Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 2 de julho de 2016

Emanuel Swedenborg


Emanuel Swedenborg sempre é citado no mundo espírita como um dos precursores do espiritismo e todo espírita já ouviu ou ouvirá falar dele.

Deve ele ter sido muito frugal, prático e trabalhador; um rapaz enérgico e um velho muito amável. Parece que a vida o converteu numa criatura muito bondosa e venerável.

Era plácido, sereno e sempre disposto à conversação, que não descambava para o psiquismo senão quando queria o seu interlocutor.

O tema dessas conversas era sempre notável, mas ele se afligia com a gagueira que lhe dificultava a pronunciação.

Swedenborg é um desses personagens mais conhecidos de nome do que de fato, ao menos para o vulgo; suas obras muito volumosas, e em geral muito abstratas, não são muito lidas senão pelos eruditos: também a maioria daqueles que dele falam ficaria muito embaraçada para dizer o que ele era

Para uns, foi um grande homem, objeto de uma profunda veneração, sem saber por quê: para os outros, foi um charlatão, um visionário, um taumaturgo.

Como todo homem que professa ideias que não são as de todo o mundo, quando essas ideias, sobretudo, ferem certos preconceitos, ele teve, e tem ainda, seus contraditores, se estes últimos se limitaram a refutá-lo, estavam em seu direito; mas o espírito de partido nada respeita, e as mais nobres qualidades não têm graça diante dele: Swedenborg não poderia ser exceção. Sua doutrina, sem dúvida, deixa muito a desejar: ele mesmo, hoje, está longe de aprová-la em todos os pontos.

Mas, por refutável que seja, não permanecerá menos como um dos homens mais eminentes de seu século.

Passagem da Revista Espírita - Novembro de 1859

1. Foi em Londres, em 1745, que tivestes a primeira revelação; vós a desejastes? Já vos ocupáveis de questões teológicas? - R. Delas me ocupava; mas nunca desejei essa revelação: ela veio espontaneamente.
2. Qual era esse Espírito que vos apareceu, e que vos disse ser Deus, ele mesmo? Era realmente Deus? - R. Não; eu acreditei naquilo que me disse, porque vi nele um ser sobre-humano, e com isso estava lisonjeado.
3. Por que tomou o nome de Deus? - R. Para ser melhor obedecido.
4. Pode Deus se manifestar diretamente aos homens? - R. Certamente, ele poderia, mas não o faz mais.
5. Portanto, ele o fez num tempo? - R. Sim, nas primeiras idades da Terra.
6. Esse Espírito, fazendo escrever coisas que reconheceis hoje como errôneas, fê-lo numa boa ou em má intenção? - R. Não foi com má intenção: ele mesmo se enganou, porque não estava bastante esclarecido; vejo também que as ilusões do meu Espírito o influenciavam apesar dele. Entretanto, no meio de alguns erros de sistema, é fácil reconhecer grandes verdades.
7. O princípio da vossa doutrina repousa sobre as correspondências. Credes sempre nessas relações que encontráveis entre cada coisa material e cada coisa do mundo moral? - R. Não é uma ficção.
8. O que entendíeis por estas palavras: Deus é o próprio homem? - R. Deus não é o homem, mas o homem que é uma imagem de Deus.
9. Quereis, eu vos peço, desenvolver o vosso pensamento? - R. Eu disse que o homem é a imagem de Deus, naquilo que a inteligência, o gênio que ele recebe, algumas vezes, do céu é uma emanação da Onipotência Divina: ele representa Deus na Terra pelo poder que exerce sobre toda a Natureza, e pelas grandes virtudes que está em seu poder adquirir.
10. Devemos considerar o homem como uma parte de Deus? - R. Não, o homem não é uma parte da Divindade: não é senão sua imagem.
11. Poderíeis nos dizer de qual maneira recebíeis as comunicações da parte dos Espíritos, e se escrevestes o que vos foi revelado à maneira de nossos médiuns ou por inspiração? - R. Quando eu estava no silêncio e no recolhimento, meu Espírito estava como arrebatado, em êxtase, e via claramente uma imagem diante de mim que me falava e me ditava o que deveria escrever; minha imaginação, algumas vezes, também nisso se misturou.
12. Que devemos pensar do fato narrado pelo cavaleiro Beylon, a respeito da revelação que fizestes à rainha Louise-Ulrique? - R. Essa revelação é verdadeira. Beylon a desnaturou.
13. Qual é a vossa opinião sobre a Doutrina_Espírita, tal como ela é hoje? - R. Eu vos disse que estais num caminho mais seguro do que o meu, tendo em vista que vossas luzes, em geral, são mais desenvolvidas, eu, tinha que lutar contra mais ignorância e, sobretudo, contra a superstição.

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