Sócrates, um dos grandes precursores do Cristo.
Sócrates (469aC – 399aC), foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga. Mas, quem foi Sócrates? Um grande emissário e missionário de Jesus. Ele veio trazer o ideal da fraternidade e as sementes da solidariedade, para os Espíritos de sua época. Em alguns momentos sua vida, aproximou-se da exemplificação do próximo Jesus.
Sócrates nasceu nas planícies do Monte Licabeto, próximo a Atenas.
Vinha de família humilde. Seu pai era escultor e sua mãe parteira. Durante sua infância ajudou seu pai, no ofício de escultor.
Mas, foi por influência de sua mãe que Sócrates descobriu sua verdadeira vocação. Conta-se que certa vez sua mãe o levou para ajudar num parto, quando filosofou: “minha mãe não irá criar o bebê, apenas ajudá-lo a nascer e tentará diminuir a dor do parto. Ao mesmo tempo, se ela não tirar o bebê, logo ele irá morrer, e igualmente a mãe morrerá.”
Por isso, até hoje os ensinamentos de Sócrates são conhecidos por maiêutica, que significa parteira ou “dar à luz”, em grego. “Dar à luz” intelectual, da procura da verdade no interior do ser humano. A maiêutica leva ou induz a pessoa, por ela própria ao conhecimento ou à solução de sua dúvida. A autorreflexão, do “conhece-te a ti mesmo”, que põe o homem na procura das verdades universais, que são o caminho para a prática do bem e da virtude.
Como emissário do Cristo, Sócrates sempre levou seus discípulos e seguidores, a buscar a prática do bem, e aos conhecimentos espirituais. Assim: preparando o caminho para a chegada de Jesus. Foi aluno de Anaxágoras (500aC – 428aC), filósofo grego do período pré-socrático, fundador da primeira escola filosófica de Atenas.
Muito superior, ao seu mestre, e também, incompreendido pelos seus três discípulos: Platão, Xenofonte e Aristóteles. Sócrates, assim como Jesus, não deixou nenhuma obra escrita, o que se conhece dele, foi escrito por Platão. Ele costumava ensinar nas praças públicas, sua palavra perturba e confunde os poderosos de sua época, mas semeia no Espírito sedento das crianças e jovens as sementes divinas.
No Evangelho Segundo o Espiritismo, na introdução, encontramos um estudo que se chama: Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão.
Que mostra através da análise de diversas passagens deixadas por estes filósofos que demonstram que ambos foram precursores do cristianismo e do espiritismo.
Vamos relacionar, algumas das 21 citações de Sócrates e Platão no Evangelho Segundo o Espiritismo.
I – O homem é uma alma encarnada. Antes de sua encarnação, ela existia junto aos modelos primordiais, às ideias do verdadeiro, do bem e do belo. Separou-se delas ao encarnar-se, e lembrando seu passado, sente-se mais ou menos atormentada pelo desejo de a elas voltar.
Temos ai a doutrina da preexistência da alma; da vaga intuição que ela conserva; da existência de outro mundo; da sobrevivência à morte do corpo; de sua saída do mundo espiritual para encarnar-se; e da sua volta a esse mundo, após a morte.
III – Enquanto tivermos o nosso corpo e a nossa alma se encontrar mergulhada nessa corrupção, jamais possuiremos o objeto de nossos desejos: a verdade. De fato, o corpo nos oferece mil obstáculos, pela necessidade que temos de cuidar dele; além disso, ele nos enche de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de maneira que, com ele, é impossível sermos sábios por um instante. Mas, se nada se pode conhecer puramente enquanto a alma está unida ao corpo, uma destas coisas se impõe: ou que jamais se conheça a verdade, ou que se conheça após a morte. Livres da loucura do corpo, então conversaremos, é de esperar-se, com homens igualmente livres, e conhecermos por nós mesmos a essência das coisas. Eis porque os verdadeiros filósofos se preparam para morrer, e a morte não lhes parece de maneira alguma temível.
Temos aí o princípio das faculdades da alma obscurecidas pela mediação dos órgãos corporais, e da expansão dessas faculdades depois da morte. Mas, trata-se aqui, das almas evoluídas, já depuradas; não acontece o mesmo com as almas impuras.
VIII – Se a alma é imaterial, ela deve passar, após esta vida, para um mundo igualmente invisível e imaterial, da mesma maneira que o corpo, ao se decompor, retorna à matéria. Importa somente distinguir bem a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se nutre, como Deus, da ciência e de pensamentos, da alma mais ou menos manchada de impurezas materiais, que a impedem de elevar-se ao divino, retendo-a nos lugares de sua passagem pela Terra.
Sócrates e Platão, como se vê, compreendiam perfeitamente os diferentes graus de desmaterialização da alma. Eles insistem sobre as diferenças de situação que resultam para ela, de sua maior ou menor pureza. Isso que eles diziam por intuição, o Espiritismo prova, pelos numerosos exemplos que nos põe diante dos olhos.
Estas passagens, do Evangelho Segundo o Espiritismo mostra-nos, claramente, que a grande preocupação de Sócrates e Platão é a alma e do cuidado que devemos ter com ela, em vista desta vida que é apenas um instante, diante da eternidade, de sua imortalidade. Toda a essência do verdadeiro cristianismo e do espiritismo. Como foi dito no início deste texto, Sócrates foi um dos raros precursores do Cristo, que chegou bem próximo da própria exemplificação do Mestre. Assim como, Jesus, nada deixou escrito, o que se conhece dele e de seus ensinamentos foi escrito por seu discípulo, Platão. Sócrates e Jesus ensinavam nas praças públicas.
Sua morte foi muito marcante, pois foi condenado e morto como um criminoso, vítima do fanatismo religioso de sua época, acusado de corromper os jovens, ao proclamar o Deus único, e a imortalidade da alma. Combateu os preconceitos religiosos, colocou a virtude acima da hipocrisia.
Sócrates defendia que deve-se preferir aprender o que não se sabe, do que ensinar o que não sabe, e julga saber. Assim, ele incentivava a investigação permanente.
O Mestre Jesus fazia o mesmo, instigando a inteligência de seus discípulos e seguidores, mas, de forma muito mais completa e profunda.
Para falar da morte de Sócrates, retira-se informações da obra “As Consolações da Filosofia”, de Alain de Botton, escritor famoso por popularizar a filosofia e divulgar seu uso na vida cotidiana.
Condenado à morte pelo povo de Atenas, Sócrates, rodeado por um grupo de amigos desolados, prepara-se para beber uma taça de cicuta. Na primavera de 399 a.C, três cidadãos atenienses instauraram um processo contra o filósofo. Acusavam-no de não venerar os deuses da cidade, de introduzir inovações religiosas e de corromper os jovens de Atenas.
A gravidade das acusações era de tal ordem que exigia a pena capital. Sócrates reagiu com serenidade absoluta. Apesar de, durante o julgamento, lhe ser dada a oportunidade de renunciar às suas ideias, ele preferiu manter-se fiel à busca da verdade a assumir uma conduta capaz de o tornar benquisto entre seus inquisidores.
Segundo o relato de Platão, ele desafiou o júri com as seguintes palavras:
“Enquanto eu puder respirar e exercer minhas faculdades físicas e mentais, jamais deixarei de praticar a filosofia, de elucidar a verdade e de exortar todos que cruzarem meu caminho a buscá-la (...) Portanto, senhores, (...) seja eu absolvido ou não, saibam que não alterarei minha conduta, mesmo que tenha de morrer cem vezes.”
Sócrates poderia ter fugido, mas não o fez, preferiu morrer mas deixar vivo seus ideais.
Atenas não entende a lição do grande mensageiro de Jesus.
Preso e humilhado, acusado de perverter os jovens, seu Espírito não se acovarda diante das duras provas. Ciente de sua missão, recusa-se a fugir do cárcere. Sozinho nas horas mais difíceis de sua provação, é cercado pelos enviados do plano invisível, pois, Jesus jamais nos abandona.
O grande emissário, bebe do cálice de cicuta, Sócrates abandona a Terra, e volta para o plano espiritual, onde Jesus o aguardava.
E, para encerrar, seguem algumas citações de Sócrates:
• Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida;
• Não penses mal dos que procedem mal; pensa somente que estão equivocados;
• Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância;
• O verdadeiro conhecimento vem de dentro;
• Conhece-te a ti mesmo;
• Quanto a mim, tudo que sei e que nada sei.
Até breve...
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