Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Você e os Outros

Amigo, atendamos ao apelo da fraternidade.

*

Abra a própria alma às manifestações generosas para com todos os seres, sem trancar-se na torre de falsas situações, à frente do mundo.

*

A pretexto de viver com dignidade, não caminhe indiferente ao passo dos outros.

*

Busque relacionar-se com as pessoas de todos os níveis sociais, erguendo amigos além das fronteiras do lar, da fé religiosa e da profissão.

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Evite a circunspecção constante e a tristeza sistemática que geram a frieza e sufocam a simpatia.

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Não menospreze a pessoa mal vestida nem a pessoa bem posta.

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Não crie exceções na gentileza, para com o companheiro menos experiente ou menos educado, nem humilhe aquele que atenta contra a gramática.

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Não deixe meses, sem visitar e falar aos irmãos menos favorecidos, como quem lhe ignora os sofrimentos.

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Não condiciones as relações com os outros ao paletó e à gravata, às unhas esmaltadas ou aos sapatos brilhantes, que possam mostrar.

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Não se escravize a títulos convencionais nem amplie as exigências da sua posição em sociedade.

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Dê atenção a quem lha peça, sem criar empecilhos.

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Trave conhecimento com os vizinhos, sem solenidade e sem propósito de superioridade.

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Faça amizades desinteressadamente.

*

Aceite o favor espontâneo e preste serviço, também sem pensar em remuneração.

*

Ninguém pode fugir à convivência da Humanidade.

*

Saiba viver com todos, para que o orgulho não lhe solape o equilíbrio.

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Quem se encastela na própria personalidade é assim como o poço de água parada, que envenena a si mesmo.

*

Seja comunicativo.

*

Sorria à criança.

*

Cumprimente o velhinho.

*

Converse com o doente.

*

Liberte o próprio coração, destruindo as barreiras de conhecimento e fé, título e tradição, vestimenta e classe social, existentes entre você e as criaturas e a felicidade, que você fizer para os outros, será luz da felicidade sempre maior, brilhando em seu caminho.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Apostilas da Vida.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
5a edição. Araras, SP: IDE, 1993.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Como Respondeu?

“Perdoar aos inimigos é pedir
perdão para si próprio; perdoar
aos amigos é dar-lhes uma prova
de amizade; perdoar as ofensas é
mostrar-se melhor do que era.”
(Alan Kardec, E.S.E. Cap.X, ltem 15.)

À hora de cólera, você exclamou: “Vingar-me-ei!”

E perdeu uma feliz oportunidade de exercitar o perdão.

Escarnecido pela ignorância, você retrucou: “Infeliz perseguidor!”

E malbaratou o ensejo de iluminar em silêncio.

Esbofeteado pela agressividade da intolerância, você reagiu: “Nunca mais terás outra ocasião de ferir-me!”

E desperdiçou a lição do sofrimento.

Dominado pela preguiça, você justificou: “Amanhã farei a assistência programada.”

E esqueceu que agora é a hora da ação editicante.

Acuado pela perseguição geral, você indagou: “Por que Deus me abandonou?”

E não enxergou a Divina Presença na linguagem do testemunho que lhe era solicitado.

Aturdido pela maledicência, você desabafou: “Ninguém presta!”.

E feriu, sem motivo, muitas almas boas ,generalizando a invigilância e a crueldade.

Esmagado pela pobreza, você inquiriu: “Onde o socorro celeste?”

E atestou o apego às coisas terrenas.

Ante a felicidade aparente dos levianos, você disse: “Só os maus vencem!”

E desrespeitou a fé cristã que você vive, inspirada na cruz de ignomínia onde Ele pereceu.

Ao impacto de acusações injustas, você baqueou: “Estou perdido!”

E não se recordou d'Aquele que é o nosso Caminho.

Entretanto, poderia dizer sempre: “Em ti confio, Senhor, e a Ti me entrego.”

E Ele, que nunca abandona os que n'Ele confiam, saberia ajudá-lo incessantemente.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Glossário Espírita-Cristão.
Ditado pelo Espírito Marco Prisco.
4a edição. Salvador, BA: LEAL, 1993.

domingo, 28 de novembro de 2010

Confia Sempre

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.

Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.

Crê e trabalha.

Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.

De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve. Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da noite.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte...

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.

* * *

Meimei

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier)

sábado, 27 de novembro de 2010

SERVIÇO E INVEJA

“... A caridade não é invejosa...” – Paulo
(I CORÍNTIOS, 13:4.)

Muitos companheiros asseveram a disposição de ajudar, em nome da caridade;
entretanto, para isso, exigem os recursos que pertencem aos outros.

Querem amparar os necessitados...

Mas dizem aguardar vencimento igual ao do colega que lhes tomou a frente na
organização de trabalho.

Declaram-se inclinados ao socorro de meninos desprotegidos...

Alegam, todavia, que apenas assumirão a iniciativa quando possuírem casa semelhante à
do amigo mais próspero.

Afirmam-se desejosos de colaborar na construção da fé, amando e esclarecendo a quem
sofre...

Interpõem, no entanto, a condição de desfrutarem a autoridade dos irmãos que se
encarregam dessa ou daquela instituição, antes deles.

Expõem a intenção de escrever, na difusão da luz espiritual...

Contudo, somente entrarão em atividade quando dispuserem da competência de quantos
já despenderam larga parte da vida, na estruturação da palavra escrita.

Se aspiras a servir ao bem, não te detenhas na cobiça expectante, a pedir que a
possibilidade dos outros te passe às mãos.

A caridade não é invejosa.

Emmanuel / Chico Xavier / Palavras de Vida Eterna

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Espiritismo ou Kardecismo?

De um tempo para cá um estranho fenômeno ocorre em nosso meio: pessoas respeitáveis aceitam a Doutrina Espírita, entusiasmam-se com seus postulados e se beneficiam da consolação por Ela propiciada. No entanto, chegado o momento das definições, afirmam-se não espíritas, mas espiritualistas ou "kardecistas".

Quanto ao espiritualismo, a definição é incompleta, já que todas as crenças baseadas na existência da alma são espiritualistas.

E quanto ao "kardecismo"?

As origens históricas do termo, embora não possam situar-se no tempo, são perfeitamente caracterizadas quanto aos fatos. Ao chegarem ao Brasil, os escravos trouxeram consigo suas crenças, seus cultos, que ali se fundiram, com o crescimento das crenças indígenas e católicas. Esses grupos étnicos já praticavam a mediunidade. Ora, com o aparecimento entre nós da Doutrina Espírita, uma de cujas bases principais é exatamente o fenômeno mediúnico, foram inevitáveis as generalizações. Tudo quanto se referisse ao intercâmbio com o outro plano era considerado Espiritismo.

Tal equívoco ocasionou lamentáveis deturpações. Não queremos aqui discriminar os grupos afro. Há entre eles os que, embora divergindo da Doutrina Espírita quanto ao aspecto religioso e à prática mediúnica, lêem Allan Kardec, adotam seus postulados filosóficos e servem ao próximo com desprendimento e abnegação.

Não se pode negar, entretanto, as deturpações a que nos referimos acima. Eram comuns em certos setores da imprensa manchetes como: "Assassinato em um Centro Espírita", "Incorporado pelo Guia Fulano...". Além disso, não são raros os folhetos em que se lê: "Madame Fulana de tal. Vidente Espírita, soluciona todos os problemas, resolve caso de amor e dinheiro, prevê o futuro..." etc.

Resultado: para não se embarafustarem com toda esta confusão, alguns companheiros abrem mão do termo espírita e preferem a expressão "kardecista". Haverá, porém, algum fundamento para tal posição?

Em primeiro lugar, Allan Kardec sempre fez questão de assinalar que, ao contrário de todas as doutrinas anteriores, o Espiritismo não foi fundado por homens, mas é conseqüência das revelações trazidas pelo Plano Espiritual.

Em segundo lugar, não podemos descartar a gama de preconceitos que envolve a substituição dos termos espírita e Espiritismo pelos termos "kardecista" e "kardecismo".

Não querem, estes companheiros, que suas crenças sejam confundidas com aquelas que, para eles, são "inferiores". Não querem ser identificados como "feiticeiros" ou "macumbeiros". Tal confusão, no entanto, não advém deste ou daquele termo, mas da posição de cada um perante a vida e diante de si mesmo.

Ao invés de simplificarmos as coisas dando à Doutrina Espírita nomes que ela não possui, chamando-a "kardecismo", "mesa branca", "Espiritismo Científico", etc., arquemos com os incômodos das explicações; e, definindo-nos claramente como espíritas, esclareçamos simplesmente os que nos abordem sobre o que é, e o que não é Espiritismo.

(Revista Espírita Harmonia - nº 34 - agosto de 1997)

(Jornal Mundo Espírita de Outubro de 1997)
Luiz Antonio Millecco

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O EU E A ILUSÃO

A trajetória de predominância do ego no ser é lar ga. A descoberta do eu profundo, do ser real, da indivi duação é, por conseqüência, mais difícil, mais sacrificial, exigindo todo o empenho e dedicação para ser lo grada.
Vivendo em um mundo físico, no qual a ilusão da forma confunde a realidade, o que parece tem predo mínio sobre o que é, o visível e o temporal dominam os sentidos, em detrimento do não visível e do atemporal, jungindo o ser à projeção, com prejuízo para o que é real, e é compreensível que haja engano na eleição do total em detrimento do incompleto.
Esse conflito - parecer e ser - responde pelos equívocos existenciais, que dão preferência ao que fere os sentidos, substituindo as emoções da alma, além das estruturas orgânicas. Estabelece-se, então, a prevalência da ilusão derivada do sensorial que a tudo comanda, no campo das formas, desempenhan do finalidade dominante em quase todos os aspe ctos da vida.
Submerso no oceano da matéria o ser profundo - o eu - encontrando-se em período de imaturidade psico lógica, deixa-se conduzir pelo exterior, supondo-se di ante da realidade, sem dar-se conta da mobilidade e estrutura de todas as coisas, na sua constituição mole cular.
O campo das formas responde pela ilusão dos sen tidos, que se prolongam pelos delicados equipamentos emocionais, dando curso a aspirações, desejos e com portamentos.
A ilusão, no entanto, é efêmera, quanto tudo que se expressa de maneira temporal. A própria fugacida de do tempo, como medida representativa e dimensio nal da experiência física, traí o ser psicológico, cujo es paço ilimitado necessita de outro parâmetro ou coor­denada que, ao lado de outra coordenada espacial, faculta a identificação univocamente de um fato ou ocor rência.
O ser psicológico movimenta-se em liberdade, po dendo viver o passado no presente, o presente no mo mento e o futuro, conforme a projeção dos anseios, igualmente na atualidade. As dimensões temporais ce dem-lhe lugar às fixações emocionais, responsáveis pela conduta do eu profundo.
Face a essa distonia entre o tempo físico e o emoci onal, cria-se a ilusão que se incorpora como necessida de de vivência imediata, primordial para a vida, sem o que o significado existencial deixa de ter importância.
A escala de valores do indivíduo está submetida à relatividade do conceito que mantém em torno do que anela e crê ser-lhe indispensável. Enquanto não apro funda o sentido da realidade, a fim de identificar-lhe os conteúdos, todos os espaços mentais e emocionais permanecem propícios aos anseios da ilusão.
E ilusória a existência física, apertada na breve di mensão temporal do berço ao túmulo, de um início e um fim, de uma aglutinação e uma destruição de molé culas, retornando ao caos de onde se teria originado, fazendo que o sentido para o eu profundo seja destitu ído de uma qualificação de permanência. Como efeito mais imediato, a ilusão do gozo se apropria do espaço-tempo de que dispõe, estabelecendo premissas falsas e gozos igualmente enganosos.
A dilatação do processo existencial, começando antes do berço e prosseguindo além do túmulo, oferece objetivos ampliados, que se eternizam, proporcionan do contentos satisfatórios que se transformam em rea lizações espirituais de valorização da vida em todos os seus atributos.
O ser humano não mais se apresenta como sendo uma constituição de partículas que formam um corpo, no qual, equipamentos eletrônicos de alta procedência reúnem-se casualmente para formar a estrutura huma na, o seu pensamento, suas emoções, tendências, aspi rações e acontecimentos morais, sociais, econômicos, orgânicos...
Essa visão do ser profundo desarticula as engre nagens falsas da fatalidade, do destino infeliz, das tra gédias do cotidiano, dos acontecimentos fortuitos que respondem pela sorte e pela desgraça, dos absurdos e funestos sucessos existenciais.
Abre perspectivas para a auto-elaboração de valo res significativos para a felicidade, oferecendo estímu los para mudar o destino a cada momento, a alterar as situações desastrosas por intermédio de disciplinas psí quicas, portanto, igualmente comportamentais, supe rando as ilusões fastidiosas e rumando na direção da realidade permanente à qual se encontra submetido.
Certamente, os prazeres e divertimentos, os jogos afetivos - quando não danosos para os outros, geran do-lhes lesões na alma - as buscas de metas próximas que dão sabor à existência terrena, devem fazer parte do cardápio das procuras humanas, nesse inter-relaci­onamento pessoal e comportamental que enriquece psicologicamente o ser profundo.
O fato de ëxpressar-se como condição de indes trutibilidade, não o impede de vivenciar as alegrias tran sitórias das sensações e das emoções de cada momen to. Afinal, o tempo é feito de momentos, convencional mente denominados passado, presente e futuro.
Qualquer castração no que diz respeito à busca de satisfações orgânicas e emocionais produz distúrbio nos conteúdos da vida. No entanto, o apego exagerado, a ininterrupta volúpia por novos gozos, a incompletude produzem, por sua vez, outra ordem de transtornos que atormentam o ser, impedindo-o de crescer e desenvol ver as metas para as quais se encontra corporificado na Terra.
Diversos estudiosos da psique humana atribuem ao conceito de imortalidade do ser uma proposta ilu sória, necessária para o seu comportamento, a partir do momento em que se liberta do pai biológico, trans ferindo os seus conflitos e temores para Deus, o Pai Eter no. Herança do primarismo tribal, esse temor se torna ria prevalecente na conduta imatura, que teria necessi dade desse suporte para afirmação e desenvolvimento da personalidade, como para a própria segurança psi cológica. Como conseqüência, atribuem tudo ao caos do princípio, antes do tempo e do espaço einsteiniano.
Se considerarmos esse caos, como sendo de natu reza organizadora, programadora, pensante, anuímos completamente com a tese da origem das formas no Universo. Se, no entanto, lhe atribuirmos condição for tuita e impensada dos acontecimentos, somos levados ao absurdo da aceitação de um nada gerar tudo, de uma desordem estabelecer equilíbrio, de um desastre de coi sa nenhuma - por inexistir qualquer coisa - dar origem à grandeza das galáxias e à harmonia das micropartí culas, para não devanearmos poeticamente pela beleza e delicadeza de uma pétala de rosa perfumada ou a le veza de uma borboleta flutuando nos rios da brisa sua ve, ou das estruturas do músculo cardíaco, dos neurô nios cerebrais...
A Vida tem sua causalidade em si mesma, pensan te e atuante, que convida a reflexões demoradas e qualitativas, propondo raciocínios cuidadosos, a fim de não se perder em complexidades desnecessárias. Por efei to, todos os seres sencientes, particularmente o huma no, procedemde uma Fonte Geradora, realizando gran diosa viagem de retorno à sua Causa.
Os conflitos são heranças de experiências fracassa das, mal vividas, deixadas pelo caminho, por falta de conhecimento e de emoção, que se vão adquirindo eta pa-a-etapa no processo dos renascimentos do Espírito - seu psiquismo eterno.
A ilusão resulta, igualmente, da falta de percepção e densidade de entendimento, que se vai esmaecendo e cedendo lugar à realidade, à medida que são conquis tados novos patamares representativos das necessida des do progresso. São essas necessidades - primárias, dispensáveis, essenciais - que estabelecem o conside rando do psiquismo para a busca do que lhe parece fundamental e propiciador para a felicidade.
O eu permanece, enquanto a ilusão transita e se transforma. Quanto hoje se apresenta essencial, algum tempo depois perde totalmente o valor, cedendo lugar a novas conquistas, que são, por sua vez, técnicas de aprendizagem, de crescimento, desde que não deixem na retaguarda marcas de sofrimento, nem campos de vastados pelas pragas das paixões primitivas.
Momento chega a todos os seres em desenvolvi mento psicológico, no qual, se recorre à busca espiritu al, à realização metafísica, superando-se a ilusão da car ne, do tempo físico, assim equilibrando-se interiormente para inundar-se de imortalidade consciente.

Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo franco
do Livro "Amor, Imbatível Amor"

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Perante os Guias Espirituais

Ponderar com especial atenção as comunicações transmitidas como sendo da autoria de algum vulto célebre, e somente acatá-las pelos conceitos com que se enquadrem à essência doutrinária do Espiritismo.

A luz não se compadece com a sombra.

Abolir a prática da invocação nominal dessa ou daquela entidade, em razão dos inconvenientes e da desnecessidade de tal procedimento em nossos dias, buscando identificar os benfeitores e amigos espirituais pelos objetivos que demonstrem e pelos bens que espalhem.

O fruto dá notícia da árvore que o produz.

Apagar a preocupação de estar em permanente intercâmbio com os Espíritos protetores, roubando-lhes tempo para consultá-los a respeito de todas as pequeninas lutas da vida, inclusive problemas que deva e possa resolver por si mesmo.

O tempo é precioso para todos.

Acautelar-se contra a cega rendição à vontade exclusiva desse ou daquele Espírito,

e não viciar-se em ouvir constantemente os desencarnados, na senda diária, sem maior consideração para com os ensinamentos da própria Doutrina.

Responsabilidade pessoal, patrimônio intransferível.

Honrar o nome e a memória dos mentores que lhe tenham sido companheiros ou parentes consangüíneos na Terra, abstendo-se de endereçar-lhes petitórios desregrados ou descabidas exigências.

A comunhão com os bons cria para nós o dever de imitá-los.

Furtar-se de crer em privilégios e favores particulares para si, tão-somente porque esse ou aquele mentor lhe haja dirigido a palavra pessoal de encorajamento e carinho.

Auxílio dilatado, compromisso mais amplo.

“Amados, não creiais a todo Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus.” (I JOÃO, 4:1.)

Autor: André Luiz
Psicografia de Waldo Vieira. Livro: Conduta Espírita

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Curso de Paz

Tantos cursos de formação cultural enriquecem o mundo!...
Sempre nobre o anseio de conquistar esse ou aquele título de competência.
Entretanto, abençoada seja a criatura que aprende a viver satisfeita, buscando melhorar-se com paciência para que os
outros vivam em paz.

Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: “Pensamento e Vida” - Edição FEB

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ALIMENTO VERBAL

"Más a sabedoria que vem do alto é primeiramente pura,
depois pací fica, moderada, tratável.,cheia de misericórdia
e de bons frutos..." (Tiago, 3:17.)

Encontrarás a frase brilhante, repontando de toda a parte.

Empregam-na cientistas eméritos, articulando as interpretações que lhes v êm à cabeça,
tomam-na filósofos variados para a exaltação dos princípios que esposam, usam-na os
sofistas de todas as procedências para expressarem as idéias que lhes são próprias,
apossam-se dela artistas diversos, colorindo as criações que lhes fluem da alma;
entretanto, é preciso recebê-la na pauta do discernimento justo.

Há frases seguras e primorosas, ocultando imagens repelentes, assim como tecidos de
ouro e pérolas, escondendo o monturo.

Examina o campo que te fornece alimento verbal.

Seja na escrita de mãos hábeis ou na fala de pessoas distintas, assinala o que recolhes.

A inspiração do Alto nasce na fonte dos sentimentos puros. Busca a edificação da paz,
através do equilíbrio e da afabilidade para com todos, manifesta-se no v eículo da
compreensão fraternal, exprimindo misericórdia, e produz bons frutos onde esteja.

Não te enganes com discursos preciosos, muita vez desprovidos de qualquer sinal
construtivo.

É possível não consigas identificar, de pronto, as intenções de quem fala; entretanto,
podes observar os resultados positivos da ação de cada conversador. E pelos frutos que
pendem na árvore da vida de cada um, sabes perfeitamente a escolha que te convém.

Palavras de Vida Eterna - Emmanuel / Chico Xavier

sábado, 13 de novembro de 2010

Comércio e Intercâmbio

O Comércio é também uma escola de fraternidade.

Realmente, carecemos da atenção do vendedor, mas o vendedor espera de nós a mesma atitude.

Diante de balconistas fatigados ou irritadiços, reflitamos nas provações que, indubitavelmente, os constrange nas retaguardas da família ou do lar, sem negar-lhes consideração e carinho.

A pessoa que se revela mal-humorada, em seus contatos públicos, provavelmente carrega um fardo pesado de inquietação e doença.

Abrir caminho, à força de encontrões, não é só deselegância, mas igualmente lastimável descortesia.

Dar passagem aos outros, em primeiro lugar, seja no elevador ou no coletivo, é uma forma de expressar entendimento e bondade humana.

Aprender a pedir um favor aos que trabalham em repartições, armazéns, lojas ou bares, é obrigação.

Evitar anedotário chulo ou depreciativo, reconhecendo- se que as palavras criam imagens e as imagens patrocinam ações.

Zombaria ou irritação complicam situações sem resolver os problemas.

Quando se sinta no dever de reclamar, não faça de seu verbo instrumento de agressão.

O erro ou o engano dos outros talvez fossem nossos se estivéssemos nas circunstâncias dos outros.

Afabilidade é caridade no trato pessoal.

* * *

Xavier, Francisco Candido. Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
42a edição. Uberaba, MG: CEC, 1996.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS.

Do Evangelho Segundo o Espiritismo:

7. Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão, depois, então, voltai a oferecê-la. (S. MATEUS, cap. V, vv. 23 e 24.)

8. Quando diz: "Ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar", Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento, que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração expungido de todo e qualquer pensamento mau. Ele materializou o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais, cumpria-lhe conformar suas palavras aos usos ainda em voga. O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício. Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno. Eis aí o que ensina Jesus por estas palavras: "Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor."

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

FUGAS E REALIDADE

Graças ao processo da individualização do ser, superando as etapas primárias, na fase animal, o pre domínio do ego desempenhou papel de primordial im portância, trabalhando-o para vencer o meio hostil e os demais espécimes, usando a inteligência e o raciocínio como forças que o tornavam superior, deixando os re manescentes da falsa condição de dominador do meio ambiente e de tudo quanto o cerca.

Como conseqüência, passou a acreditar que tam bém poderia dominar o corpo, estabelecendo suas me tas sem lembrar-se da transitoriedade e da fragilidade da maquinaria orgânica.

Impossibilitado de governá-lo, quanto gostaria, já que o organismo tem as suas próprias leis, que inde pendem da consciência, como a respiração, a circula ção, a digestão, a assimilação e outras, esses fenôme nos ferem-lhe o egotismo e levam-no, não raro, a esta dos depressivos perturbadores.

A mente, encarregada de proceder ao comando, experimenta então um choque com os equipamentos que direciona, em razão de ser metafísica, enquanto esses são de estrutura física, portanto, ponderáveis.

Ante a impossibilidade de exercer o seu predomí nio total sobre o corpo, o ego estabelece mecanismos patológicos inconscientes de depressão, desejando ex tinguir aquilo que o impede de governar soberano. Tra ta-se de uma forma de autopunição, porqüanto, dessa maneira, se realiza interiormente. Como, porém, a men te não depende do corpo, quando esse sobrevive à pa tologia autodestrutiva, o ego esmaece e abrem-se pers pectivas de ampliação dos sentimentos, como altruísmo, fraternidade, interesse pelos demais.

O egoísmo é invejoso, porque aspirando tudo para si, lamenta o prejuízo de não conseguir quanto gostaria de deter, e por isso, inveja o corpo que não se lhe subme te, preferindo matá-lo, na insânia em que se debate.

Lutar pela sobrevivência é tarefa específica da men te, entre outras, com objetivo essencial de tudo empe nhar por consegui-lo. Por isso, logra superar as injun ções egotistas e ampliar o sentido e o significado da vida.

O ser humano está fadado à glória solar, acima das vicissitudes, às quais se encontra submetido momenta neamente, como resultado do seu processo evolutivo, que o domina em couraças, de que se libertará, a pouco e pouco, utilizando-se dos recursos bioenergéticos e outros que as modernas ciências da alma lhe colocam ao alcance, ajudando-o no crescimento interior e na con quista do super-ego.

Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo franco
da obra "Amor Imbatível Amor"

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ABAIXAR A FRONTE

No Novo Testamento, no capitulo1º e versículo 38, Lucas nos refere à passagem na qual Gabriel, enviado de Deus, de Jesus, vem avisar a Maria, futura mãe de Jesus, que ela guardaria no ventre, o Messias Prometido.

E Maria, baixando a fronte se coloca à disposição de Criador e diz:
“Senhor, sou tua serva, que seja feita a Tua vontade.”

Nesses momentos, eu me coloco a reflexionar com relação a servidão espontânea, natural, de espíritos de uma hierarquia tão elevada como Maria, sem discutir as informações de Gabriel, sem se opor em momento nenhum, ela abaixa a fronte e diz que está disposta a servir, a doar-se.

Entrega-se, de corpo e espírito para a função para a qual fora designada por Deus.

Nesses momentos, em nossas reflexões, eu fico imaginando que antigamente, eu acreditava que os dons divinos estavam guardados numa prateleira, uns sobre os outros e quanto mais alto eu pudesse alcançar, melhores dons divinos eu obteria.

Com o passar das existências, com o aprendizado incessante das muitas vidas que vamos tendo, eu consegui aprender, que os dons de Deus estão efetivamente colocados numa prateleira. Uns debaixo dos outros e quanto mais eu abaixo a fronte, melhores dons de Deus, eu alcanço.

Servir meus irmãos, de boa vontade, espontaneamente, é uma benção.

Doar-se em beneficio do próximo, é uma benção.

Não há nada melhor na Terra, na Vida, no Universo, do que aprender a doar, do que aprender a doar-se, do que se entregar em beneficio da humanidade.

Foi este o exemplo que o Magnífico Senhor nos deu na Terra.

Entregou-se.

Iluminou-se ainda mais diante do Criador.

Vamos pensar...


Psicofonia recebida no NEPT em 06/10/2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Egoísmo

11. O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. E a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.

Jesus vos deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o do egoísmo, pois, quando o primeiro, o Justo, vai percorrer as santas estações do seu martírio, o outro lava as mãos, dizendo: Que me importa! Animou-se a dizer aos judeus: Este homem é justo, por que o quereis crucificar? E, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.

É a esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, à invasão do coração humano por essa lepra que se deve atribuir o fato de não haver ainda o Cristianismo desempenhado por completo a sua missão. Cabem-vos a vós, novos apóstolos da fé, que os Espíritos superiores esclarecem, o encargo e o dever de extirpar esse mal, a fim de dar ao Cristianismo toda a sua força e desobstruir o caminho dos pedrouços que lhe embaraçam a marcha. Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre que primeiramente o expilais dos vossos corações. Emmanuel. (Paris, 1861.)

12. Se os homens se amassem com mútuo amor, mais bem praticada seria a caridade, mas, para isso, mister fora vos esforçásseis por largar essa couraça que vos cobre os corações, a fim de se tornarem eles mais sensíveis aos sofrimentos alheios. A rigidez mata os bons sentimentos, o Cristo jamais se escusava, não repelia aquele que o buscava, fosse quem fosse: socorria assim a mulher adúltera, como o criminoso, nunca temeu que a sua reputação sofresse por isso. Quando o tomareis por modelo de todas as vossas ações? Se na Terra a caridade reinasse, o mau não imperaria nela, fugiria envergonhado, ocultar-se-ia, visto que em toda parte se acharia deslocado. O mal então desapareceria, ficai bem certos.

Começai vós por dar o exemplo, sede caridosos para com todos indistintamente, esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus o encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias separa, no seu reino, o joio do trigo.

O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito. Pascal. (Sens, 1862.)

Enganos

Fazemos parte dos trabalhos e das estruturas da Doutrina Espírita, por freqüentarmos e auxiliarmos nos trabalhos de uma Casa Espírita.

Aprendemos com a Doutrina o que diz respeito aos ensinos de Jesus, que foram, por assim dizer, traduzidos por Allan Kardec, por orientação do próprio Cristo e uma plêiade (equipe) de
Espíritos Superiores, para uma linguagem moderna e atual, que, aliás, ainda persiste, embora tenha sido codificada há cerca de cento e cinqüenta anos.

Algumas personagens históricas para o Espiritismo têm trazido à Luz a palavra do Espiritismo e a postura do Espiritismo, sendo então o espelho do Cristianismo, pois são a mesma coisa.

O Espírita é Cristão. Mas o Cristão não é necessariamente Espírita. Há uma enorme quantidade de pessoas que guardam consigo a designação de cristãos, por seguirem a palavra do Cristo de algum modo. São nossos irmãos de fé cristã, que difere da nossa, por conta de não aceitarem, por exemplo, a reencarnação e o intercâmbio existente entre a vida material e a vida espiritual, isto é, a comunicação com os chamados “mortos”.

Por essa razão, muitas vezes, nós, os Espíritas, somos convidados a nos retirar do convívio cristão. Dizem que somos partícipes com o Diabo, que estamos contra as Leis de Deus e outras coisas, com as quais, evidentemente não podemos concordar.

Mas tudo bem. Cada um pratica sua crença de seu modo, seguindo as diretrizes que nossa forma de crer nos dá para seguir adiante. O importante, realmente, é que nossa forma de interagir com O Criador, nos faça uma creatura melhor, digna, honesta, pacífica, respeitadora, lutadora no bem e preparada para servir aos nossos irmãos nos momentos oportunos.

Entretanto, dentro da própria doutrina, ou em paralelo com ela, surgem alguns problemas inerentes à dificuldade humana ligada à vaidade. São os falsos profetas. Pessoas inteligentes, sagazes, observadoras e particularmente sofistas, que induzem o pensamento para um terreno pantanoso, levando muitas pessoas a acreditarem em propostas que distorcem a Doutrina, aproveitando-se de linguajar apropriado e até mesmo hipnotizando com o objetivo de criar novos sistemas falhos, sem bases reais, sem respeito pela estruturação doutrinária e com finalidades equivocadas em benefício próprio, seja simplesmente por conta de sua imagem, seja para arrebanhar recursos materiais para si.

Essas pessoas têm um perfil que chama a atenção de muitos e acabam por se infiltrar em meios de comunicação, como rádio, televisão, internet, jornais e revistas, disseminando, sorrateiramente ideais e idéias impregnadas de preconceitos, misticismos, pensamentos mágicos surreais, propostas de novas ideologias carregadas de equívocos conceituais.

Para o Espírita não é difícil reconhecer esses veículos do equívoco. Basta ter Kardec em mente e Jesus no coração. Lembrar que Kardec projetou uma obra tão correta que um filósofo de extrema importância para o povo brasileiro o chamou de “o bom senso encarnado”. Herculano Pires era seu nome.

Como já citei, tivemos muitos exemplos de quem aceitou a Doutrina Espírita sem contestação e a divulgou serenamente. Podemos lembrar Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel, Jésus Gonçalves, Eurípedes Barsanulfo, Chico Xavier, Divaldo Franco e muitos outros. Nomes de respeito não faltam, mas mesmo assim, os sofistas tentam iludir e dizem que Kardec está ultrapassado ou precisa de correções.

Se homens como estes simplesmente aderiram a Kardec, sem pestanejar, por qual razão será que outros homens ou mulheres querem mudar o Espiritismo?

É um caso para se pensar, não é mesmo?



Carlos Alberto Rey

Oração Diante da Palavra

Senhor!

Deste-me a palavra por semente de luz.

Não me permitas envolvê-la na sombra que projeto.

Ensina-me a falar para que se faça o melhor.

Ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memória tudo aquilo que a tua bondade espera se lance no esquecimento.

Onde a irritação me procure induze-me ao silêncio,e, onde lavre o incêndio da incompreensão ou do ódio, dá que eu pronuncie a frase calmante que possa apagar o fogo da ira.

Em qualquer conversação, inspira-me o conceito certo que se ajuste á edificação do bem, no momento exato,e faze-me vigilante para que o mal não me use, em louvor da perturbação.

Não me deixes emudecer, diante da verdade, mas conserva-me em tua prudência, a fim de que eu saiba dosar a verdade, em amor, para que a compaixão e a esperança não esmoreçam, junto de mim.

Traze-me o coração ao raciocínio, sincero sem aspereza, brando sem preguiça, fraterno sem exigência e deixa, Senhor, que a minha palavra te obedeça a vontade, hoje e sempre.

* * *

Meimei

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier - Edição FEB.)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

NÃO TE INQUIETES

"Não estejais inquietos por coisa alguma".- Paulo
(FILIPENSES, 4:6.)

A observação do apóstolo Paulo é importante para todos os dias.

Ninguém esteja inquieto por coisa alguma.

Em verdade, a inquietação é fator desencadeante de numerosas calamidades.

Na maioria das vezes, está presente no erro de cálculo que compromete a construção, na
dosagem inadequada do remédio que se transforma em veneno, no acidente infeliz ou no
desastre da via pública.

É quase sempre um espinho no lar, um cáustico no ponto de vista, uma brasa no caminho
e uma pedra na profissão.

É por ela que, muitas vezes, pronunciamos a expressão descabida e articulamos o
julgamento falso a respeito dos outros.

Com ela, geramos preocupações enfermiças e arruinamos a estrada própria.

Contudo, a pretexto de aboli-la, é indispensável não venhamos a cair na preguiça.

Muita gente, a pretexto de evitar a inquietação, asila-se em comodismo deplorável,
alegando que foge de trabalhar para não se afligir.

Entendamos, porém, no verdadeiro sentido, a recomendação judiciosa de Paulo. Ele que
disse "não estejais inquietos por coisa alguma" nunca esteve ocioso.

Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, do Livro Palavras de Vida Eterna

sábado, 6 de novembro de 2010

Defenda-se

Não converta seus ouvidos num paiol de boatos.
A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma.

Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.
As imagens que você corromper viverão corruptas na tela se sua mente.

Não Faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.
Use-as na sementeira do bem.

Não menospreze sua faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis.
Você responderá pelo que fizer delas.

Não condene sua imaginação às excitações permanentes.
Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo.

Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.
Ensine-os a gozar o prazer de servir.

Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.

* * *

André Luiz

(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Compromisso com a Fé

Qualquer compromisso que se assume impõe deveres que devem ser atendidos, a fim de conseguir-se a desincumbência feliz.

Se te comprometes com a área da cultura sob qualquer aspecto, enfrentas programas e horários, disciplina e atenção, para alcançares a meta pretendida.

Se buscas trabalho e desenvolvimento econômico, arrostas obrigações sucessivas, obediência, ação constante, e através dessa conduta chegarás aos objetivos que anelas.

Se te comprometes com a edificação da família, muitos imperativos se te fazem indispensáveis atender, de forma que o lar se transforme em realidade feliz.

Se aceitas o compromisso social, tens que te submeter a inúmeras condições inadiáveis, para atingires os efeitos ditosos.

Compromisso é vínculo de responsabilidade entre o indivíduo e o objetivo buscado.

Ninguém se pode evadir, sem tombar na irresponsabilidade.

Medem-se a maturidade e a responsabilidade moral do ser através da maneira como ele se desincumbe dos compromissos que assume.

O profissional liberal que enfrenta dificuldades, para o desempenho dos compromissos, luta e afadiga-se para bem os atender, mantendo-se consciente e tranqüilo.

O operário que aceita o compromisso do trabalho, sejam quais forem as circunstâncias e os desafios, permanece na atividade abraçada até sua conclusão.

Compromisso é luta; é desempenho de dever.

O prazer sempre decorre da honorabilidade com que cada qual se desincumbe da ação.

*

Em relação à fé religiosa, a questão é semelhante.

Quem se apresenta no campo espiritual buscando a ilunminação, não tem condição de impor requisitos, mas, aceitá-los conforme são e devem ser seguidos.

Não se trata de um mercado de valores comezinhos, que devem ser leiloados e postos para a disputa dos interesses subalternos.

O compromisso com a fé religiosa é de alta relevância, pois se trata de ensejar a libertação do indivíduo, dos vícios e delitos a que se condicionou, e que o atormentam.

São graves os quesitos da jé religiosa.

Mesmo em se tratando de preservar a liberdade do candidato à fé, ela não modifica os programas que devem ser considerados e aplicados na transformação moral íntima.

Estabelecida a dieta moral, o necessitado de diretriz esforça-se para aplicar, incorporar as lições hauridas no seu cotidiano. Nenhuma modernidade altera as leis da vida, que são imutáveis.

Desse modo, o compromisso com a fé não permite ao indivíduo adaptar a linha direcional da doutrina que busca aos seus hábitos perniciosos e às suas debilidades morais.

*

O Espiritismo apóia-se moralmente nas lições de Jesus, sendo a sua, a mesma moral vivida e ensinada pelo Mestre.

Adaptar essa moral às licenças atuais, aos escapismos éticos em moda, às concessões sentimentais de cada um, constitui grave desconsideração ao excelente conteúdo que viceja no pensamento espírita.

Indispensável que o compromisso com a fé espírita mantenha-se inalterado, sem a incorporação dos modismos perniciosos e perturbadores do momento, assim ensejando a transformação moral para melhor de todos quantos o aceitem em caráter de elevação.

Somente assim, todo aquele que abrace a fé, que luz na Doutrina Espírita, terá condições para vencer estes difíceis dias em paz de consciência, mesmo que sob chuvas de incompreensões e desafios constantes do mal, dos vícios e dos perturbadores.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

AFEIÇÕES E CONFLITOS

Quando os conflitos interiores não se encontram solucionados e a imaturidade predomina no compor tamento psicológico do ser, a sua afetividade é instá vel, perturbada, exigente, nunca se completando.

Ninguém consegue viver sem afeição. E quando isso ocorre, expressa algum tipo de psicopatologia, porqüanto o sentimento da afetividade é o veio aurífero de enriquecimento da criatura psicológica. Sem esse sentido da vida, ocorre uma hipertrofia de valores emo cionais e o indivíduo em desarmonia, degenera.

A afeição é inata ao ser humano, como o instinto que alcança um patamar mais elevado no seu processo de desenvolvimento de valores inatos, podendo-se per der, mesmo embrionariamente, nas expressões de di versos animais, na sua maternidade, na defesa das cri as, nas brincadeiras e jogos que se permitem. Momen tos surgem, nos quais se tem idéia de que pensam e se ajudam.

Posteriormente, esse instinto cresce e adquire maior soma de sensibilidade, quando identifica pelo odor aquele que o cuida, nota-lhe a ausência, sofre-a e, às vezes deperece até a morte por inanição, negando-se ao alimento, em razão da morte daquele que o cui dava e a quem se ligava...

No ser humano, mais desenvolvido molecularmen te, portador de um sistema nervoso mais avançado, surge como afetividade, a princípio atormentada, inse gura, exigente, depois calma, produtiva e compensa dora.

Porque permanece em conflitos consigo mesmo, o ser que transita na inquietação não se permite afeição alguma, nem se doando, nem a aceitando de outrem, face à insegurança em que se encontra, por desconfian ça de que a mesma se expresse como forma de senti mentos inconfessáveis, ou porque se lhe deseja explo rar.

Vitimado por não confessável complexo de inferi oridade, em que se compraz, não acredita merecer afei ção, ampliando a área dos conflitos e abrindo espaço para vinculação terrível com parasitas espirituais, que se transformam em estados obsessivos de larga dura­ção.

Qualquer indivíduo merece afeição e deve esfor çar-se por desenvolvê-la e experienciá-la.

Trabalhando-se interiormente, reflexionando em torno dos direitos e valores que todos possuem ante a Vida, reformula pla nos mentais e dá-se conta de que é portador de um te souro de ternura ainda submersa no ego, que é capaz de expandi-la e digno de a receber também. Quando isso não se lhe faz possível, o auxílio de um psicólogo ou de um psicanalista é valioso, ou mesmo de um grupo social de ajuda, porque, de alguma forma, quase to das as pessoas possuem conflitos semelhantes, que va riam apenas na forma de expressar-se.

Muitos fatores perinatais e da infância predomi nam na área dos conflitos e da desafeição. São registros que não foram digeridos, nem consciente ou inconsci entemente, remanescendo como trauma de solidão, de desamor, de rejeição, de decepção dos pais e do institu to familiar ou meio social, ou mesmo heranças genéti cas, que agora se manifestam em isolacionismo, em cen suras doentias, em autoflagelações dolorosas, quão in justificáveis.

A afeição dá sentido à existência humana, facultando-lhe a luta otimista, o esforço continuado, o interesse permanente, a conquista de novos valores para progredir e enobrecer-se. Não é tanto a condição moral que a estimula, senão o objetivo que se tem a seu res peito, que desenvolve o sentimento moral. Quando isso não ocorre, surgem o fanatismo de qualquer expressão, o mascaramento de natureza moral, em processos psi cológicos de transferência, que aparecem como purita nismo, exigência descabida de valores éticos e uma in­suportável conduta de aparência que está longe da rea lidade interior.

Ela tem início em um sentido de carinho que se expande e enlaça os seres sencientes, aumentando até o encontro com a criatura humana, que igualmente necessita de afeto e pode retribuí-lo, em intercâmbio que dignifica e dá significado à existência.

Quando escasseia a afetividade, o que se deriva de conflitos anteriores, pode a criatura esforçar-se por bus car objetivos, senão no presente, pelo menos no futuro.

Fixando alguma coisa ou pessoa que desperte in teresse ou alguma forma de simpatia, que se transfor mará em afeição com o decorrer do tempo, liberando- se da algidez emocional, passa a fixar-se nos aconteci mentos do passado e procura deles desvencilhar-se, assinalado, no entanto, pelo trauma que o esmaga, lu tará, agora que possui motivação para continuar a vi ver, com insistente tenacidade, a fim de libertar-se de tudo que lhe é perturbador.

A logoterapia, proposta por Viktor Frankl, convo ca o ser para projetar-se no futuro, nas possibilidades ainda não exploradas, que são um manancial inesgotá vel de recursos que aguardam oportunidade para ma nifestar-se.

"- Que meta poderia alguém acalentar em um campo de concentração, de trabalhos forçados e de exter mínio sistemático - interroga o logoterapeuta - para superar a depressão e encontrar objetivo para lutar, para viver?"

Ele próprio responde: "- Projetá-lo no futuro. Des cobrir se alguma coisa o aguarda, quando sair do cam po: um filho, uma esposa, um sentimento de arte, de cultura, algum projeto interrompido!"

E conclui, confortavelmente: "- Quase todos os in ternados tinham algo que fazer, que terminar, nem que fosse denunciar a crueldade assassina dos seus algo zes, a indiferença da cultura e da civilização com o des tino que lhes havia sido reservado, por motivo nenhum, como se houvesse algum motivo que tornasse o ser humano bestial e tão perverso."

Aqueles carcereiros impiedosos haviam destruído o próprio sentimento de humanidade e converteram-se em sicários, tornando as demais criaturas que lhes caíam nas mãos, apenas um número que não lhes sig nificava nada e que lhes proporcionava o prazer de os esmagar, de destruir-lhes a alma, o valor, coisificando as, zerando-as. Não obstante, eram pais e mães gentis, quando retornavam aos lares, bons vizinhos e afáveis cidadãos, com as exceções compreensiveis...

A crueldade mais acerba, todavia, se manifestava, em forma patológica de ausência de afeição nos guar das recrutados entre os próprios prisioneiros, que se faziam verdugos implacáveis, buscando sobreviver, desfrutar de alguns favores e concessões dos seus per­seguidores.

Os conflitos mal controlados levam o indivíduo àcrueldade, à total insensibilidade, por sentir-se descon fortado em si mesmo, transferindo o rancor da própria situação contra aqueles que acredita felizes e os fazem invejá-los..

Mediante a conquista da afetividade, lenta e segu ramente, são superados os conflitos perturbadores, abrindo-se os braços, a princípio à solidariedade, de pois ao cumprimento dos deveres de fraternidade, que levam ao amor.

Os sinais evidentes de uma existência e de um ser normais, são os pródromos do desabrochar da afetividade tranqüila, que se desenvolve estimulando à luta, ao crescimento interior.

Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo Franco

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Compaixão

Escasseia, na atual conjuntura terrestre, o sentimento da compaixão. Habituando-se aos próprios problemas e aflições, o homem passa a não perceber os sofrimentos do seu próximo.

Mergulhado nas suas necessidades, fica alheio às do seu irmão, às vezes, resguardando-se numa couraça de indiferença, a fim de poupar-se a maior soma de dores.

Deixando de interessar-se pelos outros, estes esquecem-se dele, e a vida social não vai além das superficialidades imediatistas, insignificantes.

Empedernindo o sentimento da compaixão, a criatura avança para a impiedade e até para o crime.

Olvida-se da gratidão aos pais e aos benfeitores, tornando-se de feitio soberbo, no qual a presunção domina com arbitrariedade.

Movimentando-se, na multidão, o indivíduo que foge da compaixão, distancia-se de todos, pensando e vivendo exclusivamente para o seu ego e para os seus. No entanto, sem um relacionamento salutar, que favorece a alegria e a amizade, os sentimentos se deterioram, e os objetivos da vida perdem a sua alta significação tornando-se mais estreitos e egotistas.

A compaixão é uma ponte de mão dupla, propiciando o sentimento que avança em socorro e o que retorna em aflição.

É o primeiro passo para a vigência ativa das virtudes morais, abrindo espaços para a paz e o bem-estar pessoal.

O individualismo é-lhe a grande barreira, face a sua programação doentia, estabelecida nas bases do egocentrismo, que impede o desenvolvimento das colossais potencialidades da vida, jacentes em todos os indivíduos.

A compaixão auxilia o equilíbrio psicológico, por fazer que se reflexione em torno das ocorrências que atingem a todos os transeuntes da experiência humana.

É possível que esse sentimento não resolva grandes problemas, nem execute excelentes programas. Não obstante, o simples desejo de auxiliar os outros proporciona saudáveis disposições físicas e mentais, que se transformarão em recursos de socorro nas próximas oportunidades.

Mediante o hábito da compaixão, o homem aprende a sacrificar os sentimentos inferiores e a abrir o coração.

Pouco importa se o outro, o beneficiado pela compaixão, não o valoriza, nem a reconheça ou sequer venha a identificá-la. O essencial é o sentimento de edificação, o júbilo da realização por menor que seja, naquele que a experimenta.

Expandir esse sentimento é dar significação à vida.

A compaixão está cima da emotividade desequilibrada e vazia. Ela age, enquanto a outra lamenta; realiza o socorro, na razão em que a última apenas se apiada.

Quando se é capaz de participar dos sofrimentos alheios, os próprios não parecem tão importantes e significativos.

Repartindo a atenção com os demais, desaparece o tempo vazio para as lamentações pessoais.

Graças à compaixão, o poder de destruição humana cede lugar aos anseios da harmonia e de beleza na Terra.

Desenvolve esse sentimento de compaixão para com o teu próximo, o mundo, e, compadecendo-te das suas limitações e deficiências, cresce em ação no rumo do Grande Poder.

* * *

Divaldo P. Franco. Da obra: Responsabilidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Se aspiras a servir

"Aprendi a contentar-me com o que tenho." - Paulo
(FILIPENSES, 4:11.)

Afirmas-te no veemente propósito de serv ir; entretanto, para isso, apresenta cláusulas
diversas.

Dispões de recursos próprios, conquanto humildes, para as tarefas do socorro material;
contudo, esperas pelo dinheiro dos outros.

Tens contigo vastas possibilidades para alfabetizar os necessitados de instrução, mas
esperas um título oficial que talvez nunca chegue.

Mostras pés e braços livres que te garantem o auxílio aos irmãos em prova; entretanto,
esperas acompanhantes que provavelmente jamais se decidam ao concurso fraterno.

Relacionas talentos múltiplos, a fim de cumprires abençoada missão de amor puro entre
os homens; todavia, esperas em família pelo companheiro ideal.

Se acordaste para a cooperação com Jesus, recorda a afirmativa de Paulo: "Aprendi a
contentar-me com o que tenho".

Quando o apóstolo escreveu essa confissão, estav a preso em Roma.

Em torno dele, o ambiente doloroso do cárcere. Guardiães desalmados, companheiros
infelizes, pragas e palavrões. Nem sempre pão à mesa, nem sempre água pura, nem
sempre consolação, nem sempre voz amiga...

No entanto, ao invés de desanimar, o pioneiro do Evangelho cede vida e força,
serenidade e bom ânimo de si próprio.

Se aspiras a servir aos outros, servindo a ti mesmo, no reino do Espírito, não percas
tempo na expectativa inútil, pois todo aquele que sente, e age com o Cristo, vive satisfeito
e procura melhorar-se, melhorando a vida com aquilo que tem.

Do Livro Palavras de Vida Eterna, psicografia de Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Em favor do Espiritismo

Muito há sido feito em favor dos interesses imediatistas do homem.

Consideração lhe é devida, a ele e a seus desejos plausíveis; - atenção para com os seus problemas ocupa lugar de destaque nos planos de ação da Espiritualidade; - procura-se atender a todas as carências do coração preso à lide terrena; - tomam-se providências no sentido de pensar as chagas que a infantilidade vem abrindo com prodigalidade nas mais nobres realizações do orbe; buscam-se as mais edificantes terapêuticas, visando a colaborar espiritualmente em favor da carência interior da humanidade; - têm-se escrito páginas e páginas de desdobramento da Revelação Espírita, sem que – em qualquer ocasião – se esqueça do conforto material devido aos semelhantes; - brotam inspirações pela Terra inteira: o espírito de Deus sopra pelos quatro cantos do mundo, através dos arautos da Boa Nova do Reino; - aconselha-se a tolerância, insufla-se a fraternidade; - a ponderação e o despertar construtivos vêm sendo repisados nas mais diversificadas ocasiões: o Plano Espiritual fervilha em intenções.

É preciso que a Terra seja transformada em câmara de eco, respondendo aos apelos que o Senhor lança sobre ela, correspondendo-lhe à confiança.

Mas, ao contrário, o que vem acontecendo, senão a desatenção aos ditames do Mais Alto?

O que vem movendo os corações humanos, senão a sede avassaladora da fama, além da cobiça incontida dos regalos das situações privilegiadas?

Há quanto tempo a ferrugem tem estado a corroer a enxada, atirada ao depósito íntimo, considerada como instrumento irremissivelmente anacrônico?

O homem, e acima de tudo os Espíritas, tem colocado a Doutrina em plano de primariedade, negligenciando-lhe a pureza.

O Espiritismo corre o sério risco de transformar-se em nova fonte dos desejos, se lhe não forem restauradas as bases, levan-do-se em conta a gula de saber que assola o mundo.

Sim, porque o saber desenfreado perde suas mais altaneiras características e passa a ser elemento de destruição.

O Evangelho está na base de tudo; só ele destrói os caprichos.

Quem quer que se lance à prática doutrinária precisa, desde a primeira hora, começar a construir o pequeno degrau que lhe toca, com bom cimento, com boa vontade e com inaudita perseverança.

E aqueles que já labutam no seio do Espiritismo carecem urgentemente de reformulação, porque, se o Espiritismo vem movimentando em favor de todos os meios da redenção de muitos, não se justifica que outros tantos deixem de algo realizar em favor dele, apenas por se julgarem preteridos, dessa ou daquela maneira.

Afinal, o que lhe fizeram, a eles mesmos reservarão os resultados.

E não se trata de simples retribuição: o Espiritismo, como Cristianismo redivivo, prega em si e existe em si, a favor dos homens; mas, caminhará contra eles ou apesar deles, se não quiserem que lhes norteie os passos.

Como se vê, trata-se de simples opção: ou se aceita a bênção do Espiritismo – que é Jesus entre nós – e se colabora em prol dele, ou se persiste em dele afastar-se, sem mais direito às imensas e excelentes vantagens que buscam os que entendem o mundo sem pertencer a ele.

Ou se retorna à realidade da Terra, desenterrando dos subterrâneos do coração a enxada corroída e tida como ultrapassada, ou já se fica vegetando no limo parasitário ou dependurado ao balaústre da ilusão, lançando moedas às águas enganosas do sonho.



Inácio Bittencourt.

Publicada no "Reformador", de janeiro de 1975.

Penas Futuras

No capítulo VII da primeira parte do livro “O Céu e o Inferno”, encontramos interessantes questões sobre a vida futura.

As explicações do Espiritismo sobre a crença na vida futura, não se fundamentam em teorias nem em sistemas preconcebidos, mas nas constantes observações oferecidas pelas almas que deixaram a matéria e gravitam na erraticidade nos diferentes planos evolutivos.

Há quase século e meio, essas informações são cuidadosamente anotadas, comparadas e selecionados e formam um compêndio que esclarece devidamente o estado das almas no mundo espiritual.

Quando levamos em conta a universalidade das informações, observamos que as pessoas que viveram em diferentes raças, credos, condições sociais ou intelectuais, religiões, e mesmo ateus, confirmam que a sua situação atual é decorrência do seu próprio passado.

Ao reencarnar, o espírito vem com uma programação geral, tendo como base os velhos erros e acertos, sem que isso determine um destino fatalista. Submete-se às provas e expiações que mais possam ajudá-lo a livrar-se do passado delituoso e fazê-lo avançar na escala espiritual. Há vezes que, além dos fatos da encarnação imediatamente anterior, há outros pendentes de outras passagens pelos planetas que já podem ser enfrentados. Porém, se forem penosos, só poderão ser atendidos por um espírito amadurecido e com capacidade para vencer problemas mais graves. Se ele ainda não tem condição, as provas e as expiações serão ainda suaves, em atenção à pouca capacidade do espírito, no atual momento, e as mais difíceis ficam para outra oportunidade.

A vida do espírito na erraticidade e a sua intenção ou não, conhecimento ou não, aceitação ou não de encarnar depende da situação em que se encontra. A maioria dos que desencarnam na Terra continuam imperfeitos e sofrem na espiritualidade todas as conseqüências dos defeitos que carregam. É este grau de pureza ou impureza que o faz feliz ou infeliz no plano espiritual.

Para ser ditoso o espírito necessita da perfeição. Como isso é raro neste mundo, é fácil concluir-se que a erraticidade que circunda o planeta é ainda um vale de lágrimas, semelhante ao mundo material. É essa comunidade que nos rodeia e influencia os nossos pensamentos, exigindo de nós muita oração e vigilância.

A compreensão e a crença nessa verdade farão os homens melhorar para sofrer menos. Cada um tratará de construir com sabedoria seu próprio futuro para ficar livre das dores.

Estas notícias deixam claro que não há castigo de Deus porque Deus é a Lei. Não pune nem dá prêmios. Toda imperfeição, e as faltas dela nascidas, embute o próprio castigo em condições naturais e inevitáveis. Assim como toda doença é uma punição contra os excessos, como da ociosidade nasce o tédio, não é necessária uma condenação especial para cada falta ou para cada pessoa em particular. Quando segue a lei o homem pode livrar-se dos problemas pela sua vontade. Logo, pode também anular os males praticados e conseguir a felicidade.

A advertência dos espíritos nessa nossa escalada é objetiva e segura. Dizem que “o bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o bem quando podemos, é, portanto, o resultado de uma imperfeição.” Observem que não basta não fazer o mal. É preciso fazer o bem.

Os espíritos advertem, também, que não é suficiente que o homem se arrependa do mal que fez, embora seja o primeiro e importante passo; são necessárias a expiação e a reparação.

Quando falta ao espírito a crença na vida futura, fica difícil ele lutar por algo que não acredita e, nesse caso, pratica o mal sem preocupar-se com futuras conseqüências. Por isso, é comum aos espíritos atrasados acreditarem que continuam vivos, materialmente, mesmo após a desencarnação. Continuam com as mesmas necessidades que tinham quando eram humanos. Sentem fome, frio e enfermidades, como qualquer encarnado.

Tudo o que acontece a qualquer um de nós está inscrito na nossa consciência. Dela não podemos fugir por mais longe que estejamos do lugar onde cometemos as faltas. A solução para ter a consciência tranqüila é reparar os erros e desfazer-se do presente que nos atormenta. Quanto mais demoramos na reparação mais sofremos. Não devemos adiar. Nas suas lições, já nos ensinou Jesus: “Reconcilia-te com teu adversário enquanto estás a caminho.”

No próprio capítulo em questão de “O Céu e o Inferno”, há uma indagação que todos nós certamente já fizemos algum dia: Por que tanto sofrimento? “Deus não daria maior prova de amor às suas criaturas criando-as infalíveis, perfeitas, nada mais tendo a adquirir, quer em conhecimento quer em moralidade?” Mas a resposta é óbvia. Deus poderia tê-lo feito, mas não o fez para que o progresso constituísse uma lei geral. Deixou o bem e o mal entregue ao livre-arbítrio de cada um, a fim de que o homem sofresse as dores dos seus erros, mas também o prazer dos seus acertos. E dando “a cada um, segundo as suas obras, no Céu como na Terra.” Esta é a Lei da Justiça Divina. Se assim não fosse, a vida não teria tempero.

O sofrimento, em resumo, é inerente à imperfeição. Livre-se o homem da imperfeição pela sua própria vontade e anulará os males dela decorrentes; conquistará nesse momento a sonhada felicidade.