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"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
segunda-feira, 2 de março de 2015
Poderes mágicos e talismãs
Trechos de estudos...
O que devemos pensar da crença no poder, que certas pessoas teriam, de enfeitiçar, é o seguinte: algumas pessoas dispõem de grande força magnética, de que podem fazer mau uso, se maus forem seus próprios Espíritos, caso em que possível se torna serem secundados por outros Espíritos maus.
Não creia, porém, num pretenso poder mágico, que só existe na imaginação de criaturas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis da Natureza.
Os fatos que citam, como prova da existência desse poder, são fatos naturais, mal observados e sobretudo mal compreendidos.
Aqueles a quem chamais feiticeiros são pessoas que, quando de boa-fé, gozam de certas faculdades, como sejam a força magnética ou a dupla vista.
Então, como fazem coisas geralmente incompreensíveis, são tidas por dotadas de um poder sobrenatural.
Os vossos sábios não têm passado muitas vezes por feiticeiros aos olhos dos ignorantes?
O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação.
O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as ideias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice.
Algumas pessoas, verdadeiramente, têm o poder de curar pelo simples contacto.
A força magnética pode chegar até aí, quando secundada pela pureza dos sentimentos e por um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos lhe vêm em auxílio.
Cumpre, porém, desconfiar da maneira pela qual contam as coisas pessoas muito crédulas e muito entusiastas, sempre dispostas a considerar maravilhoso o que há de mais simples e mais natural.
Importa desconfiar também das narrativas interesseiras, que costumam fazer os que exploram, em seu proveito, a credulidade alheia.
Houve em todas as épocas médiuns naturais e inconscientes que,só porque produziam fenômenos insólitos e incompreendidos, foram qualificados de feiticeiros e acusados de pactuarem com o diabo.
Ocorreu o mesmo com a maioria dos sábios que possuíam conhecimentos acima do vulgar.
A ignorância exagerou seu poder e, eles mesmos, freqüentemente, abusaram da credulidade pública, explorando-a; daí a justa reprovação de que foram objeto.
Basta comparar o poder atribuído aos feiticeiros e a faculdade dos verdadeiros médiuns, para estabelecer-lhes a diferença, mas a maioria dos críticos não se dão a esse trabalho.
O Espiritismo, longe de ressuscitar a feitiçaria, a destruiu para sempre, despojando-a do seu pretenso poder sobrenatural, de suas fórmulas, de seus livros de magia, amuletos e talismãs, reduzindo os fenômenos possíveis ao seu justo valor, sem sair das leis naturais.
A semelhança que certas pessoas pretendem estabelecer, provém do erro em que se encontram, de que os Espíritos estão às ordens dos médiuns; repugna à sua razão crer que possa depender de alguém, fazer vir à sua vontade e chamado, o Espírito de tal ou tal personagem mais ou menos ilustre; nisso estão perfeitamente com a verdade, e se, antes de atirar pedra ao Espiritismo, tivessem se dado ao trabalho de dele se inteirar, saberiam que ele diz positivamente que os Espíritos não estão ao capricho de ninguém, e que ninguém pode, à vontade, fazê-los vir a contragosto; do que se segue que os médiuns não são feiticeiros.
Aquele que, com ou sem razão, confia no que chama a virtude de um talismã, pode atrair um Espírito, por efeito mesmo dessa confiança, visto que, então, o que atua é o pensamento, não passando o talismã de um sinal que apenas lhe auxilia a concentração.
Mas, da pureza da intenção e da elevação dos sentimentos depende a natureza do Espírito que é atraído.
Ora, muito raramente aquele que seja bastante simplório para acreditar na virtude de um talismã deixará de colimar um fim mais material do que moral.
Qualquer, porém, que seja o caso, essa crença denuncia uma inferioridade e uma fraqueza de ideias que favorecem a ação dos Espíritos imperfeitos e escarninhos.
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