Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Misericórdia e Perdão


Bem-Aventurança é um pedido de bênção, de felicidade para com o seu próximo.

Com Jesus toma a forma de um paradoxo, ou seja, a bem-aventurança é feita para aqueles que sofrem, sendo, portanto, uma expressão de esperança.

Por isso, bem-aventurados os pobres, os injustiçados etc.

Misericórdia: do latim "miseria" e "cor-cordis" (coração) significa "compaixão afetiva a uma miséria de bens", sobretudo o respeito à virtude, que recai sobre um miserável; dó, compaixão, compaixão pelos que sofrem.

Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia. (Mat., 5, 7)

Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; - mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados. (Mat., 6, 14 e 15)

Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. - Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: "Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?" - Respondeu-lhe Jesus: "Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes." (Mat., 18, 5, 21 e 22.) (Kardec, 1984)

No Evangelho é anunciado como "bem-aventurados os misericordiosos, porque obterão misericórdia".

Cristo anuncia uma certeza: a obtenção de misericórdia.

Há um condicionamento: antes de obtermos misericórdia, temos que ser misericordiosos.

É que nada nos vem "de graça".

Tudo depende de um esforço anterior.

"Para que o náufrago se salve, ele tem que se despojar de sua bagagem".

Em se tratando da misericórdia, temos que nos despojar do nosso eu, do nosso amor próprio, da nossa personalidade.

Somente assim conseguiremos adentrar no Reino de Deus.

"Não se deve perdoar sete, mas setenta vezes sete vezes"?

Como sabemos, esta foi a resposta dada por Cristo à indagação de Pedro: "quantas vezes devo perdoar o meu semelhante? Sete vezes?"

A resposta de Jesus: "Não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes" quer dizer, indefinidamente.

Isso significa que Jesus não tolera limites além dos quais o amor próprio e a dureza reclamam os seus direitos.

Quando não perdoamos, o nosso coração fica ligado ao ódio, o que dificulta a libertação do Espírito.

A falta de perdão é como construir uma cela, uma prisão para si mesmo, algo que impede a própria libertação.

O perdão é um ato de força.

E força não quer dizer dureza.

Além do mais, o perdão do ofensor não nega a sua culpabilidade.

Devemos perdoar não porque a pessoa o mereça, mas porque faz bem à nossa alma.

Por isso, o fato de se perdoar é uma espécie de libertação, porque ficamos desagravados e os nossos pensamentos menos felizes a respeito de tal pessoa são substituídos por pensamentos criativos e altruístas, mais apropriados para a construção de um mundo mais feliz e harmonioso.

A nossa maneira habitual de agir e de interpretar os fatos parece corroborar para certa oposição.

Exemplo: se alguém nos deve, a justiça pode exigir o pagamento integral da dívida.

Nós, porém, vendo o estado do devedor, podemos perdoar parte da dívida.

De um lado a justiça; de outro, o nosso coração generoso.

No âmbito do "pensamento" do Evangelho, seria vão distinguir uma coisa da outra, porque as duas estão interligadas.

maneira de triunfar da ofensa é recusarmos a considerar-nos ofendidos.

Foi esta a razão pela qual Gandhi, quando questionado se já tinha perdoado alguém, ele simplesmente disse que nunca tinha perdoado ninguém, porque nunca se sentira ofendido.

Se ele não se sentiu ofendido, não tinha o que perdoar.

Mas para atingir esse estado de alma, há muita luta, muita mudança interior a ser realizada.

Acreditamos que não nos considerarmos ofendidos é o começo.

Em se tratando do perdão, devemos sempre perdoar porque também somos passíveis de culpa.

Considerar-nos culpados é também um bom treinamento.

Pode-se imaginar a pessoa com quem tivemos algum atrito e endereçar-lhes vibrações de paz e harmonia.

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