmo, isola e impede a generosidade, de tal forma que conduz à autopiedade.

Como se pode ver, cultivar pensamentos infelizes só gera mais infelicidade.

Por esta razão e por outras não destacadas é melhor afastar do pensamento, da mente, do coração, quaisquer imperfeições para permitir que cresça dentro de cada um de nós a semente do Bem, que irá nos conduzir ao Amor.

Autopiedade? Não! Caridade? Sempre!

Militão Pacheco