Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A Ciência e o Espírito


O jornalista e escritor Johan Horgan, autor do livro “O fim da ciência – uma discussão sobre os limites do conhecimento científico”, desenvolve uma tese polêmica: que a Ciência tem fim.

Segundo o autor, o ser humano já descobriu os principais mistérios da natureza, como a origem do Universo no Big Bang, as propriedades da matéria e da energia determinadas pela mecânica quântica, os fundamentos do espaço e do tempo explicados pela relatividade e o desenvolvimento da vida, elucidado pelo código genético e pela teoria da evolução de Darwin. Toda a tecnologia que nos cerca, decorre daí.

São, portanto, ciência aplicada, não aquela pura, cada vez mais árida pela ausência de mistérios profundos.

Embora possa ser considerada prematura esta afirmativa do autor, já que algumas conclusões ainda não são definitivas, podendo ser modificadas com novas revelações, sem dúvida um dia a humanidade terá descoberto tudo o que se refere ao conhecimento da ciência física o que, certamente, não está longe de acontecer.

A única ressalva que Horgan faz é com relação à mente, que ainda é um enigma para a Ciência, já que o ser humano ainda não utiliza nem 10% da sua capacidade mental.

Para compreender o funcionamento da mente e desenvolver todo o seu potencial é preciso o conhecimento da transcendência do ser humano. É necessário compreendê-lo em suas duas dimensões: física e espiritual.

O corpo físico nada mais é que uma ferramenta que o Espírito utiliza para sua atuação no mundo material, objetivando seu aperfeiçoamento, só conquistado nas experiências da matéria, sendo a mente o canal de expressão da sua vontade e pensamentos.

O esgotamento da ciência física, no cumprimento de seu papel revelador, é conseqüência do encadeamento de fatos a que a humanidade está sujeita, desde a criação do Universo até seu fim, não no sentido de termo, mas da sua finalidade e objetivo: a perfeição do ser humano.

Assim sendo, após ter atingido todos os conhecimentos ligados à matéria e ao mundo físico em que vive o ser humano, a Ciência passará a se dedicar a pesquisar tudo o que se refere ao Espírito e ao mundo extracorpóreo.

A Ciência já deu os primeiros passos ao iniciar estudos sobre a mente humana, principalmente através da Psicologia, mais precisamente pela Parapsicologia e vem obtendo significativas conclusões com os estudos dos fenômenos denominados Psi, tais como: Cv (visão sem olhos), Tp (linguagem da mente), Tt (janela do infinito), Mec (mergulho no passado), Gi (gravação do inaudível) etc. A Ciência e a Religião, segundo Allan Kardec, são as duas alavancas da inteligência humana que levam o homem à perfeição espiritual.

O Espiritismo, que se baseia nos pilares Filosofia, Ciência e Moral, com conseqüências religiosas no sentido de ligar a criatura ao Criador, iniciou a humanidade nos conhecimentos do Espírito, comprovando a existência da vida após a morte.

Allan Kardec ao deparar-se com a maravilhosa Doutrina que se desenhava nas revelações dos Espíritos, imaginou que estes conhecimentos seriam facilmente incorporados pelas religiões e em conseqüência, num curto espaço de tempo o mundo se transformaria. Lamentavelmente isto não ocorreu, ao contrário, o Espiritismo foi rejeitado e discriminado pelas religiões, embora tivesse boa repercussão nos meios acadêmicos da época, o que não bastou para popularizá-lo pelo mundo.

Assim sendo, o Espiritismo praticamente desapareceu em seu berço, a França e em todo o Velho Mundo. Veio para o Brasil, no final do século passado, onde encontrou campo fecundo para sua propagação, graças, embora possa desagradar a muitos, ao sincretismo religioso como constata Herculano Pires em seu livro “O Centro Espírita”.

Uma vez instalado no país, pelas características dóceis e pacíficas do nosso povo com seu grande mediunismo, poderia a Doutrina Espírita, após solidamente enraizada, espalhar-se pelo planeta e cumprir seu papel preconizado pelo Codificador: o de agente transformador do planeta.

No entanto, os caminhos da mensagem reformadora foram desviados, ficando impossibilitada de cumprir seu papel pelo despreparo e incompreensão dos homens que dirigiam e que dirigem o Movimento Espírita.

Apesar de nos gabarmos de sermos o maior país espírita do mundo, vemos que a falta de estudo e seriedade nas práticas doutrinárias ameaçam transformar a Doutrina Espírita numa mera religião de aparências, incorporando na vida de seus adeptos, conceitos e práticas totalmente estranhas aos interesses da Codificação.

Mas a lei de evolução, único determinismo da Lei Divina, certamente acabará por mostrar à humanidade, mais uma vez, o caminho, já que a Espiritualidade Maior tem um plano de desenvolvimento para o planeta, como também para todo o Universo.

A caminhada evolutiva da humanidade pode sofrer desvios em seu rumo, devido o livre-arbítrio humano relativo, porém nunca será impedida. Se não foi da forma planejada, será de outra, aproveitando as condições oferecidas pelo momento.

Os desvios ocorrido com o Cristianismo, com a Reforma Protestante e com o Movimento Espírita não impedirão a evolução do planeta, embora a tenha retardado.

Talvez, então, caiba à própria Ciência - (uma vez que as religiões falharam) - através do estudo e comprovação das leis do mundo espiritual, convencer a humanidade da transitoriedade da vida material, dando assim ao ser humano a motivação para sua melhoria moral, levando-o a percorrer o caminho para um mundo melhor, ao Reino dos Céus.


Delmo

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