Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Sonhos: algumas considerações


É simplesmente a Alma que se desprende, que sai do corpo. Diz–se: o sono é irmão da morte. Estas palavras exprimem uma verdade profunda.

Sequestrada na carne, no estado de vigília, a alma recupera, durante o sono, a sua relativa, temporária liberdade, ao mesmo tempo em que o uso dos seus poderes ocultos. A morte será a sua libertação completa, definitiva.

Durante o sono, a Alma pode, segundo as necessidades do momento, aplicar–se a recuperar as perdas vitais causadas pelo trabalho quotidiano e a regenerar o organismo adormecido, infundindo–lhe as forças tiradas do mundo cósmico, ou, quando está acabado esse movimento reparador, continua o curso da sua vida superior, pairar sobre a natureza, exercer suas faculdades de visão a distancia e penetração das coisas.

Nesse estado de atividade independente vive já antecipadamente a vida livre do Espírito: porque essa vida, que é a continuação natural da existência planetária, espera–a depois da morte, devendo a Alma prepará–la não somente com as obras terrestres, mas também com suas ocupações quando desprendida durante o sono.

É graças ao reflexo da luz do Alto, que cintila em nossos sonhos e ilumina completamente o lado oculto do destino, que podemos entrever as condições do ser no além.

Se nos fosse possível abranger com o olhar toda a extensão de nossa existência, reconheceríamos que o estado de vigília está longe de constituir–lhe a fase essencial, o elemento mais importante.

Vemos aqui a importância do sono para a evolução, as Almas que de nós cuidam do nosso sono para exercitar–nos na vida fluídica e no desenvolvimento dos nossos sentidos da intuição.

Efetua–se, então, um trabalho completo de iniciação para os homens ávidos de se elevarem.

Os vestígios desse trabalho encontram–se nos sonhos.

Assim, quando voamos, quando deslizamos com rapidez pela superfície do solo, significa isso a sensação do corpo fluídico, ensaiando–se para a Vida Superior.

Insistimos também na propriedade misteriosa que tem o sono de nos fazer senhores, em certos casos, de camadas mais extensas da memória.

A memória normal é precária e restrita, não vai além do círculo estreito da Vida presente, do conjunto dos fatos, cujo conhecimento é indispensável por causa do papel que se tem de desempenhar na Terra e do fim que se deve alcançar.

A memória profunda abrange toda a história do ser desde a sua origem, os seus estágios sucessivos, os seus modos de existência, planetárias ou celestes. Ela está armazenada em nosso perispírito.

Um passado inteiro, feito de recordações e sensações esquecidas, ignoradas no estado de vigília, estão guardadas em nós.

Esse passado só desperta quando o Espírito exterioriza durante o sono natural ou provocado.

Uma regra conhecida de todos os experimentadores é que, nos diferentes estados do sono, à medida que se vai ficando à maior distância do estado de vigília e da memória normal, há expansão, dilatação da “memória”.

“O sono de ordinário pode ser considerado como ocupando uma posição que está entre a Vida acordada e o sono hipnótico profundo,” este conceito deve fazer o caro leitor meditar longamente e se possível pesquisar.” “E parece provável que a memória pertencente ao sono ordinário liga–se por um lado à que pertence à vida de vigília e, pelo outro, à que existe no sono hipnótico. Realmente assim é estando os fragmentos da memória do sono ordinário intercalados nas duas cadeias”.

“À proporção que nos vamos elevando na ordem dos fenômenos psíquicos, vão se apresentando com maior clareza, com maior rigor e trazem–nos prova mais decisivas da independência e da sobrevivência do espírito”.

As percepções da Alma no sono são de duas espécies.

Verificamos primeiramente a visão à distância a clarividência, a lucidez, vem depois um conjunto de fenômenos designados pelos nomes de telepatia e telestesia (sensações à distância).

”Para complementação da compreensão deste parágrafo sugerimos a leitura da obra de Leon Denis, O problema do ser, do destino e da dor”.

Nenhum comentário: