Em novo terreno

Toda incursão em um novo espaço requer cautela e cuidado por parte daquele que ali passa a fazer parte do cenário.

Como quando se entra em casa de alguém, é necessário que seja feita uma reflexão a respeito de como são os hábitos daquela casa, para que não se venha a desrespeitar tais hábitos.

Cada família tem seus hábitos, seus costumes e não se tem o direito de entrar nesta família com as disposições para simplesmente tentar mudar algum desses costumes de acordo com as preferëncias de quem venha a tentar fazer parte desta família.

Cada pessoa vai cultivando ou vai demonstrando suas tendências no decorrer de cada experiência na Terra, conforme os anos vão passando, constituindo, juntamente com as potencialidades atuais, a personalidade que se forma e ninguém tem o direito de forjar a personalidade de quem quer que seja à força.

Os espaços necessitam ser conquistados por mérito, como resultado do esforço, da determinação e da disciplina de cada um.

Assim também funciona o coletivo, a coletividade.

Por esta razão cada Casa Espírita tem sua personalidade, formada à custa de um esforço coletivo, em razão do pensamento coletivo, dos anseios coletivos e até mesmo das necessidades coletivas.

Nenhuma Casa Espírita é igual a qualquer outra, pois, como já podemos compreender, há a formação da personalidade com o passar das experiências de todo o grupo que a compõe.

Por esta razão não se pode conceber em "levar" a experiência vivenciada em um lugar para outro, pura e simplesmente, sem que se provoque uma cisão, uma quebra e uma ruptura do que já existe.

É preciso recordar que até mesmo nos lugares mais distantes e ermos, onde a ignorância relativa à cultura ainda esteja atuante, os Espíritos encontram condições para auxiliar. Imagine onde possa existir algum grau de conhecimento e de cultura para os frequentadores e dirigentes como isso funciona como amparo para todos os que ali estão presentes de alguma maneira.

Cada um que siga seu caminho, buscando não interferir, não atrapalhar, não destruir o trabalho alheio, para não servir de escândalo, pois sabemos que o escândalo é necessário, mas ai daquele que o provoca…

Militão Pacheco