Núcleo Espírita Paulo de Tarso Rua Nova Fátima, 151 - Jardim Juá Campo Grande - São Paulo - SP CEP 04688-040 Telefone 11-56940205
Mensagem
"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Divergências
Os desencontros de personalidade em uma Casa Espírita são muito freqüentes. Encontra-se, em um Centro Espírita, um aglomerado de pessoas que guardam consigo experiências de cunho pessoal, com anseios e necessidades variados e únicos por conta destas experiências. Assim, podemos ver que este acúmulo de ideais e propostas diferenciadas montam um verdadeiro quebra-cabeças para quem observe atenta e neutramente o grupo religioso ali formado.
Natural que exista em agrupamento tão heterogêneo uma série de indisposições latentes e portadoras de potencial não construtivo, até mesmo se não se olvidar que este agrupamento acaba por formar uma verdadeira família, que tem seus componentes vindos de outras famílias, com disposições variadas e forma diferenciada de vislumbrar a Vida e o Mundo.
Estas potenciais dificuldades ficam transitando entre os sorrisos, os olhares, os cumprimentos, as conversas, os gestos e tantas outras manifestações inerentes a um agrupamento de pessoas, de modo relativamente equilibrado, desde que os participantes desta Casa tenham consigo o mínimo de boa-vontade de manter o foco do trabalho voltado para o trabalho e não para si mesmos.
Entretanto, se o personalismo toma conta de uma pessoa que seja, é o bastante para que a desarmonia possa começar a se infiltrar dentro desta estrutura, desta verdadeira família que compõe o Centro Espírita. Isto, graças às forças portadoras de desequilíbrios que nascem dentro de uma postura egóica, já que o indivíduo personalista, individualista, traça para os demais que sua posição é aquela que tem o domínio sobre todas as outras, deliberadamente disposto a criar indisposições variadas para com as outras pessoas, ainda que inconsciente, desde que qualquer pessoa possa ser para ele, ou para ela, um obstáculo, seja por conta de ideais, de disposição a um trabalho, ou mesmo simplesmente graças a um mal entendido, ou, ainda pior, em função da informação trazida por alguém que carregue consigo as bases maledicência dissimulada em bondade.
Nota-se que os movimentos desencadeados pelo egoísmo são condizentes com ele mesmo: maldade, maledicência, fingimento, cinismo, crueldade, inveja, orgulho, vaidade, ciúme e provavelmente outros que podem ser citados com mais vagar na situação referida. Claro que nem um desses movimentos pode ser considerado como positivo, entretanto, fazem parte de qualquer grupo de pessoas e a Casa Espírita não seria exceção. Ainda mais por que dentro de um Centro Espírita estão aqueles que têm consigo a mediunidade e suas imperfeições latentes ou mesmo atuantes, como é característica de qualquer ser humano.
Enquanto o tênue equilíbrio permanecer entre todos os trabalhadores da Casa Espírita, ele permitirá que os trabalhos transcorram de certa forma, no trabalho contínuo, condizentes com a assistência espiritual, o que, aliás, é a proposta fundamental do trabalho nestas Instituições. Quando o egoísmo iniciar sua tarefa (destrutiva), envolvendo pelo menos um dos trabalhadores ou freqüentadores, as propostas poderão ruir, particularmente se o egoísta encontrar ressonância mental entre outros trabalhadores da Casa.
Esta possibilidade é grande! Não há dúvida alguma de que permissão para o desequilíbrio reside na mente de cada um e que, diante de uma boa conversa, discutindo sobre a vida alheia ou sobre as fragilidades dos outros se trata de um prato cheio para que se discorra em perda de tempo graciosa e desinteligentemente.
Entretanto, a humanidade parece deliciar-se com esses momentos de fluidez nos quais pode esquecer de si mesma e enquadrar ao próximo com muita naturalidade e uma propriedade particularmente em desafeto!
Observando os aglomerados que se formam nos corredores, podemos notar que as pequenas reuniões, algumas vezes, têm caráter deplorável, situando as conversações em temáticas equivocadas e, muitas vezes, desrespeitosas para com o meio ambiente, em função de que as pessoas nelas envolvidas esquecem-se de que ali, no Centro Espírita, são socorridas Almas, Espíritos que necessitam de amparo, muitas vezes em caráter de emergência ou de urgência, como eles mesmos um dia poderão necessitar, pois um dia serão convocados para a Vida Espiritual, como qualquer pessoa.
Certamente aqueles que procuram por um pronto-socorro teriam chances melhores de receber um bom atendimento se o ambiente for equilibrado, com vibrações amoráveis que desencadeiem harmonia e inspirem ao equilíbrio. Assim os encarnados ligados em desafetos e posturas egóicas irão gerar em torno de si complexas vibrações reprováveis que têm o potencial de afastar os necessitados dos trabalhos assistenciais. Evidente que irão arcar com o ônus da má situação provocada e com as responsabilidades inerentes ao desequilíbrio alheio.
Como se pode observar, a atitude individualista gera um efeito secundário conseqüente, em cascata, minando insidiosamente as tarefas da Casa, exceto no caso da Casa Espírita segura, aquela que tem o predomínio do bem em seus aposentos, através do esforço permanente dos seus freqüentadores mais assíduos e participantes, o que dificulta muito a instalação do erro dentro de suas instalações.
Então, percebe-se que existe um pensamento coletivo da Casa Espírita e que é dominante na dependência das pessoas que operam efetivamente o trabalho. Não se pode dizer que apenas uma pessoa tenha importância tão grande que venha a determinar o andamento das situações e na formação do ambiente espiritual, mas pode-se afirmar que existe uma propensão para que se tenha o predomínio de um aspecto ou outro no panorama geral que constitui o Centro Espírita.
É de tal forma importante esse ambiente que monta o clima bom ou não de disposição para os trabalhos, estruturado no pensamento coletivo dos trabalhadores que o constituem, assim como a necessidade de se construir individualmente pensamentos de aspecto construtivo, coerente com o bem, de disposição para o auxílio para com o próximo, de respeito para com as opiniões alheias – mesmo que divergentes, que pode manter o equilíbrio em um grupo de trabalho desta espécie ou gerar a desagregação desta estrutura sabidamente importante para muitas pessoas, sejam elas as mesmas que fazem parte do trabalho ou outras que venham a ser atendidas e assistidas por este mesmo.
Quando se evoca uma prece em um trabalho qualquer em uma Casa Espírita, no seu princípio ou final, não se está promovendo um ritual simplório, mas sim, evocando uma faixa de pensamentos mais elevados ou menos equivocados, para que cada pessoa que ali esteja possa se elevar acima das preocupações naturais do cotidiano e eventualmente sair das impregnações vibratórias que carregue consigo após as conversações anteriores dentro das próprias instalações da Unidade Espírita que freqüenta. De modo mais apropriado e popular, está se providenciando uma “higienização mental” preparatória para o trabalho, através da prece, afastando dos pensamentos os julgamentos sobre o alheio que foram infundidos previamente por conta das conversações menos apropriadas.
Encarar as opiniões contrárias é algo simples, desde que não se fundamente em preconceitos egoísticos que tenham princípios personalistas e que levem a pensar que a individualidade é mais importante que o coletivo. Divergências fazem parte de todas as estruturas de organizações humanas e se não existissem não haveria oportunidade de se progredir intelectualmente e espiritualmente. Resta aprender a conviver com elas, o que é mais importante do que simplesmente fazer oposição.
Alguém tem opinião divergente? É direito deste alguém, desde que não venha a manter quadro vibratório ou mental coletivo de cunho destrutivo para com toda a Obra orientada para o Bem. Se assim o for, é necessário recorrer ao Evangelho Segundo o Espiritismo e apontar para o erro. Inicialmente em nível particular e, se necessário, em nível público, para que o equívoco seja corrigido e para que a Obra seja mantida em prol do coletivo.
Melhor um perder do que todos perderem.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
O trabalho voluntário na Casa Espírita.
Há pelo menos dois enfoques diferentes para entender melhor este assunto, sendo que um é a questão do voluntariado em si e como deve ser encarado de modo a proteger a Casa Espírita das estocadas de pessoas interessadas em prejudicar o andamento natural do trabalho assistencial que é executado e para manter o interesse daqueles que têm interesse em cultivar o trabalho, por acreditarem nele, por defenderem os princípios doutrinários que pregam a caridade e a fraternidade por base cristã de entendimento.
O outro enfoque, se é que não há outros, é aquele que diz respeito ao trabalho propriamente dito, seus resultados efetivos, sua divulgação, seus métodos e sua disciplina. Veja que se trata de questão complexa que demanda compreensão mais aprofundada para que não se perca a base do próprio movimento, mantendo diretriz segura e consistente, para respeitar aos fundamentos doutrinários e a melhor relação entre os trabalhadores dispostos a permanecer voluntariamente doando seu tempo e sua boa disposição em prol da Instituição, da Casa Espírita.
Com relação a este enfoque, a Instituição é a responsável pelos trabalhos e é ela que deve traçar as diretrizes para que os trabalhos possam seguir dentro de princípios que respeitem seus estatutos e a vontade da maioria representativa que dirija os caminhos que ela deve seguir.
Evidente que ela será representada por alguém que esteja á frente dos trabalhos sociais que são o contato com as pessoas que serão assistidas por este setor da Casa. Aliás, já fica aqui a citação da necessidade de se organizar o trabalho, criando um setor ou um departamento, pois a Casa Espírita é um organismo que necessita de organização.
Previamente, os responsáveis pela direção e pelos trabalhos da Casa precisarão cuidar de gerir a mesma como sendo um organismo que necessita de órgãos que se responsabilizam por tarefas específicas, que receberão as diretrizes em conformidade com os estatutos, como já foi citado, para que os trabalhos sejam efetuados com a necessária disciplina organizacional em respeito à vontade de uma maioria que se expresse dentro destes princípios, sempre seguindo o necessário para que não exista choque na elaboração, no desenvolvimento e no fechamento dos trabalhos assistenciais.
Órgãos são setores ou departamentos que são criados em uma Instituição para que executem suas respectivas finalidades. O Departamento ou Setor de Serviços Sociais é criado para que seja responsável por todos os trabalhos sociais da Casa. Como todos os demais setores, devem seguir as diretrizes da Casa, respeitando princípios estatutários.
Os responsáveis pelo Departamento ou Setor Social irão propor trabalhos que assistirão os necessitados de cunho material, suprindo, quando possível, à falta de alimento, roupas e educação. São três problemas que atingem camadas menos favorecidas de pessoas que ficam à margem da sociedade que sequer conhecem potenciais possibilidades de mudar seus quadros de ordem material.
Mas como sempre é bom lembrar, ao efetuarem o trabalho assistencial material, os responsáveis pelo Departamento Social precisarão ter a preocupação cristã de levar a palavra do Cristo a quem necessita não só do pão material, mas também do pão espiritual, como se entende com facilidade. Sacia-se a fome material, o frio material, educa-se para que as pessoas possam elevar-se acima das próprias limitações, mas também é necessário a Evangelização.
Não como forma de convencimento de que se aceite a Doutrina, ou, pior, à base de troca, isto é, dá-se o pão à custa de ouvir o Evangelho, mas como forma de complementar a educação que se pode dar, levando as novas perspectivas das Vidas Futuras, da Lei de Ação e Reação, Causa e Efeito, da Reencarnação, enfim. Falar do Cristo, falar da Doutrina.
Os movimentos que surgem dentro da Casa Espírita, voluntariamente, espontaneamente, criado por pessoas que a freqüentam e que são ávidos por doar-se em prol dos necessitados materiais, precisam ser comunicados para a Casa, para o Departamento Social, para aqueles que já têm alguma experiência no trabalho, para que sejam ouvidos na voz da razão e para que o trabalho da própria Instituição seja mantido dentro de móveis pertinentes, com respeito aos propósitos que a própria Casa mantém, pois, se assim não acontecer, os eventuais erros que venham a acontecer, podem refletir para a Casa, correndo o risco de manchar sua reputação e seu nome.
Lembro-me de uma vez na qual estava em trânsito e fui abordado por algumas pessoas, no semáforo, pedindo auxílio para um trabalho assistencial em nome da Casa Espírita que eu freqüentava e ajudava nos trabalhos da direção. Havia até mesmo uma faixa com o nome da Casa e tudo. As pessoas não me conheciam e tive a oportunidade de investigar com algumas perguntas até concluir que se tratava de um movimento que surgiu em seu interior, por conta de pessoas de boa vontade, mas que haviam terceirizado o trabalho de arrecadação de fundos para que a caridade fosse colocada em prática, em nome da Casa, mas sem a aquiescência da Casa! Evidente que tomamos as atitudes legais para que tudo fosse corrigido.
Depois, ficamos sabendo que o grupo de pessoas que estava “prestando serviços” aos freqüentadores da Casa, simplesmente se aproveitava da situação e ficava com o dinheiro recolhido! Veja como é perigoso deixar que os trabalhos aconteçam à vontade...
Então, prestar contas faz parte do processo de trabalho em favor do próximo. Trocar informações entre todos os trabalhadores, também faz parte! As decisões precisam acontecer em equipe, com o responsável pelos trabalhos presente às reuniões. Se ele não estiver presente, as decisões não terão valor e consistência. Uma simples decisão tomada por pessoas inexperientes poderá gerar problemas dos mais variados e até de difícil solução. A experiência de alguém tem peso e precisa ser creditada.
Não pense que trabalho assistencial não tem dificuldades, pois tem. E algumas vezes sérias! Trabalhar com moradores de rua, com pessoas desprovidas de possibilidades não é uma seara de facilidades e você não encontrará pessoas dóceis e de personalidade fácil, simplesmente por serem pobres! A miséria pode endurecer e criar arestas que machucam e dificultam o trabalho. Por isso, é melhor que a equipe que vai a campo para a assistência esteja afinada entre si e falando a mesma linguagem da Casa Espírita que representam.
Em nome da boa vontade alguns geram exposições desnecessárias e podem comprometer todo um trabalho. É bom evitar com diálogo e entendimento recíproco entre todos, sempre que possível.
A Casa Espírita é, na verdade, um grande pronto-socorro de almas endividadas em busca de alívio para suas dores e nem sempre conscientes de que necessitam de auxílio, mas portadores de variados graus de orgulho que dão campo para envolvimentos em melindres e outros acessos complexos por conta de disputas que geram o que costumo chamar de “síndrome do pequeno poder”, quadro no qual as pessoas verdadeiramente guerreiam entre si o direito, a primazia, o posto, o reconhecimento, enfim, qualquer coisa que lhe dê destaque. Por este motivo e outros, é mister que se cuide para que todos os trabalhos sigam determinada diretriz, eu insisto.
Como ninguém está livre de uma obsessão, é necessário que inclusive os dirigentes mais eminentes sejam extremamente vigilantes para não cair em tentação e permitirem-se cair no desfiladeiro da vaidade, portando em si mesmos todas as outorgas de poder, esquecendo-se de que o importante na Seara do Mestre não é ele, mas o trabalho do qual ele faz parte. Aliás, ele faz parte do trabalho e não ao contrário! Entretanto, esta assertiva é válida para todos, sem qualquer exceção.
O outro enfoque, se é que não há outros, é aquele que diz respeito ao trabalho propriamente dito, seus resultados efetivos, sua divulgação, seus métodos e sua disciplina. Veja que se trata de questão complexa que demanda compreensão mais aprofundada para que não se perca a base do próprio movimento, mantendo diretriz segura e consistente, para respeitar aos fundamentos doutrinários e a melhor relação entre os trabalhadores dispostos a permanecer voluntariamente doando seu tempo e sua boa disposição em prol da Instituição, da Casa Espírita.
Com relação a este enfoque, a Instituição é a responsável pelos trabalhos e é ela que deve traçar as diretrizes para que os trabalhos possam seguir dentro de princípios que respeitem seus estatutos e a vontade da maioria representativa que dirija os caminhos que ela deve seguir.
Evidente que ela será representada por alguém que esteja á frente dos trabalhos sociais que são o contato com as pessoas que serão assistidas por este setor da Casa. Aliás, já fica aqui a citação da necessidade de se organizar o trabalho, criando um setor ou um departamento, pois a Casa Espírita é um organismo que necessita de organização.
Previamente, os responsáveis pela direção e pelos trabalhos da Casa precisarão cuidar de gerir a mesma como sendo um organismo que necessita de órgãos que se responsabilizam por tarefas específicas, que receberão as diretrizes em conformidade com os estatutos, como já foi citado, para que os trabalhos sejam efetuados com a necessária disciplina organizacional em respeito à vontade de uma maioria que se expresse dentro destes princípios, sempre seguindo o necessário para que não exista choque na elaboração, no desenvolvimento e no fechamento dos trabalhos assistenciais.
Órgãos são setores ou departamentos que são criados em uma Instituição para que executem suas respectivas finalidades. O Departamento ou Setor de Serviços Sociais é criado para que seja responsável por todos os trabalhos sociais da Casa. Como todos os demais setores, devem seguir as diretrizes da Casa, respeitando princípios estatutários.
Os responsáveis pelo Departamento ou Setor Social irão propor trabalhos que assistirão os necessitados de cunho material, suprindo, quando possível, à falta de alimento, roupas e educação. São três problemas que atingem camadas menos favorecidas de pessoas que ficam à margem da sociedade que sequer conhecem potenciais possibilidades de mudar seus quadros de ordem material.
Mas como sempre é bom lembrar, ao efetuarem o trabalho assistencial material, os responsáveis pelo Departamento Social precisarão ter a preocupação cristã de levar a palavra do Cristo a quem necessita não só do pão material, mas também do pão espiritual, como se entende com facilidade. Sacia-se a fome material, o frio material, educa-se para que as pessoas possam elevar-se acima das próprias limitações, mas também é necessário a Evangelização.
Não como forma de convencimento de que se aceite a Doutrina, ou, pior, à base de troca, isto é, dá-se o pão à custa de ouvir o Evangelho, mas como forma de complementar a educação que se pode dar, levando as novas perspectivas das Vidas Futuras, da Lei de Ação e Reação, Causa e Efeito, da Reencarnação, enfim. Falar do Cristo, falar da Doutrina.
Os movimentos que surgem dentro da Casa Espírita, voluntariamente, espontaneamente, criado por pessoas que a freqüentam e que são ávidos por doar-se em prol dos necessitados materiais, precisam ser comunicados para a Casa, para o Departamento Social, para aqueles que já têm alguma experiência no trabalho, para que sejam ouvidos na voz da razão e para que o trabalho da própria Instituição seja mantido dentro de móveis pertinentes, com respeito aos propósitos que a própria Casa mantém, pois, se assim não acontecer, os eventuais erros que venham a acontecer, podem refletir para a Casa, correndo o risco de manchar sua reputação e seu nome.
Lembro-me de uma vez na qual estava em trânsito e fui abordado por algumas pessoas, no semáforo, pedindo auxílio para um trabalho assistencial em nome da Casa Espírita que eu freqüentava e ajudava nos trabalhos da direção. Havia até mesmo uma faixa com o nome da Casa e tudo. As pessoas não me conheciam e tive a oportunidade de investigar com algumas perguntas até concluir que se tratava de um movimento que surgiu em seu interior, por conta de pessoas de boa vontade, mas que haviam terceirizado o trabalho de arrecadação de fundos para que a caridade fosse colocada em prática, em nome da Casa, mas sem a aquiescência da Casa! Evidente que tomamos as atitudes legais para que tudo fosse corrigido.
Depois, ficamos sabendo que o grupo de pessoas que estava “prestando serviços” aos freqüentadores da Casa, simplesmente se aproveitava da situação e ficava com o dinheiro recolhido! Veja como é perigoso deixar que os trabalhos aconteçam à vontade...
Então, prestar contas faz parte do processo de trabalho em favor do próximo. Trocar informações entre todos os trabalhadores, também faz parte! As decisões precisam acontecer em equipe, com o responsável pelos trabalhos presente às reuniões. Se ele não estiver presente, as decisões não terão valor e consistência. Uma simples decisão tomada por pessoas inexperientes poderá gerar problemas dos mais variados e até de difícil solução. A experiência de alguém tem peso e precisa ser creditada.
Não pense que trabalho assistencial não tem dificuldades, pois tem. E algumas vezes sérias! Trabalhar com moradores de rua, com pessoas desprovidas de possibilidades não é uma seara de facilidades e você não encontrará pessoas dóceis e de personalidade fácil, simplesmente por serem pobres! A miséria pode endurecer e criar arestas que machucam e dificultam o trabalho. Por isso, é melhor que a equipe que vai a campo para a assistência esteja afinada entre si e falando a mesma linguagem da Casa Espírita que representam.
Em nome da boa vontade alguns geram exposições desnecessárias e podem comprometer todo um trabalho. É bom evitar com diálogo e entendimento recíproco entre todos, sempre que possível.
A Casa Espírita é, na verdade, um grande pronto-socorro de almas endividadas em busca de alívio para suas dores e nem sempre conscientes de que necessitam de auxílio, mas portadores de variados graus de orgulho que dão campo para envolvimentos em melindres e outros acessos complexos por conta de disputas que geram o que costumo chamar de “síndrome do pequeno poder”, quadro no qual as pessoas verdadeiramente guerreiam entre si o direito, a primazia, o posto, o reconhecimento, enfim, qualquer coisa que lhe dê destaque. Por este motivo e outros, é mister que se cuide para que todos os trabalhos sigam determinada diretriz, eu insisto.
Como ninguém está livre de uma obsessão, é necessário que inclusive os dirigentes mais eminentes sejam extremamente vigilantes para não cair em tentação e permitirem-se cair no desfiladeiro da vaidade, portando em si mesmos todas as outorgas de poder, esquecendo-se de que o importante na Seara do Mestre não é ele, mas o trabalho do qual ele faz parte. Aliás, ele faz parte do trabalho e não ao contrário! Entretanto, esta assertiva é válida para todos, sem qualquer exceção.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
A inveja
DISSERTAÇÃO MORAL DITADA POR SÃO LUÍS AO SR. D.
São Luís nos havia prometido uma dissertação sobre a inveja, para uma das sessões da Sociedade. O Sr. D., que começava a desenvolver a mediunidade e que ainda duvidava um pouco, não da doutrina, da qual é um dos mais fervorosos adeptos, compreendendo-a na sua essência, isto é, do ponto de vista moral - mas da faculdade que se lhe revelava - evocou São Luís em particular e lhe dirigiu a seguinte pergunta:
- Poderíeis dissipar minhas dúvidas, minha inquietação, relativamente à minha faculdade mediúnica, escrevendo por meu intermédio a dissertação, que prometestes à Sociedade para terça-feira 1º de junho?
- Sim. Fá-lo-ei para te tranqüilizar.
Então foi ditado o trecho adiante.
Notaremos que o Sr. D. se dirigia a São Luís com o coração puro e sincero, sem segundas intenções, condição indispensável a toda boa comunicação. Não era uma prova que fazia: apenas duvidava de si mesmo e Deus permitiu que fosse atendido, como para lhe dar meios de tornar-se útil. Hoje, o Sr. D. é um dos médiuns mais completos, não só pela grande facilidade de execução, como por sua aptidão em servir de intérprete a todos os Espíritos; mesmo os das mais elevadas categorias, os quais por seu intermédio se exprimem facilmente e de boa vontade.
São essas, sobretudo, as qualidades que devemos procurar nos médiuns e que podem sempre ser adquiridas com paciência, vontade e exercício. O Sr. D. não necessitou de muita paciência; dispunha da vontade e do fervor, aliados à aptidão natural. Poucos dias bastaram para levar sua faculdade ao mais alto grau.
Eis o ditado que recebeu sobre a Inveja:
"Vede este homem. Seu Espírito está inquieto, sua infelicidade terrena chega ao auge: inveja o ouro, o luxo, a felicidade aparente ou fictícia de seus semelhantes; seu coração está devastado, sua alma surdamente consumida por esta luta incessante do orgulho, da vaidade não satisfeita; carrega consigo, em todos os instantes de sua miserável existência, uma serpente que alimenta e que lhe sugere incessantemente os mais fatais pensamentos: "Terei esta volúpia, esta felicidade? Tenho tanto direito a isto quanto aqueles; sou um homem como eles, por que seria eu deserdado?"
E se debate na sua impotência, vítima do horrível suplício da inveja. Feliz ainda quando estas idéias funestas não o levam às bordas de um abismo. Entrando nessa via, a si mesmo pergunta se não deve obter pela violência aquilo que julga lhe ser devido; se não irá expor aos olhos de todos o terrível mal que o devora. Se esse infeliz tivesse olhado somente para baixo de sua posição, teria visto o número daqueles que sofrem sem um lamento e ainda bendizem o Criador. Porque a desgraça é um benefício de que Deus se serve para fazer a pobre criatura avançar até o seu trono eterno.
Fazei a vossa felicidade e o vosso verdadeiro tesouro na Terra das obras de caridade e de submissão - as únicas que vos dão entrada no seio de Deus. Estas obras do bem farão a vossa alegria e a vossa felicidade eternas. A inveja é uma das mais feias e mais tristes misérias do vosso globo. A caridade e a constante emissão da fé farão desaparecer todos esses males, que se irão um a um, à medida que os homens de boa vontade vos seguirem, se multiplicarem. Amém."
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
A caridade
Revista Espírita, agosto de 1858
PELO ESPÍRITO DE S. VICENTE DE PAULO
(Sociedade de Estudos Espíritas, sessão de 8 de junho de 1858)
Sede bons e caridosos - eis a chave do céu, posta em vossas mãos; toda a felicidade eterna está contida nesta máxima: "Amai-vos uns aos outros." Não pode a alma elevar-se às regiões espirituais senão pela dedicação ao próximo; ela não encontra felicidade e consolação senão nos arroubos da caridade. Sede bons, ajudai aos vossos irmãos, ponde de lado essa horrível chaga do egoísmo. Esse dever cumprido vos deve abrir as vias da felicidade eterna. Aliás, entre vós quem não sentirá o coração pulsar e a alegria íntima expandir-se pela prática de uma obra de caridade? Não deveríeis pensar senão nesta espécie de volúpia proporcionada por uma boa ação, com o que ficaríeis sempre no caminho do progresso espiritua1. Não vos faltam exemplos: só a boa vontade é que rareia.
Vede a multidão de homens de bem, cuja lembrança piedosa a vossa história relembra. Eu vo-los citaria aos milhares, aqueles cuja moral só tinha um fito - melhorar o vosso globo. Não vos disse o Cristo tudo quanto concerne às virtudes de caridade e do amor? Por que são postos de 1ado os seus divinos ensinamentos? Por que tapam os ouvidos às suas divinas palavras e cerram o coração a todas as suas máximas suaves?
Gostaria que a leitura do Evangelho fosse feita com mais interesse pessoa1. Mas abandonam esse livro, transformam-no em expressão vazia e letra morta; deixam ao esquecimento esse código admirável. Vossos males provém do abandono voluntário em que deixais esse resumo das leis divinas. Lede, pois, essas páginas de fogo do devotamento de Jesus e meditai-as. Eu mesmo me sinto envergonhado de ousar prometer-vos um trabalho sobre a caridade, quando penso que nesse livro encontrais todos os ensinamentos que vos devem levar às regiões celestes.
Homens, fortes, abraçai-vos; homens fracos, forjai as vossas armas, de vossa doçura e da vossa fé; tende mais persuasão, mais constância na propagação de vossa nova doutrina. Nós só vimos trazer-vos um encorajamento; é apenas para vos estimular o zelo e as virtudes que Deus permite nos manifestemos a vós. Mas se quisésseis, não necessitaríeis senão do auxílio de Deus e de vossa própria vontade. As manifestações espíritas não foram feitas para os olhos fechados e para os corações indóceis. Há entre nós, homens que devem realizar missões de amor e de caridade: escutai-os, exaltai a sua voz; fazei resplandecer os seus méritos e aos próprios sereis exaltados pelo desinteresse e pela fé viva de que vos penetrardes.
Muito extensos seriam os avisos que vos deveriam ser dados sobre a necessidade de alargamento do vosso círculo de caridade e de neles incluir todos os infelizes cujas misérias são ignoradas, todas as dores que devem ser buscadas em seus próprios redutos, para consolar em nome desta virtude divina: a caridade. Vejo com satisfação que homens eminentes e poderosos ajudam esse progresso, que deve unir todas as classes humanas - os felizes e os desgraçados. Coisa estranha! Todos os infelizes se dão as mães se ajudam reciprocamente na sua miséria. Por que são os felizes mais difíceis de ouvir a voz do infeliz? Por que há de ser uma poderosa mão terrena que tenha de dar impulso às missões de caridade? Por que não respondem com mais ardor a esses apelos? Por que deixam que a miséria, assim como o prazer, manchem o quadro da humanidade?
A caridade é a virtude fundamental, que deve sustentar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ela não existem as outras. Sem caridade não há fé nem esperança, porque sem a caridade não há esperança de uma sorte melhor, nem interesse moral que nos guie. Sem caridade não há fé, porque esta é um puro raio, que faz brilhar uma alma caridosa; a caridade é a sua conseqüência decisiva.
Quando deixardes que o vosso coração se abra à súplica do primeiro infeliz que vos estender a mão; quando lhes derdes sem indagar se sua miséria é fingida ou se seu mal tem um vício como causa; quando deixardes toda a justiça nas mãos divinas; quando deixardes no Criador o castigo de todas as falsas misérias; enfim, quando praticardes a caridade pelo só prazer que ela proporciona, sem visardes a sua utilidade, então sereis os filhos amados de Deus e ele vos chamará a si.
A caridade é a âncora eterna de salvação em todos os globos: é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada às criaturas. Como poderíeis desconhecer esta suprema bondade? Com tal pensamento, qual seria o coração bastante perverso para recalcar e repelir esse sentimento divino? Qual seria o filho suficientemente mau para se rebelar contra a doce caricia da caridade?
Não ouso falar daquilo que fiz, porque os Espíritos também tem o pudor de suas obras. Mas penso que a obra que iniciei é uma daquelas que devem contribuir muito para aliviar os vossos semelhantes. Com freqüência vejo Espíritos que pedem a missão de continuar a minha obra; vejo essas minhas suaves e queridas irmãs em seu piedoso e divino ministério; vejo-as a praticar a virtude que vos recomendo, com toda a alegria proporcionada por esta existência de devotamento e de sacrifícios. É para mim grande felicidade ver quanto seu caráter é honrado, quanto sua missão é apreciada e docemente protegida. Homens de bem, de boa e forte vontade, uni-vos para continuar, ampliando a obra de propagação da caridade. Encontrareis a recompensa nesta virtude, pelo seu próprio exercício. Não há alegria espiritual que ela não proporcione, já na presente existência. Sede unidos; amai-vos uns aos outros, conforme os preceitos do Cristo. Assim seja.
PELO ESPÍRITO DE S. VICENTE DE PAULO
(Sociedade de Estudos Espíritas, sessão de 8 de junho de 1858)
Sede bons e caridosos - eis a chave do céu, posta em vossas mãos; toda a felicidade eterna está contida nesta máxima: "Amai-vos uns aos outros." Não pode a alma elevar-se às regiões espirituais senão pela dedicação ao próximo; ela não encontra felicidade e consolação senão nos arroubos da caridade. Sede bons, ajudai aos vossos irmãos, ponde de lado essa horrível chaga do egoísmo. Esse dever cumprido vos deve abrir as vias da felicidade eterna. Aliás, entre vós quem não sentirá o coração pulsar e a alegria íntima expandir-se pela prática de uma obra de caridade? Não deveríeis pensar senão nesta espécie de volúpia proporcionada por uma boa ação, com o que ficaríeis sempre no caminho do progresso espiritua1. Não vos faltam exemplos: só a boa vontade é que rareia.
Vede a multidão de homens de bem, cuja lembrança piedosa a vossa história relembra. Eu vo-los citaria aos milhares, aqueles cuja moral só tinha um fito - melhorar o vosso globo. Não vos disse o Cristo tudo quanto concerne às virtudes de caridade e do amor? Por que são postos de 1ado os seus divinos ensinamentos? Por que tapam os ouvidos às suas divinas palavras e cerram o coração a todas as suas máximas suaves?
Gostaria que a leitura do Evangelho fosse feita com mais interesse pessoa1. Mas abandonam esse livro, transformam-no em expressão vazia e letra morta; deixam ao esquecimento esse código admirável. Vossos males provém do abandono voluntário em que deixais esse resumo das leis divinas. Lede, pois, essas páginas de fogo do devotamento de Jesus e meditai-as. Eu mesmo me sinto envergonhado de ousar prometer-vos um trabalho sobre a caridade, quando penso que nesse livro encontrais todos os ensinamentos que vos devem levar às regiões celestes.
Homens, fortes, abraçai-vos; homens fracos, forjai as vossas armas, de vossa doçura e da vossa fé; tende mais persuasão, mais constância na propagação de vossa nova doutrina. Nós só vimos trazer-vos um encorajamento; é apenas para vos estimular o zelo e as virtudes que Deus permite nos manifestemos a vós. Mas se quisésseis, não necessitaríeis senão do auxílio de Deus e de vossa própria vontade. As manifestações espíritas não foram feitas para os olhos fechados e para os corações indóceis. Há entre nós, homens que devem realizar missões de amor e de caridade: escutai-os, exaltai a sua voz; fazei resplandecer os seus méritos e aos próprios sereis exaltados pelo desinteresse e pela fé viva de que vos penetrardes.
Muito extensos seriam os avisos que vos deveriam ser dados sobre a necessidade de alargamento do vosso círculo de caridade e de neles incluir todos os infelizes cujas misérias são ignoradas, todas as dores que devem ser buscadas em seus próprios redutos, para consolar em nome desta virtude divina: a caridade. Vejo com satisfação que homens eminentes e poderosos ajudam esse progresso, que deve unir todas as classes humanas - os felizes e os desgraçados. Coisa estranha! Todos os infelizes se dão as mães se ajudam reciprocamente na sua miséria. Por que são os felizes mais difíceis de ouvir a voz do infeliz? Por que há de ser uma poderosa mão terrena que tenha de dar impulso às missões de caridade? Por que não respondem com mais ardor a esses apelos? Por que deixam que a miséria, assim como o prazer, manchem o quadro da humanidade?
A caridade é a virtude fundamental, que deve sustentar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ela não existem as outras. Sem caridade não há fé nem esperança, porque sem a caridade não há esperança de uma sorte melhor, nem interesse moral que nos guie. Sem caridade não há fé, porque esta é um puro raio, que faz brilhar uma alma caridosa; a caridade é a sua conseqüência decisiva.
Quando deixardes que o vosso coração se abra à súplica do primeiro infeliz que vos estender a mão; quando lhes derdes sem indagar se sua miséria é fingida ou se seu mal tem um vício como causa; quando deixardes toda a justiça nas mãos divinas; quando deixardes no Criador o castigo de todas as falsas misérias; enfim, quando praticardes a caridade pelo só prazer que ela proporciona, sem visardes a sua utilidade, então sereis os filhos amados de Deus e ele vos chamará a si.
A caridade é a âncora eterna de salvação em todos os globos: é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada às criaturas. Como poderíeis desconhecer esta suprema bondade? Com tal pensamento, qual seria o coração bastante perverso para recalcar e repelir esse sentimento divino? Qual seria o filho suficientemente mau para se rebelar contra a doce caricia da caridade?
Não ouso falar daquilo que fiz, porque os Espíritos também tem o pudor de suas obras. Mas penso que a obra que iniciei é uma daquelas que devem contribuir muito para aliviar os vossos semelhantes. Com freqüência vejo Espíritos que pedem a missão de continuar a minha obra; vejo essas minhas suaves e queridas irmãs em seu piedoso e divino ministério; vejo-as a praticar a virtude que vos recomendo, com toda a alegria proporcionada por esta existência de devotamento e de sacrifícios. É para mim grande felicidade ver quanto seu caráter é honrado, quanto sua missão é apreciada e docemente protegida. Homens de bem, de boa e forte vontade, uni-vos para continuar, ampliando a obra de propagação da caridade. Encontrareis a recompensa nesta virtude, pelo seu próprio exercício. Não há alegria espiritual que ela não proporcione, já na presente existência. Sede unidos; amai-vos uns aos outros, conforme os preceitos do Cristo. Assim seja.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
A Fortuna
A fortuna não consiste na abundância de bens, mas sim na força poderosa da proteção que o nosso Supremo Senhor nos faculta. Dizem que o muito sem Deus é nada e o pouco com Deus é tudo. Esta verdade se patenteia muitas vezes na vida social.
Quem se esforça para estar com Deus, é sempre valido em suas necessidades: se é pobre se torna rico, porque se satisfaz com o que tem e o que tem é suficiente para lhe satisfazer; se está enfermo, vem-lhe a saúde; se é fraco se fortalece, porque o amor de Deus é fortuna, é saúde, é vigor.
Quantos vemos neste mundo que parecem terem tudo — fortuna, saúde e fortaleza, entretanto, gemem e choram, afirmando nenhum desses elementos de vida lhes satisfazer!
O que lhes falta? Falta-lhes a proteção divina. E por que a proteção divina, que é infalível para todos os filhos de Deus, lhes está faltando? É porque não buscam a Deus, não cumprem, nem se esforçam para cumprir os seus deveres para com Deus. Colocam o amor de Deus como uma coisa secundária, quando ele deve sempre estar colocado em primeiro lugar.
É preciso "amar a Deus de coração, entendimento e alma, e com todas as nossas forças", pois nisto consistem os mandamentos.
Mas se distraímos o coração, o entendimento, a alma para coisas que em vez de louvar a Deus, desobedecem os seus mandamentos, não podemos contar com a proteção divina. Para obtermos a proteção divina necessitamos pôr em ação todas as nossas forças; se dispersamos forças contrariando ainda a vontade de Deus, com que força poderemos alcançar o amor de Deus, que se converte em proteção, em auxílio, em bênçãos, em caridade, em consolação que Deus nos concede pelos seus Mensageiros?
Todos querem a proteção divina, mas poucos são aqueles que se esforçam para alcança-la.
Trabalhemos para erguer um altar no nosso coração para a Divindade, e o Espírito Santo nos encherá de graças e de bens para cumprirmos os nossos deveres, e ao atravessarmos a Região da Morte não faltarão luzes e amigos que nos guiem para a felicidade.
Outrora, quando Moisés guiava o povo hebreu, a Voz do Espírito reboou no Sinai, oferecendo aos israelitas dez preceitos que serviriam de guia para conduzi-los a Canaã.
Nesses dez mandamentos se acham encerrados toda a Lei e Profetas. Quem os seguir, quem os observar, quem os obedecer, terá como recompensa a proteção divina, tesouro inesgotável, fonte de perene felicidade.
Esforcemo-nos para amar a Deus, com todas as nossas forças, fazendo todo o bem ao nosso alcance, evitando todo o mal, seja por pensamentos, palavras e obras.
Jesus disse que "seu jugo é suave, seu fardo é leve", e esse jugo e esse fardo consistem justamente no amor a Deus e na prática do Bem.
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