Núcleo Espírita Paulo de Tarso Rua Nova Fátima, 151 - Jardim Juá Campo Grande - São Paulo - SP CEP 04688-040 Telefone 11-56940205
Mensagem
"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
terça-feira, 20 de novembro de 2007
CONAN DOYLE E A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO
CONAN DOYLE, cujo nome repercute por todo o mundo, é um dos escritores mais lidos da moderna literatura inglesa. O poder extraordinário de sua imaginação, a comunicabilidade natural do seu estilo, a espontaneidade de suas criações, fizeram dele um escritor universal, admirado e amado por todos os povos. No Brasil, nossa gente o incluiu, há muito, entre os seus ídolos literários. É tanto assim, que ainda agora a Melhoramentos está lançando as obras de Conan Doyle em edições sucessivas, divi¬didas em três linhas de lançamentos: a Série Sherlock Holmes, a
Série Ficção Histórica e a Série Contos e Novelas Fantásticas.
Não se precisaria de mais nada para demonstrar o interêsse do público brasileiro pelas obras de Conan Doyle. Nem de mais nada para se demonstrar a grandeza literária dêsse verdadeiro gigante das letras inglêsas. Não obstante, as três séries acima não abrangem tôda a obra de Conan Doyle. O famoso precursor dos métodos científicos de pesquisa policial foi também um histo¬riador, tendo escrito obras como “The Great Boer War” e “His¬tory of the British Campaign in France and Flanders”. Foi ainda um dos maiores e mais lúcidos escritores espíritas dos últimos tempos, em todo o mundo, revelando admirável compreensão do problema espírita em seu aspecto global, como ciência, filosofia e religião.
Vemos, assim, que há mais duas series de obras — a de história e a de espiritismo — que podem ser consideradas como os afluentes diretos dêste verdadeiro delta literário da vida de Conan Doyle, que é a “História do Espiritismo”.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
A psicografia anunciada tem valor?
Quando se fala da psicografia feita de modo dirigido, na qual a pessoa fornece o nome do falecido para que se avalie e acentue possibilidade de que ele venha a transmitir uma mensagem aos seus familiares devemos nos lembrar de que a espontaneidade no trabalho mediúnico é dos mais belos fatores no intercâmbio entre as duas esferas da vida
Dar-se o nome e os pormenores de um ente querido é o mesmo que evocar. Ao evocar sabemos que o espírito poderá responder ao apelo; mas também sabemos que qualquer espírito poderá se fazer passar por ele em dado instante e transmitir mensagem com qualquer teor, sem qualquer compromisso com a verdade.
Desta forma, podemos dizer que ainda somos dos que preferem a espontaneidade mediúnica e gostamos de lembrar de que poucos são os seres humanos em reais condições para eventuais evocações de seres humanos desprovidos da matéria densa.. Kardec era um deles. Chico Xavier era outro.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Depressões
Estou habituado a ler informações sobre depressão, “o mal do século”, “epidemia” e tantos adjetivos que também cansam. As declarações, as afirmações são tantas, muitas coerentes outras desconexas, outras repetitivas, persistentes e, claro, cansativas.
Pego livros, leio informações na biblioteca mais ampla que o mundo já teve, a Internet, e procuro absorver tudo o que posso, particularmente com o objetivo de levar aos pacientes que atendo e às pessoas com quem converso, as melhores perspectivas, os fatos, as explicações que lhes ajudem para que alcancem a tão desejada cura ou, pelo menos, uma acentuada melhora. Afinal de contas, não é fácil viver com este estigma de depressivo e tampouco é agradável estar nessa situação, pelo que posso entender das conversas, dos diálogos e das experiências vindas da vida de clínico.
Citar que a depressão anda "de mãos dadas" com a ansiedade, é necessário. Também é preciso lembrar qual a conotação ou o sentido real da palavra ansiedade, que leva a entender tratar-se de um certo medo, insegurança com agitação interior, com certa alteração da consciência.
Os livros médicos, no princípio, traziam-me informações preciosas. A leitura não leiga é fundamental para compreender e poder praticar a assistência a quem venha pedir auxílio médico, para um clínico, em casos de depressão. Entretanto, percebo que “existe certa incerteza” dos variados autores que tentam dar diretrizes para os profissionais da área de Saúde quanto à depressão. Digo isso pelo fato de que nem sempre as classificações seguem um padrão único, há variantes que confundem, há bifurcações que podem deixar um pouco sem direção para entender as nuances do quadro clínico que compõe a depressão. O mesmo posso afirmar quanto às explicações referentes aos mecanismos neuro-bioquímicos da depressão (alguém já ouviu falar dos receptores NMDA?).
Que riqueza de detalhes, que lindas explanações sobre as diversas trocas em nível de sinapses ( mas, o quê é isso? ) no impressionante trabalho neuronal! Tudo para explicar como é que acontecem os fenômenos bioquímicos em nosso cérebro que justifiquem, organicamente, em nosso corpo, o surgimento da depressão. Muitas reportagens, muitos artigos científicos, com citações brilhantes de pesquisas científicas, que precisamos compreender, têm importância para a comunidade médica. Mas o leigo não tem precisão dessa riqueza de detalhes com relação à descrição mais detalhada da depressão, pelo menos em nível celular. Além disso, apesar de muitas estruturas celulares já serem realmente visualizadas através da microscopia eletrônica, muitas dessas teorias são fundamentadas em modelos científicos, para que se compreenda o mecanismo dos distúrbios celulares da depressão.
E o que são os “modelos científicos”? Há uma maneira de se entender, buscando definições, como, por exemplo: Um modelo matemático é uma representação ou interpretação simplificada da realidade, ou uma interpretação de um fragmento de um sistema, segundo uma estrutura de conceitos mentais ou experimentais. Percebe-se que as pesquisas são realmente um interessante campo de hipóteses que buscam “esclarecer” de modo abstrato o que é realmente abstrato. Certamente alguns autores, alguns cientistas, poderiam afirmar que as pesquisas, sempre tão sérias, podem demonstrar com clareza que os sistemas apontados como "responsáveis" pelos mecanismos neurais e neuronais são como estão descritos. Eu devo crer que sim! Mas, ao mesmo tempo, fico me perguntando qual a real importância de um paciente "comum" saber dessas coisas tão detalhadas. Para um médico essas informações têm sua necessidade, sem qualquer dúvida, seja ele um clínico ou um psiquiatra, um cardiologista ou um ortopedista. Não só os mecanismos intrínsecos da depressão, como sua relação com outros quadros clínicos, com outras doenças, que possam ter mecanismo similar ou, mesmo, parecido, como são vários processos biológicos no ser humano.
Bem, não é diferente em vários campos da ciência, como a Química Quântica, por exemplo. Afinal, alguém já viu um átomo? Certamente não, mas há uma série de modelos experimentais que “mostram” a estrutura atômica, com certa riqueza de detalhes bem curiosos.
Enfim, nada mais racional, já que não podemos ver, podemos “calcular” como é para tentar explicar logicamente o que não é tangível, o que nem mesmo é visível. E os cálculos são matemáticos, muitas vezes, mas são também verdadeiras extrapolações que “demonstram” modelos adequados às nossas possibilidades de entendimento e compreensão.
Assim, entender depressão em níveis de biologia molecular é literalmente imaginar o que está acontecendo em nosso cérebro de maneira a passear por entre as sinapses que estão liberando serotonina, dopamina, acetil-colina e outros neurotransmissores que circulam por entre elas em pequenas vesículas (bolsinhas supostamente – mais uma vez – redondinhas), num ir e vir incessante que nem mesmo os processadores multi-núcleo produzidos atualmente conseguiriam acompanhar com precisão.
De qualquer maneira, a imaginação permite acompanhar a evolução de processos neuronais que “responderiam” perguntas existentes entre cientistas da área e auxilia a buscar, através de pesquisas, medicamentos que ajudem a tratar os variados estados depressivos que encontramos na atualidade. Só por isso, já temos a possibilidade de “acreditar” que os modelos científicos propõem entendimentos razoáveis, mesmo que de algum modo equivocados, para a melhoria da qualidade de vida de enorme grupo de pessoas que sofrem da depressão na atualidade.
Acredito, então, que a imaginação é recurso de potencial elevado para que e humanidade tenha sucesso na terapêutica de muitas doenças. Não, não se trata de uma crítica irônica à proposta científica da atualidade, nem tampouco de algum grau de desprezo pelo que tem nos auxiliado tanto, no correr de décadas de pesquisas exaustivas, mas de uma constatação óbvia de que precisamos entrar em um plano não visível ou não tangível de entendimento para que possamos nos desprender de dificuldades que nos acompanham desde que estamos habitando o planeta Terra (com “T” maiúsculo, por favor!).
Ainda bem que podemos lançar mão de recursos que nos permitem “ver” de algum modo o que não podemos ver e que este tipo de processo de abstração dá-nos recursos para que desenvolvamos soluções para as diversas dificuldades que temos de enfrentar durante a vida. Na doença depressiva, na depressão, não é diferente. Mas tenho presenciado que as explicações mais habituais vêm nos dando potencial de convencimento diante dos paciente mais refratários às propostas terapêuticas modernas para esta doença.
Um discurso bem elaborado de que a depressão é uma doença genética (e é mesmo!), que existe uma série de fatores orgânicos que, no mínimo, podem colaborar para o surgimento ou para o “disparar” da doença, permite conversar de modo mais racional com a pessoa portadora de depressão, de modo a convencê-la de que é necessário o tratamento com medicamentos, além, é claro de um trabalho terapêutico adicional.
Mas e o depressivo-ansioso, como fica? Tem como identificar um? Tem como identificar-se como depressivo-ansioso? Não, infelizmente não há um exame que possa dizer "você é depressivo-ansioso"! Nenhum exame bioquímico (interessante! mas já não se sabe sobre os mecanismos de neuro-transmissão?). O jeito é conversar, mesmo! É pesquisando, durante um ou mais diálogos, que podemos fechar o diagnóstico. Muitas vezes a pessoa conta a história-diagnóstico, isto é, ela já sintetiza a história que fecha o diagnóstico da depressão-ansiedade. Então, a partir daí é necessário o tratamento. Mas, o portador da depressão-ansiedade tem lá suas dificuldades...
É interessante observar que o depressivo-ansioso tem suas características particulares, de modo geral, que eu gostaria de citar, para entendimento e esclarecimento de uma espécie de “personalidade depressiva”, graças às semelhanças de atitudes, pensamentos e discursos destes pacientes, que conversam conosco, em depoimentos curiosamente semelhantes em alguns aspectos. Um deles é a questão das dificuldades de aceitação do tratamento, observações já publicadas em alguns meios de divulgação, leigas e científicas. a proposta de tratamento envolve aspectos variados, como o processo terapêutico ou psico-terapêutico, os medicamentos e até mesmo a procura do auxílio espiritual, em uma religião que possa levar a pessoa a um certo grau de estabilidade interior.
Há uma espécie de ideal a ser alcançado, como que dizendo (partindo da própria pessoa) que o próprio doente DEVE resolver suas dificuldades, como um compromisso adoecido que, na verdade, pode até mesmo gerar culpa destrutiva e desnecessária. Há, também, uma relativa abominação pelos medicamentos, como se fossem um castigo imposto à pessoa, que afinal de contas, “ nunca teve nada disso antes” e que, certamente, “não precisará disso agora”. É algo estranho para se entender, na verdade, mas eu escuto isso em minha clínica quase diariamente.
Atendendo pacientes e conversando sem compromisso profissional com as pessoas, percebo facilmente que as maiorias das pessoas que passam por processos depressivos não aceitam adequadamente o fato de que precisem tomar medicamentos ou mesmo passar por processo psicoterapêutico, que seriam as bases, o alicerce do tratamento desses problemas psíquicos. Muitas publicações citam essas dificuldades, mas não tive oportunidade de ler ou mesmo de ouvir em alguma citação, uma explanação que permitisse entender a causa dessa indisposição nesse grupo de pessoas.
Ainda com todos os recursos de esclarecimento de que dispomos atualmente, não há compreensão real de que medicamentos, mesmo que fundamentados em hipóteses de modelos científicos, como já dispus anteriormente, possam ser auxiliares prestimosos para quem tenha determinados problemas de saúde. E essa dificuldade não se restringe somente aos pacientes já citados, mas a outras interessantes “classes” de pessoas que apresentem doenças tais como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, artrite reumatóide, asma brônquica, e, provavelmente outras moléstias.
Talvez o mais difícil de orientar em um atendimento ou mesmo em uma conversa, seja o primeiro caso, afinal, quem já não leu ou ouviu dizer que temos, dentro de nós, “o potencial de nos curar”, bastando que “nossa vontade” seja acionada com tal objetivo? Muitas obras informam sobre mecanismos de cura interior, mentalizações, meditações, etc. e tal. Nada contra recursos auxiliares para a busca de equilíbrio, mas convenhamos que não se possa exagerar, para não se deixar conduzir para uma situação difícil de ser resolvida ou revertida, não é mesmo?
Vou tentar me aprofundar um pouco sobre esse assunto. Há uma obra fantástica de Deepak Chopra, que se chama “A cura quântica”; nela o autor expõe a providencial interferência de nossos pensamentos em nosso organismo através da meditação e processos naturais (entenda-se da natureza) que podem chegar, mesmo, a curar casos de câncer em fase terminal. Como referência: Deepak Chopra, indiano radicado nos EUA desde a década de 70, é médico e filósofo de reputação internacional. Já escreveu mais de 35 livros, traduzidos para 35 idiomas, somando mais de 20 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Nem por isso, isento de errar, claro.
Fico me questionando até que ponto podemos interiorizar tais propostas e até que ponto elas podem realmente ajudar a “curar” ou, pelo menos até que ponto podem melhorar a qualidade de vida das pessoas. Há aqui uma situação ambígua. Observemos: há quem aceite bem a proposta de curar-se através da meditação e de recursos terapêuticos “alternativos” e consiga alcançar êxito em suas tentativas; mas também há quem não consiga “curar-se”, será que não? E, nesse caso, como ficam “as cabeças” das pessoas? Não houve êxito, e agora? Podem gerar culpa interior por não conseguir a própria cura?
Na época mais “ativa” de AIDS, cheguei a conversar com pessoas que estavam abandonando o tratamento convencional, para dedicar-se a algum tratamento “espiritual” ou “alternativo”, sem qualquer base lógica, sem qualquer preocupação técnica, somente por crer que o tratamento proposto seria o suficiente para “curar” da doença. Atitude extremada, emotiva, talvez desesperada, tresloucada, não sei bem, mas inadequada, com certeza.
Nenhuma das propostas "mágicas" tem real capacidade de curar ninguém e, mesmo que alguém me diga ter sido curado ou curada por um procedimento desses, fico à espera de que o tempo passe, para poder concluir adequadamente sobre o fato. Se é real, o tempo mostrará a verdade, afinal, meu julgamento poderá ser precipitado. Mas, mesmo diante da ciência, precisamos ter sempre certos cuidados: vemos algumas "linhas de condutas" divergentes em várias especialidades médicas. Por exemplo, trata-se ou não a mulher no período do peri-climatério com terapia de reposição hormonal (TRH)? Há quem diga que sim, há quem diga que não, portanto, temos aí uma dualidade interessante que o tempo tem demonstrado vantagens e desvantagens para a TRH. Sem entrar no mérito da questão, podemos observar o quanto a própria ciência tem para crescer ainda, embora tenha avanços inimagináveis nestes últimos cento e poucos anos, desde o final do século XIX.
Quando se fala, então de alguma proposta "alternativa", o cuidado deve ser redobrado. Sem fanatismos irracionais: a própria fé precisa ser racionalizada, já que sem racionalizar corremos o risco de errar ainda mais. Racionalizando já pode ser difícil! Então a proposta de tratamento para a depressão precisa seguir um "tripé" sensato constituído por terapia medicamentosa, terapia psicoterápica e terapia espiritual. As duas primeiras já deu para entender que é claramente necessário, mas e a segunda, por quê eu a estou citando? Será que minha base conceitual em ciência é tão frágil, que necessito de uma aproximação religiosa para poder apoiar o tratamento da depressão? Bem, é tudo questão de lógica, na verdade.
Não há como contestar a necessidade que cada ser humano tem de ter paz interior. Também não há como contestar que quem sofre de depressão-ansiedade não tem paz interior. A procura desta paz interior pode ser alcançada com o auto-conhecimento, que poderá vir através do processo terapêutico adequado que faça com que o portador do distúrbio depressivo-ansioso possa vir a se conhecer melhor (perdão pela redundância). Mas a espiritualização de quem passa por um processo desses, certamente auxiliará em todo o processo de encaminhamento para o equilíbrio, pois que, sem a aproximação do paciente com propostas adequadas de trabalho para auxiliar a quem mais necessita, de conhecimento de dores mais profundas ou de contato com "algo maior", com segurança, haverá maior dificuldade para que exista um equilíbrio ainda maior em todos os movimentos que o depressivo-ansioso precisa.
A espiritualização, entenda-se, não é simplesmente uma adesão a uma doutrina, não é filiar-se a uma religião, simplesmente por estar "de corpo presente". É bem mais que isso: é uma busca REAL de um potencial interior que lhe retire o véu de dificuldades para a visão não material da Vida e permita observar o real motivo de estar "vivendo", as possibilidades e os potenciais que tem dentro de si para construir algo, ainda que pequeno, para colaborar na transformação da Vida, não só da própria, mas dos demais que o cercam e dos mais distantes, assim como as responsabilidades que tem para com o próprio planeta. Tudo, na espiritualização, leva o ser humano a pensar reconstruindo ou construindo e gera maior consciência pessoal, interpessoal, social e conscencial. Por isso, de nada adiantaria simplesmente estar em um culto, em uma missa, em uma reunião de caráter evangélico ou mesmo filosófico, se não houver a caracterização interior de transformação pessoal no culto interior para gerar um novo ser que permita-se libertar das amarras da falta de perdão para consigo próprio e para com os outros, das mágoas para com a Vida ou para com as doenças que eventualmente venha a ter ou já tenha.
Ou seja, estou falando das questões transcedentais mesmo! Trata-se de um processo de conscientização, de elevação pessoal, que permita libertar-se de algo que impede o crescimento. É um conjunto, como eu disse, um tripé terapêutico que se complementa, que se inter-relaciona e potencializa as chances de equilíbrio e, até mesmo de cura. Ainda que existam propostas variadas para a terapêutica da depressão-ansiedade, as questões técnicas não podem ser abandonadas ou esquecidas, pois espelham pesquisas e esforços de indivíduos de algum modo interessados em providenciar um recurso para a melhora de pessoas que sofrem do "mal do século", embasados na Ciência, nas pesquisas científicas, ou seja, resultado de suor e lágrimas de gente que busca, no conhecimento, embasar o entendimento das doenças e seus processos curativos. Abrir mão disso seria insensatez. Mas não aderir à espiritualização também seria, com certeza!
Pego livros, leio informações na biblioteca mais ampla que o mundo já teve, a Internet, e procuro absorver tudo o que posso, particularmente com o objetivo de levar aos pacientes que atendo e às pessoas com quem converso, as melhores perspectivas, os fatos, as explicações que lhes ajudem para que alcancem a tão desejada cura ou, pelo menos, uma acentuada melhora. Afinal de contas, não é fácil viver com este estigma de depressivo e tampouco é agradável estar nessa situação, pelo que posso entender das conversas, dos diálogos e das experiências vindas da vida de clínico.
Citar que a depressão anda "de mãos dadas" com a ansiedade, é necessário. Também é preciso lembrar qual a conotação ou o sentido real da palavra ansiedade, que leva a entender tratar-se de um certo medo, insegurança com agitação interior, com certa alteração da consciência.
Os livros médicos, no princípio, traziam-me informações preciosas. A leitura não leiga é fundamental para compreender e poder praticar a assistência a quem venha pedir auxílio médico, para um clínico, em casos de depressão. Entretanto, percebo que “existe certa incerteza” dos variados autores que tentam dar diretrizes para os profissionais da área de Saúde quanto à depressão. Digo isso pelo fato de que nem sempre as classificações seguem um padrão único, há variantes que confundem, há bifurcações que podem deixar um pouco sem direção para entender as nuances do quadro clínico que compõe a depressão. O mesmo posso afirmar quanto às explicações referentes aos mecanismos neuro-bioquímicos da depressão (alguém já ouviu falar dos receptores NMDA?).
Que riqueza de detalhes, que lindas explanações sobre as diversas trocas em nível de sinapses ( mas, o quê é isso? ) no impressionante trabalho neuronal! Tudo para explicar como é que acontecem os fenômenos bioquímicos em nosso cérebro que justifiquem, organicamente, em nosso corpo, o surgimento da depressão. Muitas reportagens, muitos artigos científicos, com citações brilhantes de pesquisas científicas, que precisamos compreender, têm importância para a comunidade médica. Mas o leigo não tem precisão dessa riqueza de detalhes com relação à descrição mais detalhada da depressão, pelo menos em nível celular. Além disso, apesar de muitas estruturas celulares já serem realmente visualizadas através da microscopia eletrônica, muitas dessas teorias são fundamentadas em modelos científicos, para que se compreenda o mecanismo dos distúrbios celulares da depressão.
E o que são os “modelos científicos”? Há uma maneira de se entender, buscando definições, como, por exemplo: Um modelo matemático é uma representação ou interpretação simplificada da realidade, ou uma interpretação de um fragmento de um sistema, segundo uma estrutura de conceitos mentais ou experimentais. Percebe-se que as pesquisas são realmente um interessante campo de hipóteses que buscam “esclarecer” de modo abstrato o que é realmente abstrato. Certamente alguns autores, alguns cientistas, poderiam afirmar que as pesquisas, sempre tão sérias, podem demonstrar com clareza que os sistemas apontados como "responsáveis" pelos mecanismos neurais e neuronais são como estão descritos. Eu devo crer que sim! Mas, ao mesmo tempo, fico me perguntando qual a real importância de um paciente "comum" saber dessas coisas tão detalhadas. Para um médico essas informações têm sua necessidade, sem qualquer dúvida, seja ele um clínico ou um psiquiatra, um cardiologista ou um ortopedista. Não só os mecanismos intrínsecos da depressão, como sua relação com outros quadros clínicos, com outras doenças, que possam ter mecanismo similar ou, mesmo, parecido, como são vários processos biológicos no ser humano.
Bem, não é diferente em vários campos da ciência, como a Química Quântica, por exemplo. Afinal, alguém já viu um átomo? Certamente não, mas há uma série de modelos experimentais que “mostram” a estrutura atômica, com certa riqueza de detalhes bem curiosos.
Enfim, nada mais racional, já que não podemos ver, podemos “calcular” como é para tentar explicar logicamente o que não é tangível, o que nem mesmo é visível. E os cálculos são matemáticos, muitas vezes, mas são também verdadeiras extrapolações que “demonstram” modelos adequados às nossas possibilidades de entendimento e compreensão.
Assim, entender depressão em níveis de biologia molecular é literalmente imaginar o que está acontecendo em nosso cérebro de maneira a passear por entre as sinapses que estão liberando serotonina, dopamina, acetil-colina e outros neurotransmissores que circulam por entre elas em pequenas vesículas (bolsinhas supostamente – mais uma vez – redondinhas), num ir e vir incessante que nem mesmo os processadores multi-núcleo produzidos atualmente conseguiriam acompanhar com precisão.
De qualquer maneira, a imaginação permite acompanhar a evolução de processos neuronais que “responderiam” perguntas existentes entre cientistas da área e auxilia a buscar, através de pesquisas, medicamentos que ajudem a tratar os variados estados depressivos que encontramos na atualidade. Só por isso, já temos a possibilidade de “acreditar” que os modelos científicos propõem entendimentos razoáveis, mesmo que de algum modo equivocados, para a melhoria da qualidade de vida de enorme grupo de pessoas que sofrem da depressão na atualidade.
Acredito, então, que a imaginação é recurso de potencial elevado para que e humanidade tenha sucesso na terapêutica de muitas doenças. Não, não se trata de uma crítica irônica à proposta científica da atualidade, nem tampouco de algum grau de desprezo pelo que tem nos auxiliado tanto, no correr de décadas de pesquisas exaustivas, mas de uma constatação óbvia de que precisamos entrar em um plano não visível ou não tangível de entendimento para que possamos nos desprender de dificuldades que nos acompanham desde que estamos habitando o planeta Terra (com “T” maiúsculo, por favor!).
Ainda bem que podemos lançar mão de recursos que nos permitem “ver” de algum modo o que não podemos ver e que este tipo de processo de abstração dá-nos recursos para que desenvolvamos soluções para as diversas dificuldades que temos de enfrentar durante a vida. Na doença depressiva, na depressão, não é diferente. Mas tenho presenciado que as explicações mais habituais vêm nos dando potencial de convencimento diante dos paciente mais refratários às propostas terapêuticas modernas para esta doença.
Um discurso bem elaborado de que a depressão é uma doença genética (e é mesmo!), que existe uma série de fatores orgânicos que, no mínimo, podem colaborar para o surgimento ou para o “disparar” da doença, permite conversar de modo mais racional com a pessoa portadora de depressão, de modo a convencê-la de que é necessário o tratamento com medicamentos, além, é claro de um trabalho terapêutico adicional.
Mas e o depressivo-ansioso, como fica? Tem como identificar um? Tem como identificar-se como depressivo-ansioso? Não, infelizmente não há um exame que possa dizer "você é depressivo-ansioso"! Nenhum exame bioquímico (interessante! mas já não se sabe sobre os mecanismos de neuro-transmissão?). O jeito é conversar, mesmo! É pesquisando, durante um ou mais diálogos, que podemos fechar o diagnóstico. Muitas vezes a pessoa conta a história-diagnóstico, isto é, ela já sintetiza a história que fecha o diagnóstico da depressão-ansiedade. Então, a partir daí é necessário o tratamento. Mas, o portador da depressão-ansiedade tem lá suas dificuldades...
É interessante observar que o depressivo-ansioso tem suas características particulares, de modo geral, que eu gostaria de citar, para entendimento e esclarecimento de uma espécie de “personalidade depressiva”, graças às semelhanças de atitudes, pensamentos e discursos destes pacientes, que conversam conosco, em depoimentos curiosamente semelhantes em alguns aspectos. Um deles é a questão das dificuldades de aceitação do tratamento, observações já publicadas em alguns meios de divulgação, leigas e científicas. a proposta de tratamento envolve aspectos variados, como o processo terapêutico ou psico-terapêutico, os medicamentos e até mesmo a procura do auxílio espiritual, em uma religião que possa levar a pessoa a um certo grau de estabilidade interior.
Há uma espécie de ideal a ser alcançado, como que dizendo (partindo da própria pessoa) que o próprio doente DEVE resolver suas dificuldades, como um compromisso adoecido que, na verdade, pode até mesmo gerar culpa destrutiva e desnecessária. Há, também, uma relativa abominação pelos medicamentos, como se fossem um castigo imposto à pessoa, que afinal de contas, “ nunca teve nada disso antes” e que, certamente, “não precisará disso agora”. É algo estranho para se entender, na verdade, mas eu escuto isso em minha clínica quase diariamente.
Atendendo pacientes e conversando sem compromisso profissional com as pessoas, percebo facilmente que as maiorias das pessoas que passam por processos depressivos não aceitam adequadamente o fato de que precisem tomar medicamentos ou mesmo passar por processo psicoterapêutico, que seriam as bases, o alicerce do tratamento desses problemas psíquicos. Muitas publicações citam essas dificuldades, mas não tive oportunidade de ler ou mesmo de ouvir em alguma citação, uma explanação que permitisse entender a causa dessa indisposição nesse grupo de pessoas.
Ainda com todos os recursos de esclarecimento de que dispomos atualmente, não há compreensão real de que medicamentos, mesmo que fundamentados em hipóteses de modelos científicos, como já dispus anteriormente, possam ser auxiliares prestimosos para quem tenha determinados problemas de saúde. E essa dificuldade não se restringe somente aos pacientes já citados, mas a outras interessantes “classes” de pessoas que apresentem doenças tais como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, artrite reumatóide, asma brônquica, e, provavelmente outras moléstias.
Talvez o mais difícil de orientar em um atendimento ou mesmo em uma conversa, seja o primeiro caso, afinal, quem já não leu ou ouviu dizer que temos, dentro de nós, “o potencial de nos curar”, bastando que “nossa vontade” seja acionada com tal objetivo? Muitas obras informam sobre mecanismos de cura interior, mentalizações, meditações, etc. e tal. Nada contra recursos auxiliares para a busca de equilíbrio, mas convenhamos que não se possa exagerar, para não se deixar conduzir para uma situação difícil de ser resolvida ou revertida, não é mesmo?
Vou tentar me aprofundar um pouco sobre esse assunto. Há uma obra fantástica de Deepak Chopra, que se chama “A cura quântica”; nela o autor expõe a providencial interferência de nossos pensamentos em nosso organismo através da meditação e processos naturais (entenda-se da natureza) que podem chegar, mesmo, a curar casos de câncer em fase terminal. Como referência: Deepak Chopra, indiano radicado nos EUA desde a década de 70, é médico e filósofo de reputação internacional. Já escreveu mais de 35 livros, traduzidos para 35 idiomas, somando mais de 20 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Nem por isso, isento de errar, claro.
Fico me questionando até que ponto podemos interiorizar tais propostas e até que ponto elas podem realmente ajudar a “curar” ou, pelo menos até que ponto podem melhorar a qualidade de vida das pessoas. Há aqui uma situação ambígua. Observemos: há quem aceite bem a proposta de curar-se através da meditação e de recursos terapêuticos “alternativos” e consiga alcançar êxito em suas tentativas; mas também há quem não consiga “curar-se”, será que não? E, nesse caso, como ficam “as cabeças” das pessoas? Não houve êxito, e agora? Podem gerar culpa interior por não conseguir a própria cura?
Na época mais “ativa” de AIDS, cheguei a conversar com pessoas que estavam abandonando o tratamento convencional, para dedicar-se a algum tratamento “espiritual” ou “alternativo”, sem qualquer base lógica, sem qualquer preocupação técnica, somente por crer que o tratamento proposto seria o suficiente para “curar” da doença. Atitude extremada, emotiva, talvez desesperada, tresloucada, não sei bem, mas inadequada, com certeza.
Nenhuma das propostas "mágicas" tem real capacidade de curar ninguém e, mesmo que alguém me diga ter sido curado ou curada por um procedimento desses, fico à espera de que o tempo passe, para poder concluir adequadamente sobre o fato. Se é real, o tempo mostrará a verdade, afinal, meu julgamento poderá ser precipitado. Mas, mesmo diante da ciência, precisamos ter sempre certos cuidados: vemos algumas "linhas de condutas" divergentes em várias especialidades médicas. Por exemplo, trata-se ou não a mulher no período do peri-climatério com terapia de reposição hormonal (TRH)? Há quem diga que sim, há quem diga que não, portanto, temos aí uma dualidade interessante que o tempo tem demonstrado vantagens e desvantagens para a TRH. Sem entrar no mérito da questão, podemos observar o quanto a própria ciência tem para crescer ainda, embora tenha avanços inimagináveis nestes últimos cento e poucos anos, desde o final do século XIX.
Quando se fala, então de alguma proposta "alternativa", o cuidado deve ser redobrado. Sem fanatismos irracionais: a própria fé precisa ser racionalizada, já que sem racionalizar corremos o risco de errar ainda mais. Racionalizando já pode ser difícil! Então a proposta de tratamento para a depressão precisa seguir um "tripé" sensato constituído por terapia medicamentosa, terapia psicoterápica e terapia espiritual. As duas primeiras já deu para entender que é claramente necessário, mas e a segunda, por quê eu a estou citando? Será que minha base conceitual em ciência é tão frágil, que necessito de uma aproximação religiosa para poder apoiar o tratamento da depressão? Bem, é tudo questão de lógica, na verdade.
Não há como contestar a necessidade que cada ser humano tem de ter paz interior. Também não há como contestar que quem sofre de depressão-ansiedade não tem paz interior. A procura desta paz interior pode ser alcançada com o auto-conhecimento, que poderá vir através do processo terapêutico adequado que faça com que o portador do distúrbio depressivo-ansioso possa vir a se conhecer melhor (perdão pela redundância). Mas a espiritualização de quem passa por um processo desses, certamente auxiliará em todo o processo de encaminhamento para o equilíbrio, pois que, sem a aproximação do paciente com propostas adequadas de trabalho para auxiliar a quem mais necessita, de conhecimento de dores mais profundas ou de contato com "algo maior", com segurança, haverá maior dificuldade para que exista um equilíbrio ainda maior em todos os movimentos que o depressivo-ansioso precisa.
A espiritualização, entenda-se, não é simplesmente uma adesão a uma doutrina, não é filiar-se a uma religião, simplesmente por estar "de corpo presente". É bem mais que isso: é uma busca REAL de um potencial interior que lhe retire o véu de dificuldades para a visão não material da Vida e permita observar o real motivo de estar "vivendo", as possibilidades e os potenciais que tem dentro de si para construir algo, ainda que pequeno, para colaborar na transformação da Vida, não só da própria, mas dos demais que o cercam e dos mais distantes, assim como as responsabilidades que tem para com o próprio planeta. Tudo, na espiritualização, leva o ser humano a pensar reconstruindo ou construindo e gera maior consciência pessoal, interpessoal, social e conscencial. Por isso, de nada adiantaria simplesmente estar em um culto, em uma missa, em uma reunião de caráter evangélico ou mesmo filosófico, se não houver a caracterização interior de transformação pessoal no culto interior para gerar um novo ser que permita-se libertar das amarras da falta de perdão para consigo próprio e para com os outros, das mágoas para com a Vida ou para com as doenças que eventualmente venha a ter ou já tenha.
Ou seja, estou falando das questões transcedentais mesmo! Trata-se de um processo de conscientização, de elevação pessoal, que permita libertar-se de algo que impede o crescimento. É um conjunto, como eu disse, um tripé terapêutico que se complementa, que se inter-relaciona e potencializa as chances de equilíbrio e, até mesmo de cura. Ainda que existam propostas variadas para a terapêutica da depressão-ansiedade, as questões técnicas não podem ser abandonadas ou esquecidas, pois espelham pesquisas e esforços de indivíduos de algum modo interessados em providenciar um recurso para a melhora de pessoas que sofrem do "mal do século", embasados na Ciência, nas pesquisas científicas, ou seja, resultado de suor e lágrimas de gente que busca, no conhecimento, embasar o entendimento das doenças e seus processos curativos. Abrir mão disso seria insensatez. Mas não aderir à espiritualização também seria, com certeza!
sábado, 22 de setembro de 2007
Das manifestações mediúnicas
Médiuns todos somos e isto é muito claro na Obra da Codificação Espírita.
Alguns "mais médiuns" outros "menos médiuns", isto é, alguns com compromissos mais intensos que outros, mas todos temos nossas intuições e percepções que nos fazem entrar em contato com a realidade que convive conosco em paralelo - e não se trata de imaginação, mas de fato - seja através da sensibilidade com relação à presença dos Espíritos errantes (desencarnados), seja através de sonhos, de visões, de mensagens transmitidas pela voz (quantas vezes a pessoa não se dá conta de ter falado mais do que havia planejado?) e outras variadas formas de contato com este mundo invisível, que para muitos é maravilhoso e para outros é parte comum da vida, sem nada de extraordinário.
Haveria algum mecanismo que nos desse a condição de "controlar" a vertente das manifestações relacionadas com a mediunidade, quer dizer, uma forma de não ficarmos expostos aos desequilíbrios em função de contatos que nos deixassem algumas vezes em situações complicadas e até mesmo vexatórias? Sim, pois que, para muitas pessoas as manifestações acontecem de modo "inesperado" e as deixam sem defesa.
Pessoas "conversando" sozinhas, tendo incorporações na rua, no trabalho, com compulsões para escrever, para falar indevidamente, enfim, que não conseguem, realmente, evitar as manifestações mediúnicas e acabam por entrar em desequilíbrio seja pelo medo, seja pela vaidade (sim, há quem goste de ter esses "poderes especiais") ou outro fator qualquer. Vivem em estado de alerta - estresse contínuo - pois a mediunidade pode entrar em vigor a qualquer momento e não sabem como "cortar" a aproximação das Entidades Espirituais.
Pois bem, há sim recursos para debelar o desequilíbrio que nasce por conta de uma mediunidade. Trata-se de uma pequena série de atitudes que o médium precisa tomar para aprender a se proteger e a educar sua mediunidade para que ela venha a se manifestar adequadamente, em conformidade com as reais necessidades que o trabalho espiritual impõe. Vamos ver:
Médium, leia sobre a mediunidade, estude a mediunidade: o Livro dos Médiuns é o grande "manual do usuário" do médium. É nele que encontramos toda a base para que a mediunidade transcorra em paz produtiva.
Médium, pratique a mediunidade em ambiente apropriado: um Centro Espírita, onde você terá recursos mais apropriados, em grupo vibrando em prece, gerando uma espécie de "escudo protetor", por conta da força do pensamento coletivo voltado a Jesus e não será tão esposto às dificuldades que a vida cotidiana impõe, graças aos desequilíbrios habituais dos ambientes onde convivemos e vivemos.
Médium, procure tem bons pensamentos, boas palavras e boas atitudes. São a essência para a restauração do equilíbrio interior e para o controle da aproximação de Entidades Espirituais: lembre-se de que a sintonia é muito importante no intercâmbio entre os seres humanos, nós temos aproximação com aqueles com quem temos afinidade de pensamentos e de ideaism portanto gerar bons pensamentos é trazer para perto de si Espíritos que pensam de maneira semelhante.
Essa, certamente, é a base. Podemos acrescentar mais detalhes, mas se fizermos o mínimo que está descrito aqui, aliados à nossa vontade sincera de servir na Seara de Jesus, sem interesses pessoais, estaremos nos preparando adequadamente para o ministériio mediúnico equilibrado e saudável.
Alguns "mais médiuns" outros "menos médiuns", isto é, alguns com compromissos mais intensos que outros, mas todos temos nossas intuições e percepções que nos fazem entrar em contato com a realidade que convive conosco em paralelo - e não se trata de imaginação, mas de fato - seja através da sensibilidade com relação à presença dos Espíritos errantes (desencarnados), seja através de sonhos, de visões, de mensagens transmitidas pela voz (quantas vezes a pessoa não se dá conta de ter falado mais do que havia planejado?) e outras variadas formas de contato com este mundo invisível, que para muitos é maravilhoso e para outros é parte comum da vida, sem nada de extraordinário.
Haveria algum mecanismo que nos desse a condição de "controlar" a vertente das manifestações relacionadas com a mediunidade, quer dizer, uma forma de não ficarmos expostos aos desequilíbrios em função de contatos que nos deixassem algumas vezes em situações complicadas e até mesmo vexatórias? Sim, pois que, para muitas pessoas as manifestações acontecem de modo "inesperado" e as deixam sem defesa.
Pessoas "conversando" sozinhas, tendo incorporações na rua, no trabalho, com compulsões para escrever, para falar indevidamente, enfim, que não conseguem, realmente, evitar as manifestações mediúnicas e acabam por entrar em desequilíbrio seja pelo medo, seja pela vaidade (sim, há quem goste de ter esses "poderes especiais") ou outro fator qualquer. Vivem em estado de alerta - estresse contínuo - pois a mediunidade pode entrar em vigor a qualquer momento e não sabem como "cortar" a aproximação das Entidades Espirituais.
Pois bem, há sim recursos para debelar o desequilíbrio que nasce por conta de uma mediunidade. Trata-se de uma pequena série de atitudes que o médium precisa tomar para aprender a se proteger e a educar sua mediunidade para que ela venha a se manifestar adequadamente, em conformidade com as reais necessidades que o trabalho espiritual impõe. Vamos ver:
Médium, leia sobre a mediunidade, estude a mediunidade: o Livro dos Médiuns é o grande "manual do usuário" do médium. É nele que encontramos toda a base para que a mediunidade transcorra em paz produtiva.
Médium, pratique a mediunidade em ambiente apropriado: um Centro Espírita, onde você terá recursos mais apropriados, em grupo vibrando em prece, gerando uma espécie de "escudo protetor", por conta da força do pensamento coletivo voltado a Jesus e não será tão esposto às dificuldades que a vida cotidiana impõe, graças aos desequilíbrios habituais dos ambientes onde convivemos e vivemos.
Médium, procure tem bons pensamentos, boas palavras e boas atitudes. São a essência para a restauração do equilíbrio interior e para o controle da aproximação de Entidades Espirituais: lembre-se de que a sintonia é muito importante no intercâmbio entre os seres humanos, nós temos aproximação com aqueles com quem temos afinidade de pensamentos e de ideaism portanto gerar bons pensamentos é trazer para perto de si Espíritos que pensam de maneira semelhante.
Essa, certamente, é a base. Podemos acrescentar mais detalhes, mas se fizermos o mínimo que está descrito aqui, aliados à nossa vontade sincera de servir na Seara de Jesus, sem interesses pessoais, estaremos nos preparando adequadamente para o ministériio mediúnico equilibrado e saudável.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Membros Fantasma(s)
A neuro-ciência atual vem avançando profundamente em descobertas das mais variadas com relação à compreensão do cérebro em suas funções de modo bastante amplo, suscitando o entendimento da neuro-fisiologia e das possibilidades de se obter maior êxito nas aplicações terapêuticas recuperadoras ou paliativas para as doenças psiquiátricas e neurológicas.
Traça as diretrizes de um novo rumo para as ciências e particularmente para a medicina, que terá, sem qualquer dúvida, perspectivas mais avançadas para seu trabalho de recuperação e controle de doentes e doenças.
Os pesquisadores têm recursos técnicos não imagináveis até há poucos anos para que se possa entender a dinâmica do cérebro e suas inumeráveis responsabilidades diante da vida humana e também utilizam recursos simples através da imaginação de processo criativo que os cientistas podem lançar mão para entender melhor o cérebro humano.
Desde a década de 1990 para cá, tem ocorrido uma profunda marca geradora de uma transformação científica certamente inigualável para a humanidade nos próximos séculos. Não se sabe ao certo até quando as descobertas acontecerão, mas que acontecerão, não há qualquer dúvida. Parece-me que a espiral da descoberta científica é prolongada e já vem se desdobrando desde o final do século XIX.
“As pesquisas referentes ao entendimento de como acontece o fenômeno dos membros fantasmas também aguça a curiosidade dos neuro-cientistas mais eminentes e importantes da atualidade.
Conhecida pela alcunha de “membro fantasma”, um termo criado pelo neurologista americano Weir Mitchell para descrever sintomas de soldados mutilados durante a Guerra Civil Americana, a impressão da contínua presença de uma parte do corpo que não existe mais, acompanhada ou não de dor, não se limita a braços e pernas.
Na literatura médica existem relatos dessas sensações em pacientes que sofreram a perda de seios, dentes, genitais e mesmo órgãos internos. Dores menstruais ou contrações semelhantes ao trabalho de parto, por exemplo, foram descritas em mulheres que sofreram remoção completa do útero. Há ainda o caso de um paciente que, durante intermitentes episódios de angina cardíaca, queixava-se da irradiação da dor para o braço esquerdo, amputado anos atrás.
Mas como é sentir a presença de um membro fantasma? A sensação mais mencionada por pacientes é a de “formigamento difuso”, que “reconstrói” toda a extensão do membro amputado. O grau de detalhe anatômico experimentado pelo paciente só pode ser definido como a memória táctil, que, por ser tão detalhada e persistente, confunde e aterroriza continuamente sua vítima.
Normalmente, uma impressão táctil semelhante à experimentada por esses pacientes pode ser simulada durante episódios de isquemia temporária. Tal estado transiente pode surgir, por exemplo, alguns minutos após ficarmos em posição incômoda. Se sentarmos sobre uma das pernas até que ela “adormeça”, ou usamos um manguito de pressão para bloquear o fluxo sanguíneo do antebraço por alguns segundos, a sensação de formigamento extremo e desconforto agudo que experimentamos logo depois de mudarmos de postura (ou após a remoção do manguito) é muito semelhante à experimentada por pacientes amputados. A principal diferença, entretanto, é que enquanto no primeiro caso o desconforto desaparece em alguns minutos, em pacientes tomados pela dor do membro fantasma essa sensação pode permanecer ativa por anos.
Além desse formigamento, pacientes frequentemente relatam movimentos complexos, bem como a gradual mudança de forma de seus membros fantasmas. Não raramente, enfermeiros e médicos são acordados no meio da noite por pacientes amputados ou com lesões da medula espinhal que alegam, aos gritos, que suas pernas inexistentes ou paralisadas estão “tentando sair da cama por si próprias para caminhar ao redor do quarto”.
Mais desafortunados, um terço dessas pessoas relatam que seus membros invisíveis permanecem continuamente paralisados, geralmente em condições inusitadas (“imerso num cubo de gelo”, ou “envolto num bloco de concreto”), ou em posições nunca experimentadas na vida real. Braços invisíveis retorcidos em espiral, ou flexionados atrás das costas, continuamente doloridos, levam muitos desses pacientes ao desespero. Para se ter uma idéia da aflição causada por tais condições, basta tentar assumir uma dessas posturas (por exemplo, contorcer o braço e mantê-lo trás do pescoço). Passados alguns instantes, o incômodo nos obriga a abandonar tal postura. Novamente, a diferença entre qualquer um de nós e os pacientes que sofrem com membros fantasmas é a impossibilidade desses últimos de alterar a posição torturante.
Com o tempo, para maioria dos pacientes, o membro fantasma diminui de tamanho, um fenômeno denominado telescopia. É comum a existência de sensações adicionais – como a presença de um anel, sapato, ou mesmo de uma antiga proteção de gesso, usada pelo paciente para se recuperar de uma fratura.
A experiência de conviver com um membro fantasma nunca é prazerosa. Na realidade, mais de 70% dos pacientes que vivem essa ilusão sofrem de algum tipo de dor na primeira semana depois da amputação. Quase 65% das pessoas ainda experimentam dores seis meses depois da remoção cirúrgica do membro. Pior: quase 60% relatam sentir algum tipo de dor até dois anos depois da perda do membro. Uma fração ínfima dos pacientes que sofrem dores-fantasma consegue encontrar alívio com quaisquer das mais de 50 terapias já propostas na literatura médica.
Em muitos casos, o incômodo sentido por esses pacientes nada mais é do que a persistência do quadro de dor causado pela patologia que determinou a extirpação do membro. Esse fato foi observado em entrevistas com pacientes amputados: a dor severa no membro antes de ele ser retirado apareceu como o maior fator de risco para a ocorrência de dor fantasma após a amputação. Vítimas de fraturas graves, úlceras e queimaduras profundas ou gangrena tendem a reviver a dor que as acometeu antes da cirurgia. É como se a memória táctil dolorosa pregressa se preservasse no cérebro mesmo depois da eliminação da fonte corpórea que a gerou.
Recentes estudos sugerem que mesmo crianças nascidas sem pernas ou braços podem sofrer com sensações fantasmas originadas em partes dos seus corpos que jamais existiram. Apesar do espanto que tais achados ainda causam, essas descrições não são novidade, quer na literatura médica, quer na mitologia ou no folclore popular: nos últimos 600 anos o fenômeno do membro fantasma foi descrito em detalhes inúmeras vezes.”
Todo este trecho foi escrito pelo médico Dr. Miguel Nicolelis (O médico paulistano Miguel Nicolelis se formou na Universidade de São Paulo e hoje lidera um grupo de pesquisadores na Universidade Duke (EUA) que está na vanguarda das tentativas de integrar o cérebro humano com as máquinas. Também lidera o projeto do Instituto Internacional de Neuro-ciência em Natal (RN)).
O que chama atenção neste trecho é a riqueza de informações de natureza técnica em linguagem simples e clara, sem “voltas”. Mas tenho a sensação de que “falta alguma coisa”... Observe bem o último parágrafo, onde ele afirma que crianças nascidas sem as pernas ou os braços têm sensações fantasmas. Como poderíamos entender que alguém sente algo a partir de uma estrutura que não existiu? Como compreender tal fato? As explicações científicas vão dando asas à imaginação, procurando "entender" o mecanismo de funcionamento do cérebro, de modo a responsabilizá-lo por todas as sensações e sensibilidades que podermos ter. O que escapa do cérebro, escapa da capacidade de entendimento da ciência. Nem de longe pode-se atribuir a outra estrutura qualquer as nossas propriedades sensitivas, as nossas capacidades de "sentir" o próprio corpo.
Como pode uma criança que nunca teve um membro fantasma, senti-lo? Qual o mecanismo que faculta a alguém que nunca teve a experiência da dor no membro inexistente para senti-lo? O cérebro não o tem registrado em suas experiências como sucede para alguém que teve um membro, por exemplo, amputado após alguns anos, ou mesmo, alguns segundos de convívio em um corpo humano. Tanto faz o tempo de convívio com o membro ou com o órgão, a pessoa teve contato com ele, teve "domínio" sobre ele, mas, no caso de que nasceu sem o órgão ou sem o membro, essa realidade não se aplica.
Este fato chama atenção sobre algo diferente, que foge do padrão de entendimento para as situações anteriormente descritas, pelo menos de acordo com os conceitos científicos habituais. Só é possível entender corretamente essas circunstâncias através da Doutrina Espírita.
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, trouxe-nos a conceituação da estrutura real do Ser vivo, que antecede à vida na Terra, como ser encarnado, que é constituído por uma estrutura singular.
São três estruturas que formam o Ser Humano: o períspirito, estrutura semi-material que une o Espírito incorpóreo ao organismo físico corpóreo material, como uma "liga", um "amálgama" intermediário, que precede a estrutura orgânica material, de modo a servir, inclusive, como uma "fôrma", um "modelo" que gerará a estrutura humana do Espírito encarnado, Alma, que terá sua experiência corpórea, sua vivência física.
Assim, compreende-se que, se há uma estrutura geradora da forma humana, ela tem, em seu contexto, as formas que servem de padrão para o formato humano em sua apresentação habitual na Terra. Tem, então, cabeça, troco e membros, com as estruturas todas similares àquelas que todos nós temos e dará potencialidade para que se concretize o corpo humano em seu processo reencarnatório.
Esta mesma estrutura, tem guardadas todas as lembranças das experiências vivenciadas no decorrer das vidas que cada Espírito tem durante sua existência desde que se entenda como Ser criado por Deus. Estas lembranças devem nos fazer entender como uma criança que nunca teve um braço em uma determinada reencarnação, pode senti-lo como se já o tivesse tido anteriormente: ela "lembra" de ter tido o braço em outra vida, certamente, e tem esta estrutura em seu perispírito, como qualquer pessoa a tem, independentemente de ter agora ou não.
Aí está a razão para que alguém sinta um braço que não tem mais. Não reside apenas nas conexões neuronais de uma mesma vida na qual se teve este braço, mas reside no seu perispírito que guarda consigo as mesmas potencialidades estruturais que teria preparadas para qualquer encarnação. Se, por qualquer motivo que seja, a pessoa está encarnada sem o referido braço, é por motivo ligado à lei de ação e reação. Entretanto, de vemos lembrar que a pessoa tem registrado no perispírito a matriz (perispiritual) do braço, o que mantém as eventuais sensações referentes a este membro.
Traça as diretrizes de um novo rumo para as ciências e particularmente para a medicina, que terá, sem qualquer dúvida, perspectivas mais avançadas para seu trabalho de recuperação e controle de doentes e doenças.
Os pesquisadores têm recursos técnicos não imagináveis até há poucos anos para que se possa entender a dinâmica do cérebro e suas inumeráveis responsabilidades diante da vida humana e também utilizam recursos simples através da imaginação de processo criativo que os cientistas podem lançar mão para entender melhor o cérebro humano.
Desde a década de 1990 para cá, tem ocorrido uma profunda marca geradora de uma transformação científica certamente inigualável para a humanidade nos próximos séculos. Não se sabe ao certo até quando as descobertas acontecerão, mas que acontecerão, não há qualquer dúvida. Parece-me que a espiral da descoberta científica é prolongada e já vem se desdobrando desde o final do século XIX.
“As pesquisas referentes ao entendimento de como acontece o fenômeno dos membros fantasmas também aguça a curiosidade dos neuro-cientistas mais eminentes e importantes da atualidade.
Conhecida pela alcunha de “membro fantasma”, um termo criado pelo neurologista americano Weir Mitchell para descrever sintomas de soldados mutilados durante a Guerra Civil Americana, a impressão da contínua presença de uma parte do corpo que não existe mais, acompanhada ou não de dor, não se limita a braços e pernas.
Na literatura médica existem relatos dessas sensações em pacientes que sofreram a perda de seios, dentes, genitais e mesmo órgãos internos. Dores menstruais ou contrações semelhantes ao trabalho de parto, por exemplo, foram descritas em mulheres que sofreram remoção completa do útero. Há ainda o caso de um paciente que, durante intermitentes episódios de angina cardíaca, queixava-se da irradiação da dor para o braço esquerdo, amputado anos atrás.
Mas como é sentir a presença de um membro fantasma? A sensação mais mencionada por pacientes é a de “formigamento difuso”, que “reconstrói” toda a extensão do membro amputado. O grau de detalhe anatômico experimentado pelo paciente só pode ser definido como a memória táctil, que, por ser tão detalhada e persistente, confunde e aterroriza continuamente sua vítima.
Normalmente, uma impressão táctil semelhante à experimentada por esses pacientes pode ser simulada durante episódios de isquemia temporária. Tal estado transiente pode surgir, por exemplo, alguns minutos após ficarmos em posição incômoda. Se sentarmos sobre uma das pernas até que ela “adormeça”, ou usamos um manguito de pressão para bloquear o fluxo sanguíneo do antebraço por alguns segundos, a sensação de formigamento extremo e desconforto agudo que experimentamos logo depois de mudarmos de postura (ou após a remoção do manguito) é muito semelhante à experimentada por pacientes amputados. A principal diferença, entretanto, é que enquanto no primeiro caso o desconforto desaparece em alguns minutos, em pacientes tomados pela dor do membro fantasma essa sensação pode permanecer ativa por anos.
Além desse formigamento, pacientes frequentemente relatam movimentos complexos, bem como a gradual mudança de forma de seus membros fantasmas. Não raramente, enfermeiros e médicos são acordados no meio da noite por pacientes amputados ou com lesões da medula espinhal que alegam, aos gritos, que suas pernas inexistentes ou paralisadas estão “tentando sair da cama por si próprias para caminhar ao redor do quarto”.
Mais desafortunados, um terço dessas pessoas relatam que seus membros invisíveis permanecem continuamente paralisados, geralmente em condições inusitadas (“imerso num cubo de gelo”, ou “envolto num bloco de concreto”), ou em posições nunca experimentadas na vida real. Braços invisíveis retorcidos em espiral, ou flexionados atrás das costas, continuamente doloridos, levam muitos desses pacientes ao desespero. Para se ter uma idéia da aflição causada por tais condições, basta tentar assumir uma dessas posturas (por exemplo, contorcer o braço e mantê-lo trás do pescoço). Passados alguns instantes, o incômodo nos obriga a abandonar tal postura. Novamente, a diferença entre qualquer um de nós e os pacientes que sofrem com membros fantasmas é a impossibilidade desses últimos de alterar a posição torturante.
Com o tempo, para maioria dos pacientes, o membro fantasma diminui de tamanho, um fenômeno denominado telescopia. É comum a existência de sensações adicionais – como a presença de um anel, sapato, ou mesmo de uma antiga proteção de gesso, usada pelo paciente para se recuperar de uma fratura.
A experiência de conviver com um membro fantasma nunca é prazerosa. Na realidade, mais de 70% dos pacientes que vivem essa ilusão sofrem de algum tipo de dor na primeira semana depois da amputação. Quase 65% das pessoas ainda experimentam dores seis meses depois da remoção cirúrgica do membro. Pior: quase 60% relatam sentir algum tipo de dor até dois anos depois da perda do membro. Uma fração ínfima dos pacientes que sofrem dores-fantasma consegue encontrar alívio com quaisquer das mais de 50 terapias já propostas na literatura médica.
Em muitos casos, o incômodo sentido por esses pacientes nada mais é do que a persistência do quadro de dor causado pela patologia que determinou a extirpação do membro. Esse fato foi observado em entrevistas com pacientes amputados: a dor severa no membro antes de ele ser retirado apareceu como o maior fator de risco para a ocorrência de dor fantasma após a amputação. Vítimas de fraturas graves, úlceras e queimaduras profundas ou gangrena tendem a reviver a dor que as acometeu antes da cirurgia. É como se a memória táctil dolorosa pregressa se preservasse no cérebro mesmo depois da eliminação da fonte corpórea que a gerou.
Recentes estudos sugerem que mesmo crianças nascidas sem pernas ou braços podem sofrer com sensações fantasmas originadas em partes dos seus corpos que jamais existiram. Apesar do espanto que tais achados ainda causam, essas descrições não são novidade, quer na literatura médica, quer na mitologia ou no folclore popular: nos últimos 600 anos o fenômeno do membro fantasma foi descrito em detalhes inúmeras vezes.”
Todo este trecho foi escrito pelo médico Dr. Miguel Nicolelis (O médico paulistano Miguel Nicolelis se formou na Universidade de São Paulo e hoje lidera um grupo de pesquisadores na Universidade Duke (EUA) que está na vanguarda das tentativas de integrar o cérebro humano com as máquinas. Também lidera o projeto do Instituto Internacional de Neuro-ciência em Natal (RN)).
O que chama atenção neste trecho é a riqueza de informações de natureza técnica em linguagem simples e clara, sem “voltas”. Mas tenho a sensação de que “falta alguma coisa”... Observe bem o último parágrafo, onde ele afirma que crianças nascidas sem as pernas ou os braços têm sensações fantasmas. Como poderíamos entender que alguém sente algo a partir de uma estrutura que não existiu? Como compreender tal fato? As explicações científicas vão dando asas à imaginação, procurando "entender" o mecanismo de funcionamento do cérebro, de modo a responsabilizá-lo por todas as sensações e sensibilidades que podermos ter. O que escapa do cérebro, escapa da capacidade de entendimento da ciência. Nem de longe pode-se atribuir a outra estrutura qualquer as nossas propriedades sensitivas, as nossas capacidades de "sentir" o próprio corpo.
Como pode uma criança que nunca teve um membro fantasma, senti-lo? Qual o mecanismo que faculta a alguém que nunca teve a experiência da dor no membro inexistente para senti-lo? O cérebro não o tem registrado em suas experiências como sucede para alguém que teve um membro, por exemplo, amputado após alguns anos, ou mesmo, alguns segundos de convívio em um corpo humano. Tanto faz o tempo de convívio com o membro ou com o órgão, a pessoa teve contato com ele, teve "domínio" sobre ele, mas, no caso de que nasceu sem o órgão ou sem o membro, essa realidade não se aplica.
Este fato chama atenção sobre algo diferente, que foge do padrão de entendimento para as situações anteriormente descritas, pelo menos de acordo com os conceitos científicos habituais. Só é possível entender corretamente essas circunstâncias através da Doutrina Espírita.
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, trouxe-nos a conceituação da estrutura real do Ser vivo, que antecede à vida na Terra, como ser encarnado, que é constituído por uma estrutura singular.
São três estruturas que formam o Ser Humano: o períspirito, estrutura semi-material que une o Espírito incorpóreo ao organismo físico corpóreo material, como uma "liga", um "amálgama" intermediário, que precede a estrutura orgânica material, de modo a servir, inclusive, como uma "fôrma", um "modelo" que gerará a estrutura humana do Espírito encarnado, Alma, que terá sua experiência corpórea, sua vivência física.
Assim, compreende-se que, se há uma estrutura geradora da forma humana, ela tem, em seu contexto, as formas que servem de padrão para o formato humano em sua apresentação habitual na Terra. Tem, então, cabeça, troco e membros, com as estruturas todas similares àquelas que todos nós temos e dará potencialidade para que se concretize o corpo humano em seu processo reencarnatório.
Esta mesma estrutura, tem guardadas todas as lembranças das experiências vivenciadas no decorrer das vidas que cada Espírito tem durante sua existência desde que se entenda como Ser criado por Deus. Estas lembranças devem nos fazer entender como uma criança que nunca teve um braço em uma determinada reencarnação, pode senti-lo como se já o tivesse tido anteriormente: ela "lembra" de ter tido o braço em outra vida, certamente, e tem esta estrutura em seu perispírito, como qualquer pessoa a tem, independentemente de ter agora ou não.
Aí está a razão para que alguém sinta um braço que não tem mais. Não reside apenas nas conexões neuronais de uma mesma vida na qual se teve este braço, mas reside no seu perispírito que guarda consigo as mesmas potencialidades estruturais que teria preparadas para qualquer encarnação. Se, por qualquer motivo que seja, a pessoa está encarnada sem o referido braço, é por motivo ligado à lei de ação e reação. Entretanto, de vemos lembrar que a pessoa tem registrado no perispírito a matriz (perispiritual) do braço, o que mantém as eventuais sensações referentes a este membro.
sábado, 25 de agosto de 2007
Peça de Teatro
Histórias para alegrar a Vida!
Num teatro simples...
Num cenário simples...
Desenvolve-se a peça, com um ator e uma atriz que interpretam várias personagens, em situações cotidianas e transmitindo os conhecimentos sobre a Doutrina Espírita, em uma linguagem clara e objetiva.
Entre os temas abordados, estão os seguintes:
Não julgueis, para não serdes julgados;
O palestrante da Casa Espírita;
O Amor;
As atitudes das pessoas de bem (não faça ao próximo aquilo que você não deseja para si mesmo);
Mediunidade;
e outros temas...
O espetáculo é baseado no texto de autoria do espírito Lucius e psicografada por Zíbia Gasparetto, que, embora não seja mais Espírita, trouxe uma série de colaborações muito positiva para todos, através de sua mediunidade, particularmente enquanto seguia a Doutrina Espírita.
Ao término da apresentação, é sorteado um Livro Espírita e há distribuição gratuita de revistas espíritas na saída.
"Resumo da ópera":
Histórias para Alegrar a Vida...
Data: estréia 21 de julho, em cartaz até 30 de setembro
Horário: sábados e domingos às 18h
Local: Teatro TBC – Sala Arena - Rua Major Diogo, 315 – Bela Vista – (11) 3104-5523
Preço: R$ 30,00
Venda: na bilheteira de quarta-feira a domingo a partir das 14h
Reservas com desconto para grupos acima de 10 pessoas (11) 5851-7744 / 8435-5716
Tempo de duração da peça: 50 minutos
Classificação: livre
ps: agradecimentos à Georgia Maria Roca, que esteve presente para assitir a peça e fazer um resumo para nós!
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Apometria: existe, mesmo?
O Espiritismo está infiltrado por idéias curiosas. Esta idéia da apometria é uma infiltração perigosa e muito equivocada.
Citam seus adeptos, dentre eles vários que se dizem espíritas, que poderíamos provocar o “desdobramento” e ir ao “plano astral” para entrar em contato com as entidades espirituais que estariam perturbando as pessoas que passam por processos obsessivos.
O equívoco maior está, particularmente, na questão de provocar-se o desdobramento, que na verdade é um fato, uma característica da Alma, do Espírito encarnado. Todos nós temos a possibilidade de nos desdobrar, muitos de nós intencionalmente, inclusive dirigindo-nos para onde é nosso interesse ir, para contatarmos locais, situações e pessoas (encarnadas ou não) conforme nossas próprias necessidades.
Mas essa expressão “muitos de nós” abrange realmente um número de pessoas que absolutamente não é expressivo ao se considerar o total de pessoas encarnadas que habitam a Terra atualmente (e olhe que este não é um número pequeno!).
A pergunta mais apropriada para esta situação é: quem é “habilitado” para esse desdobramento voluntário? Quem tem a “propriedade” de se desdobrar por conta própria e ir “aonde quer ir” para fazer “o que quer fazer”?
Certamente quem pratica a apometria irá responder que é capaz de se desdobrar e ir aonde quer ir. Vai dizer, também, que tem casos clínicos com os quais é capaz de “provar” que pôde ajudar a curar pessoas através da prática da apometria e, inclusive, é capaz de contar as histórias que vivenciou por conta desses “contatos imediatos” com seres espirituais das mais variadas categorias. Então, quem pratica apometria irá se capacitar para ser instrumento do procedimento, certamente.
O que não quer dizer, em absoluto, que seja uma situação crível. Dizer que se desdobra e que se “movimenta” até o “plano astral” para “lidar” com obsessores envolve pelo menos uma questão: a dúvida! Será que toda história contada é verdadeira? Há como provar que o cidadão trabalhador de apometria esteve onde diz que esteve? Quem pode provar? E, mesmo que ele não diga nada sobre onde esteve e o quê fez, sua proposta é verdadeira? Ele se desdobra, mesmo? Ele vai a algum lugar diferente, realmente?
Procuremos entender: há questões que não são questionáveis, por que são inquestionáveis (perdão pela redundância)!
São situações subjetivas: só a própria pessoa tem a vivência que diz ter. É como ter dor: só quem tem a dor sabe referi-la, mais ninguém! Só quem diz fazer apometria pode dizer como é: mais ninguém!
Não é um fenômeno espírita! Não sei dizer nem mesmo se é um fenômeno! Pode não ser nada além de fruto de uma imaginação qualquer que consolida recursos impassíveis de provas para que possam ser utilizados para curas “diferentes”, “melhores” do que aquelas propostas pelo Espiritismo, como o passe, a evangelização e até mesmo a desobsessão.
Por este aspecto muito prático e objetivo afirmo, sem qualquer dúvida: apometria NÃO É PROCEDIMENTO ESPÍRITA! É procedimento, provavelmente, espiritualista e olhe lá! Quem quer seguir, certamente, irá seguir as diretrizes da apometria, mas que tome ciência de que não está praticando o autêntico Espiritismo!
domingo, 12 de agosto de 2007
Crianças Índigo Não Existem!
A propalada idéia de que há seres encarnando na Terra, com a "missão" de auxiliar na "reforma" planetária é mais uma daquelas idéias de doidos e fanáticos que desejam expor o Espiritismo ao ridículo.
Seres que vêm ao Planeta com missões e responsabilidades especiais sempre aconteceu, em toda a historiografia terrena. Não é de agora que temos missionários encarnando com conhecimentos superiores e condições para nos ensinar técnicas mais aprimoradas e conhecimentos mais elevados.
Para quem é adepto há algum tempo da Doutrina Espírita, não é tão difícil de compreender. Basta ler uma obra, de Emmanuel: A Caminho da Luz. Nela você encontrará um relato de todo o processo de "construção" planetária, sob a égide de Jesus Cristo, ou o Cristo Jesus, que coordena a toda a formação da Terra, desde os seus primórdios, com a ajuda de seus prepostos (linguagem de Emmanuel).
Na sequência, Emmanuel cita a recepção dos seres da constelação de Capela, chamados por Edgar Armond em sua obra Os Exilados da Capela, quando vieram para a Terra, em épocas antigas, com a missão de resgatarem equívocos cometidos em suas existências anteriores, formando civilizações importantíssimas para a evolução de nosso planeta, como a Egípcia, a Indiana, a Chinesa, a Hebréia, por exemplo. Todos já vieram para cumprir missões e já se foram para as suas esferas de origem.
Trouxeram conhecimentos e posturas religiosas que deixaram marcas em toda a nossa vida atual, milhares de anos após. Ainda há muita curiosidade a respeito de seus conhecimentos e de seus costumes, e, por isso, muitos pesquisadores são especializados nessas civilizações antigas para tentar explicar as marcas que deixaram até os dias atuais.
Mas não precisa ir tão longe. Se você prestar atenção em nossa história mais recente, você verá que há vários "missionários" que deixaram suas marcas, das mais variadas formas. Religiosos, Sociólogos, Cientistas, Músicos, Médiuns, Governantes e pessoas simples, desconhecidas da grande multidão, trouxeram suas mensagens e auxiliaram a compor todo o quadro planetário, toda a formação das civilizações que foram, com perdas e ganhos, modificando o mundo até chegarmos no ponto no qual estamos agora.
Nesses séculos todos, muitos encarnaram "sob o signo" índigo. Muitos dos que estiveram aqui, eram Espíritos diferenciados e em condição de trazer a mensagem de amor e caridade do Cristo de Deus, Jesus. Muitos!
Curioso, portanto, que um grupo de "curiosos" definam que existe um ser (ou vários deles) que tenha uma "aura" azul e que seja "especial", portador da responsabilidade de auxiliar na transformação da Terra, de planeta de provas e expiações para planeta de regeneração. Este processo de transformação, esses seres especiais estão aqui desde sempre. Desde sempre!
Há, na verdade, uma confusão conceitual e uma exaltação da vaidade dessas pessoas curiosas. Elas querem ter sua opinião prevalecendo diante de outros conceitos pré-existentes e se perdem por conta da existência e reencarnação de pessoas portadoras de uma inteligência um pouco acima da média - fenômeno normal: enquanto o mundo vai evoluindo as pessoas que o habitam também vão - e que têm dificuldade adaptativa no campo social, educacional, religioso e familiar (podem, até mesmo, ter outras dificuldades adaptativas). São, sim pessoas especiais e com necessidades especiais, mas não por serem melhores. Estão sujeitas às necessidades planetárias como todos nós e precisam aprender a respeitar ambientes e pessoas. O fato de serem inteligentes, de algum modo, não os transforma em "índigo" ou mesmo em "cristal". São, muitas vezes, mais inteligentes, mas inadaptados às condições planetárias. Precisam aprender, e, como todos, ensinar também.
Mas sempre tivemos pessoas reencarnando nessas circunstâncias. Não é exatamente nenhuma novidade!
Então, qual a novidade? NENHUMA!
Estão confundindo Déficit de Atenção e Hiperatividade (que são problemas para ser resolvidos) com Qualidades Especiais. BOBAGEM!
As pessoas que divulgam isso se confundem em suas palestras e em seus textos. Citam outros autores, até mesmo espirituais, para adquirirem maior credibilidade. Mas o fato de que estão citando até mesmo Kardec, não faz deles pessoas com maior credibilidade. Tampouco suas idéias são críveis.
Ao contrário: a idéia de crianças índigo é totalmente contrária à idéia CRISTÃ! Jesus jamais pregou que existissem privilegiados, jamais divulgaria que pessoas especiais estariam sendo preferidas, mas sim, preteridas em nosso planeta, por estarem realmente adiante, mas são portadoras de algo que a maioria de nós desconhece: HUMILDADE!
Chico Xavier é um ser desses, especiais, que esteve entre nós. Humilde, caridoso e incansável trabalhador. Jamais aceitou elogios e nunca quis ser visto como índigo, cristal, ou outra cor qualquer. É servidor de Jesus e de toda a humanidade, sem qualquer propósito de "aparecer".
Esse é o verdadeiro "índigo". Os demais são pessoas com problemas que precisam ser orientados e encaminhados em aprendizado e evolução como todos nós.
Crianças Índigo existem?
DE MODO ALGUM: É UM EQUÍVOCO!
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