Núcleo Espírita Paulo de Tarso Rua Nova Fátima, 151 - Jardim Juá Campo Grande - São Paulo - SP CEP 04688-040 Telefone 11-56940205
Mensagem
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Depressões
Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude .
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é a lei do Universo.
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.
Imcompreensões com relação a caminho e decisões que se adotem são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização imposível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos marcam toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
Compreendendo a realidade de toda a pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Espiritismo
"A Casa Espírita avança para a condição de Educandário, fornecendo os contributos para o estudo e a análise das criaturas, libertando-as das crendices e superstições, ao tempo em que lhes oferece os recursos para a ação com liberdade sem medos, com responsabilidade sem retentivas, perfeitamente lúcidas a respeito do destino que lhes está reservado, ele próprio resultado da suas opções e atitudes. Uma sociedade que se conduza fiel a esses conceitos e determinações torna-se justa, equânime e os membros que a constituam serão, sem dúvida, felizes.
Portanto, é indubitável que o Espiritismo liberta as consciências das sombras e as conclama às escaladas desafiadoras do progresso".
Autor: Manoel Philomeno de Miranda
Psicografia de Divaldo Franco
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Entrevista com Divaldo Franco
Qual a importância da evangelização da criança no Centro Espírita?
Divaldo: Da mais alta relevância, se dissermos que, quem instrui prepara para a vida, quem educa dá a vida, quem evangeliza fomenta a vida. Este "evangeliza", entendamo-lo à luz do Espiritismo, por ser a luz do Espiritismo que dá lógica e entendimento ao Evangelho. O Evangelho, puro e simples, é ministrado por outras doutrinas cristãs, mas a reencarnação e a comunicabilidade dos espíritos dão clareza e lógica, ao contrário de outras doutrinas evangélicas, preparando a criança para uma vida saudável no seu relacionamento futuro. Não se pode conceber uma Casa Espírita na qual as novas gerações não recebam a evangelização espírita, porque sem isto estaremos condenando o futuro a uma grave tarefa curativa das chagas adquiridas no trânsito da juventude para a razão.
Portanto, é imprescindível a presença da atividade do Evangelho à luz do Espiritismo, junto à criança e ao jovem.
O que dizer das aulas de evangelização em que predomina o conhecimento do Evangelho sem conteúdo espírita?
Divaldo: que é um trabalho muito respeitável, mas não é um trabalho espírita. Para que o seja, é indispensável que se encontram presentes os postulados essenciais conforme estão exarados em O Livro dos Espíritos de Allan Kardec. Não podemos entender por que a criança e o jovem são capazes de compreender o Evangelho e não o Espiritismo, quando têm idéia clara de eletrônica, de cibernética, e de outras ciências muito mais complexas do que a Ciência Espírita, que é de fácil assimilação.
Os irmãos das igrejas reformadas, do Catolicismo, nas suas várias denominações, lecionam também o Evangelho, que é muito bom na sua parte moral, mas que não equaciona a problemática da existência humana, que somente pode ser entendida à luz da reencarnação. Não equaciona a realidade da comunicabilidade dos Espíritos, que somente através da mediunidade encontra parâmetros de lógica e sustentação. Não elucida a problemática da pluralidade dos mundos habitados, hoje reconhecida por boa parte dos astrônomos e dos astrofísicos de toda a Terra. E não resolve o problema do comportamento humano, porque libera ou escraviza a consciência através dos dogmas, dos formalismos e das suas atitudes místicas.
É indispensável colocar a Doutrina Espírita no Evangelho, para que a razão substitua a aceitação, e a lógica preencha o vazio do mitológico.
- Nunca é conveniente levar a criança a assistir reunião espírita de natureza mediúnica,... –
Como fazer, sendo preparado para evangelizar e não se sentindo seguro para o trabalho, já que no Centro Espírita é responsabilizado?
Divaldo: Todos nós somos inseguros daquilo que fazemos, exceto as pessoas presunçosas. A insegurança é um fenômeno natural, porque estamos sempre aprendendo, defrontando experiências novas. É compreensível que aquele que se inicia numa atividade encontre muitos conflitos na área que o desafia. A segurança virá como resultado normal da experiência, que irá adquirir com o tempo.
O conhecimento teórico não equipa uma pessoa com a segurança que a faça enfrentar as dificuldades naturais que lhe são desafio, com a mesma experiência daquele que opera todos os dias. A melhor maneira de o fazer, é começar. Começa-se inseguro e, lentamente, vai-se adquirindo confiança, que é resultado das experiência que se tornaram exitosas. Sem a experiência pessoal ninguém tem segurança de como fazer, porque não se transmitem experiências. Transmitem-se informações, que aplicadas nos levam à vivência dessas mesmas informações.
As crianças que estão sendo evangelizadas, de que maneira podem os pais ajudá-las, a fim de que a evangelização continue no lar?
Divaldo: Aos pais compete a observação das tendências, da natureza dos seus filhos para bem orientá-los e despertarem nos mesmos as qualidade que se contrapõem aos defeitos. Entretanto, isso deve ser feito quando os filhos são muito pequenos, e é justamente quando os pais são mais inexperiente, menos maduros. Então, quando vemos os resultados, o tempo já passou. Como agir? Por mais imaturos que sejam os pais, há, entre eles e os filhos, o largo período que já viveram. Nesse período, adquiriram as experiências das suas próprias vivências.
Há, em todo indivíduo, a tendência para o bem, porque somos lucigênitos. Esse heliotropismo divino nos leva sempre a discernir entre o que é certo e o que é errado. Se, por acaso, por inexperiência, não orientamos bem o filho na primeira infância, é sempre tempo de começar, porque estamos sendo educados até a hora da própria desencarnação.
Os pais que não lograram encaminhar bem os seus filhos, porque lhes faltava o equilíbrio do discernimento, quando se estava no período da formação da personalidade, podem recomeçar em qualquer instante, de maneira suave, perseverante e otimista através do exemplo e da vivência do amor.
Os pais podem ajudar a evangelização no lar, sobretudo pela exemplificação. É a exemplificação a melhor metodologia para que se inculquem as idéias que desejamos penetram naqueles que vivem connosco.
Se examinarmos Jesus, Ele disse muito menos do que viveu e viveu muito mais do que nos falou. A mim me sensibiliza muito uma cena que parece culminante na vida do Cristo. Quando Ele estava com Anás, o Sumo Sacerdote, que Lhe perguntou sobre Sua doutrina, respondeu Jesus, que nada falara em oculto e que ele deveria perguntar aos que O ouviram. Um soldado que estava ao lado do representante de César, agrediu-O, esbofeteando-Lhe a face.
Para mim, este gesto é dos mais covardes: bater na face de um homem atado. Então Jesus não reagiu. Agiu com absoluta serenidade.
Pacifista por excelência, voltou-se para o agressor e lhe perguntou: Soldado, por que me bateste? Se errei, aponta-me o erro, mas, se eu disse a verdade, por que me bateste? É uma lição viva, porque Ele poderia apelar ali para a justiça do representante de César; poderia ter-se encolerizado; ter tido um gesto de reação, mas Ele preferiu agir.
O lar é a escola do exemplo, onde lamentavelmente se vive reagindo. Vive-se de reações em cadeia; raramente se pára para agir.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Pequenas Poesias para Reflexão
Flagelando o mundo inteiro:
Um, é a fome de carinho,
Outro, a falta de dinheiro.
Cornélio Pires
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Apaga-te a trabalhar,
Pelo bem, faze o possível...
O rio que chega ao mar
É grandeza em baixo nível.
Meimei
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Misticismo nos Centros
Nem sempre, porém, as Casas que a representam ou utilizam seu bom nome seguem corretamente suas orientações, enxertando-se de práticas estranhas, exóticas e totalmente distantes da prática espírita.
A prática espírita visa o bem da criatura humana, pelo esclarecimento e socorro que pode proporcionar e dispensa qualquer manifestação de ordem exterior ou material. Isto significa que o material utilizado pela prática espírita situa-se exclusivamente na mente e no coração. Mente para raciocinar, coração para sentir...
Vemos com total estranheza grupos que cobram pelos serviços que prestam. Centros que tornam o passe obrigatório ou transformam a mediunidade em consultório dos espíritos. São procedimentos distantes da Doutrina Espírita. São grupos mediúnicos porém, não espíritas. Vez por outra se defronta com locais onde a música e a prece se tornam rituais (ao invés de utiliza-las como recurso de aproximação com Deus). É o caso da prece demasiadamente longa ou repetitiva sem emoção conduzida como mera obrigação onde os presentes ao invés de senti-Ia pela emoção, repetem simplesmente pela boca. É a música quando se torna indispensável, misturando-se à atividade propriamente dita. É o apagar de luzes como ritual, é também o exigir-se um auto-passe para entrar no Centro (será que todo sabem o que é um auto-passe? Como faze-lo? etc. ). São grupos de estudos que vivem dependentes de orientação de espíritos desencarnados, a eles obedecendo cegamente, sem o discernimento analisar tais propostas e recomendações. É também o uso de imagens e roupas especiais no Centro. O benzimento de roupas e fotos, a valorização demasiada de passes e reuniões mediúnicas em detrimento do estudo...
É também a consulta aos espíritos para qualquer assunto, a realização de casamentos e batizados no Centro, etc. Como ficamos com Kardec?
No livro CIVILIZAÇAO DO ESPÍRITO - Megatendências do século XXI - volume II (Lumen Editorial Ltda. -rua Conselheiro Ramalho, 946 - São Paulo-SP CEP 01325-000 - Fone: (01 1) 283-24 1 8 ), o autor DULCIDIO DIBO afirma que "(...) Admitimos que todo espírita crítico, consciente e não alienado de suas responsabilidades está no dever intransferível de lutar contra essas ondas de poluições mentais. Na verdade, ninguém tem o direito de cruzar os braços em nome de uma falsa tolerância com assuntos doutrinários, o que os levará à cumplicidade. Não há lugar para o Misticismo Popular nem para o Cientificismo vulgar na Doutrina Espírita.
Ora, sejamos coerentes com o que já sabemos. Dispensemos, sem medo de errar, práticas que nada têm a ver com a Doutrina. Há muito o que fazer, o que estudar. Como se envolver com questões distantes da Doutrina, quando ela nos pede o trabalho de ir ao encontro daquele que busca esclarecimento, que muito mais que solução de suas dificuldades pede apoio e orientação para saber corno defender-se...
O grande problema do uso dessas práticas que se introduzem dentro do Centro, muitas vezes sem se perceber, é que elas fogem dos objetivos primeiros do Centro Espírita e pior, criam dependências justamente em quem ali está para tornar-se independente. Não estamos no Centro para criar dependências de pessoas ou situações. Estamos no Centro para aprendermos a voar com as próprias asas do conhecimento e do amor, fazendo também isto pelo semelhante.
Como receita, que tal estudarmos Kardec, sem ficarmos presos a condicionamentos de fora?
Orson Carrara
sábado, 21 de fevereiro de 2009
IMUNIZAÇÃO ESPIRITUAL
Se te decides, efetivamente, a imunizar o coração contra as influências do mal, é necessário te convenças:
- Que todo minuto é chamamento de Deus à nossa melhoria e renovação;
- Que toda pessoa se reveste de importância particular em nosso caminho;
- Que o melhor processo de receber auxílio é auxiliar em favor de alguém;
- Que a paciência é o principal ingrediente na solução de qualquer problema;
- Que sem amor não há base firme nas construções espirituais;
- Que o tempo gasto em queixa é furtado ao trabalho;
- Que desprezar a simpatia dos outros, em nossa tarefa, é o mesmo que pretender semear um campo sem cogitar de lavrá-lo;
- Que não existem pessoas perversas e sim criaturas doentes a nos requisitarem amparo e compaixão;
- Que o ressentimento é sempre foco de enfermidade e desequilíbrio;
- Que ninguém sabe sem aprender e ninguém aprende sem estudar;
- E que, em suma, não basta pedir aos Céus, através da oração, para que baixem à Terra, mas também cooperar, através do serviço ao próximo, para que a Terra se eleve igualmente para os Céus...
EMMANUEL
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Militão Pacheco
Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, no ano de 1904, Militão Pacheco foi nesse mesmo ano convidado a ir ao Estado do Maranhão a fim de ajudar a debelar um surto de peste bubônica que grassava naquela região do norte do Brasil. Apesar de não contar com qualquer espécie de hospital de isolamento nem com condições adequadas para o combate àquela enfermidade contagiosa, dirigiu-se para lá em companhia do diretor do Hospital de Isolamento de S. Paulo, dois médicos mineiros e mais um outro, conseguindo marcante sucesso na tarefa. Nessa altura foi convidado para ser diretor do Serviço Sanitário do Estado do Maranhão pelo período de dois anos. Para lá transferiu-se com sua esposa e três filhos, porém, renunciou após oito meses de atividades intensas, por não ver atendidas as suas reivindicações, imprescindíveis para o bom andamento dos serviços.
Nos primeiros anos do presente século (não nos foi possível comprovar se em 1901 ou 1902), comparecendo a uma sessão espírita, ali lembrou-se de sua filhinha desencarnada com apenas 52 dias de vida e formulou ardente solicitação mental para que ela viesse beijá-lo. Sem que tivesse qualquer conhecimento do desejo que alimentava, os médiuns videntes que ali estavam presentes, decorridos alguns minutos descreveram que o Espírito da menina havia se dirigido ao pai e ali estava cobrindo-o de beijos. Esse testemunho foi o suficiente para que Militão Pacheco se convertesse ao Espiritismo.
Um outro fato veio mudar o rumo de sua vida, Sua esposa sofria, há alguns anos, de pertinaz enfermidade e, para curá-la havia ele esgotado todos os recursos que a medicina alopática lhe havia proporcionado. Visitando a família do Juiz de Direito, de Campinas, ela teve ali uma das suas crises. A esposa do juiz pediu permissão para recomendar-lhe um remédio homeopático. O remédio foi comprado e o tratamento iniciado. Após essa ocorrência ela teve apenas duas ameaças de crise e o mal desapareceu por completo. O Dr. Pacheco, que vinha exercendo a medicina alopática há cinco anos, procurou o único médico homeopata existente em Campinas, iniciando assim um estudo profundo sobre a homeopatia, para o que conseguiu alguns livros a título de empréstimo. Dali por diante deixou por completo de praticar a medicina alopática.
No dia 23 de julho de 1896, através de decreto assinado pelo então presidente do Estado de S. Paulo, Jorge Tibiriçá e por Gustavo de Oliveira Godoy, Militão Pacheco foi nomeado, em comissão, para exercer o cargo de inspetor sanitário do Estado, cargo no qual foi efetivado a 26 de setembro do mesmo ano, exercendo-o até 1920, quando se aposentou.
Durante mais de meio século, o Dr. Pacheco exerceu na capital paulista o apostolado da Medicina. E dizemos apostolado porque foi notável médico no sentido cordial, humanitário, prestativo, dedicando-se inteiramente à tarefa de auxiliar o seu próximo, conseguindo desta forma realizar gigantesco trabalho de assistência individual e coletiva como poucos conseguiram realizar na Terra. O prestigioso jornal "Diário de S. Paulo", em sua edição de 27 de junho de 1944, publicou extensa reportagem sobre as festividades comemorativas do cinqüentenário de formatura e de exercício de profissão do Dr. Augusto Militão Pacheco. Através de numerosos discursos proferidos na oportunidade, pudemos conhecer verdadeiros rasgos de generosidade e de amor, partidos da figura inconfundível daquele que tinha em alta conta a dignidade humana e o sacerdócio da Medicina.
Foi sempre de incomparável bondade no tratamento de todos os seus incontáveis clientes, retornando ao mundo espiritual abençoado por milhares de corações, legando aos homens uma vida que se constituiu em verdadeiro modelo de virtude, um exemplo incomparável de beleza moral, emanada de um caráter reto e de uma decisão inquebrantável. Muitas pessoas que não podiam pagar consultas, eram atendidas com igual dedicação e não raras voltavam com o auxílio financeiro para a aquisição dos remédios prescritos por aquelas mãos abençoadas. No terreno filosófico, conquanto fosse grande admirador de geniais pensadores de várias escolas, pois era um cidadão independente e portador de invejável cultura intelectual e científica, nunca negou a sua incondicional dedicação à Doutrina Espírita, tornando-se um dos espíritas mais respeitáveis e dignos em nosso Estado e mesmo no Brasil. Médico essencialmente homeopata, honrou e dignificou a medicina hahnemaniana, tendo consagrado ao Espiritismo o melhor de sua nobilitante e proveitosa existência. Era na realidade autêntica fonte inesgotável destinada a suavizar as dores do corpo e minorar os sofrimentos da alma.
Em julho de 1936, quando se cogitou da fundação da Federação Espírita do Estado de S. Paulo, foi um dos elementos que mais propugnaram para essa realização. A reunião convocada para apreciar a redação final dos estatutos sociais e proceder à eleição da primeira diretoria, foi por ele presidida, passando a figurar como um dos seus sócios fundadores e sido eleito vice- presidente da primeira diretoria constituída. Durante muitos anos foi presidente da Associação Espírita São Pedro e São Paulo, uma das mais prestigiosas instituições espíritas de seu tempo, a qual posteriormente veio a se integrar à Federação Espírita do Estado de São Paulo.
Militão nasceu e desencarnou em São Paulo, embora tenha se formado médico no Rio de Janeiro.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Problemas Internos
Insurgências são comuns em relacionamentos interpessoais. Mas o que são insurgências? São reações, neste particular, que tomam a conotação de um motim, que é um movimento contrário a uma ordem proposta por um comandante ou por uma base de responsáveis por um trabalho. Estes acontecimentos, têm por base, na Casa Espírita, o personalismo que transita por entre pessoas, freqüentadores, trabalhadores que se acham providos de conhecimentos, de recursos que sejam mais importantes do que daqueles que são os autênticos responsáveis por determinado setor ou mesmo pela Casa toda.
A visão peri-umbelical leva o indivíduo a questionar, das mais variadas formas, as propostas que sejam deliberadas, mesmo após largas discussões em grupo, que se reúne e mantém franco diálogo para firmar proposições mais adequadas para as situações particulares de cada trabalho, para o benefício de todos e do próprio trabalho.
As formas de questionamento podem ser iniciadas de maneira sutil, delicada, ordenada, respeitosa, passando por modos não tão respeitáveis, mas sim desrespeitosos, inadequados, ofensivos, nem um pouco sutis e até mesmo agressivos ou ostensivos. Perambulam, ainda, entre estas duas extremidades, posições indelicadas que afrontam a razão, por deliberarem a falsidade e a falta de coragem de expor impressões de maneira individual, fazendo correr, por entre as pessoas, opiniões e posições que se contrapõem às diretrizes emanadas de um grupo de pessoas responsáveis, gerando, no seio do trabalho, um quê de desconfiança e desunião, em prol da pessoal opinião de um ou de poucos que se granjeiam o direito soberano de dilatar o mal-estar e o desequilíbrio através de posturas rasteiras equivocadas, ao invés de efetivamente trabalhar para o benefício geral.
Insurgências são, na maioria das vezes, posturas individualistas, inadequadas e destrutivas. Motins são, na maioria das vezes – se não na totalidade – erros egoísticos e individualistas que encaminham uma instituição para a desunião e derrocada de um trabalho.
Diante dos obstáculos naturais que envolvem os trabalhos dentro de uma Casa Espírita, se você é um desses trabalhadores que não concorda com uma nova diretriz encaminhada a você no trabalho, procure o diálogo aberto, tentando entender as razões que levaram a esta nova diretriz, com a mente preparada para receber as informações, sempre apoiado no aspecto fraterno, nas propostas de Kardec e de Jesus, ouvindo atentamente o que for questionar, pois questionar é direito de todos, desde que seja com intuito construtivo e fraterno.
Não embace a visão com ideais pré-concebidos, não abafe a audição com ruídos do pensamento individualista. Permita-se ver e ouvir com boa fé, com boa vontade. Não se deixe levar pelos obscuros caminhos da palavra solta a esmo, que gera desconforto entre todos que participam com você do trabalho. Saiba canalizar sua energia para a proposta construtiva de servir e não para o comentário destrutivo de quem quer ser servido. Veja e ouça sem preconceitos. Discurse para quem de direito e não nos corredores da Instituição onde você presta serviço.
Cuide para não tomar a diretriz dirigida a você, como sendo algo de cunho pessoal, haja vista que, em uma Casa Espírita, procura-se, sempre, o trabalho visando a construção do Bem e a prática da Caridade, mesmo sujeito ao erro involuntário por parte de todos. De todos, inclusive você mesmo.
Pratique Espiritismo.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Adversários
Respeita os adversários
e honorifica-lhes as qualidades
com o melhor apreço.
As forças
que não te protegerem
os inimigos
não te prestarão
amparo algum.
Francisco Cândido Xavier, da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Controle do ensino espírita
Revista Espírita, janeiro de 1862
A organização que propusemos para a formação de grupos espíritas visa a preparar o caminho que deve facilitar as relações mútuas entre aqueles. Entre as vantagens daí resultantes deve colocar-se em primeira linha a unidade de doutrina, que será sua conseqüência natural. Esta unidade já se acha em parte realizada e as bases fundamentais do Espiritismo são hoje admitidas pela imensa maioria dos adeptos. Mas ainda há questões duvidosas, ou porque ainda não tenham sido resolvidas, ou porque o foram em sentidos diversos pelos homens e, mesmo, pelos Espíritos.
Se por vezes os sistemas são produtos dos cérebros humanos, sabe-se que, a tal respeito, certos Espíritos não ficam atrás. Na verdade alguns se vêem que arquitetam idéias absurdas com maravilhosa habilidade, encadeiam-nas com muita arte e constroem um todo mais engenhoso do que sólido, mas que poderia falsear a opinião de pessoas que não se dão ao trabalho de aprofundar, ou que são incapazes de o fazer pela insuficiência de conhecimentos. Sem dúvida as idéias falsas acabam caindo ante a experiência e a lógica inflexível. Mas antes disso pode produzir a incerteza. Também é sabido que, conforme sua elevação, os Espíritos podem ter um modo de ver mais ou menos justo sobre determinados assuntos, que as assinaturas das comunicações nem sempre são garantia de autenticidade e que os Espíritos orgulhosos procuram por vezes pregar utopias ao abrigo de nomes respeitáveis, com que se enfeitam. É, sem a menor dúvida, uma das principais dificuldades da ciência prática, e contra a qual muitos se chocaram.
Em caso de divergência, o melhor critério é a conformidade dos ensinos por diferentes Espíritos e transmitidos por médiuns diferentes e estranhos uns aos outros. Quando o mesmo princípio for proclamado ou condenado pela maioria, é preciso nos darmos conta da evidência. Se há um meio de chegar à verdade é, certamente, pela concordância, tanto quanto pela racionalidade das comunicações, ajudadas pelos meios que dispomos de constatar a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos. Desde que a opinião deixa de ser individual para se tornar coletiva, adquire um grau maior de autenticidade, porque não pode considerar-se como resultado de uma influência pessoal ou local. Os que ainda se acham em dúvida terão uma base para fixar as suas idéias, porque será irracional pensar que aquele que em seu ponto de vista está só, ou quase só, tenha razão contra todos.
O que acima de tudo contribui para o crédito da doutrina de O Livros dos Espíritos foi precisamente que sendo produto de um trabalho semelhante, tem um eco em toda parte. Como o dissemos, nem é obra de um Espírito único, que poderia ser enganado. É, ao contrário, um ensino coletivo, dado por uma grande diversidade de Espíritos e de médiuns, e os princípios que encerra são confirmados mais ou menos por toda parte. Dizemos mais ou menos, visto que, como acima ficou explicado, há Espíritos que procuram fazer prevaleçam as suas idéias pessoais. É, pois, útil submeter as idéias divergentes ao controle que propomos. Se a doutrina ou pontos doutrinários que professamos fossem reconhecidos como errados, num julgamento unânime, submeter-nos-íamos sem murmuração, sentindo-nos felizes por terem outros encontrado a verdade. Se, entretanto, ao contrário, elas forem confirmadas, hão de permitir creiamos estar com a verdade.
A Sociedade Espírita de Paris, compreendendo toda a importância de semelhante trabalho e tendo, de saída, que esclarecer-se da mesma e depois provar que de modo algum pretende erigir-se em árbitro absoluto das doutrinas que professa, submeterá aos diversos grupos que com ela se correspondem as questões que julgar mais úteis à propagação da verdade. Essas questões serão submetidas, conforme as circunstâncias, por correspondência particular ou por intermédio da Revista Espírita.
Compreende-se que para ela, e em razão da maneira séria por que encara o Espiritismo, a autoridade das comunicações depende das condições em que se realizam as reuniões, o caráter dos membros e o objetivo que se tenha em mira. Provindo de grupos formados sobre as bases indicadas em nosso artigo sobre a organização do Espiritismo, as comunicações terão tanto mais peso aos seus olhos quanto melhores forem as condições desses grupos.
Submetemos aos nossos correspondentes as questões que se seguem, esperando as que nos enviarem posteriormente.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
A Disciplina dos Trabalhos Assistenciais
Servir a quem mais precisa do que nós mesmos é um dos principais focos da Casa Espírita, mas, certamente, não se pode deixar de pensar na questão da Disciplina neste setor, particularmente.
Há um potencial enorme de trabalhos que podem ser realizados em questões sociais, como a Sopa Fraterna, a Cesta Básica, o Enxoval para bebês, o Corte de Cabelo, o Banho Solidário, o Evangelho no Lar, as Visitas a Instituições – como casas de saúde de idosos, orfanatos e outros… Há muito o que se pensar a respeito, mas tudo exige uma excelente carga de disciplina para que o ato social ocorra com equilíbrio e harmonia.
Fundamental que se faça um planejamento para a ação social, seja ela qual for e guardando as adequadas proporções para esta ou aquela situação. Preparação a tempo de se ter tudo pronto, sem improviso, respeito aos horários, objetivos e pessoas a serem beneficiadas, envolvimento de toda a equipe disposta para o trabalho, afastando principalmente os aspectos pessoais, as imposições pessoais – chamados personalismos, posturas impróprias, enfim, tudo que diga respeito às questões coletivas no respeito a tudo e a todos precisam seguir o bom senso para que aconteçam os menores prejuízos que seja possível em cada trabalho, em cada dia, sempre.
Quanto aos personalismos, lembrar sempre que cada Casa tem suas diretrizes estatutárias que devem ser seguidas, sem adicionar opiniões pessoais não investigadas entre os que dirigem a Casa, ou seja, que nada se faça sem autorização dos responsáveis pelo trabalho, para não correr riscos de cometer erros que comprometam os outros ou a Casa.
O cuidado com o assistido é fundamental. Preciso que se esteja preparado para eventuais revéses, pois as pessoas muito sofridas podem se tornar ásperas e intolerantes com demora, com circunstâncias que para elas sejam uma injustiça, enfim, surpresas de comportamento que precisam de compreensão e tato para lidar, sempre.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Mais sobre disciplina…
Infelizmente, adquirir disciplina é algo inatingível para muitas pessoas e isso gera, dentro do ambiente da Casa Espírita, uma série de pequenos problemas, que causam mal estar e perturbam os trabalhos mais simples.
Podemos imaginar alguns setores e citar problemas correlatos.
A Câmara de Passes é um local que deveria manter assepsia de pensamento, por se tratar de uma espécie de sala de cirurgia ou sala de socorro médico, para todos os que a procurem, estejam realmente precisando do passe ou não. Entretanto, as pessoas que aplicam passes – chamados médiuns passistas – com certa freqüência, perdem a integridade do pensamento, deixam escapar a estabilidade das emoções, mudam de padrão de pensamento, envolvem-se em conversações totalmente desnecessárias e, também com muita freqüência, descambam para assuntos totalmente dispendiosos em termos de energias passivas, que deveriam estar sendo canalizadas diretamente para o tratamento e não para a falta de disciplina relacionada às mazelas da incoerência do pensamento e da palavra
Se você aplica passe, lembre-se disso: MANTENHA POSTURA SENSATA, PENSAMENTOS FOCADOS EM JESUS E EM SEUS PREPOSTOS, AFASTE DA MENTE AS IMAGENS COTIDIANAS, NEM PENSE EM FICAR CONVERSANDO COM NINGUÉM DURANTE SEU TRABALHO, CONSCIENTIZE-SE DE QUE DEVE PERMANECER TODO O TEMPO PARA O QUAL FOI ESCALADO DENTRO DA CÂMARA DE PASSES – ATÉ QUE SEU HORÁRIO ACABE – SAINDO APENAS SE APRESENTAR NECESSIDADES FISIOLÓGICAS, OU SEJA: ADQUIRA A DISCIPLINA PARA ESTE TRABALHO TÃO IMPORTANTE NA INSTITUIÇÃO ESPÍRITA E PARA VOCÊ MESMO.
Nas próximas edições iremos abordar outros setores da Casa Espírita…
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
A Caridade e a Disciplina
A Doutrina Espírita tem suas bases fundamentadas em todo o trabalho de uma Equipe (com “E” maiúsculo) de Espíritos (sempre com “E” maiúsculo) que, sob a égide de Jesus (O Espírito da Verdade), primou em estabelecer princípios sem os quais a própria Doutrina não teria de onde partir e nem mesmo para onde ir.
A Caridade e a Fraternidade, sendo esta conseqüência da primeira, brilham no vértice da metodologia e direção da proposta Espírita, por si só, cristã, até mesmo por conta de que, para ser cristã, deve defender o princípio da Caridade e da Fraternidade, e, por defender tais princípios, pode ser cristã, já que há várias outras, defendidas por prepostos do Cristo, que não se denominam cristãs, embora, vale lembrar, tenham diretrizes equivalentes.
Então, praticando o Espiritismo, deve haver uma preocupação fundamental com relação à Caridade: como praticar o Espiritismo, sem que se pratique a Caridade? Resposta: não há como! Ambos interligam-se fundamentalmente. Entretanto, para que se possa ter em mente o sincero desejo de se conhecer e praticar os dois, há um pré-requisito fundamental: a Disciplina.
Sem Disciplina, não há como chegar-se à Caridade e, menos ainda, ao Espiritismo, pois, a Doutrina codificada por Allan Kardec é profundamente esclarecedora, marcada por luzes extremadas que indicam o caminho para que se possa alcançar a libertação individual e produzir em larga escala em benefício do próximo e de todos, mas, ao esclarecer, imbui ou atribui, a quem venha se iluminar de uma característica marcante, que é a Responsabilidade.
Aprendizado, conhecimento, esclarecimento, Responsabilidade e Disciplina: este o caminho para que se possa praticar a Caridade e a Fraternidade. Há um encadeamento bastante lógico neste campo, como se pode ler no início deste parágrafo!
Como praticar a Caridade, sem Disciplina? A desorganização permite a correta prática do Evangelho? O esquecimento das questões de ordem facilitam o processo de distribuição de cestas básicas? De sopa nas ruas? De alimentos para os famintos? De enxovais para gestantes? De uma palavra de consolo para o Espírito desencarnado que vem pedir auxílio em uma sessão de assistência espiritual? Há como atender a um desesperado, se não houver ordem e respeito por ele mesmo e pelo local onde ele precisará ser atendido? A Educação Espírita Infanto-Juvenil pode ser praticada, os jovens podem ser educados sem que se dê exemplo de Disciplina? Aliás, o jovem não é o maior necessitado deste exemplo? Com que diretrizes ele poderá seguir sua Vida, se não tiver uma Educação Disciplinar?
Respeitar o ambiente da Casa Espírita, controlar o volume de voz, afastar dos costumes equivocados, os comentários desnecessários, a maledicência, a maldade, as críticas destrutivas (pois as construtivas são necessárias), respeitar horários em todas as atividades,são fundamentos extremamente importantes a serem observados e aplicados na Casa Espírita para que se possa manter o trabalho em equilíbrio e para que se possa praticar a Caridade efetiva.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Programa de Paz
Cumprir o próprio dever. Ninguém tranqüiliza ninguém, sem trazer a consciência tranqüila. Usar boas palavras e bons modos.
Qualquer viajante da estrada sabe afastar-se do pé de laranja azeda. Desconhecer ofensas.
A vida não constrange criatura alguma a passar recibo numa serpente para atormentar-se com ela. Auxiliar indistintamente.
Se a fonte escolhesse os elementos a que prestar benefício, decerto que a Terra seria, francamente, um planeta inabitável.
Não censurar.
A crítica nos traça a obrigação de fazer melhor do que aqueles que nós reprovamos.
Abençoar sempre.
Qualquer trato de solo agradece o adubo que se lhe dê. Jamais vingar-se. Pessoa alguma consegue ajudar a um doente, fazendo-se mais doente ainda.
Amar os inimigos.
A obra-prima de escultura nasce no sonho do artista que a concebe, mas não dispensa o concurso do buril que lhe dá forma.
Não se lastimar por fracasso do caminho.
O Sol, em cada hemisfério do mundo, começa a trabalhar de novo diariamente.
Saber cooperar, a fim de receber cooperação.
O próprio Cristo não consegue sozinho realizar a obra de redenção da Humanidade e, em iniciando o seu apostolado na Terra, procurou doze companheiros que lhe serviram de base à divina missão.
Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier