Enquanto eu estou mergulhado em um turbilhão de dúvidas, por causa da minha morte, ouço um vozerio – alarido que me tira a concentração e me dificulta compreender a razão de, apesar de morto, eu ainda pense e sinta, como se vivo estivesse ainda.
Na verdade, eu meio que me acostumei com essa situação que experimentei há cerca de vinte anos. Tenho um pouco de receio de me falar a verdade, pois,fui educado para crer que com a morte, tudo se acaba e ponto final, e, ao mesmo tempo, observo que não é bem assim.
Só agora, depois de vinte anos neste conflito íntimo, é que posso me dar conta da realidade e estou pedindo ajuda. Quanto tempo perdido!
Será que todo esse tempo eu fiquei parado por causa do meu orgulho? Ou foi por causa do medo? Ou será, ainda, que foi em função desta educação que recebi? Bom, seja pelo que for, ainda está sendo um transtorno e sei que necessito me libertar de tantos questionamentos.
Ainda bem que encontrei aqui certo repouso e uma oportunidade para refletir um pouco mais sobre isso tudo.
Não sei exatamente a quem agradecer, mas sou muito grato por poder repousar um pouco.
Almicar
PSICOGRAFIA – NEPT – 21.08.2009
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