E-mail enviado ao Redator da Revista Superinteressante, com relação à matéria sobre o Chico Xavier:
"Prezado Sérgio,
Fiquei contente ao ler seu editoral na edição de abril da Superinteressante. Uma das coisas de que mais sinto falta no exercício do jornalismo é a busca pela isenção. Acho que ele existe a partir das perguntas e que jamais devemos deixar de fazê-las.
Quando terminei a leitura da matéria sobre o Chico Xavier, meu contentamento já não existia mais. A primeira crítica é evidente até aos leitores mais leigos: tratar o assunto com palavras pejorativas é de um mau gosto tacanho. Um exemplo: “show de materialização”. Uma reportagem séria, que busca explicar o respeito das pessoas pelo Chico, não usaria este termo.
A segunda crítica tem relação com o seu editorial. A reportagem da revista não fez todas as perguntas a respeito da trajetória de Chico. Não conheço o assunto profundamente, mas sei de afirmações que se contrapõem a algumas frases citadas pelos repórteres. Um exemplo: o fotógrafo da revista Realidade viu um assistente de Chico borrifando alguma substância durante uma sessão mediúnica. Um amigo meu recebia água fluidificada da casa de Chico com cheiro de rosas. O aroma ficava na água por um ano inteiro ou mais. Quando ela estava quase acabando, ele acrescentava mais água e o cheiro persistia. Diante deste exemplo pontual, pergunto a você: posso dizer que a reportagem da revista realmente ouviu os dois lados?
Ficam aqui minhas críticas à reportagem. Não encontrei o respeito ao qual você se refere no editorial. Espero que as próximas matérias não adotem essa postura.
Um abraço,
Beatriz Rey"
Beatriz é jornalista e subeditora da Revista Educação.
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