Nas caminhadas do Espiritismo cristão temos encontrado muitas pessoas que buscam-no (ao Espiritismo) para obter notícias de pessoas queridas que já partiram para a Pátria Espiritual, deixando um rastro de saudade e a sensação de certo vazio que domina o coração no lugar da alegria do convívio.
Esta busca é, certamente, a procura por algo que possa preencher novamente este espaço que ficou e que era ocupado por aquele ser amado. Mas com certeza mesmo que se tenha alguma notícia, alguma informação por mais singela que seja o espaço não será preenchido, pois a pessoa se foi não terá seu lugar ocupado e ficará na imagem mental que é produzida pelas lembranças decorrentes das experiências advindas do convívio, por menor que tenha sido ele.
Evidente que se sinta falta de alguém que parta para a Vida Espiritual, mais particularmente quando esse alguém tem um acentuado grau de importância para a subsistência, na manutenção das condições de vida, no contexto emocional, sentimental, afetivo ou, ainda, alegrar mais ou menos intensamente a existência, como costuma ser o caso de um filho ou de um neto, por exemplo.
Sentir a falta é um fato: qualquer pessoa sente, mas transformar esse sentido em algo sem sentido, que desestruture, desarmonize, gere ausência, desânimo, incontinência, bloqueio, desespero ou depressão é um equívoco pronunciado.
Nada justifica que uma pessoa incomodada pela ausência de um ser amado, graças ao seu passamento, possa manifestar tamanha repreensão com a vida que gere em seu íntimo depressão ou, ainda mais gravemente, idéias suicidas. O simples afastamento das pessoas com quem habitualmente convive, do trabalho, da vida de relação já é uma atitude reacional que demonstra claramente que se está reagindo contra a própria vida, contra o Criador.
Ao depositar no comportamento tamanha indisposição contra as experiências da Vida, gera-se uma carga de pensamentos e vibrações que se irradiam até alcançar a causa de tamanhas decepções: o próprio ser amado que partiu, causando-lhe desconforto e mal-estar, sempre em acordo com sua própria condição de esclarecimento e de atributos ético-morais, o que significa dizer que quanto menos esclarecido com relação à Vida Espiritual e quanto menos adequado ao preparo no relacionamento interpessoal, mais suscetível de se sensibilizar com as vibrações de insatisfação ele ou ela estará.
Evidente que se o irmão desencarnado estiver bem amparado nos propósitos de respeito e de esclarecimentos da Vida, irá enfrentar a recepção de tais pensamentos com maior serenidade, mas ainda assim, há o custo dos sentimentos que o perturbarão de alguma sorte, já que quem ficou na Terra não consegue aceitar o seu passamento com maior serenidade.
Quem permanece ainda por algum tempo na Vida Terrena, uma vez conhecendo a Doutrina Espírita, irá se consolar com as Verdades da Vida Eterna e da Reencarnação, que preenchem o coração com esperanças de reencontro durante o sono, nas psicografias, nas intuições, enfim, nos recursos tão habituais e comuns que a humanidade vem experimentando no correr dos milênios das civilizações. É o Espiritismo a Doutrina da consolação. É o Espírita aquele que é consolado, mas além disso, que leva a experiência e o exemplo para os demais, mostrando, com atitudes de compreensão e de respeito como encarar uma aparente perda, pois na verdade sabe que a perda efetivamente não ocorre. É apenas um afastamento transitório, uma mudança de continentes da Vida, mas ainda mantendo de algum modo, contato, pois o pensamento, capacidade inerente ao Espírito, permite a manutenção de intercâmbio de emoções e sentimentos.
A responsabilidade do Espírita neste capítulo de experiências é fundamental para enriquecer as vivências e o aprendizado na Terra e tanto maior quanto mais esclarecido for o Espírita, já que sabemos que a quem muito é dado, muito é cobrado.
Augusto Militão Pacheco
Psicografia recebida no NEPT em 02 de julho de 2010.
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