A esmola dada a um mendigo é, algumas vezes, a oportunidade para refletirmos a respeito da própria vida.
Quantas vezes nós mesmos já não estivemos à mercê da esmola? Em quantas existências já pudemos não estar passando pela miséria do pão?
E quantas vezes, ainda, em futuras existências, vai ser a nossa vez?
Como saber?
Estamos hoje, quem está, em condição de doar algo de material e isso podemos fazer muito bem.
Entretanto, o gesto de doar precisa de uma reflexão mais profunda.
Como eu estou doando? O que há dentro do meu coração no instante ao qual eu tenho o gesto?
Estará amargurado, enegrecido, tentando livrar-se do assunto do modo mais fácil?
Estará sensibilizado com a dor alheia, tentando, realmente aliviar ou consolar alguém com um gesto material?
Será que a minha doação está sendo útil para mim mesmo? Ou terá sido um mecânico gesto impensado?
Até quando eu me limitar à doação dos meus excedentes, do que me é supérfluo?
Será que um dia eu conseguirei ter gestos realmente mais nobres não só doando bens materiais, mas doando-me a uma causa?
Um dia, certamente.
Poucos chegam à maturidade de Francisco de Assis, de Madre Teresa de Calcutá.
Mas um dia, todos nós chegaremos. Todos nós.
Quiçá em breve?
Doar bens materiais em abundância parece, aqui na Terra, atitude de louco. De alguém desequilibrado.
Amealhar tesouros infindáveis seria, na Terra, gesto de bom senso, de equilíbrio!
Claro, a fortuna tem seu quinhão, tem sua finalidade.
Graças às desigualdades humanas, ela é necessária e bem utilizada, ajuda a humanidade a desenvolver-se e a evoluir.
Mas um dia, quando o bem prevalecer sobre o mal, na Terra, em outra fase evolutiva planetária, teremos outras propostas para a vida e todos ficaremos bem mais parecidos com Francisco de Assis pu com Madre Teresa.
Por enquanto, precisamos praticar, para criar o hábito.
Pratiquemos a caridade diariamente. Sem repouso. Em pequenos gestos, ou pequenas frases, num sorriso, num olhar harmonioso, exteriorizando o melhor que pudermos para o mundo ainda que distante do ideal.
Mas, vamos fazendo a nossa parte. Persistentemente, até adquirirmos o hábito natural de praticar a caridade para com todos, indistintamente, sem preconceitos, sem medos, com boa vontade.
Será natural de cada um e todos nós daremos ao menos, como irmãos, que somos, oriundos do mesmo Criador, da mesma Divindade que nos permitiu a vida, a inteligência e o livre arbítrio.
Jesus nos ampare.
Luiz Sergio
PSICOGRAFIA – NEPT – 10.10.2008
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