Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Unicidade Doutrinária

O Espiritismo veio à luz no século XIX, graças à excelente intervenção da mente genial de Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail), emérito educador e respeitado intelectual de França deste século.

Pesquisador de personalidade intensa, profunda sensibilidade e de extremada capacidade intelectiva, Kardec sentiu-se atraído, por alguma razão, a fenômenos bastante comuns na época, chamados de “mesas girantes”, nos quais haveriam manifestações inteligentes de entidades extra-corpóreas, que estariam se comunicando através das tais pequenas mesas que se moviam de um lado para outro, em acordo com um código pré-combinado.

Em seu entendimento muitas coisas careciam de compreensão, pois havia uma verdadeira “febre” por conta destes fenômenos diferentes e isso merecia uma pesquisa mais séria. Arregaçou as mangas da camisa e começou seu périplo de investigação e pesquisa, mergulhando profundamente, para trazer à tona o Espiritismo Cristão em sua acepção mais bela e frondosa, com auxílio e amparo do Cristo-Jesus.

O Espiritismo, que resgata a simplicidade dos pensamentos, a humildade das palavras e a grandeza dos gestos, totalmente radicado em a palavra do Mestre de Nazaré.

Sem símbolos, sem rituais, com leveza, sem culpas, sem necessidade de vestimentas especiais, desprovido das necessidades das aparências exteriores, mas semeando no coração do Espírito a semente da Caridade, em separando o joio do trigo, ceifando o egoísmo, o orgulho e a vaidade da vida humana.

A psicografia, mediunidade mais profícua à época de Kardec, foi o grande veio de informações para montar a base de tudo. Através dela, Kardec pode obter informações de vários lugares e, por conta de sua lucidez, catalogou e codificou a Doutrina dos Espíritos. Assim como prega Jesus, uma Doutrina consoladora, esclarecedora e particularmente objetiva. Simples, em uma palavra. Simples.

Aprendemos com ela que podemos receber energias curadoras através do passe, que podemos ser beneficiados pela água que é “fluída” por Entidades Espirituais que auxiliam nos trabalhos, que os Espíritos Errantes (desencarnados, no dizer de André Luis) podem ser auxiliados em sessões mediúnicas, para ouvirem a palavra de consolo e esperança que os libertarão o mais breve possível de suas dificuldades adquirida em função dos erros anteriores e assim por diante.

Entenda-se por “assim por diante” todo o aprendizado que se pode adquirir ao se assistir estudos, palestras, ao se proceder a leituras, no convívio doutrinário nas casas espíritas, enfim, todo o potencial que o Espiritismo oferece para o conhecimento, aprendizado e prática da mediunidade e da caridade propriamente dita.

Entretanto, nota-se a infiltração de propostas avessas a esta fundamental da simplicidade, que permeiam o equívoco, declarando que Kardec está ultrapassado, ou de modo menos ostensivo, que Kardec não ensinou tudo, que há novos aprendizados a serem conquistados e desta forma engole-se coisas que em sã consciência um Espírita não admitiria.

Não se trata de propor sectarismo, segregando e se vangloriando de estar com a verdade. Nada disso: trata-se de procurar manter uma linha de disciplina básica e fundamental para as diretrizes doutrinárias.

Não se trata de “lutar” pela “pureza doutrinária”, que em verdade ainda não se conhece intimamente. Mas sim de manter a linha básica que Kardec trouxe à luz e que tem sido mantida por alguns exemplos luminares do Espiritismo, como Francisco Cândido Xavier, Eurípedes Barsanulfo, Jésus Gonçalves, Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel, Pedro de Camargo Vinícius, Herculano Pires e tantos outros.

Por qual razão sair desta linha? Inovar? Gerar novas “tecnologias” doutrinárias? Novos “sistemas de trabalho”? Tudo bem, mas que estas novidades respeitem as bases e não a contradigam, para que possamos manter o passo correto. Nada de divulgar coisas que comprometam a Doutrina. Nada de promover trabalhos recheados de rituais, beirando o transtorno obsessivo compulsivo. Nada de desrespeitar o próximo com crendices ingênuas que prometam cura automática ou imediata da obsessão. Aí sim, dá para começar a pensar em Unicidade Doutrinária.

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