Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Dificuldades familiares




- Fico muito apreensiva, sabe? Não sei como agir diante desses fatos com meu filho. É tão difícil saber o que falar. Parece que, se dou bronca fica ruim e se não falo nada fica pior.

- Você tem razão: é um momento delicado. Mas, a única maneira de tentar ajudar seu filho é aproximando-se dele o máximo possível.

- De que jeito? Ele não deixa! Parece que me odeia!

- Não, ele não odeia você. Ele realmente acha que as pessoas com um pouco mais de idade não fazem parte do universo dele. Além do mais, ele está realmente em uma vida paralela à sua, afinal, esta situação deve estar sendo construída há um bom tempo. Se houvesse uma aproximação real entre ele e vocês, certamente esse afastamento não teria ocorrido.

- Então, será que sou culpada pela situação dele? Às vezes eu fico me perguntando ‘no que foi que eu errei?’, mesmo! Devo ter sido uma péssima mãe! Só pode ser isso! No entanto, não consigo achar grandes falhas no que fiz e acho que faria tudo de novo, do jeito que eu fiz...

- Seria bom que você reconsiderasse esta posição, afinal, o resultado não é tão próximo do que seria adequado, não é mesmo?

- Mas, então o senhor acha que eu realmente errei?

- Na verdade, há uma combinação de fatores nessa situação entre vocês todos da família. Há o lado do pai, o seu lado e o lado dele também, com certeza! Não há equívoco, nesses casos, que seja unilateral. Quer ver? Você deu exemplos errados, com relação à viciação para seu filho? Seu marido pode ter feito isso?

- É, eu fumo e bebo com certa frequência e meu marido também. Mas, veja, é só cigarro e bebidas caseiras. A gente não fica por aí bebendo e se drogando!

- Sim, mas, além disso, tentaram ter proximidade com o rapaz? Sempre foram amigos dele?

- Mais ou menos, a gente se comporta como mãe e pai, mesmo, ora!

- E o que quer dizer isso?

- Quer dizer que a gente deu educação, deu escola, roupas, presentes, passeios, dinheiro quando precisava e, agora há pouco que fez dezoito anos, demos um carro para ele! Sempre do bom e do melhor!

- E carinho, atenção, conversa fraternal, educação religiosa, amizade no lar?

- Bom, ele sempre foi um menino muito genioso, preguiçoso, sem vontade. Nunca levou estudo a sério de verdade. Fica muito tempo no computador, na televisão. Sai com os amiguinhos, com as meninas, agora vai a baladas com frequência e não dá muito tempo para a gente ficar junto com ele. Na verdade, ele nunca foi de ficar muito perto da gente. É meio arisco, não sei...

- Essa distância pode ser a raíz do problema.

- Mas, se ele não quer saber da gente, o quê fazer?

- Agora, só resta a vocês tentarem resgatar de algum modo a amizade dele. Mas, vai depender dele também, afinal, os valores de ‘família’ não estão gravados em seu coração e ele não tem como saber efetivamente a importância real de um núcleo familiar. Ele não sabe que os verdadeiros amigos deveriam estar dentro do lar.

- É que, na verdade, ele e meu marido não se dão bem. Desde os doze, treze anos de idade dele, eles mal se conversam. É uma tristeza para mim...

- É, minha irmã, mas, se seu marido anseia, como você, trazer seu filho de volta para uma realidade livre de vícios, será necessário que vocês se desdobrem no sentido de resgatar o sentimento que está adormecido ou esquecido entre vocês três. É uma forma muito importante fazer com que o rapaz abandone o vício e compreenda o verdadeiro sentido da palavra ‘família’. É o caminho mais suave, mais apropriado e mais sensato. Claro que depende de vocês três como indivíduos, mas certamente, se os três colaborarem, ou pelo menos, você e seu marido, as chances de resgate aumentam. Não há ferramenta mais forte do que o amor para trazer um ser amado para perto de nós, no retorno de uma viagem que na verdade é um desperdício junto às drogas.

- Só o amor, né?

- É, minha irmã, só o amor.

- Eu pensei que vindo aqui o senhor e os Espíritos pudessem fazer isso por nós... Mas entendi sua mensagem. Nós é que teremos de mudar as coisas para trazê-lo de volta... Não sei... Sinceramente, duvido que meu marido ajude! Ele está tão revoltado com essa história de meu filho! Vai ser muito difícil, com certeza... Ah, meu Deus! Que pena que tenho disso tudo! Que pena! Uma vida desperdiçada!

- Não, minha irmã! Nunca desista! Há sempre o auxílio dos bons amigos da Espiritualidade próximos a nós. Faça um acompanhamento espiritual nessa casa, tome passes, assista palestras e faça suas preces. Não desanime e tenha confiança no amparo do Alto. Já tivemos oportunidade de assistir nesta Casa vários casos de jovens que foram literalmente resgatados dessas sombras de modo definitivo, e que agora são trabalhadores na Seara Espírita. Se seu marido ainda não tem como ajudar, você, como mãe e como filha de Deus, pode fazer sua parte.

- Será, senhor?

- Certamente! Nunca ficamos em desamparo! Se cada um de nós fizer sua parte, não omitindo as responsabilidades, estaremos abrindo caminhos para a redenção.

- Então, quando posso começar?

- Agora mesmo!


Psicografia recebida no NEPT em 26 de outubro de 2012
Militão Pacheco

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