As salmodias da Natureza em festa anunciavam a chegada da Primavera, que renovava os escombros com flores miúdas e reverdecia a terra antes crestada e triste.
O arrebentar de cores e a explosão de perfumes balsamizavam o ar, oferendo poentes em ouro por onde bailando, passavam as esvoaçantes nuvens garças, demandando regiões longínquas.
O lago tranqüilo refletia nas águas límpidas e transparentes as embarcações que singravam ligeiras, de velas enfunadas sob o sopro dos ventos generosos.
A paisagem humana igualmente se apresentava enriquecida pelos júbilos dos cálidos dias de Sol que chegava após a demorada invernia.
A luz que clarifica sempre consegue fazer que se esqueça a noite tenebrosa.
As gentes das margens do Genesaré, que repletavam as aldeias gentis e as cidades prósperas, movimentavam-se pelas ruas e praças, particularmente as dos mercados, comentando os acontecimentos cujas notícias lhes chegavam de fora pelos viajantes e itinerantes em trânsito contínuo.
Herodes, fazia pouco, havia silenciado a voz do Batista na sua fortaleza da árida Peréia.
Concomitantemente, a balada envolvente da Boa Nova comovia aquelas massas humildes e sofridas, que acorriam às pregações.
Enquanto as tricas e rixas farisaicas se multiplicassem em constante ameaça ao Rabi, impertérrito e dócil, Ele prosseguia ensinando e arrebatando as multidões.
Talvez aquela fosse a última estação de flores na qual os companheiros compartiriam com a Sua presença.
As notícias das curas prodigiosas alcançavam as terras distantes e se renovavam os enfermos que, após curados se iam, sendo substituídos por novos magotes que chegavam.
A falta de renovação moral das criaturas respondia, como até hoje, pelo acúmulo das enfermidades e aflições.
Incansável e bom, Jesus atendia os infelizes, admoestando-os a que mudassem de atitude em relação ao comportamento abrindo-se ao amor e a Deus.
Na insânia que a muitos é peculiar, aqueles sofredores desejavam somente libertar-se do fardo dos sofrimentos, sem que se dessem conta da sublime canção que os Seus lábios entoavam, apontando a Era de felicidade ao alcance de todos.
Numa noite adornada de estrelas, depois das fadigas do dia estuante de beleza, o Mestre meditava defronte do mar em Cafarnaum, na casa de Simão, quando o amigo, que lhe acompanhava o silêncio, tendo a mente ardente de interrogações, endereçou-lhe algumas dúvidas, pedindo esclarecimentos.
— Senhor! — expôs timidamente — Eu gostaria de entender porque a dor chibateia com tanta força o dorso das criaturas indefesas. Para onde direcionamos o olhar, defrontamos a miséria, a enfermidade, as agonias e a morte ceifando as vidas. Mesmo nos lares abastados, o sofrimento faz residência, ferindo os mais delicados sentimentos e dilacerando as mais caras aspirações...
Silenciou por um pouco, para logo prosseguir, organizando as reflexões:
— Pessoas laboriosas dedicam-se à produção das coisas corretas e não progridem, enquanto que outras, desonestas e mesmo cruéis prosperam a olhos vistos?! Tenho amigos que se empenham pelo ganha-pão honrado, amargando dificuldades e carências sem nome. Como entender-se o magnânimo amor de Nosso Pai nessas situações?
— Simão — inquiriu o Mestre — como se comporta o pai responsável cujos filhos desobedientes, não lhe seguem as orientações?
— Repreende-os, Senhor — redargüiu o pescador interessado.
— E, se apesar das advertências, os mesmos permanecem inconseqüentes?
— Aplica-lhes corretivos mais severos, a fim de os ajudar.
— Respondeste bem, Simão. Nosso Pai a todos criou para a conquista da felicidade espiritual e eterna. A estância na Terra é transitória, como oportunidade de realizar-se uma saudável aprendizagem para a posterior aplicação do conhecimento. A vida real é a do Espírito, enquanto que o corpo é uma roupagem transitória com finalidade específica: facultar o desenvolvimento moral no convívio com as demais criaturas. Quando saudáveis, atiram-se pelos sórdidos labirintos do prazer insano, assumindo comportamentos desvairados. Utilizam-se dos recursos valiosos que lhes são concedidos para o uso extravagante e abusivo do prazer corporal, afligindo o próximo em alucinada correria pelas satisfações vis incessantes, perturbadoras...
Fez breve pausa e olhou o velário da noite ornada de brilhantes estelares, e prosseguiu:
— Por amor, o Pai faculta-lhes prosseguir sob chuvas de ácido e calhaus que acumulam sobre as próprias cabeças, experimentando as conseqüências da insensatez. Ao invés de tratar-se de punição, é saudável ensinamento de amor, convocando os calcetas à reflexão, ao trabalho de autodepuração. Ninguém é convocado ao sofrimento sem uma anterior causa justa. Que ocorre, porém, com o ser humano, nessas circunstâncias? Podendo aproveitar as lições para reequilíbrio, atiram-se nos abismos de rebeldia, blasfemam, ameaçam, vociferam, mais complicando o quadro das próprias dores. Cada qual é, portanto, responsável pelo que lhe sucede, em razão da justiça das Soberanas Leis...
Após ligeiro silêncio, para facultar ao discípulo absorver o conteúdo do ensinamento, continuou:
— Quando arrojamos algo para cima, inevitavelmente retorna... Assim também são os pensamentos, palavras e atos que são direcionados à Vida. Eles volvem com as cargas emocionais ampliadas, após serem arrojados à frente.
O Pai generoso compreende a rebeldia dos filhos em aprendizado e concede-lhes o livre-arbítrio para que se sintam responsáveis pela existência. Todavia, a qualquer ação sempre corresponde uma reação equivalente. Cessada a oportunidade de opção, se foi mal aproveitada, é aplicado no infrator o necessário corretivo, a fim de evitar-lhe danos mais graves na conduta.
Enquanto suave brisa perfumada perpassava no ar, confundindo-se com o aroma do lago imenso, Jesus concluiu:
— São felizes, Simão, aqueles que se encontram em correção libertadora, porque se purificam para o reino dos céus. A existência terrena, tida como feliz, isto é, sem preocupações financeiras, sem problemas sociais, com saúde perfeita, não representa muito para quem a desfruta, mas concessão divina para ser utilizada, delineando as futuras experiências iluminativas. Desse modo, quem a malbarata, retorna em escassez; aquele que a perverte, volve excruciado pela sua ausência; todo e qualquer que a corrompe pelo uso indevido, refaz o caminho, recolhendo os calhaus e os espinhos que deixou em abundância...
O sofrimento é bênção que o Pai oferece aos Seus eleitos, a fim de que não se percam, tornando-se escolhidos. Bem sei que, no atual estágio da evolução humana, considera-se a felicidade como sendo a ausência de problemas e a alegria na condição de falta de preocupações... Mas o reino dos Céus é diferente das conjunturas humanas, começando entretanto nas fronteiras do comportamento terrestre.
Calando-se, permitiu ao discípulo sincero que auscultasse o próprio íntimo, enquanto, no Alto, lucilavam os astros embalando a noite de paz...
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 24/11/1998, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador-BA.)
Núcleo Espírita Paulo de Tarso Rua Nova Fátima, 151 - Jardim Juá Campo Grande - São Paulo - SP CEP 04688-040 Telefone 11-56940205
Mensagem
"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
sexta-feira, 29 de maio de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Experiência na Vida Maior
Meus amados irmãos, quero contar um pouco somente, do que fui, para tentar mostrar algo que considero muito importante para nosso aprimoramento.
Quando estive encarnado pela última vez, era considerado por todos um tipo de homem machão. Todos temiam me contrariar porque sabiam das consequências.
Não titubeava em castigar, aqueles que não realizavam suas tarefas a meu contento.
Demitia com facilidade, chefes de família que choravam pedindo clemência.
Assim agi, até mesmo com meus filhos queridos, eu fui muito autoritário.
Coloquei-os para trabalhar ainda jovens, mesmo sem precisarem e ainda tirava todo o dinheiro, que ganhavam, apropriando-me dele injustamente.
Fui cruel com muitos.
Desencarnei, e sei que poucos foram me ver, para despedirem-se de um corpo que já estava indo tarde.
Neste plano, sofri amargamente por causa de meu orgulho e vaidade. A imaturidade era tão grande, ah, meu Deus, ainda me dói relatar isso.
Enfim, depois de tanto errar pelos caminhos que sempre me levaram a crer tudo o que eu tinha feito aviltando minha culpa caí, cansado e sem forças e pela primeira vez clamei a Deus que me tirasse daquilo.
Fui resgatado fraco, sujo, sem esperança. Parecia um mendigo. Levaram-me para um lugar parecido com um ambulatório e lá recebi os tratamentos necessários, aos poucos fui recobrando a consciência e quando já me sentia forte, permitiram as visitas a mim. Tive vergonha, ninguém apareceu!
A partir de então busquei ajuda porque de todo aquele sofrimento não imaginava que a solidão era a mais dolorida.
Foi uma batalha que travei comigo mesmo para perceber e aceitar que eu era o problema.
Estudei muito, pedi muito a Deus por sabedoria, e aprendi a arte de ser paciente.
A paciência nos ajuda a conquistar aquilo que buscamos então, chega de orgulho e sejamos pacientes.
Um Amigo.
Quando estive encarnado pela última vez, era considerado por todos um tipo de homem machão. Todos temiam me contrariar porque sabiam das consequências.
Não titubeava em castigar, aqueles que não realizavam suas tarefas a meu contento.
Demitia com facilidade, chefes de família que choravam pedindo clemência.
Assim agi, até mesmo com meus filhos queridos, eu fui muito autoritário.
Coloquei-os para trabalhar ainda jovens, mesmo sem precisarem e ainda tirava todo o dinheiro, que ganhavam, apropriando-me dele injustamente.
Fui cruel com muitos.
Desencarnei, e sei que poucos foram me ver, para despedirem-se de um corpo que já estava indo tarde.
Neste plano, sofri amargamente por causa de meu orgulho e vaidade. A imaturidade era tão grande, ah, meu Deus, ainda me dói relatar isso.
Enfim, depois de tanto errar pelos caminhos que sempre me levaram a crer tudo o que eu tinha feito aviltando minha culpa caí, cansado e sem forças e pela primeira vez clamei a Deus que me tirasse daquilo.
Fui resgatado fraco, sujo, sem esperança. Parecia um mendigo. Levaram-me para um lugar parecido com um ambulatório e lá recebi os tratamentos necessários, aos poucos fui recobrando a consciência e quando já me sentia forte, permitiram as visitas a mim. Tive vergonha, ninguém apareceu!
A partir de então busquei ajuda porque de todo aquele sofrimento não imaginava que a solidão era a mais dolorida.
Foi uma batalha que travei comigo mesmo para perceber e aceitar que eu era o problema.
Estudei muito, pedi muito a Deus por sabedoria, e aprendi a arte de ser paciente.
A paciência nos ajuda a conquistar aquilo que buscamos então, chega de orgulho e sejamos pacientes.
Um Amigo.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Os Bons Médiuns.
Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
Inerente a todos os seres humanos, a faculdade mediúnica expressa-se de maneira variada, conforme a estrutura evolutiva, os recursos morais, as conquistas espirituais de cada indivíduo.
Incipiente em uns e ostensiva noutros, pode ser considerada com a peculiaridade psíquica que permite a comunicação dos homens com os Espíritos, mediante cujo contributo inúmeras interrogações e enigmas encontram respostas e elucidações claras para o entendimento dos reais mecanismos da existência física na Terra.
Distúrbios psíquicos inexplicáveis, desequilíbrios orgânicos injustificáveis, transtornos comportamentais e dificuldades nos relacionamentos sociais e afetivos, malquerenças e aflições íntimas destituídas de significado, exaltação e desdobramentos da personalidade, algumas alucinações visuais e auditivas, na mediunidade encontram seu campo de expansão, refletindo os dramas espirituais do ser, que procedem das experiências anteriores à atual existência física, alguns transformados em fenômenos obsessivos profundamente perturbadores.
Mal compreendida por largo tempo através da História, foi envolta em mitos e cercada de superstições, que nada têm a ver com a sua realidade.
Sendo uma percepção da alma encarnada cujo conteúdo as células orgânicas decodificam, não significa manifestação de angelitude ou de santificação, como também não representa punição imposta por Deus, a fim de alcançar os calcetas e endividados perante as Soberanas Leis.
Existente igualmente no ser espiritual, é uma faculdade do Espírito que, através dos delicados equipamentos sutis do seu perispírito, faculta o intercâmbio entre os desencarnados de diferentes esferas da Erraticidade.
Dessa maneira, não se trata de um calvário de padecimentos intérminos em cujo curso a tristeza e o sofrimento dão-se as mãos, como pretendem alguns portadores de comportamento masoquista, mas também não é característica de superioridade moral, que distingue o seu possuidor em relação às demais pessoas.
Pode ser considerada como a moderna escada de Jacó, que permite a ascensão espiritual daquele que se lhe dedica com abnegação e devotamento.
Semelhante às demais faculdades do ser humano, exige cuidados especiais, quais aqueles que se dispensam à inteligência, à memória, às aptidões artísticas e culturais...
O conhecimento do seu mecanismo torna-se indispensável para que seja exercida com seriedade, ao lado de cuidados outros que se lhe fazem essenciais, quais sejam, a identificação da lei dos fluidos, a aplicação dos dispositivos morais para o aperfeiçoamento incessante, a disciplina dos equipamentos nervosos, as disposições superiores para o bem, o nobre e o edificante.
Neutra, sob o ponto de vista ético-moral, qual ocorre com as demais faculdades, é direcionada pelo seu portador, que se encarrega de orientá-la conforme as próprias aspirações, perseguindo os objetivos elevados, que são a meta essencial da reencarnação.
À medida que o médium introjeta reflexões em torno do seu conteúdo valioso, mais se lhe dilatam as possibilidades, que, disciplinadas, facultam ensejo para a produção de resultados compatíveis com o direcionamento que se lhe aplique.
A observação cuidadosa dos sintomas através dos quais se expressa, favorece a perfeita identificação daqueles que se comunicam e podem contribuir em favor do progresso moral do medianeiro.
O hábito do silêncio interior e da quietação emocional faculta-lhe a captação das ondas que permitem o intercâmbio equilibrado, ampliando-lhe a área de serviços espirituais.
Concessão divina para a Humanidade, é a ponte que traz de volta aqueles que abandonaram o corpo físico ou que dele foram expulsos, sem que deixassem a vida, comprovando-lhes a imortalidade em triunfo.
Ante a impossibilidade de ser alcançada a perfeição mediúnica, face à condição predominante de mundo de provações que caracteriza o planeta terrestre e tipifica os seus habitantes por enquanto, cada servidor deve lutar para adquirir a qualidade de bom médium, isto é, aquele que comunica com facilidade, que se faz instrumento dócil aos Espíritos que o utilizam sob a orientação do seu Mentor.
Nunca se acreditando imaculado, sabe que pode ser vítima da mistificação dos zombeteiros e maus, não a temendo, mas trabalhando por sutilizar as suas percepções psíquicas e emocionais, e elevando-se moralmente para atingir patamares mais enobrecidos nas faixas da evolução.
A facilidade com que os desencarnados o utilizam, especialmente por estar disponível sempre que necessário, propicia-lhe maior sensibilidade e o credencia ao apoio dos Guias da Humanidade, que o cercam de carinho e o inspiram para a ascensão contínua.
Consciente dos próprios limites e das infinitas possibilidades da Vida, reconhece o quanto necessita de transformar-se interiormente para melhor, a fim de ser enganado menos vezes e jamais enganar aos outros, pelo menos conscientemente.
A disciplina e o equilíbrio moral, os pensamentos e as ações honoráveis, o salutar hábito da oração e da meditação, precatam-no das investiduras dos maus e perversos que pululam em toda parte, preservando-lhe os sutis equipamentos mediúnicos dos choques de baixo teor vibratório que lhes são inerentes, ajudando-o, assim, a manter contato com esses infelizes, quando necessário, porém, sob o controle dos Guias que os conduzem, jamais ao paladar e apetite da loucura que os avassala.
O bom médium é simples e sem as complexidades do agrado da ignorância, do egoísmo e da presunção, cujas conquistas são internas e que irradia os valores morais de dentro para fora, qual antena que possui os requisitos próprios para a captação das ondas que serão transformadas em imagens sonoras, visuais ou portadoras de força motriz para muitas finalidades.
Quando esteja açodado pelas conjunturas difíceis ou afligido pelas provações iluminativas, que fazem parte do seu processo de evolução, nunca deve desanimar, nem esperar fruir de privilégios, que os não possui, seguindo fiel e tranqüilo no desempenho da tarefa que lhe diz respeito, preservando a alegria de viver, servir e amar.
O trabalho edificante será sempre o seu apoio de segurança, que o fortalecerá em todos os momentos da existência física, nunca se refugiando na inoperância, que é geradora de mil males que sempre perturbam.
Porque identifica as próprias deficiências, não se jacta da faculdade que possui, reconhecendo que ela pode ser bloqueada ou retirada, empenhando-se para torná-la uma ferramenta de luz a serviço do Amor em todos os instantes.
Os bons médiuns, que escasseiam, em razão da momentânea inferioridade humana, são os instrumentos hábeis para contribuírem em favor do Mundo Novo de amanhã, quando a mediunidade, melhor compreendida e mais bem exercida, se tornará uma conquista valiosa do espírito humano credenciado para a felicidade que já estará desfrutando.
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na sessão mediúnica da noite de 08 de agosto de 2001, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)
(Jornal Mundo Espírita de Setembro de 2001)
Inerente a todos os seres humanos, a faculdade mediúnica expressa-se de maneira variada, conforme a estrutura evolutiva, os recursos morais, as conquistas espirituais de cada indivíduo.
Incipiente em uns e ostensiva noutros, pode ser considerada com a peculiaridade psíquica que permite a comunicação dos homens com os Espíritos, mediante cujo contributo inúmeras interrogações e enigmas encontram respostas e elucidações claras para o entendimento dos reais mecanismos da existência física na Terra.
Distúrbios psíquicos inexplicáveis, desequilíbrios orgânicos injustificáveis, transtornos comportamentais e dificuldades nos relacionamentos sociais e afetivos, malquerenças e aflições íntimas destituídas de significado, exaltação e desdobramentos da personalidade, algumas alucinações visuais e auditivas, na mediunidade encontram seu campo de expansão, refletindo os dramas espirituais do ser, que procedem das experiências anteriores à atual existência física, alguns transformados em fenômenos obsessivos profundamente perturbadores.
Mal compreendida por largo tempo através da História, foi envolta em mitos e cercada de superstições, que nada têm a ver com a sua realidade.
Sendo uma percepção da alma encarnada cujo conteúdo as células orgânicas decodificam, não significa manifestação de angelitude ou de santificação, como também não representa punição imposta por Deus, a fim de alcançar os calcetas e endividados perante as Soberanas Leis.
Existente igualmente no ser espiritual, é uma faculdade do Espírito que, através dos delicados equipamentos sutis do seu perispírito, faculta o intercâmbio entre os desencarnados de diferentes esferas da Erraticidade.
Dessa maneira, não se trata de um calvário de padecimentos intérminos em cujo curso a tristeza e o sofrimento dão-se as mãos, como pretendem alguns portadores de comportamento masoquista, mas também não é característica de superioridade moral, que distingue o seu possuidor em relação às demais pessoas.
Pode ser considerada como a moderna escada de Jacó, que permite a ascensão espiritual daquele que se lhe dedica com abnegação e devotamento.
Semelhante às demais faculdades do ser humano, exige cuidados especiais, quais aqueles que se dispensam à inteligência, à memória, às aptidões artísticas e culturais...
O conhecimento do seu mecanismo torna-se indispensável para que seja exercida com seriedade, ao lado de cuidados outros que se lhe fazem essenciais, quais sejam, a identificação da lei dos fluidos, a aplicação dos dispositivos morais para o aperfeiçoamento incessante, a disciplina dos equipamentos nervosos, as disposições superiores para o bem, o nobre e o edificante.
Neutra, sob o ponto de vista ético-moral, qual ocorre com as demais faculdades, é direcionada pelo seu portador, que se encarrega de orientá-la conforme as próprias aspirações, perseguindo os objetivos elevados, que são a meta essencial da reencarnação.
À medida que o médium introjeta reflexões em torno do seu conteúdo valioso, mais se lhe dilatam as possibilidades, que, disciplinadas, facultam ensejo para a produção de resultados compatíveis com o direcionamento que se lhe aplique.
A observação cuidadosa dos sintomas através dos quais se expressa, favorece a perfeita identificação daqueles que se comunicam e podem contribuir em favor do progresso moral do medianeiro.
O hábito do silêncio interior e da quietação emocional faculta-lhe a captação das ondas que permitem o intercâmbio equilibrado, ampliando-lhe a área de serviços espirituais.
Concessão divina para a Humanidade, é a ponte que traz de volta aqueles que abandonaram o corpo físico ou que dele foram expulsos, sem que deixassem a vida, comprovando-lhes a imortalidade em triunfo.
Ante a impossibilidade de ser alcançada a perfeição mediúnica, face à condição predominante de mundo de provações que caracteriza o planeta terrestre e tipifica os seus habitantes por enquanto, cada servidor deve lutar para adquirir a qualidade de bom médium, isto é, aquele que comunica com facilidade, que se faz instrumento dócil aos Espíritos que o utilizam sob a orientação do seu Mentor.
Nunca se acreditando imaculado, sabe que pode ser vítima da mistificação dos zombeteiros e maus, não a temendo, mas trabalhando por sutilizar as suas percepções psíquicas e emocionais, e elevando-se moralmente para atingir patamares mais enobrecidos nas faixas da evolução.
A facilidade com que os desencarnados o utilizam, especialmente por estar disponível sempre que necessário, propicia-lhe maior sensibilidade e o credencia ao apoio dos Guias da Humanidade, que o cercam de carinho e o inspiram para a ascensão contínua.
Consciente dos próprios limites e das infinitas possibilidades da Vida, reconhece o quanto necessita de transformar-se interiormente para melhor, a fim de ser enganado menos vezes e jamais enganar aos outros, pelo menos conscientemente.
A disciplina e o equilíbrio moral, os pensamentos e as ações honoráveis, o salutar hábito da oração e da meditação, precatam-no das investiduras dos maus e perversos que pululam em toda parte, preservando-lhe os sutis equipamentos mediúnicos dos choques de baixo teor vibratório que lhes são inerentes, ajudando-o, assim, a manter contato com esses infelizes, quando necessário, porém, sob o controle dos Guias que os conduzem, jamais ao paladar e apetite da loucura que os avassala.
O bom médium é simples e sem as complexidades do agrado da ignorância, do egoísmo e da presunção, cujas conquistas são internas e que irradia os valores morais de dentro para fora, qual antena que possui os requisitos próprios para a captação das ondas que serão transformadas em imagens sonoras, visuais ou portadoras de força motriz para muitas finalidades.
Quando esteja açodado pelas conjunturas difíceis ou afligido pelas provações iluminativas, que fazem parte do seu processo de evolução, nunca deve desanimar, nem esperar fruir de privilégios, que os não possui, seguindo fiel e tranqüilo no desempenho da tarefa que lhe diz respeito, preservando a alegria de viver, servir e amar.
O trabalho edificante será sempre o seu apoio de segurança, que o fortalecerá em todos os momentos da existência física, nunca se refugiando na inoperância, que é geradora de mil males que sempre perturbam.
Porque identifica as próprias deficiências, não se jacta da faculdade que possui, reconhecendo que ela pode ser bloqueada ou retirada, empenhando-se para torná-la uma ferramenta de luz a serviço do Amor em todos os instantes.
Os bons médiuns, que escasseiam, em razão da momentânea inferioridade humana, são os instrumentos hábeis para contribuírem em favor do Mundo Novo de amanhã, quando a mediunidade, melhor compreendida e mais bem exercida, se tornará uma conquista valiosa do espírito humano credenciado para a felicidade que já estará desfrutando.
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na sessão mediúnica da noite de 08 de agosto de 2001, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)
(Jornal Mundo Espírita de Setembro de 2001)
Peixotinho
Nasceu na cidade de Pacatuba, Estado do Ceará, no dia 1º de fevereiro de 1905, desencarnando na cidade de Campos, Estado do Rio de Janeiro, 16 de junho de 1966.
Seus pais foram Miguel Peixoto Lins e Joana Alves Peixoto. Bem cedo ficou órfão de pai e mãe e passou a conviver com seus tios maternos, em Fortaleza, Estado do Ceará, onde fez o curso primário. Em seguida matriculou-se no Seminário Católico, de acordo com o desejo de seus tios, que desejavam vê-lo seguir a carreira eclesiástica. No Seminário sofreu várias penas disciplinares por manifestar a seus educadores dúvidas sobre os dogmas da Igreja. Observando as desigualdades humanas, tanto no campo físico como no social, ficou em dúvida no tocante à paternidade e bondade de Deus. Se todos eram seus filhos, por que tantas diversidades? Indagava. Por que razões insondáveis uns nascem fisicamente perfeitos e outros deformados? Uns portadores de virtudes angelicais e outros acometidos de mau caráter? Dizia então: “Se Deus existe, não é esse ser unilateral de que fala a religião católica.” Desejava saber e inquiria os seus confessores, os quais, diante das indagações arrojadas do menino, usavam o castigo e a penitência como corretivo.
Aos 14 anos de idade desistiu do Seminário e, com a permissão dos tios, transferiu-se para o Estado do Amazonas, em busca de melhores dias, enfrentando os trabalhos árduos dos seringais. Ali trabalhou cerca de dois anos, resolvendo voltar para Fortaleza. Nessa fase de sua vida, nele se manifestaram os primeiros indícios de sua extraordinária mediunidade, sob a forma de terrível obsessão. Envolvido por espíritos menos esclarecidos, era tomado de estranha força física, tornando-se capaz de lutar e vencer vários homens, apesar de Ter menos de 18 anos e ser fisicamente franzino. Esse estado anômalo acontecia a toda hora e Peixotinho, temendo conseqüências mais graves, deliberou não mais sair de casa. Ali ficou acometido de nova influenciação dos espíritos trevosos, ficando desprendido do corpo cerca de 20 horas, num estado cataléptico, quase chegando a ser sepultado vivo, pois seus familiares o tinham dado como desencarnado.
Depois desse episódio, sofreu uma paralisia que o prostrou num leito de dor durante seis meses. Nessa fase, um dos seus vizinhos, membro de uma sociedade espírita de Fortaleza, movido de íntima compaixão pelos seus sofrimentos, solicitou permissão à sua família, para prestar-lhe socorro espiritual, com passes e preces. Ninguém em sua casa tinha conhecimento do Espiritismo e seus familiares também não atinavam com o verdadeiro estado do paciente, uma vez que o tratamento médico a que se submetia não lhe dava qualquer esperança de restabelecimento. O seu vizinho iniciou o tratamento com o Evangelho no Lar, aplicando-lhe passes e dando-lhe a beber água fluida. A fim distrair-se, Peixotinho começou a ler alguns romances espíritas e posteriormente as obras da Codificação Kardequiana. Em menos de um mês apresentava sensível melhora em seu estado físico e progressivamente foi libertando-se da falsa enfermidade.
Logo que conseguiu andar, passou a freqüentar o Centro Espírita onde militava o grande tribuno Vianna de Carvalho, que na época estava prestando serviço ao Exército Nacional em Fortaleza. A terrível obsessão foi a sua Estrada de Damasco. O conhecimento da lei da reencarnação veio equacionar os velhos problemas que atormentavam a sua mente, dirimindo todas as dúvidas que o Seminário não conseguira desfazer. Passou assim a compreender a incomensurável bondade de Deus, dando a mesma oportunidade a todos os seus filhos na caminhada rumo à redenção espiritual.
Orientado pelo major Vianna de Carvalho, Peixotinho iniciou o seu desenvolvimento mediúnico. Tornou-se um dos mais famosos médiuns de materializações e efeitos físicos. Por seu intermédio produziram-se as famosas materializações luminosas e uma série dos mais peculiares fenômenos, tudo dentro da maior seriedade e nos moldes preceituados pela Doutrina Espírita.
Em 1926, foi convocado para o serviço militar e transferido para o Rio de Janeiro, sendo incluído em um batalhão do exército, na cidade fluminense de Macaé. Ali se dedicou com amor à prática do Espiritismo e, com um grupo de abnegados companheiros, fundou o Centro Espírita Pedro, instituição que por muito tempo se tornou a sua oficina de trabalho.
Em 1933, consorciou-se com Benedita Vieira Fernandes, de cujo matrimônio tiveram vários filhos. Por força da sua carreira militar, foi transferido várias vezes, servindo em Imbituba, Santa Catarina; Santos, São Paulo; no antigo Distrito Federal e em Campos, Rio de Janeiro. Onde chegava, procurava logo servir à causa espírita.
No ano de 1945, na cidade do Rio de Janeiro, encontrou-se com vários confrades, dentre eles Antônio Alves Ferreira, velho companheiro no Grupo Espírita Pedro, de Macaé. Nessa época passou a freqüentar o Culto Cristão no Lar, realizado sistematicamente na residência daquele confrade. Posteriormente, unindo-se a Jacques Aboab e Amadeu Santos, resolveram fundar o Grupo Espírita André Luiz, que inicialmente funcionou na Rua Moncorvo Filho, 27, onde se produziram, pela sua mediunidade, as mais belas sessões de materializações luminosas, as quais ensejaram ao Dr. Rafael Ranieri a oportunidade de lançar um livro com esse mesmo título. Peixotinho prestava também o seu valioso concurso como médium receitista e curador.
No ano de 1948, encontrando-se pela primeira vez com o médium Francisco Cândido Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo, teve a oportunidade de propiciar aos confrades daquela cidade, belíssimas sessões de materializações e assistência aos enfermos.
Em 1949 foi transferido definitivamente para a cidade de Campos, onde participou dos trabalhos do Grupo Joana D’Arc. Fundou também o Grupo Espírita Araci, em homenagem ao seu guia espiritual.
Peixotinho sofria de broncopneumonia, enfermidade que lhe causava muitos dissabores, porém ele suportava tudo com estoicismo, o mesmo podendo-se dizer das calúnias de que foi vítima, como são vítimas todos os médiuns sérios que se colocam a serviço do Evangelho de Jesus, dando de graça o que de graça recebem.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Anotações sobre o passe
encontrei este texto na internet, meio perdido... achei interessante e resolvi copiá-lo, para o deleite de todos... aí vai:
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
De Londrina
Aqui no Paraná já faz mais de vinte e cinco anos que a orientação emanada dos órgãos de unificação ligados à Federação, a respeito do passe, tem sido no sentido de aplicá-lo da forma mais singela possível, tal como se fazia nos tempos apostólicos: a simples imposição de mãos.
Ensina-nos um dos textos que formam a apostila do Centro de Orienta¬ção e Educação Mediúnica (COEM), obra elaborada sob a supervisão do Dr. Alexandre Sech (11a Sessão de Exercício Prático, Centro Espírita Luz Eterna, edição de 1978):
"A imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de transmitir o passe.
"Os movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de aplicação do passe criaram verdadeiro folclore quanto a esta prática espírita, desfigurando a verdadeira técnica.
"Os passistas passaram a se preocupar mais com os movimentos que deveriam realizar do que com o dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos."
Temos ministrado nos últimos anos diversos seminários a respeito desse tema e notamos que, felizmente, o ensinamento acima transcrito não tem causado mais nenhuma surpresa, aqui ou noutros Estados, excetuados os casos especialíssimos das Casas Espíritas que, por uma questão regimental, adotam obrigatoriamente as lições do comandante Edgard Armond, conhecido divulgador, no meio espírita, dos chamados passes padronizados.
Alguém, contudo, pergunta-nos qual é a fundamentação kardequiana para a postura acima referida, adotada há vinte e oito anos pelo Centro Espírita Luz Eterna e pelos formuladores do programa do COEM, dentre os quais se incluem, além do Dr. Alexandre Sech, os nossos caríssimos amigos Dr. Célio Trujillo Costa e o professor Ney Paulo de Meira Albach.
O passe espírita origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo.
Poderíamos responder à pergunta mencionando um único autor: José Herculano Pires, que foi, no dizer de Chico Xavier, "o metro que melhor mediu Kardec". Com efeito, Herculano é, ao lado de Cairbar, de Bezerra, de Carlos Imbassahy, uma das poucas autoridades indiscutíveis em matéria de Doutrina Espírita. Eis o que ele, a respeito do tema, escreveu ("Obsessão, o passe, a doutrinação", editora Paidéia, págs. 35 a 37):
"O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus.
"O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje o envolveram alguns teó-ricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista.
"Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espí¬rito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado há muito superado. Os Espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas apenas a prece e a imposição das mãos.
"Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações."
Mas, considerando seja isso insuficiente, lembremos algumas passagens extraídas da obra de Kardec, que sempre utilizou a expressão médium curador em lugar de médium passista e que, quando trata do assunto, se refere tão-somente à imposição de mãos:
1) Em "O Livro dos Médiuns", capítulo XIV, item 176, o Codificador do Espiritismo consigna a seguinte instrução dada pelos Espíritos: "Se você magnetiza com o fito de curar, por exemplo, e invoca um bom Espírito que se interessa por você e pelo doente, ele aumenta sua força e sua vontade, dirige seu fluido e lhe dá as qualidades necessárias" (o grifo é nosso).
Não são as mãos do passista que dirigem o fluido, mas o Espírito que vem em seu auxílio.
Está dito aí, com a maior clareza possível, que não são as mãos do médium passista que dirigem o fluido, mas sim o Espírito que vem em seu auxílio, o qual sabe melhor do que o encarnado qual a necessidade específica do enfermo beneficiado pela imposição de mãos.
2) Em "Obras Póstumas" (Manifestações dos Espíritos, itens 52 e 53), Kardec diz que "a faculdade de curar pela imposição das mãos deriva evidentemente de uma força excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra, todas as qualidades morais" (o grifo é nosso). E acrescenta: "A ação fluídica, ao demais, é poderosamente secundada pela confiança do doente, e Deus quase sempre lhe recompensa a fé, concedendo-lhe o bom êxito".
3) No número de janeiro de 1864 da "Revista Espírita" (Edicel, ano de 1864, pág. 7), Kardec inseriu uma mensagem de Mesmer (Espírito), recebida na Sociedade Espírita de Paris em 18-12-1863, em que o aludido Espírito analisa a questão das curas através do magnetismo animal e do magnetismo espiritual.
Mesmer diz ali que Deus sempre recompensa o humilde sincero que pede a ajuda espiritual, enviando-lhe o socorro para que ele possa auxiliar o enfermo. "Esse socorro que envia são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benéfico, que é transmitido ao doente", afirma Mesmer. E acrescenta: "Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; ao passo que o magnetizador ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos" (o grifo é nosso).
Apenas a ignorância é que nos faz crer na influência desta ou daquela fórmula.
4) No número de setembro de 1865 da "Revista Espírita" (Edicel, ano 1865, pág. 254), o Codifica-dor ensina: "Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de suavizar certos sofrimentos, mesmo de os curar, ainda que não instantaneamente, umas tantas moléstias, a todos é dada, sem que haja necessidade de ser magnetizador. O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável. Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus. É de notar que a maior parte dos médiuns curadores inconscientes, os que não se dão conta de sua faculdade, e que por vezes são encontrados nas mais humildes posições e em gente privada de qualquer instrução, recomendam a prece e se entreajudam orando.
Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela fórmula" (o grifo é nosso).
Vistas as diversas colocações de Kardec sobre o tema, resta-nos observar que a leitura atenciosa dos Atos dos Apóstolos comprovará a correção da postura assumida por J. Herculano Pires. A prece feita por Pedro, rogando a Deus lhe concedesse a ele e aos seus companheiros o poder de, estendendo as mãos sobre os enfermos, curar as enfermidades (Atos, 4:30), foi plenamente atendida, conforme mostram inúmeros fatos relatados em Atos dos Apóstolos (5:12, 6:6, 9:17, 19:6 e 28:8) e no Evangelho segundo Marcos (5:23 e 16:15 a 18), visto que Lucas, o autor de Atos, nos informa que "pelas mãos dos apóstolos se faziam muitos milagres e prodígios entre a plebe", sem fazer qualquer referência a passes padronizados, longitudinais, rotatórios, de dispersão ou de varredura.
...
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
De Londrina
Aqui no Paraná já faz mais de vinte e cinco anos que a orientação emanada dos órgãos de unificação ligados à Federação, a respeito do passe, tem sido no sentido de aplicá-lo da forma mais singela possível, tal como se fazia nos tempos apostólicos: a simples imposição de mãos.
Ensina-nos um dos textos que formam a apostila do Centro de Orienta¬ção e Educação Mediúnica (COEM), obra elaborada sob a supervisão do Dr. Alexandre Sech (11a Sessão de Exercício Prático, Centro Espírita Luz Eterna, edição de 1978):
"A imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de transmitir o passe.
"Os movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de aplicação do passe criaram verdadeiro folclore quanto a esta prática espírita, desfigurando a verdadeira técnica.
"Os passistas passaram a se preocupar mais com os movimentos que deveriam realizar do que com o dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos."
Temos ministrado nos últimos anos diversos seminários a respeito desse tema e notamos que, felizmente, o ensinamento acima transcrito não tem causado mais nenhuma surpresa, aqui ou noutros Estados, excetuados os casos especialíssimos das Casas Espíritas que, por uma questão regimental, adotam obrigatoriamente as lições do comandante Edgard Armond, conhecido divulgador, no meio espírita, dos chamados passes padronizados.
Alguém, contudo, pergunta-nos qual é a fundamentação kardequiana para a postura acima referida, adotada há vinte e oito anos pelo Centro Espírita Luz Eterna e pelos formuladores do programa do COEM, dentre os quais se incluem, além do Dr. Alexandre Sech, os nossos caríssimos amigos Dr. Célio Trujillo Costa e o professor Ney Paulo de Meira Albach.
O passe espírita origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo.
Poderíamos responder à pergunta mencionando um único autor: José Herculano Pires, que foi, no dizer de Chico Xavier, "o metro que melhor mediu Kardec". Com efeito, Herculano é, ao lado de Cairbar, de Bezerra, de Carlos Imbassahy, uma das poucas autoridades indiscutíveis em matéria de Doutrina Espírita. Eis o que ele, a respeito do tema, escreveu ("Obsessão, o passe, a doutrinação", editora Paidéia, págs. 35 a 37):
"O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus.
"O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje o envolveram alguns teó-ricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista.
"Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espí¬rito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado há muito superado. Os Espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas apenas a prece e a imposição das mãos.
"Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações."
Mas, considerando seja isso insuficiente, lembremos algumas passagens extraídas da obra de Kardec, que sempre utilizou a expressão médium curador em lugar de médium passista e que, quando trata do assunto, se refere tão-somente à imposição de mãos:
1) Em "O Livro dos Médiuns", capítulo XIV, item 176, o Codificador do Espiritismo consigna a seguinte instrução dada pelos Espíritos: "Se você magnetiza com o fito de curar, por exemplo, e invoca um bom Espírito que se interessa por você e pelo doente, ele aumenta sua força e sua vontade, dirige seu fluido e lhe dá as qualidades necessárias" (o grifo é nosso).
Não são as mãos do passista que dirigem o fluido, mas o Espírito que vem em seu auxílio.
Está dito aí, com a maior clareza possível, que não são as mãos do médium passista que dirigem o fluido, mas sim o Espírito que vem em seu auxílio, o qual sabe melhor do que o encarnado qual a necessidade específica do enfermo beneficiado pela imposição de mãos.
2) Em "Obras Póstumas" (Manifestações dos Espíritos, itens 52 e 53), Kardec diz que "a faculdade de curar pela imposição das mãos deriva evidentemente de uma força excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra, todas as qualidades morais" (o grifo é nosso). E acrescenta: "A ação fluídica, ao demais, é poderosamente secundada pela confiança do doente, e Deus quase sempre lhe recompensa a fé, concedendo-lhe o bom êxito".
3) No número de janeiro de 1864 da "Revista Espírita" (Edicel, ano de 1864, pág. 7), Kardec inseriu uma mensagem de Mesmer (Espírito), recebida na Sociedade Espírita de Paris em 18-12-1863, em que o aludido Espírito analisa a questão das curas através do magnetismo animal e do magnetismo espiritual.
Mesmer diz ali que Deus sempre recompensa o humilde sincero que pede a ajuda espiritual, enviando-lhe o socorro para que ele possa auxiliar o enfermo. "Esse socorro que envia são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benéfico, que é transmitido ao doente", afirma Mesmer. E acrescenta: "Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; ao passo que o magnetizador ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos" (o grifo é nosso).
Apenas a ignorância é que nos faz crer na influência desta ou daquela fórmula.
4) No número de setembro de 1865 da "Revista Espírita" (Edicel, ano 1865, pág. 254), o Codifica-dor ensina: "Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de suavizar certos sofrimentos, mesmo de os curar, ainda que não instantaneamente, umas tantas moléstias, a todos é dada, sem que haja necessidade de ser magnetizador. O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável. Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus. É de notar que a maior parte dos médiuns curadores inconscientes, os que não se dão conta de sua faculdade, e que por vezes são encontrados nas mais humildes posições e em gente privada de qualquer instrução, recomendam a prece e se entreajudam orando.
Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela fórmula" (o grifo é nosso).
Vistas as diversas colocações de Kardec sobre o tema, resta-nos observar que a leitura atenciosa dos Atos dos Apóstolos comprovará a correção da postura assumida por J. Herculano Pires. A prece feita por Pedro, rogando a Deus lhe concedesse a ele e aos seus companheiros o poder de, estendendo as mãos sobre os enfermos, curar as enfermidades (Atos, 4:30), foi plenamente atendida, conforme mostram inúmeros fatos relatados em Atos dos Apóstolos (5:12, 6:6, 9:17, 19:6 e 28:8) e no Evangelho segundo Marcos (5:23 e 16:15 a 18), visto que Lucas, o autor de Atos, nos informa que "pelas mãos dos apóstolos se faziam muitos milagres e prodígios entre a plebe", sem fazer qualquer referência a passes padronizados, longitudinais, rotatórios, de dispersão ou de varredura.
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Opinião de um Espírito
A Casa Espírita está tomada por católicos e protestantes que se equivocaram em suas aspirações e propostas.
Contaminam o ambiente e mantem os preceitos antigos e equivocados que aprenderam quando ainda estavam em sua religião de origem.
Precisam vigiar pela Doutrina Espírita e para a Doutrina Espírita, poupando-a de acessos que transformem e transtornem.
Para isso, leia e estude Kardec. Para que possa enriquecer-se de motivação para a defesa da Causa Espírita.
Assim como, da Casa Espirita.
Cleber
psicografia recebida no NEPT em março de 2009.
Contaminam o ambiente e mantem os preceitos antigos e equivocados que aprenderam quando ainda estavam em sua religião de origem.
Precisam vigiar pela Doutrina Espírita e para a Doutrina Espírita, poupando-a de acessos que transformem e transtornem.
Para isso, leia e estude Kardec. Para que possa enriquecer-se de motivação para a defesa da Causa Espírita.
Assim como, da Casa Espirita.
Cleber
psicografia recebida no NEPT em março de 2009.
domingo, 24 de maio de 2009
Bem-Aventurados os Pobres de Espírito.
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo VII
O que se deve entender por pobres de espírito.
1. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.)
2. A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção. Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.
Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extra-humana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes revolta à idéia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os faria descer do pedestal onde se contemplam. Dai o só terem sorrisos de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que as tomam a sério.
Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será entrar, como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. E lá que os olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em partes iguais.
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão multo natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais.
Capítulo VII
O que se deve entender por pobres de espírito.
1. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.)
2. A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção. Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.
Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extra-humana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes revolta à idéia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os faria descer do pedestal onde se contemplam. Dai o só terem sorrisos de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que as tomam a sério.
Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será entrar, como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. E lá que os olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em partes iguais.
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão multo natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Confia em Deus
Nunca percas a esperança, por pior a situação em que te vejas. E jamais condenes alguém que se haja embarafustado no labirinto da provação...
O momento mais áspero de um problema pode ser aquele em que se lhe descobre a solução. E, em casos numerosos, a pessoa que te parece mais censurável, no mais grave delito, será talvez aquela que menos culpa carregue na trama do mal que as sombras entreteceram.
Decerto haverá corrigenda para o erro nas trevas, pelos mecanismos da ordem, tanto quanto surgirá remédio para os enfermos pelos recursos da medicina.
Observa, no entanto, o poder misericordioso de Deus, nos menores distritos da Natureza.
A semente sufocada é a que te sustentará o celeiro.
A pedra colocada em disciplina é o agente que te assegura firmeza na construção.
Aflições e lágrimas são processos da vida, em que se te acrescentam as energias, a fim de que sigas à frente, na quitação dos compromissos esposados, para que se te iluminem os olhos, no preciso discernimento.
Nos dias difíceis de atravessar, levante-te para a vida, ergue a fronte, abraça o dever que as circunstâncias te deram e abençoa a existência em que a Providência Divina te situou.
Por maiores se façam a dor que te visite, o golpe que te fira, a tribulação que te busque ou o sofrimento que te assalte, não esmoreças na fé e prossegue fiel às próprias obrigações, porque se todo o bem te parece perdido, na face da tarefa em que te encontras, guarda a certeza de que Deus está contigo, trabalhando no outro lado.
EMMANUEL
(Do livro “Alma e Coração”, Francisco C. Xavier)
O momento mais áspero de um problema pode ser aquele em que se lhe descobre a solução. E, em casos numerosos, a pessoa que te parece mais censurável, no mais grave delito, será talvez aquela que menos culpa carregue na trama do mal que as sombras entreteceram.
Decerto haverá corrigenda para o erro nas trevas, pelos mecanismos da ordem, tanto quanto surgirá remédio para os enfermos pelos recursos da medicina.
Observa, no entanto, o poder misericordioso de Deus, nos menores distritos da Natureza.
A semente sufocada é a que te sustentará o celeiro.
A pedra colocada em disciplina é o agente que te assegura firmeza na construção.
Aflições e lágrimas são processos da vida, em que se te acrescentam as energias, a fim de que sigas à frente, na quitação dos compromissos esposados, para que se te iluminem os olhos, no preciso discernimento.
Nos dias difíceis de atravessar, levante-te para a vida, ergue a fronte, abraça o dever que as circunstâncias te deram e abençoa a existência em que a Providência Divina te situou.
Por maiores se façam a dor que te visite, o golpe que te fira, a tribulação que te busque ou o sofrimento que te assalte, não esmoreças na fé e prossegue fiel às próprias obrigações, porque se todo o bem te parece perdido, na face da tarefa em que te encontras, guarda a certeza de que Deus está contigo, trabalhando no outro lado.
EMMANUEL
(Do livro “Alma e Coração”, Francisco C. Xavier)
quarta-feira, 20 de maio de 2009
FUNDAMENTOS DA ÉTICA ESPÍRITA
Quem somos nós para ousar falar de ética? Longe de nós querer impor concepções pessoais ou reivindicar a exclusividade da verdade. Os ensinamentos dos Espíritos se fazem sobre todos os pontos do globo, e não são privilégio de ninguém. Os médiuns são numerosos, mas ninguém é infalível. "O primeiro controle deve ser, então, o da razão, à qual é preciso submeter, sem exceção, tudo o que vem dos Espíritos.(...) Mas esse controle é incompleto em muitos casos, devido à insuficiência de luzes de certas pessoas, e à tendência de muitos em se aterem ao seu próprio julgamento como único arbítrio da verdade. Em tal caso, que fazem os homens que não têm neles mesmos uma confiança absoluta? Seguem o conselho do maior número, e a opinião da maioria é seu guia." Os médiuns ou os grupos que trabalham isoladamente são por vezes bem inspirados, mas a concordância nos ensinamentos dos Espíritos é o melhor controle. "A única garantia séria do ensinos dos Espíritos está na concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por intermédio de um grande número de médiuns estranhos uns aos outros, e em diversos países". (7)
Allan Kardec dizia: "Na nossa posição, recebendo as comunicações de cerca de mil centros espíritas sérios, disseminados sobre diversos pontos do globo, estamos capacitados para ver os princípios sobre os quais esta concordância se estabelece". Hoje, o Movimento Espírita está globalizado. A União Espírita Francesa e dos países de influência francesa já federa uma quinzena de grupos espíritas na França, e participa do Conselho Espírita Internacional.
Examinemos agora as bases da ética. Para fixar as idéias, consideremos algumas práticas correntes: adultério; homossexualidade; sexo livre; uso de vestimentas "ousadas"; aborto; ingestão de álcool ou de outros produtos tóxicos; utilização de bens e serviços públicos para fins pessoais; instituição de sistemas econômicos que levam à deterioração dos programas de saúde, da educação, da alimentação e do trabalho; suspensão voluntária e sistemática do trabalho; calúnia; baixarias; utilização das mídias para veicular a violência ou para promover produtos de valor real duvidoso.
Essas práticas têm sido geralmente condenadas pelas religiões. Hoje, elas são correntes, e por vezes mesmo protegidas por princípio. Encontramo-las na rua, na televisão, nas manifestações, nas canções populares. São por vezes recomendadas como recursos terapêuticos. Aqueles que se opõem são taxados de "ortodoxos", de "moralistas" ou de "quadrados". Seus argumentos são essencialmente negativos, baseados na ausência de justificativa para agir no sentido contrário. Dizem: "Porque?", e não mudam. A sabedoria recomenda portanto: na dúvida, abstenha-se.
As prescrições morais têm existido em todos os tempos e em todas as civilizações. Elas provém na maior parte de sistemas religiosos, recomendadas por um profeta ou "revelador". Fundamentalmente, sua aceitação tem sido então uma questão de crença, de fé. Uma causa do banimento atual dos valores éticos na civilização ocidental é a expansão do materialismo, favorecido, de uma certa maneira, pelas religiões tradicionais que têm misturado símbolos e rituais ao Cristianismo, e o têm fundamentado sobre bases dogmáticas. É verdade, como o diz Léon Denis, que "os dogmas e os padres são necessários, e o serão por muito tempo ainda, às almas jovens e tímidas que penetram a cada dia no círculo da vida terrestre e não podem dirigir-se sozinhas na via do conhecimento, nem analisar suas necessidades e suas sensações" (8). Mas isso não convém mais « aos espíritos livres e maiores » que querem encontrar por si mesmos a solução dos grandes problemas e a fórmula de seu Credo.
Na filosofia ocidental, de característica racional, os argumentos para a emissão de regras morais colidem com a constatação de que "o fato de haver não implica o dever". Não é porque há guerras no mundo que elas devem existir. Nenhum situação de fato pode acarretar proposições do gênero "isso deve ser assim".
Em realidade, as situações de fato servem, quando muito, para a obtenção de conseqüências normativas. Vejamos alguns exemplos simples. A utilização de pneus lisos em um veículo acarreta acidentes graves: é normal se concluir ser necessário substituí-los. Colocando a mão em cima da chama de uma vela, nos queimamos: devemos então ter mais cuidado com o fogo. A exposição direta de objetos de ferro ao ar livre acarreta sua oxidação e degradação: deduz-se disso que para a construção de imóveis, esses materiais devem ser protegidos da ação do ar.
Observemos, nesses exemplos, que certos objetivos estão admitidos implicitamente: a preservação da vida (nos dois primeiros) e a obtenção de construções que não desabem com o tempo (no último). Sem essas hipóteses conexas, é evidente que as inferências feitas não seriam válidas.
Qual é a relação com a ética? As proposições normativas, nos exemplos citados, são fundadas sobre leis empíricas que se seguem à observação dos fatos. Mas para as prescrições morais, as "situações de fato", que poderiam fundamentá-las de maneira análoga, escapam geralmente do domínio factual, e são acima de tudo consideradas como especulações metafísicas. Como então deduzir e reconstituir argumentações do tipo exposto acima? É aí que intervém o Espiritismo.
"As comunicações espíritas têm por resultado nos mostrar o estado futuro da alma, não mais como uma teoria, mas como uma realidade; elas colocam sob nossos olhos todas as peripécias da vida de além-túmulo; mas mostram-nas, ao mesmo tempo, como conseqüências perfeitamente lógicas da vida terrestre" (9).
O Espiritismo traz ao homem a certeza de que ele é de essência espiritual, e lhe dá informações preciosas sobre a evolução do Espírito. A observação atenta da situação « post mortem » e das condições da reencarnação demonstra a existência de uma lei natural, assegurando o desenvolvimento harmonioso dos seres: a Lei de Causa e Efeito.
Esta lei fixa as conseqüências futuras das ações presentes do homem e seu conhecimento, naturalmente, lhe traz um melhor discernimento na utilização de seu livre arbítrio em função de seus objetivos.
Ele saberá, por exemplo, que um homicídio acarreta "lesões" no corpo espiritual (ou perispírito) do executante, que acarretarão, em uma encarnação futura, malformações ou doenças, e um estado de aflição durante sua permanência no mundo espiritual. Ele saberá também que a ligação das trompas, a vasectomia e a homosexualidade, interferem na circulação normal das forças sexuais do perispírito; a conseqüente ruptura da harmonia dos centros de controle dessas forças se manifestará mais tarde sob a forma de disfunções hormonais complexas, de perturbações variadas dos órgãos sexuais e outras complicações.
No livro "O Céu e o Inferno", segunda parte, Allan Kardec dá numerosos exemplos, baseados em testemunhos de espíritos em diversas condições após a morte, entre a felicidade e os sofrimentos extremos. Esses testemunhos são obtidos correntemente em todos os centros espíritas que realizam um trabalho cristão de assistência aos Espíritos em dificuldades.
Allan Kardec resume assim o estado do Espírito no momento da morte: "O Espírito sofre tanto mais quanto o desligamento do perispírito for mais lento; a presteza do desligamento está em razão do grau de adiantamento moral do Espírito; para o Espírito desmaterializado, cuja consciência está pura, a morte é um sono de alguns instantes, isento de todo sofrimento, e cujo despertar é pleno de suavidade."
Entre os Espíritos felizes, citamos a comunicação de M. Jobard:
"Quero inicialmente relatar minhas impressões no momento da separação de minha alma; senti um abalo inaudito, lembrei-me imediatamente de meu nascimento, da minha juventude, da minha idade madura; toda minha vida foi retraçada nitidamente em minha memória. Não experimentava senão um piedoso desejo de me encontrar nas regiões reveladas por nossa querida crença; depois, todo esse tumulto se apaziguou. Estava livre e meu corpo jazia inerte. Ah! meus queridos amigos, que exaltação ao despojar-se o pensador de seu corpo! que entusiasmo poder abraçar o espaço! Não creiam entretanto que me tornei imediatamente um eleito do Senhor; não, estou entre os Espíritos que, tendo retido pouco, devem ainda aprender muito. Não demorei a me lembrar de vocês, meus irmãos em exílio, e asseguro-lhes: toda minha simpatia, todos os meus votos os têm envolvido".
Entre os Espíritos sofredores, citamos a comunicação de Novel:
"Vou contar o que sofri quando morri. Meu Espírito, retido em meu corpo por laços materiais, passou por uma grande dor ao se desligar, o que foi uma primeira e rude angústia. A vida que havia deixado aos vinte e quatro anos estava ainda tão forte em mim que não acreditava na sua perda. Procurava meu corpo, e estava pasmo e amedrontado em me ver perdido no meio desta multidão de sombras. Enfim a consciência de meu estado, e a revelação das faltas que havia cometido em todas as minhas encarnações, me atingiam com um golpe; uma luz implacável esclarecia os mais secretos recantos de minha alma, que se sentia nua, como saída de uma pesada humilhação. Procurava disso escapar interessando-me pelos novos e entretanto conhecidos objetos, que me envolviam; os Espíritos radiosos, flutuando no éter, me davam a idéia de uma felicidade à qual não podia aspirar; formas sombrias e desoladas, umas mergulhadas em morno desespero, as outras irônicas ou furiosas, resvalavam em torno de mim e sobre a terra à qual eu permanecia ligado. Via se agitarem os humanos de quem invejava a ignorância; toda uma ordem de sensações desconhecidas ou reencontradas, me invadiam por sua vez. Arrastado como por uma força irresistível, procurando escapar desta dor irritante, transpunha as distâncias, os elementos, os obstáculos materiais, sem que as belezas da natureza, nem os esplendores celestes pudessem acalmar por um instante o dilaceramento de minha consciência, nem o pavor que me causava a revelação da eternidade. Um mortal pode pressentir as torturas materiais pelas calafrios da carne, mas suas frágeis dores, adocicadas pela esperança, temperadas pelas distrações, arruinadas pelo esquecimento, não poderão jamais fazê-los compreender as angústias de uma alma que sofre sem trégua, sem esperança, sem arrependimento. Passei um tempo, do qual não posso apreciar a duração, invejando os eleitos cujo esplendor entrevia, detestando os maus Espíritos que me perseguiam com suas zombarias, menosprezando os humanos de quem via as torpezas, passando de um profundo abatimento a uma revolta insensata".
"Enfim, você me chamou, e pela primeira vez um sentimento doce e terno me apaziguou; escutei os ensinamentos que os seus guias lhe dão; a verdade me penetrou, e orei: Deus me ouviu; e se revelou à mim em sua clemência, como tinha se revelado por sua justiça".
Por fim, citamos a comunicação de um suicida, que ilustra a situação terrível na qual eles se encontram após seu ato infeliz:
"Tenham piedade de um pobre miserável que sofre há tanto tempo de tantas torturas cruéis! Oh! a vida... o espaço... eu caio, eu caio, socorro! ... Meu Deus, tenho uma vida tão miserável! ... Sou um pobre diabo; sofria freqüente de fome nos meus velhos dias; é por isso que comecei a beber e que tinha vergonha e desgosto por tudo... Queria morrer e me lancei... Oh! meu Deus, que momento! ... Por que desejar tudo acabar quando já estava tão perto do termo? Orem! para que não viva para sempre esse vazio dentro de mim... Queria me quebrar nessas pedras! ... Eu os conjuro, voces que têm conhecimento das misérias daqueles que não estão mais aqui em baixo, me dirijo a vocês, ainda que não me conheçam, por que sofro muito..."
Pelas milhares de comunicações desse gênero, o Espiritismo pode então determinar as ações que são nefastas para o homem, que estão em conflito com a evolução harmoniosa do Espírito, a única capaz de lhe trazer a paz e a felicidade duradoura. Isto dá às normas éticas um fundamento racional, como vimos acima nas normas concernentes às ações limitadas do plano material.
As prescrições morais confirmadas pelo Espiritismo não têm nenhum caráter dogmático. Trata-se de escolher o que melhor nos convém, não há aí nenhuma interdição. Nada impede o indivíduo de continuar a agir em desacordo com essas prescrições. Aliás, as noções do bem e do mal evoluem em paralelo com o entendimento do homem. Se um indivíduo causa um dano, sua responsabilidade existirá em razão de sua consciência e de seu conhecimento antecipado das conseqüências de seus atos.
O Espiritismo permite também discernir entre as normas que são realmente confirmadas pelos fatos daquelas criadas pela imaginação, os preconceitos, as superstições, ao longo dos séculos, geralmente ligados a atos exteriores, que o simples bom senso basta freqüentemente para desmascarar.
Promovendo esta pesquisa da ética e desembaraçando-a de tudo o que é supérfluo, inútil ou sem fundamento, o Espiritismo lhe presta um serviço inestimável. Totalmente imunizado pela investidura da análise racional, obsequia a aceitação por todos os que se disponham a um exame sério e sem idéias preconcebidas da argumentação lógica e da fenomenologia espírita.
"A doutrina espírita, no que concerne às penas futuras como em seus outros temas, não está fundada sobre uma teoria preconcebida; não é um sistema substituindo outro sistema: em tudo se apóia em observações, e é isto que lhe dá sua autoridade. Então, de forma alguma se tem imaginado que as almas, após a morte, devem se encontrar em tal ou qual situação; são os seres mesmos que deixaram a terra que vêm hoje nos iniciar nos mistérios da vida futura, descrever sua posição feliz ou infeliz, suas impressões e sua transformação na morte do corpo; em uma palavra, completar sobre esse ponto os ensinamentos do Cristo" (10).
A ética espírita coincide então com a ética cristã, tal qual foi ensinada e praticada por Jesus, e com aquela ditada pela consciência isenta de prejulgamentos e interesses. "A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Agir para com os outros como quereríamos que os outros agissem para conosco; quer dizer, fazer o bem e nunca fazer o mal. O homem encontra neste princípio a regra universal de conduta para suas mínimas ações" (11).
À questão 625 do "Livro dos Espíritos": "Qual é o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo?", os Espíritos responderam: "Jesus".
O Espiritismo oferece uma visão global que permite compreender as razões da convergência de três vertentes independentes - a racional espírita, a cristã e a da consciência - para um mesmo conjunto de normas morais, que se resume no respeito e no amor ao próximo.
Cada uma se baseia, em última instância, na penetração nas próprias estruturas do Universo, reguladoras da harmonia que aí reina.
O Espiritismo atinge este objetivo pela observação científica dos fenômenos naturais, aliada aos métodos de análise racional. A consciência do ser humano é o dispositivo natural que lhe permite "concordar" com o plano geral do Universo, e evoluir de modo ordenado.
Jesus, espírito puro e inteligente, com os sentimentos e a intuição desenvovidos a um grau que não podemos assimilar, não está certamente limitado aos meios de que dispomos para penetrar as leis do Universo. Utilisou outros meios que escapam completamente aos nossos limites conceituais.
Sublinhamos que a coerência não se prende à ética cristã, mas se extende igualmente às bases fundamentais de outras religiões. "Não há para o homem de estudo nenhum antigo sistema filosófico, nenhuma tradição, nenhuma religião a ser negligenciada, porque todos encerram os germes de grandes verdades que, se bem pareçam contraditórias umas às outras, esparsas que estão em meio a acessórios sem fundamento, são muito fáceis de coordenar, graças à chave que nos dá o espiritismo para uma multidão de coisas que têm podido, até aqui, nos parecer sem razão e das quais a realidade nos é demonstrada hoje de maneira irrecusável" (12).
"A conseqüência do espiritismo é tornar os homens melhores, e portanto mais felizes, pela prática da mais pura moral evangélica" (13). A verdade espírita então não se reconhece unicamente pelo conhecimento racional da doutrina espírita. A certeza positiva sobre o porvir, decorrendo de fenômenos que atingem seus sentidos, faz que se comportem conforme a ética e a moral ensinada por Cristo. Sua máxima é aquela de Allan Kardec: « Fora da caridade, não há salvação! », porque sabe que seu interesse pessoal não será servir senão em função de seu ardor pelo interesse coletivo. Não tem absolutamente nenhum propósito lucrativo, nenhuma ambição de poder ou de posição a não ser esta, de progredir na sua evolução e de fazer progredir o seu próximo.
A rejeição sem provas ou a recusa de examinar racionalmente o mundo espiritual apresentam o inconveniente de deixar o campo livre aos abusos de todo gênero, geralmente de ordem financeira, e algumas vezes mesmo dramáticos, explorando a credulidade das pessoas. O Espiritismo traz os elementos lógicos que permitem refutar esses abusos de maneira formal, oferecendo a todos respostas claras e consoladoras à maioria das questões existenciais, tão freqüentes na origem do desespero humano.
O Espiritismo não faz nenhum proselitismo, e não pretende deter a exclusividade da Verdade. Allan Kardec pergunta humildemente: "Qual é o homem que pode se gabar de a possuir inteiramente, quando o círculo dos conhecimentos cresce sem cessar, e as idéias se retificam a cada dia?" (14).
O Espiritismo proclama a liberdade de consciência, o direito de livre exame em matéria de fé. Recebe os que vêem voluntariamente à ele, e não procura desviar ninguém de suas crenças ou de sua religião. A crença de uma pessoa importa pouco, desde o momento em que ela trabalhe para o bem de seu próximo. O Espiritismo se dirige àquele que, estando perdido ou não estando satisfeito com o que se lhe tem sido dado, procura alguma coisa de melhor. Não diz: "Creia primeiro, e compreenderá em seguida se você puder", mas "Compreenda primeiro, e creia em seguida se você assim o quiser".
Encorajamos as pessoas, desejosas de se esclarecerem, a ler e meditar, não mais que as trinta páginas da introdução do Livro dos Espíritos, que lhes confirmarão que o objetivo essencial do Espiritismo não é senão o de procurar o que pode ajudar ao progresso moral e intelectual dos homens.
Allan Kardec dizia: "Na nossa posição, recebendo as comunicações de cerca de mil centros espíritas sérios, disseminados sobre diversos pontos do globo, estamos capacitados para ver os princípios sobre os quais esta concordância se estabelece". Hoje, o Movimento Espírita está globalizado. A União Espírita Francesa e dos países de influência francesa já federa uma quinzena de grupos espíritas na França, e participa do Conselho Espírita Internacional.
Examinemos agora as bases da ética. Para fixar as idéias, consideremos algumas práticas correntes: adultério; homossexualidade; sexo livre; uso de vestimentas "ousadas"; aborto; ingestão de álcool ou de outros produtos tóxicos; utilização de bens e serviços públicos para fins pessoais; instituição de sistemas econômicos que levam à deterioração dos programas de saúde, da educação, da alimentação e do trabalho; suspensão voluntária e sistemática do trabalho; calúnia; baixarias; utilização das mídias para veicular a violência ou para promover produtos de valor real duvidoso.
Essas práticas têm sido geralmente condenadas pelas religiões. Hoje, elas são correntes, e por vezes mesmo protegidas por princípio. Encontramo-las na rua, na televisão, nas manifestações, nas canções populares. São por vezes recomendadas como recursos terapêuticos. Aqueles que se opõem são taxados de "ortodoxos", de "moralistas" ou de "quadrados". Seus argumentos são essencialmente negativos, baseados na ausência de justificativa para agir no sentido contrário. Dizem: "Porque?", e não mudam. A sabedoria recomenda portanto: na dúvida, abstenha-se.
As prescrições morais têm existido em todos os tempos e em todas as civilizações. Elas provém na maior parte de sistemas religiosos, recomendadas por um profeta ou "revelador". Fundamentalmente, sua aceitação tem sido então uma questão de crença, de fé. Uma causa do banimento atual dos valores éticos na civilização ocidental é a expansão do materialismo, favorecido, de uma certa maneira, pelas religiões tradicionais que têm misturado símbolos e rituais ao Cristianismo, e o têm fundamentado sobre bases dogmáticas. É verdade, como o diz Léon Denis, que "os dogmas e os padres são necessários, e o serão por muito tempo ainda, às almas jovens e tímidas que penetram a cada dia no círculo da vida terrestre e não podem dirigir-se sozinhas na via do conhecimento, nem analisar suas necessidades e suas sensações" (8). Mas isso não convém mais « aos espíritos livres e maiores » que querem encontrar por si mesmos a solução dos grandes problemas e a fórmula de seu Credo.
Na filosofia ocidental, de característica racional, os argumentos para a emissão de regras morais colidem com a constatação de que "o fato de haver não implica o dever". Não é porque há guerras no mundo que elas devem existir. Nenhum situação de fato pode acarretar proposições do gênero "isso deve ser assim".
Em realidade, as situações de fato servem, quando muito, para a obtenção de conseqüências normativas. Vejamos alguns exemplos simples. A utilização de pneus lisos em um veículo acarreta acidentes graves: é normal se concluir ser necessário substituí-los. Colocando a mão em cima da chama de uma vela, nos queimamos: devemos então ter mais cuidado com o fogo. A exposição direta de objetos de ferro ao ar livre acarreta sua oxidação e degradação: deduz-se disso que para a construção de imóveis, esses materiais devem ser protegidos da ação do ar.
Observemos, nesses exemplos, que certos objetivos estão admitidos implicitamente: a preservação da vida (nos dois primeiros) e a obtenção de construções que não desabem com o tempo (no último). Sem essas hipóteses conexas, é evidente que as inferências feitas não seriam válidas.
Qual é a relação com a ética? As proposições normativas, nos exemplos citados, são fundadas sobre leis empíricas que se seguem à observação dos fatos. Mas para as prescrições morais, as "situações de fato", que poderiam fundamentá-las de maneira análoga, escapam geralmente do domínio factual, e são acima de tudo consideradas como especulações metafísicas. Como então deduzir e reconstituir argumentações do tipo exposto acima? É aí que intervém o Espiritismo.
"As comunicações espíritas têm por resultado nos mostrar o estado futuro da alma, não mais como uma teoria, mas como uma realidade; elas colocam sob nossos olhos todas as peripécias da vida de além-túmulo; mas mostram-nas, ao mesmo tempo, como conseqüências perfeitamente lógicas da vida terrestre" (9).
O Espiritismo traz ao homem a certeza de que ele é de essência espiritual, e lhe dá informações preciosas sobre a evolução do Espírito. A observação atenta da situação « post mortem » e das condições da reencarnação demonstra a existência de uma lei natural, assegurando o desenvolvimento harmonioso dos seres: a Lei de Causa e Efeito.
Esta lei fixa as conseqüências futuras das ações presentes do homem e seu conhecimento, naturalmente, lhe traz um melhor discernimento na utilização de seu livre arbítrio em função de seus objetivos.
Ele saberá, por exemplo, que um homicídio acarreta "lesões" no corpo espiritual (ou perispírito) do executante, que acarretarão, em uma encarnação futura, malformações ou doenças, e um estado de aflição durante sua permanência no mundo espiritual. Ele saberá também que a ligação das trompas, a vasectomia e a homosexualidade, interferem na circulação normal das forças sexuais do perispírito; a conseqüente ruptura da harmonia dos centros de controle dessas forças se manifestará mais tarde sob a forma de disfunções hormonais complexas, de perturbações variadas dos órgãos sexuais e outras complicações.
No livro "O Céu e o Inferno", segunda parte, Allan Kardec dá numerosos exemplos, baseados em testemunhos de espíritos em diversas condições após a morte, entre a felicidade e os sofrimentos extremos. Esses testemunhos são obtidos correntemente em todos os centros espíritas que realizam um trabalho cristão de assistência aos Espíritos em dificuldades.
Allan Kardec resume assim o estado do Espírito no momento da morte: "O Espírito sofre tanto mais quanto o desligamento do perispírito for mais lento; a presteza do desligamento está em razão do grau de adiantamento moral do Espírito; para o Espírito desmaterializado, cuja consciência está pura, a morte é um sono de alguns instantes, isento de todo sofrimento, e cujo despertar é pleno de suavidade."
Entre os Espíritos felizes, citamos a comunicação de M. Jobard:
"Quero inicialmente relatar minhas impressões no momento da separação de minha alma; senti um abalo inaudito, lembrei-me imediatamente de meu nascimento, da minha juventude, da minha idade madura; toda minha vida foi retraçada nitidamente em minha memória. Não experimentava senão um piedoso desejo de me encontrar nas regiões reveladas por nossa querida crença; depois, todo esse tumulto se apaziguou. Estava livre e meu corpo jazia inerte. Ah! meus queridos amigos, que exaltação ao despojar-se o pensador de seu corpo! que entusiasmo poder abraçar o espaço! Não creiam entretanto que me tornei imediatamente um eleito do Senhor; não, estou entre os Espíritos que, tendo retido pouco, devem ainda aprender muito. Não demorei a me lembrar de vocês, meus irmãos em exílio, e asseguro-lhes: toda minha simpatia, todos os meus votos os têm envolvido".
Entre os Espíritos sofredores, citamos a comunicação de Novel:
"Vou contar o que sofri quando morri. Meu Espírito, retido em meu corpo por laços materiais, passou por uma grande dor ao se desligar, o que foi uma primeira e rude angústia. A vida que havia deixado aos vinte e quatro anos estava ainda tão forte em mim que não acreditava na sua perda. Procurava meu corpo, e estava pasmo e amedrontado em me ver perdido no meio desta multidão de sombras. Enfim a consciência de meu estado, e a revelação das faltas que havia cometido em todas as minhas encarnações, me atingiam com um golpe; uma luz implacável esclarecia os mais secretos recantos de minha alma, que se sentia nua, como saída de uma pesada humilhação. Procurava disso escapar interessando-me pelos novos e entretanto conhecidos objetos, que me envolviam; os Espíritos radiosos, flutuando no éter, me davam a idéia de uma felicidade à qual não podia aspirar; formas sombrias e desoladas, umas mergulhadas em morno desespero, as outras irônicas ou furiosas, resvalavam em torno de mim e sobre a terra à qual eu permanecia ligado. Via se agitarem os humanos de quem invejava a ignorância; toda uma ordem de sensações desconhecidas ou reencontradas, me invadiam por sua vez. Arrastado como por uma força irresistível, procurando escapar desta dor irritante, transpunha as distâncias, os elementos, os obstáculos materiais, sem que as belezas da natureza, nem os esplendores celestes pudessem acalmar por um instante o dilaceramento de minha consciência, nem o pavor que me causava a revelação da eternidade. Um mortal pode pressentir as torturas materiais pelas calafrios da carne, mas suas frágeis dores, adocicadas pela esperança, temperadas pelas distrações, arruinadas pelo esquecimento, não poderão jamais fazê-los compreender as angústias de uma alma que sofre sem trégua, sem esperança, sem arrependimento. Passei um tempo, do qual não posso apreciar a duração, invejando os eleitos cujo esplendor entrevia, detestando os maus Espíritos que me perseguiam com suas zombarias, menosprezando os humanos de quem via as torpezas, passando de um profundo abatimento a uma revolta insensata".
"Enfim, você me chamou, e pela primeira vez um sentimento doce e terno me apaziguou; escutei os ensinamentos que os seus guias lhe dão; a verdade me penetrou, e orei: Deus me ouviu; e se revelou à mim em sua clemência, como tinha se revelado por sua justiça".
Por fim, citamos a comunicação de um suicida, que ilustra a situação terrível na qual eles se encontram após seu ato infeliz:
"Tenham piedade de um pobre miserável que sofre há tanto tempo de tantas torturas cruéis! Oh! a vida... o espaço... eu caio, eu caio, socorro! ... Meu Deus, tenho uma vida tão miserável! ... Sou um pobre diabo; sofria freqüente de fome nos meus velhos dias; é por isso que comecei a beber e que tinha vergonha e desgosto por tudo... Queria morrer e me lancei... Oh! meu Deus, que momento! ... Por que desejar tudo acabar quando já estava tão perto do termo? Orem! para que não viva para sempre esse vazio dentro de mim... Queria me quebrar nessas pedras! ... Eu os conjuro, voces que têm conhecimento das misérias daqueles que não estão mais aqui em baixo, me dirijo a vocês, ainda que não me conheçam, por que sofro muito..."
Pelas milhares de comunicações desse gênero, o Espiritismo pode então determinar as ações que são nefastas para o homem, que estão em conflito com a evolução harmoniosa do Espírito, a única capaz de lhe trazer a paz e a felicidade duradoura. Isto dá às normas éticas um fundamento racional, como vimos acima nas normas concernentes às ações limitadas do plano material.
As prescrições morais confirmadas pelo Espiritismo não têm nenhum caráter dogmático. Trata-se de escolher o que melhor nos convém, não há aí nenhuma interdição. Nada impede o indivíduo de continuar a agir em desacordo com essas prescrições. Aliás, as noções do bem e do mal evoluem em paralelo com o entendimento do homem. Se um indivíduo causa um dano, sua responsabilidade existirá em razão de sua consciência e de seu conhecimento antecipado das conseqüências de seus atos.
O Espiritismo permite também discernir entre as normas que são realmente confirmadas pelos fatos daquelas criadas pela imaginação, os preconceitos, as superstições, ao longo dos séculos, geralmente ligados a atos exteriores, que o simples bom senso basta freqüentemente para desmascarar.
Promovendo esta pesquisa da ética e desembaraçando-a de tudo o que é supérfluo, inútil ou sem fundamento, o Espiritismo lhe presta um serviço inestimável. Totalmente imunizado pela investidura da análise racional, obsequia a aceitação por todos os que se disponham a um exame sério e sem idéias preconcebidas da argumentação lógica e da fenomenologia espírita.
"A doutrina espírita, no que concerne às penas futuras como em seus outros temas, não está fundada sobre uma teoria preconcebida; não é um sistema substituindo outro sistema: em tudo se apóia em observações, e é isto que lhe dá sua autoridade. Então, de forma alguma se tem imaginado que as almas, após a morte, devem se encontrar em tal ou qual situação; são os seres mesmos que deixaram a terra que vêm hoje nos iniciar nos mistérios da vida futura, descrever sua posição feliz ou infeliz, suas impressões e sua transformação na morte do corpo; em uma palavra, completar sobre esse ponto os ensinamentos do Cristo" (10).
A ética espírita coincide então com a ética cristã, tal qual foi ensinada e praticada por Jesus, e com aquela ditada pela consciência isenta de prejulgamentos e interesses. "A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Agir para com os outros como quereríamos que os outros agissem para conosco; quer dizer, fazer o bem e nunca fazer o mal. O homem encontra neste princípio a regra universal de conduta para suas mínimas ações" (11).
À questão 625 do "Livro dos Espíritos": "Qual é o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo?", os Espíritos responderam: "Jesus".
O Espiritismo oferece uma visão global que permite compreender as razões da convergência de três vertentes independentes - a racional espírita, a cristã e a da consciência - para um mesmo conjunto de normas morais, que se resume no respeito e no amor ao próximo.
Cada uma se baseia, em última instância, na penetração nas próprias estruturas do Universo, reguladoras da harmonia que aí reina.
O Espiritismo atinge este objetivo pela observação científica dos fenômenos naturais, aliada aos métodos de análise racional. A consciência do ser humano é o dispositivo natural que lhe permite "concordar" com o plano geral do Universo, e evoluir de modo ordenado.
Jesus, espírito puro e inteligente, com os sentimentos e a intuição desenvovidos a um grau que não podemos assimilar, não está certamente limitado aos meios de que dispomos para penetrar as leis do Universo. Utilisou outros meios que escapam completamente aos nossos limites conceituais.
Sublinhamos que a coerência não se prende à ética cristã, mas se extende igualmente às bases fundamentais de outras religiões. "Não há para o homem de estudo nenhum antigo sistema filosófico, nenhuma tradição, nenhuma religião a ser negligenciada, porque todos encerram os germes de grandes verdades que, se bem pareçam contraditórias umas às outras, esparsas que estão em meio a acessórios sem fundamento, são muito fáceis de coordenar, graças à chave que nos dá o espiritismo para uma multidão de coisas que têm podido, até aqui, nos parecer sem razão e das quais a realidade nos é demonstrada hoje de maneira irrecusável" (12).
"A conseqüência do espiritismo é tornar os homens melhores, e portanto mais felizes, pela prática da mais pura moral evangélica" (13). A verdade espírita então não se reconhece unicamente pelo conhecimento racional da doutrina espírita. A certeza positiva sobre o porvir, decorrendo de fenômenos que atingem seus sentidos, faz que se comportem conforme a ética e a moral ensinada por Cristo. Sua máxima é aquela de Allan Kardec: « Fora da caridade, não há salvação! », porque sabe que seu interesse pessoal não será servir senão em função de seu ardor pelo interesse coletivo. Não tem absolutamente nenhum propósito lucrativo, nenhuma ambição de poder ou de posição a não ser esta, de progredir na sua evolução e de fazer progredir o seu próximo.
A rejeição sem provas ou a recusa de examinar racionalmente o mundo espiritual apresentam o inconveniente de deixar o campo livre aos abusos de todo gênero, geralmente de ordem financeira, e algumas vezes mesmo dramáticos, explorando a credulidade das pessoas. O Espiritismo traz os elementos lógicos que permitem refutar esses abusos de maneira formal, oferecendo a todos respostas claras e consoladoras à maioria das questões existenciais, tão freqüentes na origem do desespero humano.
O Espiritismo não faz nenhum proselitismo, e não pretende deter a exclusividade da Verdade. Allan Kardec pergunta humildemente: "Qual é o homem que pode se gabar de a possuir inteiramente, quando o círculo dos conhecimentos cresce sem cessar, e as idéias se retificam a cada dia?" (14).
O Espiritismo proclama a liberdade de consciência, o direito de livre exame em matéria de fé. Recebe os que vêem voluntariamente à ele, e não procura desviar ninguém de suas crenças ou de sua religião. A crença de uma pessoa importa pouco, desde o momento em que ela trabalhe para o bem de seu próximo. O Espiritismo se dirige àquele que, estando perdido ou não estando satisfeito com o que se lhe tem sido dado, procura alguma coisa de melhor. Não diz: "Creia primeiro, e compreenderá em seguida se você puder", mas "Compreenda primeiro, e creia em seguida se você assim o quiser".
Encorajamos as pessoas, desejosas de se esclarecerem, a ler e meditar, não mais que as trinta páginas da introdução do Livro dos Espíritos, que lhes confirmarão que o objetivo essencial do Espiritismo não é senão o de procurar o que pode ajudar ao progresso moral e intelectual dos homens.
sábado, 16 de maio de 2009
Crer
Acreditar é fundamental para a vida, pois, sem acreditar ficamos tão distantes de tudo, que se torna impraticável ter paz de espírito.
Quando se fala de crer, no entanto, não se deve restringir a compreensão do termo à expressão religiosa. Isto sim, limitaria por demais.
Acreditar é mais amplo, mais dinâmico do que a religiosidade. Vejamos como:
É preciso acreditar em si mesmo, para que se possa vencer os naturais obstáculos que a vida nos oferece. Sem crer em si próprio, não se dá um passo sequer, pois a falta de confiança impede a jornada.
Acreditar nas pessoas é importante, para não dizer fundamental, pois como ter paz mental, se se vive a desconfiar de todos? Como conseguir trabalhar em grupo, em equipe ou em família, se não se tem confiança nas pessoas? É muito importante tentar acreditar nas pessoas, mesmo que se tenha, na vida, um grande número de decepções; pois as pessoas têm enorme potencial para acertar e muitas vezes, erram sem a intenção de errar. Aliás, isto ocorre na maioria delas.
Acreditar nas Instituições é algo, no mínimo, indispensável. Para quê impedir-se de crescer e martirizar-se fugindo delas e criticando-as o tempo todo? Onde poderíamos chegar, sem o apoio de muitas delas que aí estão para ajudar?
A Casa Espírita que te acolhe nestes tempos, é uma Instituição que lhe dá respaldo para enfrentar seus problemas e para seguir adiante, mesmo que tenha suas dificuldades, mesmo que seja humilde e simples ou grande e desoranizada. Ela ali está, para lhe ajudar.
A Instituição do Estado é cuidada pela própria humanidade e, por isso, apresenta muitas falhas como todas as Instituições.
Mas ela acolhe a muitos carentes e auxilia a muitos desamparados da sociedade, embora ainda não da maneira que julgamos melhor.
A instituição da família, do lar precisa ter crédito de cada um que dela faz parte, para que ela se desenvolva e envolva a todos os seus componentes de maneira construtiva e amorosa.
Acreditar em Deus é uma questão que está acima da fé que é imposta por dogmas e por certos ritualismos. Trata-se de uma questão de raciocínio, de lógica. Basta estudar um pouco e observar outro pouco, para entender e vivenciar a existência do Criador. Ele está em tudo, está em todos. Nem mesmo é necessário fazer-se enormes elocubrações mentais para se acreditar não em Deus, mas que Deus é a Causa Primária de tudo, segundo o axioma proposto por Kardec, em o Livro dos Espíritos, que diz que todo efeito inteligente veio de uma causa inteligente.
Crer é um dos fundamentos necessários para a evolução do ser humano. Assim como a caridade, a fraternidade, a humildade. Aliás, para crer, é importante que já tenha adquirido pelo menos uma destas potencialidades humanas.
Como crer, se não se tem algum grau de humildade? Ou de fraternidade? Ou de caridade?
As potencialidades humanas se interligam e se relacionam, fazendo crescer o ser
humano, através da aquisição de capacidades que o torne cada vez melhor.
Crer é um dos atributos da humanidade dos mais importantes.
Não acredita?
Caibar Schutel
Psicografia - NEPT 27 de março de 2009
Quando se fala de crer, no entanto, não se deve restringir a compreensão do termo à expressão religiosa. Isto sim, limitaria por demais.
Acreditar é mais amplo, mais dinâmico do que a religiosidade. Vejamos como:
É preciso acreditar em si mesmo, para que se possa vencer os naturais obstáculos que a vida nos oferece. Sem crer em si próprio, não se dá um passo sequer, pois a falta de confiança impede a jornada.
Acreditar nas pessoas é importante, para não dizer fundamental, pois como ter paz mental, se se vive a desconfiar de todos? Como conseguir trabalhar em grupo, em equipe ou em família, se não se tem confiança nas pessoas? É muito importante tentar acreditar nas pessoas, mesmo que se tenha, na vida, um grande número de decepções; pois as pessoas têm enorme potencial para acertar e muitas vezes, erram sem a intenção de errar. Aliás, isto ocorre na maioria delas.
Acreditar nas Instituições é algo, no mínimo, indispensável. Para quê impedir-se de crescer e martirizar-se fugindo delas e criticando-as o tempo todo? Onde poderíamos chegar, sem o apoio de muitas delas que aí estão para ajudar?
A Casa Espírita que te acolhe nestes tempos, é uma Instituição que lhe dá respaldo para enfrentar seus problemas e para seguir adiante, mesmo que tenha suas dificuldades, mesmo que seja humilde e simples ou grande e desoranizada. Ela ali está, para lhe ajudar.
A Instituição do Estado é cuidada pela própria humanidade e, por isso, apresenta muitas falhas como todas as Instituições.
Mas ela acolhe a muitos carentes e auxilia a muitos desamparados da sociedade, embora ainda não da maneira que julgamos melhor.
A instituição da família, do lar precisa ter crédito de cada um que dela faz parte, para que ela se desenvolva e envolva a todos os seus componentes de maneira construtiva e amorosa.
Acreditar em Deus é uma questão que está acima da fé que é imposta por dogmas e por certos ritualismos. Trata-se de uma questão de raciocínio, de lógica. Basta estudar um pouco e observar outro pouco, para entender e vivenciar a existência do Criador. Ele está em tudo, está em todos. Nem mesmo é necessário fazer-se enormes elocubrações mentais para se acreditar não em Deus, mas que Deus é a Causa Primária de tudo, segundo o axioma proposto por Kardec, em o Livro dos Espíritos, que diz que todo efeito inteligente veio de uma causa inteligente.
Crer é um dos fundamentos necessários para a evolução do ser humano. Assim como a caridade, a fraternidade, a humildade. Aliás, para crer, é importante que já tenha adquirido pelo menos uma destas potencialidades humanas.
Como crer, se não se tem algum grau de humildade? Ou de fraternidade? Ou de caridade?
As potencialidades humanas se interligam e se relacionam, fazendo crescer o ser
humano, através da aquisição de capacidades que o torne cada vez melhor.
Crer é um dos atributos da humanidade dos mais importantes.
Não acredita?
Caibar Schutel
Psicografia - NEPT 27 de março de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Pedras da Vida
...há situações que constituem a nossa prova aflitiva e áspera, mas redentora e santificante.
Perdoemos as pedras da vida pelo ouro da experiência e de luz que nos oferecem.
E, sobretudo, armemo-nos de coragem para o trabalho, porque é na dor do presente que corrigimos as lutas de ontem, acendendo abençoada luz para o nosso grande porvir.
Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Chico Xavier. Da obra: Bezerra. Chico e Você
Perdoemos as pedras da vida pelo ouro da experiência e de luz que nos oferecem.
E, sobretudo, armemo-nos de coragem para o trabalho, porque é na dor do presente que corrigimos as lutas de ontem, acendendo abençoada luz para o nosso grande porvir.
Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Chico Xavier. Da obra: Bezerra. Chico e Você
quarta-feira, 13 de maio de 2009
A Tolerância
A tolerância é uma aquisição necessária para todos os seres humanos. Sem ela, não há como manter a potencialidade do convívio produtivo em qualquer setor das atividades humanas.
Imagine que a tolerância é o recurso que possibilita o convívio, a troca, o aprendizado entre as pessoas.
Habitualmente cada um de nós fica retido em suas imperfeições, contido por aspirações e costumes que impulsione na produção e na execução das tarefas. Estes nossos hábitos fazem parte da persona, da personalidade de cada um, constituindo os caracteres ou o caráter.
Ocorre que muitos destes caracteres não encontram ressonância com todos os que nos cercam.
Há muitas pessoas que discordam do ponto de vista de quem quer que seja ou de uma pessoa ou outra em particular. São as divergências ou as diferenças de pontos de vista.
Na verdade, circunstâncias naturais da vida, que podem ser exarcerbados e amplificados por conta dos vários graus de intolerância interpessoal.
Quando estamos diante de alguém que seja de difícil personalidade e que venha a constranger o ambiente onde estamos, necessitamos desenvolver a temperança nas nossas reações, possibilitando-nos a total ou parcial interação com esta pessoa, não só por conta de nosso próprio benefício, mas principalmente pelo bem em geral que isso venha a desenvolver.
Sair da faixa vibratória que permite o desequilíbrio juntamente com esta pessoa é gesto natural e necessário (ou deveria ser, ao menos) para que a nossa jornada não seja improdutiva.
É fácil cair em erro nesta situação, pois diante do erro, nós também tendemos a errar. Portanto, a particularidade neste momento é que pode evitar transtornos ainda maiores.
A indulgência, a tolerância, autêntica é que permite o pacífico convívio com criaturas difícieis e permite-nos caminhar pelas trilhas da vida sempre com o objetivo de pacificar o ambiente onde estejamos.
Caibar Schutel
PSICOGRAFIA – NEPT – 13.03.2009.
Imagine que a tolerância é o recurso que possibilita o convívio, a troca, o aprendizado entre as pessoas.
Habitualmente cada um de nós fica retido em suas imperfeições, contido por aspirações e costumes que impulsione na produção e na execução das tarefas. Estes nossos hábitos fazem parte da persona, da personalidade de cada um, constituindo os caracteres ou o caráter.
Ocorre que muitos destes caracteres não encontram ressonância com todos os que nos cercam.
Há muitas pessoas que discordam do ponto de vista de quem quer que seja ou de uma pessoa ou outra em particular. São as divergências ou as diferenças de pontos de vista.
Na verdade, circunstâncias naturais da vida, que podem ser exarcerbados e amplificados por conta dos vários graus de intolerância interpessoal.
Quando estamos diante de alguém que seja de difícil personalidade e que venha a constranger o ambiente onde estamos, necessitamos desenvolver a temperança nas nossas reações, possibilitando-nos a total ou parcial interação com esta pessoa, não só por conta de nosso próprio benefício, mas principalmente pelo bem em geral que isso venha a desenvolver.
Sair da faixa vibratória que permite o desequilíbrio juntamente com esta pessoa é gesto natural e necessário (ou deveria ser, ao menos) para que a nossa jornada não seja improdutiva.
É fácil cair em erro nesta situação, pois diante do erro, nós também tendemos a errar. Portanto, a particularidade neste momento é que pode evitar transtornos ainda maiores.
A indulgência, a tolerância, autêntica é que permite o pacífico convívio com criaturas difícieis e permite-nos caminhar pelas trilhas da vida sempre com o objetivo de pacificar o ambiente onde estejamos.
Caibar Schutel
PSICOGRAFIA – NEPT – 13.03.2009.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Sir. William Crookes
William Crookes nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 17 de junho de 1832. Foi o maior químico da Inglaterra, segundo afirmativa de “Sir” Arthur Conan Doyle, o que ficou constatado pela trajetória gloriosa que esse ilustre homem de ciência desenvolveu no campo científico. Mencionado como sendo um dos mais persistentes e corajosos pesquisadores dos fenômenos supranormais, desenvolveu importante trabalho na área da fenomenologia espírita.
No ano de 1855, Willian Crookes assumiu a cadeira de química na Universidade de Chester. Como conseqüência de prolongados estudos, no ano de 1861 descobriu os raios catódicos e isolou o Tálio, determinando rigorosamente suas propriedades físicas. Após persistentes estudos em torno do espectro solar, descobriu, em 1872, a aparente ação repulsiva dos raios luminosos, o que o levou à construção do Radiômetro, em 1874. No ano seguinte descobriu um novo tratamento para o ouro. No entanto, a coroação do seu trabalho científico foi a descoberta do quarto estado da matéria, o estado radiante, no ano de 1879. Foram-lhe outorgadas várias medalhas pelas relevantes descobertas no campo da física e da química.
A rainha Vitória, da Inglaterra, nomeou-o com o mais alto título daquele país: “Cavalheiro”. A par de todas as atividades, ocupou a presidência da Sociedade de Química, da Sociedade Britânica, da Sociedade de Investigações Psíquicas e do Instituto de Engenheiros Eletricistas.
Dotado de invejável fibra de investigador, acabou por pesquisar os fenômenos mediúnicos, a princípio, com o fim de demonstrar o erro em que incidiam os ditos “médiuns” e todos aqueles que acreditavam piamente em suas mediunidades.
Em 1869, os médiuns J.J.Morse e Sra. Marshall serviram de instrumento para que Crookes realizasse as suas primeiras investigações. As mais notáveis experiências mediúnicas, levadas a efeito por esse ilustre cientista, foram realizadas através da médium Florence Cook, quando obteve as materializações do Espírito que dava o nome de Katie King, fato que abalou o mundo científico da época.
A jovem Florence Cook tinha apenas 15 anos de idade quando se apresentou a Sir Willian Crookes, a fim de servir de medianeira para as pesquisas científicas que vinha realizando. São dela as seguintes palavras: “Fui à casa do Senhor Crookes, sem prevenir a meus pais e nem a meus amigos. Ofereci-me em sacrifício voluntário sobre o altar de sua incredulidade.” Ela pediu a proteção da Sra. Crookes e submeteu-se a toda sorte de experimentações, objetivando comprovar a sua mediunidade, pois que um cavalheiro, de nome Volckmann, havia lhe imputado suspeitas de fraude.
No dia 22 de abril de 1872, aconteceu, pela primeira vez, a materialização do Espírito Katie King, estando presente na sessão, a genitora, alguns irmãos da médium e a criada.
Após várias sessões, nas quais o Espírito Katie King se manifestava com incrível regularidade, a Srta. Florence afirmou a Willian Crookes que estava decidida a submeter-se a todo o gênero de investigações. Na sua obra “Fatos Espíritas”, faz completo relato de todas as experiências realizadas com o Espírito materializado de Katie King, que não deixa dúvida quanto ao poder extraordinário que possui o Espírito de dar a forma desejada, utilizando a matéria física.
Numerosos cientistas de renome, mesmo diante dos fatos mais convincentes, hesitaram em proclamar a verdade, com receio das conseqüências que isso poderia acarretar aos olhos do povo. Crookes, porém, não agiu assim. Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se à evidência, curvou-se diante da verdade, tornou-se espírita convicto e afirmou: - “Não digo que isto é possível; digo: isto é real!”
Willian Crookes desencarnou em 04 de abril de 1919, em Londres, Inglaterra.
No ano de 1855, Willian Crookes assumiu a cadeira de química na Universidade de Chester. Como conseqüência de prolongados estudos, no ano de 1861 descobriu os raios catódicos e isolou o Tálio, determinando rigorosamente suas propriedades físicas. Após persistentes estudos em torno do espectro solar, descobriu, em 1872, a aparente ação repulsiva dos raios luminosos, o que o levou à construção do Radiômetro, em 1874. No ano seguinte descobriu um novo tratamento para o ouro. No entanto, a coroação do seu trabalho científico foi a descoberta do quarto estado da matéria, o estado radiante, no ano de 1879. Foram-lhe outorgadas várias medalhas pelas relevantes descobertas no campo da física e da química.
A rainha Vitória, da Inglaterra, nomeou-o com o mais alto título daquele país: “Cavalheiro”. A par de todas as atividades, ocupou a presidência da Sociedade de Química, da Sociedade Britânica, da Sociedade de Investigações Psíquicas e do Instituto de Engenheiros Eletricistas.
Dotado de invejável fibra de investigador, acabou por pesquisar os fenômenos mediúnicos, a princípio, com o fim de demonstrar o erro em que incidiam os ditos “médiuns” e todos aqueles que acreditavam piamente em suas mediunidades.
Em 1869, os médiuns J.J.Morse e Sra. Marshall serviram de instrumento para que Crookes realizasse as suas primeiras investigações. As mais notáveis experiências mediúnicas, levadas a efeito por esse ilustre cientista, foram realizadas através da médium Florence Cook, quando obteve as materializações do Espírito que dava o nome de Katie King, fato que abalou o mundo científico da época.
A jovem Florence Cook tinha apenas 15 anos de idade quando se apresentou a Sir Willian Crookes, a fim de servir de medianeira para as pesquisas científicas que vinha realizando. São dela as seguintes palavras: “Fui à casa do Senhor Crookes, sem prevenir a meus pais e nem a meus amigos. Ofereci-me em sacrifício voluntário sobre o altar de sua incredulidade.” Ela pediu a proteção da Sra. Crookes e submeteu-se a toda sorte de experimentações, objetivando comprovar a sua mediunidade, pois que um cavalheiro, de nome Volckmann, havia lhe imputado suspeitas de fraude.
No dia 22 de abril de 1872, aconteceu, pela primeira vez, a materialização do Espírito Katie King, estando presente na sessão, a genitora, alguns irmãos da médium e a criada.
Após várias sessões, nas quais o Espírito Katie King se manifestava com incrível regularidade, a Srta. Florence afirmou a Willian Crookes que estava decidida a submeter-se a todo o gênero de investigações. Na sua obra “Fatos Espíritas”, faz completo relato de todas as experiências realizadas com o Espírito materializado de Katie King, que não deixa dúvida quanto ao poder extraordinário que possui o Espírito de dar a forma desejada, utilizando a matéria física.
Numerosos cientistas de renome, mesmo diante dos fatos mais convincentes, hesitaram em proclamar a verdade, com receio das conseqüências que isso poderia acarretar aos olhos do povo. Crookes, porém, não agiu assim. Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se à evidência, curvou-se diante da verdade, tornou-se espírita convicto e afirmou: - “Não digo que isto é possível; digo: isto é real!”
Willian Crookes desencarnou em 04 de abril de 1919, em Londres, Inglaterra.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
R E F L E X Õ E S
NEPT – NÚCLEO ESPÍRITA PAULO DE TARSO / EDUCAÇÃO ESPÍRITA INFANTIL
Abril de 2009 – nº 02 - Amor de Mãe
Carta a meu filho,
Hoje, enquanto estou vendo você dormir, sinto-me muito grata a Deus de poder ser sua mãe. Não tem idéia de quanto me é valioso sentir o pulsar de seu coraçãozinho.
Amo-te filho, amo-te profundamente e tenho a convicção de que se me foi permitido exercer este papel na sua vida tenho por obrigação te auxiliar, assim como tenho muito a aprender com você, como tenho aprendido ao longo desse período em que estamos juntos.
Tenho muitos defeitos a corrigir e ao mesmo tempo devo te ajudar para que você possa começar a entender que estamos aqui para nossa reforma.
Desculpe se muitas vezes me repito e isso lhe é cansativo, a ânsia de te ver ir pelo caminho certo evitando sofrimentos futuros é grande e na maioria das vezes não tenho certeza de qual é o melhor caminho a seguir.
Saiba que estarei sempre ao seu lado, não poderei resolver os seus problemas, nem terei as respostas, mas você poderá ter certeza de que nunca estará sozinho, serei sua amiga aqui encarnada como estamos hoje e no futuro quando não esteja mais de corpo presente isso também ocorrerá.
Peço a Deus que me auxilie a ter clareza do que posso te dar de melhor, para que eu consiga desempenhar meu papel ao seu lado da melhor maneira possível.
Amo-te muito,
mamãe.
- mensagem anônima
Não é preciso “ Torcer o Pepino”
...A criança não é dotada de toda esta plasticidade que se proclama por aí, barro macio do qual podemos fazer aquilo que desejarmos. Há quem costume dizer que “é de pequeno que se torce o pepino”. Mas não é bem assim que funcionam as coisas. Isso não quer dizer, contudo, que a criança deva ser abandonada às suas inclinações, quaisquer que sejam, ou ao reverso oprimidas ao ponto de ficarem sem espaço para a movimentação de sua personalidade.
É claro que espíritos rebeldes, agressivos, dados a violência ou a crueldade precisam ser reorientados através de um regime disciplinar sem exageradas severidades, mas firme. Fazer-lhes todas as vontades, realizar-lhes todos os caprichos e fantasias, achar uma gracinha todas as suas demonstrações de falta de civilidade corresponde a um processo de deseducação que irá contribuir para que se consolidem tendências negativas já em si mesmas de difícil erradicação.
...há uma sólida razão para que o espírito recém encarnado viva um período em que se torna mais acessível à influência e ao aconselhamento orientador . Tenho visto pais arrependidos de haverem sido excessivamente tolerantes com o que encaravam como meras travessuras de seus filhos, mas nunca os ouvi lamentarem-se por terem sido severos, a não ser que hajam cometido algum excesso.
Estranho como pareça, é comum ouvirmos filhos adultos manifestarem seu reconhecimento pelo regime disciplinar a que foram submetidos na infância. E não raro ouvirmos lamentarem a fraqueza dos pais ante suas turbulências ou o desinteresse deles em dar combate as tendências negativas dos filhos. Não é fazendo todas as suas vontades que estaremos demonstrando nosso amor por nossos filhos. Podem haver perfeito equilíbrio entre respeito e descontração, entre liberdade e disciplina, entre amor e autoridade.
Estamos assim ajudando-os a desenvolverem suas potencialidades, de vez que para isso foram eles programados pela mãe natureza. Quanto ao pau torto... também precisa de apoio e compreenção. Um dia ele perceberá , pela sombra que projeta no chão, que é feio ser torto. Por isso, da próxima vez que ele reencarnar-se, através de uma de suas sementes ou mudas, ele próprio vai cuidar de crescer reto e elegante, na direção do céu azul, como toda árvore que se preza.
Deus nos deseja purificados e redimidos, mas não nos atropela, nem exerce qualquer pressão sobre nós insuportável ou deformadora. Prefere que cresçamos física e espiritualmente, segundo nosso próprio ritmo pessoal, dentro de um esquema em que no máximo possível de espaço nos é concedido para fazê-lo. Certamente, a disciplina é ingrediente indispensável à receita de viver. Ainda à pouco me dizia um espírito muito amado que se Deus exagerasse sua complacência conosco, não teríamos oportunidade de evoluir.
Em suma, não se torce o pepino, ele deve ser cultivado.
Adolescência- Relato do Amor de mãe
“Para você ler quando estiver sozinho”
Eu tinha 13 anos. Por necessidades do trabalho de meu pai, nos mudamos para uma cidade muito longe de onde eu nasci e cresci. Tornei-me um adolescente problemático. Sempre irritado e rebelde, sem nenhuma consideração por qualquer coisa que meus pais falassem ou fizessem por mim. Assim como muitos adolescentes, me esforcei para fugir de tudo que não combinasse com meu jeito de ver o mundo. Rejeitei qualquer oferta de amor. De fato, eu me irritava com a simples menção da palavra amor.
Uma noite, após um dia particularmente difícil, fui para o meu quarto, fechei a porta e pulei na cama. Quando, na privacidade de minha cama, coloquei minhas mãos sob o travesseiro, encontrei um envelope. Puxei-o e no envelope estava escrito: "Para você ler quando estiver sozinho".
Já que eu estava sozinho, ninguém saberia se eu li ou não, assim eu o abri. Estava escrito:
"Mike, eu sei que sua vida está difícil agora, eu sei que você está frustrado e eu sei que nós não fazemos as coisas certas. Mas sei também que te amo muito e nada do que você faça ou diga mudará isso. Estarei sempre aqui se você precisar conversar, e se você não quiser, tudo bem. Saiba apenas que não importa onde você vá ou o que você faça de sua vida, sempre irei te amar e estarei orgulhosa em tê-lo como meu filho. Estou aqui por você e amo você, e isso nunca mudará. Com amor, Mamãe."
Aquele foi o primeiro de diversos bilhetes "Para você ler quando estiver sozinho".
Hoje viajo pelo mundo, fazendo palestras, procurando ajudar as pessoas. Certa vez, ao final de um seminário, uma senhora me procurou e contou sobre as dificuldades que tinha com seu filho. Caminhamos pela praia, e eu lhe contei sobre o eterno amor de minha mãe e sobre o "Para você ler quando estiver sozinho". Semanas mais tarde, eu recebi um cartão onde ela contava que tinha escrito sua primeira carta e deixado para seu filho.
Naquela noite quando fui para a cama, coloquei minhas mãos sob meu travesseiro e lembrei do relevo que sentia cada vez que recebia uma carta. No meio de meus turbulentos anos de adolescência, as cartas foram garantia que eu poderia ser amado apesar de tudo. Antes de adormecer, agradeço a Deus que minha mãe tenha sabido tudo o que eu, um irritado adolescente, precisava. Hoje, quando os mares da vida começam uma tempestade, eu sei que debaixo de meu travesseiro há essa garantia de que o amor - amor consistente, vigilante e incondicional - trará a calmaria.
Tradução de Sergio Barros do texto de Mike Staver
E Para Ser Pai?
Para ser pai é necessário:
1. Ser autêntico, isto é, conhecer o papel que lhe cabe no lar e exercê-lo com segurança e continuidade.
2. Ser justo, tratando todos os filhos com igual solicitude, sem nunca demonstrar preferência ou aversão por nenhum.
3. Ser um educador, castigando quando preciso, mas sabendo também desculpar, valorizar e incentivar.
4. Ser coerente, mantendo seu ponto de vista acerca do que lhe pareça certo ou errado, evitando proibir um dia e deixar fazer no outro.
5. Ser cordial, promovendo o afeto, a estima e a camaradagem entre os familiares.
6. Ser compreensivo, superando os conflitos e mantendo seu amor ante os erros dos filhos.
7. Ser clarividente, sabendo discernir entre o que é essencial e o que é secundário.
8. Ser conciliador, acatando as opiniões do grupo familiar, ao invés de impor apenas as suas.
9. Ter presença no lar, acompanhando de perto a vida dos filhos, por saber que o abandono moral é caminho para a delinqüência.
10. Ter serenidade, evitando dar mostras de impaciência, irritação ou cólera.
11. Ter firmeza, dando “sim” quando julgue que possa dá-lo, tendo a coragem de dizer e manter o “não”, sempre que isso se faça necessário.
12. Ter espírito aberto, procurando estar sempre bem informado, para saber interpretar construtivamente os acontecimentos do mundo.
13. Ter estabilidade emocional, evitando, quanto possível, as variações de humor e os inconvenientes que daí decorrem.
14. Ter maturidade, aceitando as responsabilidades decorrentes de sua condição de chefe de família, especialmente as de pai.
15. Ter prestígio, por seus exemplos de amor ao trabalho, hábitos sadios, civismo, gosto de ser útil ao próximo, etc.
Fontes Consultadas:
“Nossos Filhos são Espíritos” – Hermínio C. Miranda
“Educação do Espírito” Introdução à Pedagogia Espírita – Walter Oliveira Alves
“A Autoridade Paterna” – Rodolfo Caligaris
Abril de 2009 – nº 02 - Amor de Mãe
Carta a meu filho,
Hoje, enquanto estou vendo você dormir, sinto-me muito grata a Deus de poder ser sua mãe. Não tem idéia de quanto me é valioso sentir o pulsar de seu coraçãozinho.
Amo-te filho, amo-te profundamente e tenho a convicção de que se me foi permitido exercer este papel na sua vida tenho por obrigação te auxiliar, assim como tenho muito a aprender com você, como tenho aprendido ao longo desse período em que estamos juntos.
Tenho muitos defeitos a corrigir e ao mesmo tempo devo te ajudar para que você possa começar a entender que estamos aqui para nossa reforma.
Desculpe se muitas vezes me repito e isso lhe é cansativo, a ânsia de te ver ir pelo caminho certo evitando sofrimentos futuros é grande e na maioria das vezes não tenho certeza de qual é o melhor caminho a seguir.
Saiba que estarei sempre ao seu lado, não poderei resolver os seus problemas, nem terei as respostas, mas você poderá ter certeza de que nunca estará sozinho, serei sua amiga aqui encarnada como estamos hoje e no futuro quando não esteja mais de corpo presente isso também ocorrerá.
Peço a Deus que me auxilie a ter clareza do que posso te dar de melhor, para que eu consiga desempenhar meu papel ao seu lado da melhor maneira possível.
Amo-te muito,
mamãe.
- mensagem anônima
Não é preciso “ Torcer o Pepino”
...A criança não é dotada de toda esta plasticidade que se proclama por aí, barro macio do qual podemos fazer aquilo que desejarmos. Há quem costume dizer que “é de pequeno que se torce o pepino”. Mas não é bem assim que funcionam as coisas. Isso não quer dizer, contudo, que a criança deva ser abandonada às suas inclinações, quaisquer que sejam, ou ao reverso oprimidas ao ponto de ficarem sem espaço para a movimentação de sua personalidade.
É claro que espíritos rebeldes, agressivos, dados a violência ou a crueldade precisam ser reorientados através de um regime disciplinar sem exageradas severidades, mas firme. Fazer-lhes todas as vontades, realizar-lhes todos os caprichos e fantasias, achar uma gracinha todas as suas demonstrações de falta de civilidade corresponde a um processo de deseducação que irá contribuir para que se consolidem tendências negativas já em si mesmas de difícil erradicação.
...há uma sólida razão para que o espírito recém encarnado viva um período em que se torna mais acessível à influência e ao aconselhamento orientador . Tenho visto pais arrependidos de haverem sido excessivamente tolerantes com o que encaravam como meras travessuras de seus filhos, mas nunca os ouvi lamentarem-se por terem sido severos, a não ser que hajam cometido algum excesso.
Estranho como pareça, é comum ouvirmos filhos adultos manifestarem seu reconhecimento pelo regime disciplinar a que foram submetidos na infância. E não raro ouvirmos lamentarem a fraqueza dos pais ante suas turbulências ou o desinteresse deles em dar combate as tendências negativas dos filhos. Não é fazendo todas as suas vontades que estaremos demonstrando nosso amor por nossos filhos. Podem haver perfeito equilíbrio entre respeito e descontração, entre liberdade e disciplina, entre amor e autoridade.
Estamos assim ajudando-os a desenvolverem suas potencialidades, de vez que para isso foram eles programados pela mãe natureza. Quanto ao pau torto... também precisa de apoio e compreenção. Um dia ele perceberá , pela sombra que projeta no chão, que é feio ser torto. Por isso, da próxima vez que ele reencarnar-se, através de uma de suas sementes ou mudas, ele próprio vai cuidar de crescer reto e elegante, na direção do céu azul, como toda árvore que se preza.
Deus nos deseja purificados e redimidos, mas não nos atropela, nem exerce qualquer pressão sobre nós insuportável ou deformadora. Prefere que cresçamos física e espiritualmente, segundo nosso próprio ritmo pessoal, dentro de um esquema em que no máximo possível de espaço nos é concedido para fazê-lo. Certamente, a disciplina é ingrediente indispensável à receita de viver. Ainda à pouco me dizia um espírito muito amado que se Deus exagerasse sua complacência conosco, não teríamos oportunidade de evoluir.
Em suma, não se torce o pepino, ele deve ser cultivado.
Adolescência- Relato do Amor de mãe
“Para você ler quando estiver sozinho”
Eu tinha 13 anos. Por necessidades do trabalho de meu pai, nos mudamos para uma cidade muito longe de onde eu nasci e cresci. Tornei-me um adolescente problemático. Sempre irritado e rebelde, sem nenhuma consideração por qualquer coisa que meus pais falassem ou fizessem por mim. Assim como muitos adolescentes, me esforcei para fugir de tudo que não combinasse com meu jeito de ver o mundo. Rejeitei qualquer oferta de amor. De fato, eu me irritava com a simples menção da palavra amor.
Uma noite, após um dia particularmente difícil, fui para o meu quarto, fechei a porta e pulei na cama. Quando, na privacidade de minha cama, coloquei minhas mãos sob o travesseiro, encontrei um envelope. Puxei-o e no envelope estava escrito: "Para você ler quando estiver sozinho".
Já que eu estava sozinho, ninguém saberia se eu li ou não, assim eu o abri. Estava escrito:
"Mike, eu sei que sua vida está difícil agora, eu sei que você está frustrado e eu sei que nós não fazemos as coisas certas. Mas sei também que te amo muito e nada do que você faça ou diga mudará isso. Estarei sempre aqui se você precisar conversar, e se você não quiser, tudo bem. Saiba apenas que não importa onde você vá ou o que você faça de sua vida, sempre irei te amar e estarei orgulhosa em tê-lo como meu filho. Estou aqui por você e amo você, e isso nunca mudará. Com amor, Mamãe."
Aquele foi o primeiro de diversos bilhetes "Para você ler quando estiver sozinho".
Hoje viajo pelo mundo, fazendo palestras, procurando ajudar as pessoas. Certa vez, ao final de um seminário, uma senhora me procurou e contou sobre as dificuldades que tinha com seu filho. Caminhamos pela praia, e eu lhe contei sobre o eterno amor de minha mãe e sobre o "Para você ler quando estiver sozinho". Semanas mais tarde, eu recebi um cartão onde ela contava que tinha escrito sua primeira carta e deixado para seu filho.
Naquela noite quando fui para a cama, coloquei minhas mãos sob meu travesseiro e lembrei do relevo que sentia cada vez que recebia uma carta. No meio de meus turbulentos anos de adolescência, as cartas foram garantia que eu poderia ser amado apesar de tudo. Antes de adormecer, agradeço a Deus que minha mãe tenha sabido tudo o que eu, um irritado adolescente, precisava. Hoje, quando os mares da vida começam uma tempestade, eu sei que debaixo de meu travesseiro há essa garantia de que o amor - amor consistente, vigilante e incondicional - trará a calmaria.
Tradução de Sergio Barros do texto de Mike Staver
E Para Ser Pai?
Para ser pai é necessário:
1. Ser autêntico, isto é, conhecer o papel que lhe cabe no lar e exercê-lo com segurança e continuidade.
2. Ser justo, tratando todos os filhos com igual solicitude, sem nunca demonstrar preferência ou aversão por nenhum.
3. Ser um educador, castigando quando preciso, mas sabendo também desculpar, valorizar e incentivar.
4. Ser coerente, mantendo seu ponto de vista acerca do que lhe pareça certo ou errado, evitando proibir um dia e deixar fazer no outro.
5. Ser cordial, promovendo o afeto, a estima e a camaradagem entre os familiares.
6. Ser compreensivo, superando os conflitos e mantendo seu amor ante os erros dos filhos.
7. Ser clarividente, sabendo discernir entre o que é essencial e o que é secundário.
8. Ser conciliador, acatando as opiniões do grupo familiar, ao invés de impor apenas as suas.
9. Ter presença no lar, acompanhando de perto a vida dos filhos, por saber que o abandono moral é caminho para a delinqüência.
10. Ter serenidade, evitando dar mostras de impaciência, irritação ou cólera.
11. Ter firmeza, dando “sim” quando julgue que possa dá-lo, tendo a coragem de dizer e manter o “não”, sempre que isso se faça necessário.
12. Ter espírito aberto, procurando estar sempre bem informado, para saber interpretar construtivamente os acontecimentos do mundo.
13. Ter estabilidade emocional, evitando, quanto possível, as variações de humor e os inconvenientes que daí decorrem.
14. Ter maturidade, aceitando as responsabilidades decorrentes de sua condição de chefe de família, especialmente as de pai.
15. Ter prestígio, por seus exemplos de amor ao trabalho, hábitos sadios, civismo, gosto de ser útil ao próximo, etc.
Fontes Consultadas:
“Nossos Filhos são Espíritos” – Hermínio C. Miranda
“Educação do Espírito” Introdução à Pedagogia Espírita – Walter Oliveira Alves
“A Autoridade Paterna” – Rodolfo Caligaris
PSICOGRAFIA
Queridos irmãos,
Quantas vezes nos esquivamos ao afirmamos ou pensarmos que para ser um “instrumento de trabalho”, deveremos ser perfeitos para tal.
Perfeitos no sentido moral, de modo que nossa conduta moral seja impecável ou destituída de equívocos.
Já somos assim, espíritos que conquistaram ou adquiriram conduta moral para sermos verdadeiros instrumentos de trabalho?
Queridos irmãos, temos que recorrer à uma das frases ou recomendações de Kardec, quando o “Codificador do Espiritismo” nos escrevia, que: “O espírita cristão é aquele que reconhece suas más tendências e esforçar-se por domá-las, de modo que hoje seja melhor do que ontem e amanhã, um pouco melhor do que hoje”.
Esforça-se. É através do nosso esforço, da vontade sincera de nos melhorarmos, de nos renovarmos, é que iremos nos tornando, instrumentos de trabalho.
Portanto, queridos irmãos, não podemos cruzar os braços, diante de uma conquista moral, que ainda não adquirimos, relegando-nos a críticos severos para com nossa imperfeição; não cobremos de nós mesmos uma perfeição, que será fruto do nosso trabalho, do nosso exercício moral diário e contínuo.
Mas, não percamos mais tempo. Mãos à obra.
Saibamos conviver com nossas más tendências e inclinações, esforçando-nos como nos recomenda Kardec, por trabalhá-las e melhorá-las.
Sejamos nós, instrumentos de trabalho, pois não obstante às nossas lutas, às nossas imperfeições, se nos colocarmos com vontade e desejo sincero, a ajuda espiritual nós teremos, mas tratemos de fazer nós, a parte que nos compete.
Que o Senhor da vida, nos abençõe a todos.
Um amigo.
13/02/2009
Quantas vezes nos esquivamos ao afirmamos ou pensarmos que para ser um “instrumento de trabalho”, deveremos ser perfeitos para tal.
Perfeitos no sentido moral, de modo que nossa conduta moral seja impecável ou destituída de equívocos.
Já somos assim, espíritos que conquistaram ou adquiriram conduta moral para sermos verdadeiros instrumentos de trabalho?
Queridos irmãos, temos que recorrer à uma das frases ou recomendações de Kardec, quando o “Codificador do Espiritismo” nos escrevia, que: “O espírita cristão é aquele que reconhece suas más tendências e esforçar-se por domá-las, de modo que hoje seja melhor do que ontem e amanhã, um pouco melhor do que hoje”.
Esforça-se. É através do nosso esforço, da vontade sincera de nos melhorarmos, de nos renovarmos, é que iremos nos tornando, instrumentos de trabalho.
Portanto, queridos irmãos, não podemos cruzar os braços, diante de uma conquista moral, que ainda não adquirimos, relegando-nos a críticos severos para com nossa imperfeição; não cobremos de nós mesmos uma perfeição, que será fruto do nosso trabalho, do nosso exercício moral diário e contínuo.
Mas, não percamos mais tempo. Mãos à obra.
Saibamos conviver com nossas más tendências e inclinações, esforçando-nos como nos recomenda Kardec, por trabalhá-las e melhorá-las.
Sejamos nós, instrumentos de trabalho, pois não obstante às nossas lutas, às nossas imperfeições, se nos colocarmos com vontade e desejo sincero, a ajuda espiritual nós teremos, mas tratemos de fazer nós, a parte que nos compete.
Que o Senhor da vida, nos abençõe a todos.
Um amigo.
13/02/2009
terça-feira, 5 de maio de 2009
Melindres
Melindres à parte. Controlar os nossos sentimentos é algo que temos que ter em nossas vidas.
A vida aqui neste plano é repleta de boas coisas mas, também na mesma proporção de más.
Então, prá que ficamos com pensamentos no mal?
Colocar coisas boas em nossas mentes e dissipar as outras. Assim, estaremos com as nossas mentes um pouco mais tranquilas e despoluidas.
Aqui neste plano tudo é bom, quando estamos limpos. Nossa vida é transparente, assim, nos conhecem à fundo. Não podemos esconder nada e por isso, temos que saber sermos bons.
Um dia aqui estarão e poderão verificar o que digo. Um dia se manterão totalmente nus de seus pensamentos, pois, todos os verão.
Que a paz de Deus, esteja em seus corações.
Patrício
psicografia do NEPT
A vida aqui neste plano é repleta de boas coisas mas, também na mesma proporção de más.
Então, prá que ficamos com pensamentos no mal?
Colocar coisas boas em nossas mentes e dissipar as outras. Assim, estaremos com as nossas mentes um pouco mais tranquilas e despoluidas.
Aqui neste plano tudo é bom, quando estamos limpos. Nossa vida é transparente, assim, nos conhecem à fundo. Não podemos esconder nada e por isso, temos que saber sermos bons.
Um dia aqui estarão e poderão verificar o que digo. Um dia se manterão totalmente nus de seus pensamentos, pois, todos os verão.
Que a paz de Deus, esteja em seus corações.
Patrício
psicografia do NEPT
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Agradecimento
Agradecer à Deus, pela oportunidade que temos em dispor de nosso tempo para trabalhos como este, nesta e em outras casas de caridade.
Agradecer ao nosso Mestre Jesus pela oportunidade de conhecer a Doutrina e de saber que fora da caridade realmente não há salvação.
Contamos com a ajuda dos Espíritos amigos, que nos ajudam, a comparecer às reuniões de psicografia e de psicofonia.
Comparecemos também e principalmente nos trabalhos de cura, que por ora, não se exalta mas que existe, independente de se ver, ou de se saber o que se passa em volta no campo da espiritualidade que nem todos percebem.
Assim, vamos por ambas as oportunidades de ajudarmos uns aos outros.
A cada dia a esperança de maior oportunidade da ajuda e amor ao próximo.
Augusto
psicografia no NEPT em março de 2009
Agradecer ao nosso Mestre Jesus pela oportunidade de conhecer a Doutrina e de saber que fora da caridade realmente não há salvação.
Contamos com a ajuda dos Espíritos amigos, que nos ajudam, a comparecer às reuniões de psicografia e de psicofonia.
Comparecemos também e principalmente nos trabalhos de cura, que por ora, não se exalta mas que existe, independente de se ver, ou de se saber o que se passa em volta no campo da espiritualidade que nem todos percebem.
Assim, vamos por ambas as oportunidades de ajudarmos uns aos outros.
A cada dia a esperança de maior oportunidade da ajuda e amor ao próximo.
Augusto
psicografia no NEPT em março de 2009
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