A dificuldade é mestra que a vida nos entrega para alcançarmos nossos tesouros.
Sem a porta estreita do obstáculo, não conseguiríamos medir a nossa capacidade de trabalho ou ajuizar quanto à nossa Fé.
As lições do próprio suor são sempre as mais preciosas, aquelas que sempre recordamos.
Os ensinamentos que vêm da própria renúncia são aqueles que ficam gravados na Alma para sempre.
Ouvimos mil conselhos edificantes, mas nem sempre aprendemos com eles.
Basta, porém, por vezes, uma pequena dor para que se nos consolide a cautela diante do perigo.
À primeira alfinetada do caminho sobre nossas esperanças mais caras, habitualmente nos perdemos bem à distância do equilíbrio, convocando golpes e lágrimas, exigências e sombras.
Saibamos, no entanto, respeitar, na “porta estreita” que o mundo nos impõe, o socorro da Vida Maior, a fim de que possamos reconsiderar a própria marcha.
Ela pode ser a enfermidade que nos auxilia a preservar as vantagens da saúde; em muitas fases de nossa luta.
É a incompreensão alheia, que nos compele ao reajuste necessário; em muitos passos da senda.
É a prova que nos segrega no isolamento, impelindo-nos a seguir, pela escada miraculosa da prece, da Terra para os Céus...
Algumas vezes, é o abandono de pessoas muito amadas a impulsionar-nos para os braços de Cristo.
É o desencanto ante a enganosa satisfação de nossos desejos na experiência física, inspirando-nos ideais mais altos.
Algumas vezes é a presença da morte que nos obriga a refletir na imortalidade.
Por onde formos que possamos agradecer a dificuldade que nos melhore e nos eleve à grande renovação.
Jesus não escolheu a larga avenida do menor esforço.
Legou-nos, com exemplo vivo, a porta estreita do sacrifício como sendo o nosso mais belo caminho de paz e libertação.
Militão Pacheco
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