Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A HISTÓRIA DE UMA FAMILIA






Um pai e um filho se davam muito bem.

Após a morte da mãe, esse jovem se apegou mais ao pai e os dois eram amantes das artes, das pinturas, das gravuras, das xilogravuras, das esculturas.

E como o pai tinha muitas posses, ambos compravam peças valiosas, Picasso, Rembrandt, Toulouse Lautrec, e guardavam em sua mansão, num determinado ambiente, onde os dois ficavam às vezes horas, vendo os detalhes, as riquezas, a maravilha que eram as artes.

E os dois se davam muito bem.

Era invejável como havia um entrosamento perfeito entre ambos.

E os dois tinham um grande coração.

Mas na Terra, nem tudo é perfeito, aliás, nada é perfeito.

Infelizmente, veio uma guerra e o jovem fora então convocado para participar dessa guerra, separando-o do pai.

Sim, porque no país de origem dele, o dinheiro não comprava esse tipo de liberdade, e não compra, então ele foi para a guerra.

Alguns meses depois, o pai recebe a triste noticia, o filho havia morrido.

Morrera tentando salvar e salvando um outro soldado ferido.

Os dois haviam convivido algum tempo, quando viu o companheiro sofrendo, não teve dúvidas, partiu para o front e resgatou-o.

Mas, ao chegar na trincheira, fora atingido no peito por uma bala que lhe tirou a vida instantaneamente.

Não é necessário dizer, a dor que esse pai sentiu.

A perda era muito grande, muito grande.

Mas, ele recordava do filho quando olhava para os quadros, para as gravuras, para as esculturas, para todas as obras de arte que havia colecionado por conta do filho.

Um dia, alguns meses depois, seu servo vem anunciar a presença de um rapaz, um rapaz que queria falar-lhe.

- Mas que rapaz?

- Ele disse que conhecia o seu filho e quer falar com o senhor.

Atendeu o rapaz.

O rapaz muito emocionado disse:
- Foi a mim que o seu filho salvou. Ele me salvou a vida, ele deu a vida por mim, ele falava muito do senhor. Falava muito daquilo que vocês mais gostam que são as artes. Então resolvi trazer uma homenagem. Sim, porque isso não pode ser um presente, é uma homenagem. Eu pintei um quadro de seu filho, eu sempre tive um certo dom e pintei o quadro de seu filho.

Abriu então um embrulho, onde havia um quadro de tamanho expressivo e lá estava a imagem do rapaz.

O pai muito emocionado, viu que o rapaz havia pego a expressão do olhar de seu filho.
Quis pagar, o rapaz disse

- De modo algum. Não há como pagar aquilo que o seu filho fez por mim, de maneira nenhuma.
O quadro é seu e como eu lhe disse, é uma homenagem e nada mais.

Depois de algum tempo foi embora.

Passados alguns meses, o pai infelizmente, veio a falecer porque o seu prazo na Terra havia expirado.

Muita coisa ficou, não havia herdeiros, então a recomendação por testamento, é que fosse feito um leilão de todas as obras para que o dinheiro arrecadado pudesse beneficiar instituições filantrópicas.

No dia do leilão, a primeira peça a ser leiloada era o quadro de seu filho que havia recebido o nome “O Filho”.

O leiloeiro oficial imediatamente colocou a peça, mas todos os presentes reclamaram.

- Nós não viemos para isso. Nós queremos as peças de Rembrandt, de Toulouse, de Picasso e de tantas expressões. Esse não!

- Vou começar o leilão com um lance, dez reais, seriam dez dólares, mas vamos falar em reais. Dez reais!

Ninguém se manifestou.

- Dez reais!

E o jardineiro da casa vendo que aquele quadro seria doado por dez reais, apesar de poucas posses, levantou a mão.

- Eu dou dez reais!

E o leiloeiro como é de praxe, quem dá mais de dez? Quem dá mais de dez?

- Dou-lhe uma, dou-lhe duas... Vendido para o jardineiro!

O jardineiro então arrebatou a peça “O Filho”, o quadro.

Em seguida o leiloeiro deu por encerrado o leilão e todos se levantaram para reclamar.
Como? O leilão ia começar agora.

- Não, a ordem expressa daquele que deixou as obras, é que a primeira peça a ser leiloada fosse “O Filho” e que aquele que comprasse pelo leilão, ficasse com tudo, inclusive com os bens todos, então agora o jardineiro é o legitimo herdeiro do quadro e de todas as obras, da mansão e de todos os bens que ele deixou.

É, é assim.

O Filho é o Cristo e tão pouco damos por Ele.

A herança é o Universo.

A Terra é tudo que tem em volta e na verdade, nós damos tão pouco tanto pelo Filho quanto pelo Universo, porque as nossas preocupações são mundanas demais para entender a expressão do Filho em nossa vida.

Que Deus nos abençoe.


Psicofonia recebida no Nept em 18/04/2012

Um comentário:

luis disse...

"Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve."
Mateus 11:29-30