Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 19 de março de 2008

O Passe - I



“Franz Anton Mesmer, em 1870 deu início à ciência do Magnetismo animal, ou seja, o estudo da influência que um indivíduo exerce na vontade de outro. Esse estudo deu origem à uma doutrina; a Doutrina de Mesmer ou Mesmerismo , afirmando que: "Todo ser vivo é dotado de um fluído magnético, capaz de transmitir a outros indivíduos, estabelecendo assim influências psicossomáticas recíprocas, inclusive de efeito curativo. Também chamada de Fluidismo." - Divaldo Franco em palestra

Foco de algumas discussões no meio Espírita, o passe é um grande recurso terapêutico auxiliar, que movimenta as esperanças das pessoas que procuram o Centro Espírita, afinal, é através dele que as pessoas recebem as energias que necessitam para o tratamento de problemas físicos e espirituais dos mais variados.

A proposta do passe nasce no meio espírita, desde os seus primórdios, com o objetivo de associar mais um recurso terapêutico, por se saber que através dele, pode-se praticar a mediunidade, aprendendo a servir ao próximo, aprendendo-se a receber do próximo, o que caracteriza, certamente, uma proposta de exercício para a caridade e para a humildade, pelo gesto em si.

A imposição das mãos para a transfusão de energias, entretanto, é gesto simples, que não infere em que se lance mão de recursos mais diferenciados para que o processo ocorra, já que, quaisquer estados diferenciados, mantém-se distantes da realidade de proposta espírita de trabalho.

Assim, podemos ver que quando o passe toma uma forma mais complexa, para a sua aplicação, o processo em si, deixa de ter a característica habitual da simplicidade espírita para gerar um ritual de complexidades desnecessárias para o passe, como a proposta não necessária deixada como herança para muitos Centros Espíritas, pelo comandante Edgard Armond.

A formulação dos passes padronizados, que instituem verdadeiros rituais para a aplicação do passe e que passaria a ser discriminado para cada pessoa e para cada tipo de problema que a pessoa viesse a ter, propõe que se receba um determinado tipo de passe, descrito como sendo P1, P2, P3, etc, sendo que a letra P seria uma referência a Pasteur, grande pesquisador e cientista, que trouxe-nos à luz o ainda invisível mundo microbiano, que provoca doenças até então de causa desconhecida.

Esta formulação mantém rigor para o procedimento em si, mas afasta o médium do seu potencial de progressão natural que vem através da prática habitual e espontânea da mediunidade, que, afinal de contas é um fator natural de cada um, embora necessite de disciplina como qualquer característica que nos seja peculiar, como a visão, a audição, o tato, por exemplo.

O rigor e a disciplina são fatores essenciais na prática mediúnica, mas não do ponto de vista ritualístico e sim do ponto de vista mental, pela educação de cada um em sua busca interior de avanço, de conquista em direção ao aperfeiçoamento que cada ser humano necessita.

Os rituais implantados em muitas Casas Espíritas tornam a prática mediúnica algo ridícula, embora imbuída de boa-vontade. Ver os médiuns estudando como devem proceder para a aplicação de determinado passe e vê-lo aplicando o passe com os gestos que decorou é situação realmente curiosa, visto que todos sabemos que a mediunidade é uma característica natural de cada ser humano.

Seria como se educássemos as pessoas para ver determinado tipo de imagem, recomendando que não olhassem para outros tipos, ou ainda, que elas só pudessem ouvir determinados sons e assim por diante. Limitação inadequada, embora a disciplina seja fator altamente desejável.

O passe necessita ser espontâneo, natural, sem rituais, sem descuidos, com postura mental correta, com gestos mínimos, com toques mínimos, com boa vontade, com ligação à prece, enfim, o médium necessita estar munido de desejo de servir, ciente de seus compromissos, introspectivo – ligado a Jesus e disposto a trabalhar. Mas não precisa de receitas para a aplicação das energias magnéticas que podem auxiliar ao próximo. Basta a mediunidade, a seriedade e a boa vontade.

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