Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sessões Espíritas






Muitas instituições espíritas têm o costume de fazer o mais importante de suas atividades as reuniões mediúnicas, não dando tanta importância aos estudos, ao atendimento fraterno, à educação espírita ou educação espírita infantil, às palestras públicas e à ação social.

Não podemos negar a importância do intercâmbio com o plano espiritual, mas prorizá-lo é negar que a melhor coisa que podemos fazer pelo Espiritismo e pela instituição a qual frequentamos é nossa educação, pois essa é a principal proposta da Doutrina.

Reuniões mediúnicas sérias não podem ser tomadas a guisa de agrupar curiosos em falar com os Espíritos. Muito menos desvendar o passado ou o presente dos participantes ou ainda descobrir a vida pretérita dos mesmos.

Quem quiser saber seu passado que comece a se auto-descobrir e veja quais as tendências de que é portador.

Só podem ser admitidos às reuniões mediúnicas quem realmente já conheça um pouco o Espiritismo e que frequente grupo de estudos doutrinários.

Médiuns não esclarecidos podem interferir de modo não construtivo com a Doutrina.

Embora muitos “médiuns” digam-se poderosos e que não precisam mais estudar. Evidentemente se estudassem, não diriam isso.

Também digno de menção é aquele fato conhecido e pitoresco de ir convidando as pessoas as quais é seu primeiro dia de casa espírita ou que chegaram ao centro na “semana passada”, para frequentarem as reuniões mediúnicas, como se o grupo mediúnico fosse uma sala de espetáculos.

Grupos mediúnicos sérios fazem reuniões periódicas de avaliação das atividades, oportunizando o retorno de impressões e que todos os integrantes da equipe possam se entrosar e conversar, eliminando as “distâncias” entre si.

Lembrando que é uma equipe e que todos estamos em um patamar muito próximo de compreensão e entendimento, devemos todos estar abertos à contínua e incessante necessidade de aprendizagem e aperfeiçoamento.

Por isso, estudar é fundamental, assim como o trabalho voluntário também é.

Militão

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dois caminhos




É fácil saber se uma pedra foi retirada de um rio ou se foi quebrada em uma pedreira. As de pedreira apresentam muitas quinas, são ásperas e irregulares, agressivas ao tato. As pedras de rio são lisas e roliças, já sofreram um polimento natural. Ao longo do tempo, a correnteza das águas vai se encarregando de atirá-las umas contra as outras, para arredondar-lhes as arestas. Na medida em que vão se tornando polidas, vai sendo reduzido o atrito entre elas, já não se ferem, deslizam harmoniosamente umas entre as outras, como esferas lubrificadas de um rolimã.

O processo evolutivo espiritual das criaturas humanas pode ser comparado ao do burilamento das pedras de rio. O Espírito é criado puro e ignorante. Puro, porque não traz qualquer tendência para o mal. ignorante, porque não adquiriu ainda qualquer conhecimento. Ao longo das reencarnações sucessivas, a correnteza da vida também nos atira uns contra outros: somos levados a conviver entre semelhantes. Em nossa infância espiritual, ainda como pedras-brutas, essa convivência é marcada pelo atrito entre nossas arestas. A rusticidade do homem das cavernas nos mostra o que foram nossas primeiras encarnações; o instinto animal predominando sobre a razão e o sentimento, a matéria sobre o Espírito, o estado de guerra como condição permanente.

Passaram-se séculos e milênios, abandonamos as cavernas, participamos da construção, do apogeu e da queda de diferentes impérios, vivenciamos diversas culturas. Com as conquistas da ciência, domesticamos a natureza, transformamos a paisagem ao nosso redor, descobrimos como tornar a existência mais confortável. Observando, no entanto, nosso mundo interior, nos deparamos com a presença incômoda e persistente de imperfeições atávicas, paleolíticas. A História nos revela que, mesmo após deixar as cavernas, o homem conservou traços do troglodita em sua intimidade espiritual. Pois foi nossa ignorância rústica que, diante da vacilação de Pilatos, exigiu o martírio do doce Jesus. Foram nosso orgulho e nosso egoísmo que produziram as guerras, os massacres das Cruzadas, as fogueiras da Inquisição e os horrores da Escravatura. Ingênuos os que supõem que não estavam lá. Assim, ao longo desses séculos, avançamos muito mais no progresso material, exterior, do que a jornada ética, íntima, do Espírito.

"A evolução espiritual é contínua, não regride nunca, mas pode ser retardada em seu processamento se não se aproveitar bem a oportunidade que Deus concede ao Espírito reencarnante." (FEB, Currículo para as Escolas de Evangelização). Viver em sociedade é aspecto essencial desta oportunidade. Freqüentemente nos sentimos inconformados por termos de conviver com pessoas que nos aborrecem, nos irritam, nos são antipáticas, mas essa convivência é um dos processos naturais de nosso burilamento. Tais pessoas são indispensáveis: elas nos incomodam exatamente em nossos pontos mais fracos, mais sensíveis, e nos apontam, portanto, quais são esses pontos, quais são nossas piores arestas: os que precisam de ajuda incomodam ao nosso egoísmo, os que julgamos melhores que nós nos ferem a vaidade e o orgulho, e assim por diante. Cada conflito é um alerta e um roçar polidor de arestas. Quanto mais ásperos somos, mais dolorosos são os atritos, pois a dor é conseqüência de nossos atos de desamor para com o próximo, nesta ou em outras existências.

Diferentemente das pedras, entretanto, a criatura humana, sendo dotada de inteligência, consciência e livre-arbítrio, pode escolher caminho evolutivo menos doloroso. Jesus nos aponta o rumo: amarmo-nos uns aos outros. Nenhum de nós Foi criado para sofrer e o amor pode livrar-nos da dor, pois ele nos "cobre a multidão dos pecados" (1 Pedro IV, 8).

A evolução é lei universal e irrevogável, mas dois caminhos nos são oferecidos para percorrê-la: dor ou amor. A prática do amor proporciona polimento indolor em nossas almas, suaviza-nos as arestas, desenvolve-nos o altruísmo, harmoniza nossa convivência com os semelhantes. A decisão é sempre nossa.

Roriz

terça-feira, 29 de maio de 2012

Ambição




Ambição é tudo o que você pretende fazer na vida. São seus objetivos, seus sonhos, suas resoluções para o novo milênio. As pessoas costumam ter como ambição ganhar muito dinheiro, casar com uma moça ou um moço bonito ou viajar pelo mundo afora. A mais pobre das ambições é querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si só não é objetivo: é um meio para alcançar sua verdadeira ambição, como viajar pelo mundo. No fim da viagem você estará de volta à estaca zero quanto ao dinheiro, mas terá cumprido sua ambição.

As pessoas mais infelizes que eu conheço são as mais ricas. Quanto mais rico, mais infeliz. Nunca me esqueço de um comentário de uma copeira, na casa de um empresário arquimilionário, que cochichava para a cozinheira: "Todas as festas de rico são tão chatas como esta?" "Sim, todas, sem exceção", foi a resposta da cozinheira.

De fato, ninguém estava cantando em volta de um violão. Os homens estavam em pé numa roda falando de dinheiro, e as mulheres numa outra roda conversavam sobre não sei o que, porque eu sempre fico preso na roda dos homens falando de dinheiro.

Não há nada de errado em ser ambicioso na vida, muito menos em ter "grandes" ambições. As pessoas mais ambiciosas que conheço não são os pontocom que querem fazer um IPO (sigla de oferta pública inicial de ações) em Nova York. São os líderes de entidades beneficentes do Brasil, que querem "acabar com a pobreza do mundo" ou "eliminar a corrupção do Brasil". Esses, sim, são projetos ambiciosos.

Já ética são os limites que você se impõe na busca de sua ambição. É tudo que você não quer fazer na luta para conseguir realizar seus objetivos. Como não roubar, mentir ou pisar nos outros para atingir sua ambição. A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos não mostram ambição, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ética. Se o filho colou na prova, não importa, desde que tenha passado de ano, o objetivo maior.

Algumas escolas estão ensinando a nossos filhos que ética é ajudar os outros. Isso, porém, não é ética, é ambição. Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambição de todos, ou pelo menos da maioria. Aprendemos a não falar em sala de aula, a não perturbar a classe, mas pouco sobre ética. Não conheço ninguém que tenha sido expulso da faculdade por ter colado do colega. "Ajudar" os outros, e nossos colegas, faz parte de nossa "ética". Não colar dos outros, infelizmente, não faz.

O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética, quando o certo seria o contrário. Por quê? Dependendo da ambição, torna-se difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos. Quando percebemos que não conseguiremos alcançar nossos objetivos, a tendência é reduzir o rigor ético, e não reduzir a ambição. Monica Levinski, uma insignificante estagiária na Casa Branca, colocou a ambição na frente da ética, e tirou o Partido Democrata do poder, numa eleição praticamente ganha, pelo enorme sucesso da economia na sua gestão.

Definir cedo o comportamento ético pode ser a tarefa mais importante da vida, especialmente se você pretende ser um estagiário. Nunca me esqueço de um almoço, há 25 anos, com um importante empresário do setor eletrônico. Ele começou a chorar no meio do almoço, algo incomum entre empresários, e eu não conseguia imaginar o que eu havia dito de errado. O caso, na realidade, era pessoal: sua filha se casaria no dia seguinte, e ele se dera conta de que não a conhecia, praticamente. Aquele choro me marcou profundamente e se tornou logo cedo parte da ética na minha vida: nunca colocar minha ambição na frente da minha família.

Defina sua ética quanto antes possível. A ambição não pode antecedê-la, é ela que tem de preceder à sua ambição.

Stephen Kanitz

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Leitura e Estudos em Espiritismo




"ESPÍRITAS! AMAI-VOS, EIS O PRIMEIRO ENSINAMENTO; INSTRUÍ-VOS, EIS O SEGUNDO."
Espírito de Verdade – Paris, 1860
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. VI – O Cristo Consolador


Ao se aproximar da Doutrina Espírita, por diversos motivos e variados caminhos, em algum momento as pessoas são orientadas para a leitura. Deparam-se então, com vasta bibliografia que, se bem orientada, levará o leitor a descobrir um leque de possibilidades com informações, estudos, reflexões e consolo facilitadores do viver.

O livro é um instrumental importante para o cumprimento da afirmação inicial do Espírito da Verdade pois "Não só fala mais de perto à inteligência e à sensibilidade do leitor, como atua fora do centro, alcançando um número maior de pessoas, passando de mão em mão como luzeiro a aquecer os corações e iluminar as consciências." Emmanuel

OBJETIVO: Orientação de leitura para o público freqüentador de um Centro Espírita.

OBRA ESPÍRITA BÁSICA E FUNDAMENTAL

Fundamentação Doutrinária: Allan Kardec

O Livro dos Espíritos – 1o. livro da Codificação (1857).

Contém os princípios fundamentais do Espiritismo, fornecendo recursos para a compreensão de quem somos, de onde viemos, para onde vamos, aborda a existência e sobrevivência do Espírito, sua evolução natural e permanente através das reencarnações sucessivas.

O Livro dos Médiuns – 2o. livro da Codificação (1861).

Mostra o aspecto de ciência experimental do Espiritismo, reunindo explicações de todos os gêneros de manifestações, meios de comunicações com os Espíritos, desenvolvimento da mediunidade e seu uso correto, dificuldades e tropeços da prática mediúnica.

O Evangelho Segundo o Espiritismo – 3o. livro da Codificação (1864).

Oferece a base e o roteiro do aspecto religioso do Espiritismo. Liga os ensinos dos Espíritos codificadores ao Cristianismo no campo do amor da humanidade e da justiça. Livro de consolações e esperança.

O Céu e o Inferno – 4o. livro da Codificação (1865).

Analisa conceitos tradicionais de céu, purgatório e inferno. Situa o problema da justiça divina no plano das ações e reações, pelo ângulo reencarnatório (ou o lema "a cada um segundo suas obras"). Seguem-se numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois a morte.

A Gênese- 5o. livro da Codificação (1868).

Baseado no conhecimento científico do século XIX e na observação das leis que regem os fenômenos espíritas, neutraliza o misticismo de que estavam cercados, retirando-os do domínio do sobrenatural. Explica a origem orgânica e espiritual e a interação dos planos espiritual e material, a existência de Deus e faz a análise dos "milagres" de Jesus sob o prisma da doutrina espírita.

Reflexões Sobre os Fundamentos da Doutrina: Reflexões Doutrinárias

Allan Kardec: O que é o Espiritismo

Apresentação sumária dos princípios da doutrina espírita. Kardec revela seu pensamento e suas concepções a respeito da doutrina que codificara.

Seguidores – Final do Dec. XIX

Léon Denis – O Problema do Ser, do Destino e da Dor; No Invisível.

Gabriel Dellane – A Alma é Imortal; O Fenômeno Espírita.

Ernesto Bozzano – Animismo e Espiritismo; A Crise da Morte.

Seguidores – Contemporâneos

Ary Lex – Pureza Doutrinária.

Roberto Brólio - Doenças da Alma.

Roque Jacinto - Das Leis Morais.

Carlos Imbassahy - A Mediunidade e a Lei.

Herculano Pires – vasta obra filosófica.

Hermínio C. Miranda – Nossos Filhos são Espíritos; Diversidade dos Carismas.

Hernani Guimarães Andrade – vasta obra científica.

Vera Lucia Marinzeck de Carvalho - vasta obra mediúnica em romances.

Obra Mediúnica Fundamental para estudo doutrinário:

Emmanuel – Toda série "Pão Nosso", romances, estudos e "O Consolador". Médium: Francisco Cândido Xavier.

André Luiz – Toda série "Nosso Lar" e outras obras fundamentais. Médium: Francisco Cândido Xavier.

Joanna De Angelis - vasta obra mediúnica, através de Divaldo Pereira Franco.

sábado, 26 de maio de 2012

Coisas da Terra





“Se vos falei de coisas terrestres e não me crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” Jesus (João 3:12)


O homem não tem como imaginar sobre a infinitude do universo, mas lentamente vem percebendo essa questão, afinal, vem buscando recursos cada vez mais sofisticados para compreender a imensidão do infinito.

Fala o homem sobre ”anos-luz”, como uma unidade que seja compreensível para ele, mas isso é apenas uma abstração, pois ele efetivamente não tem real noção do que significa essa distância, a não ser nas tábuas matemáticas que expressam idealizações que dão referência, mas não real compreensão.

É realmente fascinante perscrutar o universo, investigar sobre as zonas abissais marítimas, analisar a intimidade do átomo, ainda que seja por métodos indiretos, pois o conhecimento que a humanidade vem adquirindo tem se transformado em fantásticos recursos para a própria evolução, para melhorar o conforto, aliviar dores, curar doenças, gerar trabalho, adequar as condições de vida em áreas inóspitas do planeta.

Além de fascinante, é imprescindível.

Mas é preciso que o ser humano comece a se aprofundar mais intensamente nas zonas delicadas da formação do EU.

É preciso que o homem aprenda a se conhecer e como se conhecer, estudando-se a cada dia, utilizando como ferramenta fundamental o Evangelho do Cristo, na incessante busca da paz, que é, na verdade a fonte de toda inquietação humana.

Qual a razão da violência? Qual a razão da insatisfação? Da formação de mágoas? Do adoecimento das almas? De todos os problemas éticos e morais do ser humano?

Justamente a falta de paz.

O homem se debate por não ter paz. Por privilegiar a falsa paz evocada pelo egoísmo, que suscita pequenos lapsos de paz, após a aquisição de algo que lhe dá alegria fugaz.

Mas a verdadeira paz está por vir, com a transformação real da criatura humana, quando ela estiver mais profundamente integrada com as verdades essenciais que o Cristo prega, desde sua vinda à Terra, há cerca de dois mil anos.

Ele foi o único e real exemplo de paz que pisou em nosso planeta. Por isso era chamado de “ungido”, de “o filho de Deus”.

Para que se alcance a paz autêntica, é preciso segui-Lo em período o mais breve possível.

Quanto mais cedo se puder começar, melhor, para entender sobre as coisas da Terra, da vida humana nela, que transita neste Orbe há milênios, para nosso aprendizado e conforto.



Militão Pacheco

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O olhar do Cristo





“Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.” – Mateus 6:22

Os olhares demonstram, habitualmente, o que guarda o coração de cada criatura.

Quando não há dissimulação, por conta da malícia íntima, o ser humano externa suas potencialidades através do olhar.

Imagine, a título de exemplo, uma mãe que olha seu filho ainda pequeno.

Quando embevecida pela ternura materna, não expressa ela um poema vivo de sublime beleza?

Qualquer gesto de seu filho torna sua expressão ainda mais plenificadora, por conta da alegria imensa que dela toma conta na expressão do amor sublime de mãe.

Agora, projete em sua tela mental a imagem do Cristo olhando para você.

O Amor de Jesus é muito mais elevado do que o materno, isso é mais que certo.

Ele olha para você com ternura ainda maior, por conta da imensidão de seu amor por cada criatura da Terra.

É a expressão do Amor Divino, sublime potencialidade que também reside no íntimo de cada um de nós na forma de gérmen, de semente que virá se expressar por conta de nossos esforços para desdobrar e cultivar essa abençoada semente que o Altíssimo permeou em nossa consciência.

Jesus lhe ama e, como um irmão maduro e experiente, cuida de você, através de seus prepostos, enviados amados que permanentemente nos sugerem a paz e a harmonia.

Em cada oportunidade pela qual venha a sentir medo ou revolta, preencha seu coração de certezas de que você está sendo assistido pelo Cristo que lhe olha com imensa ternura, para lhe inspirar segurança para o próximo passo que você dará.

Ele sempre nos auxilia.


Militão Pacheco

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O que fazer com a solidão...





Um dos flagelos da humanidade chama-se solidão.

Mas o que é a solidão? Seria a ausência de companhia, de pessoas à nossa volta? Seria estar longe das civilizações?

Mais grave do que estar só é sentir-se só. Duas pessoas que vivem situações parecidas poderão ter comportamentos diferentes. Enquanto uma é infeliz, a outra sobrevive, e bem.

Solidão, mais do que estar só, é a insatisfação da pessoa com a vida e consigo mesma. É precisar da multidão à sua volta, por não perceber que pode bastar-se por si mesma, desde que descubra a riqueza do seu interior.

A solidão nasce da insegurança e da necessidade de sentir-se amado ou amada, porque ignora que o grande truque é amar.

Há quem use solidão como tempo de inspiração, análise e programação. Não é mais a solidão popularmente conhecida, porque se transforma em recolhimento ao próprio íntimo, necessidade que todos temos, sem nos dar conta.

Vez ou outra, é preciso estar só. Tentamos nos dar bem com os outros, mas não sabemos viver na harmonia de nós mesmos.

Quando Amyr Klink, saindo da África, chegou à Bahia, navegando dias e dias, sozinho em sua pequena embarcação, perguntaram-lhe se a solidão não teria sido seu maior obstáculo.

A resposta foi que nunca estivera só, porque muitos torciam por ele e, além disso, fazia o que lhe causava prazer. Quem age dessa forma não dá espaço para a solidão.

Cabe analisar quem são as vítimas da solidão. E responderíamos que são os que não conseguem lutar, que nada conseguem realizar, não conseguem amar, não vivem efetivamente...!

Quem se fecha em seus problemas, em suas mágoas, melindra-se facilmente, auto-flagela-se e inutiliza preciosas oportunidades de realizações importantes.

Deus não pode ocupar-se com os que insistem em ser infelizes. Deixa primeiro que despertem e valorizem a vida, para depois enviar-lhes a ajuda que possam compreender.

O antídoto para a solidão, mais do que os antidepressivos ou os divãs dos analistas, é a ocupação, é o trabalho.

De qualquer tipo. Trabalho profissional, trabalho de lazer, trabalho de amor ao próximo. Quem se achar em sofrimento, procure ser útil.

Quem vive gastando o tempo para reclamar de má sorte, experimente aplicar as horas tristes no trabalho.

E como catalisador para esse entendimento não podemos desprezar um agente eficaz contra a solidão: O Centro Espírita.

Nesse pequeno compartimento da imensa Casa de Jesus há, sempre, disponibilidade de vagas para serviços no bem.

E, sempre, atinge primeiro o próprio agente. É aí que o jovem estudante busca serenidade para entender as lições mais difíceis; é aí que a moça, frustrada com a perda do namorado, encontra para substituí-lo um amor diferente, sublimado; é ai onde a mãe que ficou, prematuramente, sem o filho querido, conhece outros filhos que suprirão a falta dele; é ai onde a viúva, idosa e enferma, encontra a companhia de operosos auxiliares do Cristo, para suavizar o seu isolamento e a saudade do companheiro; é aí, enfim, onde todo sofrimento se transforma em progresso e entendimento.

Nenhum outro lugar, por mais prazer que ofereça, pode combater a solidão como o Centro Espírita, sem dispêndio para aquele que chega com a mágoa no coração. Ali, enquanto serve, se cura; quando oferece, recebe; ao sorrir, se alegra; com ajuda, se reergue.

Abençoado Centro Espírita, que além destes abriga também os que se sentem infelizes, que têm a alma sensível pronta para oferecer-se.

São os que têm consciência de como a vida é boa e retribuem a Deus pela dádiva, ao invés de queixar-se do abandono ou revoltar-se contra os atos comuns da vida de todos nós.

Centro Espírita que a todos recebe, servidores e necessitados, com a intenção de irmaná-los e integrá-los em um só propósito e diminuindo a infelicidade porque esta, sempre, faz seu ninho no escuro de cada um, independente da idade, saúde ou situação financeira.

Felizes os que despertam e passam pela porta estreita do Centro. Metade do problema já estará resolvido.

Felizmente, a cada dia os que ali aportam são em maior número e, brevemente, chegará o dia em que o entendimento será absoluto.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Fé cura?




Centenas de estudos e pesquisas documentam a ligação entre fé e saúde. Entre os efeitos positivos da devoção figuram:

Vida mais longa. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com 21 mil pessoas, entre 1987 e 1995, constatou uma diferença de sete anos na expectativa de vida entre aquelas que nunca freqüentam cultos religiosos e as que os freqüentam mais de uma vez por semana.

Bem-estar geral. Em uma pesquisa co-dirigida pelo epidemiologista Jeff Levin, autor de God, faith, and health (Deus, fé e saúde), idosos que se consideravam religiosos tiveram menos problemas de saúde do que os não religiosos.

Melhor recuperação. Pacientes confortados pela fé apresentaram probabilidades três vezes maior de sobrevivência após cirurgias cardíacas abertas, segundo estudo de 1995 da Faculdade de Medicina de Dartmouth.

Batimentos mais firmes. Em um estudo feito na Índia, em 1997, os participantes, em sua maioria hindus, que rezavam regularmente tinham 70% menos chance de sofrer de doença coronariana.

Pressão mais baixa. Em um estudo de 1989 realizado com 400 homens, pesquisadores da Duke University observaram um significativo efeito protetor contra a pressão alta entre aqueles que consideravam a religião muito importante e freqüentavam a igreja.

Boa saúde mental. Freqüentar locais de devoção tem relação com taxas menores de depressão e ansiedade, segundo uma pesquisa de 1999 da Duke University, que incluiu quase 4 mil idosos.

Menos estresse. Pessoas sob estresse apresentam aumento da pressão arterial e das freqüências cardíaca e respiratória, reduzindo a imunidade, segundo o Dr. Herbert Benson, de Harvard, autor de A resposta do relaxamento. Ele constatou, em várias pesquisas, que tanto a meditação como a oração, o tai chi chuan e a ioga provocam uma reação oposta ao estresse.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Zilda Gama





Zilda Gama foi uma das mais celebradas médiuns do Brasil.

Nasceu em 11 de março de 1878, em Três Ilhas, Município de Juiz de Fora - MG, e desencarnou em 10 de janeiro de 1969, no Rio de Janeiro - RJ.

Zilda Gama viveu quase 91 anos, tornando-se paradigma para todos os que encaram a mediunidade como sacerdócio lídimo e autêntico.

Incontestavelmente, os grandes medianeiros que têm servido de ponte entre os mundos material e espiritual, no trabalho meritório de descortinar novos horizontes para a conturbada humanidade terrena, foram missionários, podendo-se mesmo afiançar que na constelação dos médiuns que brilharam na Terra, prodigalizando aos homens novos conhecimentos e preparando o terreno para a implantação da verdade, Zilda Gama brilhou de modo fulgurante, cabendo-lhe uma posição das mais proeminentes.

Ainda jovem, com apenas 24 anos, ficou órfã dos pais, tendo que assumir a direção da casa, cuidando de cinco irmãos menores e posteriormente de outros cinco sobrinhos órfãos.

Foi professora e diretora de escola, sendo agraciada em concursos promovidos pela Secretaria de Educação de Minas Gerais.

Em 1931, quando no Brasil houve intenso movimento em prol dos direitos femininos, Zilda Gama foi autora da tese sobre o voto feminino, no Congresso. Essa tese foi aprovada oficialmente.

Escreveu contos e poesias para vários jornais, destacando-se o "Jornal do Brasil", a "Gazeta de Notícias" e a "Revista da Semana", todos da antiga capital federal.

Ainda jovem, Zilda Gama começou a perceber a presença dos Espíritos. Recebeu mediunicamente mensagens de seu pai e de sua irmã, já desencarnados, que a aconselhavam e a consolavam nos momentos de provações difíceis pelos quais estava passando.

Em 1912 recebeu interessante mensagem assinada por Allan Kardec. Após essa manifestação, o Codificador propiciou-lhe outros ensinamentos, os quais foram impressos no livro "Diário dos Invisíveis", publicado em 1929.

Em 1916 os Benfeitores informaram-lhe que passaria a psicografar uma novela, fato que a deixou bastante perplexa. O Espírito Victor Hugo passou, então a escrever por seu intermédio. Dentro de pouco tempo, a primeira obra "Na Sombra e na Luz" estava completa. Posteriormente, sob a tutela do mesmo Espírito, vieram os livros "Do Calvário ao Infinito", "Redenção", "Dor Suprema" e "Almas Crucificadas", todas publicadas pela FEB.

Os livros mediúnicos de Zilda Gama fizeram época na literatura espírita, além de terem o mérito de suavizar muitas dores e estancar muitas lágrimas. Foi a pioneira, no Brasil, a receber tão vasta literatura do mundo espiritual.

Outras publicações foram produzidas pela sua mediunidade: "Solar de Apolo", "Na Seara Bendita", "Na Cruzada do Mestre" e "Elegias Douradas".

Didata por excelência, organizou os seguintes livros: "O Livro das Crianças", "Os Garotinhos", "O Manual das Professoras" e "O Pensamento".

Não obstante as grandes lutas morais que teve que sustentar, Zilda Gama se constituiu na orientadora de muitas criaturas.

Em 1959, após sofrer derrame cerebral, viveu numa cadeira de rodas, assistida pelo sobrinho Mário Ângelo de Pinho, que lhe fazia companhia.

Zilda Gama, alma de escol, dedicou toda sua longa existência ao propósito de difundir no Brasil a Consoladora Doutrina dos Espíritos.

O caminho da Paz.




Jesus disse: “A minha paz vos dou, mas não a dou como o mundo vos dá”.

Encontrar a paz na Terra é uma tarefa difícil, algumas vezes exaustiva e ainda assim há quem desista ou quem se iluda, acreditando que a paz está nos prazeres mundanos, nos prazeres fugidios da Terra, da carne, nas ilusões que a vida causa, que a vida oferece.

Há quem acredite que a paz está nas posses, em ter.
Há quem acredite que a paz está no amor, não no amor verdadeiro, mas naquela chama que se extingue em pouco tempo.
Há quem acredite que a paz está na união. Unir-se a alguém é ter paz...
Há quem acredite que a paz está em eliminar o seu adversário e às vezes, este adversário está sob o mesmo teto.

Não, a paz também não está nas impressões da sensualidade.
Também não está nas impressões das vestimentas.
E onde está a paz?

Conta uma historia antiga que a paz foi motivo de discussão em um reino e neste reino havia um rei que ordenara que os seus artistas pintassem quadros para designar o que era a paz.

Depois de longo processo seletivo, efetuado pelo próprio rei, ele fica na duvida entre dois quadros.

O primeiro quadro ele olhou atentamente, um quadro lindo, luminoso, onde se via uma relva verdejante, um lago azul cristalino, o céu azul que parecia dar continuidade ao lago, com algumas nuvens brancas e o sol radiante que iluminava todas as partes.

Ele olhou bem para o quadro e pensou assim: “é... esse quadro me dá a sensação de paz!
É verdade... me dá essa sensação...”

Aí olhou para o outro, um quadro tenebroso com a tempestade violenta, o chão árido, seco, pedaços de arvores e apenas uma arvore inteira submetida à escuridão das trevas.

Depois de muito pensar, o rei decidiu que aquele quadro tenebroso era o verdadeiro representante da paz, porque ele descobriu depois de uma analise mais aprofundada que naquela arvore que restava, havia um ninho de pássaros e aquele ninho tinha um pássaro que apesar de toda a escuridão que o cercava, ali estava cuidando dos seus ovinhos.

Então ele entendeu que a verdadeira paz não é a ausência de problemas, não é a beleza infinita cercando por todos os lados, mas a paz verdadeira é aquela que a criatura tem, apesar de todas as dificuldades em volta de si, mas ela se mantém íntegra.

A verdadeira paz é a do Cristo, é aquela que nasce de dentro de nós e nossa conquista monumental, partindo de nós mesmos para nós mesmos, irradiando em torno de nós, impressionando beneficamente a outrem para que os outros se contagiem com a paz como nós conseguimos nos deixar levar pela paz do Cristo.

Esta a verdadeira paz que aspiramos.

Que Jesus nos abençoe.

Psicofonia recebida no Nept em 16/05/2012

sábado, 19 de maio de 2012

Código penal da vida futura




No capítulo VII da primeira parte do livro “O Céu e o Inferno”, encontramos interessantes questões sobre a vida futura.

As explicações do Espiritismo sobre a crença na vida futura, não se fundamentam em teorias nem em sistemas preconcebidos, mas nas constantes observações oferecidas pelas almas que deixaram a matéria e gravitam na erraticidade nos diferentes planos evolutivos.

Há quase século e meio, essas informações são cuidadosamente anotadas, comparadas e selecionados e formam um compêndio que esclarece devidamente o estado das almas no mundo espiritual.

Quando levamos em conta a universalidade das informações, observamos que as pessoas que viveram em diferentes raças, credos, condições sociais ou intelectuais, religiões, e mesmo ateus, confirmam que a sua situação atual é decorrência do seu próprio passado.

Ao reencarnar, o espírito vem com uma programação geral, tendo como base os velhos erros e acertos, sem que isso determine um destino fatalista. Submete-se às provas e expiações que mais possam ajudá-lo a livrar-se do passado delituoso e fazê-lo avançar na escala espiritual. Há vezes que, além dos fatos da encarnação imediatamente anterior, há outros pendentes de outras passagens pelos planetas que já podem ser enfrentados. Porém, se forem penosos, só poderão ser atendidos por um espírito amadurecido e com capacidade para vencer problemas mais graves. Se ele ainda não tem condição, as provas e as expiações serão ainda suaves, em atenção à pouca capacidade do espírito, no atual momento, e as mais difíceis ficam para outra oportunidade.

A vida do espírito na erraticidade e a sua intenção ou não, conhecimento ou não, aceitação ou não de encarnar depende da situação em que se encontra. A maioria dos que desencarnam na Terra continuam imperfeitos e sofrem na espiritualidade todas as conseqüências dos defeitos que carregam. É este grau de pureza ou impureza que o faz feliz ou infeliz no plano espiritual.

Para ser ditoso o espírito necessita da perfeição. Como isso é raro neste mundo, é fácil concluir-se que a erraticidade que circunda o planeta é ainda um vale de lágrimas, semelhante ao mundo material. É essa comunidade que nos rodeia e influencia os nossos pensamentos, exigindo de nós muita oração e vigilância.

A compreensão e a crença nessa verdade farão os homens melhorar para sofrer menos. Cada um tratará de construir com sabedoria seu próprio futuro para ficar livre das dores.

Estas notícias deixam claro que não há castigo de Deus porque Deus é a Lei. Não pune nem dá prêmios. Toda imperfeição, e as faltas dela nascidas, embute o próprio castigo em condições naturais e inevitáveis. Assim como toda doença é uma punição contra os excessos, como da ociosidade nasce o tédio, não é necessária uma condenação especial para cada falta ou para cada pessoa em particular. Quando segue a lei o homem pode livrar-se dos problemas pela sua vontade. Logo, pode também anular os males praticados e conseguir a felicidade.

A advertência dos espíritos nessa nossa escalada é objetiva e segura. Dizem que “o bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o bem quando podemos, é, portanto, o resultado de uma imperfeição.” Observem que não basta não fazer o mal. É preciso fazer o bem.

Os espíritos advertem, também, que não é suficiente que o homem se arrependa do mal que fez, embora seja o primeiro e importante passo; são necessárias a expiação e a reparação.

Quando falta ao espírito a crença na vida futura, fica difícil ele lutar por algo que não acredita e, nesse caso, pratica o mal sem preocupar-se com futuras conseqüências. Por isso, é comum aos espíritos atrasados acreditarem que continuam vivos, materialmente, mesmo após a desencarnação. Continuam com as mesmas necessidades que tinham quando eram humanos. Sentem fome, frio e enfermidades, como qualquer encarnado.

Tudo o que acontece a qualquer um de nós está inscrito na nossa consciência. Dela não podemos fugir por mais longe que estejamos do lugar onde cometemos as faltas. A solução para ter a consciência tranqüila é reparar os erros e desfazer-se do presente que nos atormenta. Quanto mais demoramos na reparação mais sofremos. Não devemos adiar. Nas suas lições, já nos ensinou Jesus: “Reconcilia-te com teu adversário enquanto estás a caminho.”

No próprio capítulo em questão de “O Céu e o Inferno”, há uma indagação que todos nós certamente já fizemos algum dia: Por que tanto sofrimento? “Deus não daria maior prova de amor às suas criaturas criando-as infalíveis, perfeitas, nada mais tendo a adquirir, quer em conhecimento quer em moralidade?” Mas a resposta é óbvia. Deus poderia tê-lo feito, mas não o fez para que o progresso constituísse uma lei geral. Deixou o bem e o mal entregue ao livre-arbítrio de cada um, a fim de que o homem sofresse as dores dos seus erros, mas também o prazer dos seus acertos. E dando “a cada um, segundo as suas obras, no Céu como na Terra.” Esta é a Lei da Justiça Divina. Se assim não fosse, a vida não teria tempero.

O sofrimento, em resumo, é inerente à imperfeição. Livre-se o homem da imperfeição pela sua própria vontade e anulará os males dela decorrentes; conquistará nesse momento a sonhada felicidade.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A mensagem do Cristo




"Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo. Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é o Cristo, o Senhor".
(Lucas, 2:10-11).


Aos cânticos de numerosa milícia celestial, cujas vozes diziam: Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade, nascera em Belém da Judéia, cumprindo os vaticínios dos profetas, aquele que passaria a ser o nosso Mestre incomparável.

Até então o campo religioso era árido, pois, prevaleciam tão somente as mensagens locais e circunscritas de Buda, Confúcio, Hermes, Krishna, Moisés, Lao-Tse e Zoroastro.

Do advento de Jesus Cristo até os nossos dias, passou a prevalecer a mensagem cristã - de sentido profundamente universal, abarcando toda a Humanidade, falando de perto a todos os homens e dirigindo-se aos corações de todas as criaturas.

O deus parcial, rancoroso e vingativo, eivado de formalismos e que fazia freqüentemente extravasar o furor da sua ira, passou a ser suplantado pelo Deus de infinita misericórdia, Pai de justiça e de perdão.

A mensagem Cristã destituiu dos altares o temível deus Jeová, Senhor dos Exércitos, que punia os erros dos pais nos filhos durante muitas gerações.

A Mensagem Cristã destruiu os deuses do paganismo, repletos de propensões humanas, cujas celestiais narinas eram constantemente fumigadas com o cheiro de carne assada de animais, de escravos, de prisioneiros e de vítimas inocentes.

Jesus Cristo nos trouxe uma mensagem de paz, de amor, de justiça e de tolerância; uma mensagem de caráter permanente; uma mensagem cujos postulados soergue e anima.

A Mensagem trazida por Jesus transcende de muito a de todos aqueles que o antecedem, é algo que fascina pela excelsitude e encanta pela simplicidade.

Ao que quiser demandar contigo, para tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa.

Sê humilde de espírito, manso, justo, misericordioso, pacífico e limpo de coração.

Se alguém te ferir em uma face, oferece-lhe também a outra.

Se alguém te obrigar a ir carregado mil passos, vai com ele mais dois mil.

Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.

Não condenes, para que não sejas condenado.

Perdoa a quem te ofenda, quantas vezes se façam necessárias.

Ama o próximo como a ti mesmo, inclusive os teus inimigos.

Faze o bem aos que te odeiam.

Ora pelos que te perseguem e caluniam.

Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita.

A mensagem de Jesus, entretanto, não foi ainda compreendida.

Os ensinamentos contidos na grande Mensagem foram deturpados, introduzindo-se-lhes preceitos e formalismos profundamente humanos.

Nos idos da Idade Média os homens acenderam fogueiras para, em nome dessa Mensagem, dizimar os chamados hereges.

Aqueles que se arrogaram em expoentes dessa Mensagem, criaram um deus à sua imagem e semelhança.

A fonte de água-viva que deveria jorrar perenemente para a vida eterna, passou a ser minúsculo riacho de água conspurcada.

A água-viva que o Mestre prometeu à mulher samaritana, tornou-se amargosa e turva.

As massas sofredoras passaram a ser preteridas; a religião passou a ser instrumento do erro, da política e dos grandes da Guerra.

O Espiritismo vem agora restabelecer a Mensagem Cristã em seu verdadeiro pedestal, restaurando a sua singeleza e fazendo com que ela seja realmente lenitiva para os sofredores, para os desajustados e para os desamparados.

A Doutrina Espírita vem cumprir a promessa de Jesus em torno do Consolador, cuja missão primária consiste em restabelecer a Mensagem Cristã em seu devido lugar, em toda a sua plenitude.

As comportas da Mediunidade foram abertas e o Espírito está sendo derramado sobre toda a carne, conforme predissera Joel, a fim de que a Mensagem de Amor, que nos foi legada pelo Cristo há quase vinte séculos, equacione os problemas angustiantes da Humanidade, dando-lhe paz e felicidade.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Reforma Íntima e o Trabalho




Muitas das almas que se conscientizam da necessidade de promoverem urgentemente sua evolução espiritual não estão alertadas quanto aos esforços sobre-humanos que devem efetuar para a realização de tais desejos.

A maior parte costuma inclusive confiar aos "bons anjos" a abertura do caminho, dizendo até:

- O que tiver que ser, será.. Deus me abrirá as portas que julgar necessário.

Ou ainda:

- Se Deus achar que devo me dedicar às tarefas fraternas, ele mesmo me apontará o caminho.

Tal maneira de pensar é totalmente falsa. Jesus, há quase dois mil anos já nos advertia: "Estreita é a porta que conduz à Verdadeira Vida”.

Essa displicência representa até mesmo um perigo pois que, na espera do que possa acontecer, alguma abertura “lhe pode ser mostrada, mas, cuidado! (nem sempre por Espíritos amigos) para afastá-lo, isto sim, de seus bons propósitos no tocante ao seu esforço evolutivo, interessando-o por outras realizações de caráter material.

O Livro dos Espíritos traz-nos inúmeras respostas para estas questões, diante das quais concluímos que aquilo que vem pronto raramente abrirá caminho para o que quer que seja pois a Evolução é Lei para ser cumprida, atingida através de nosso esforço consciente e inteligentemente dirigido.

Já nos alertam os Espíritos Instrutores que tudo quanto representa um passo a mais para beneficio de nosso Espírito demanda muito trabalho e luta de nossa parte e que devemos analisar bem as coisas que se nos oferecem já "prontas".

Devemos traçar planos e orar. Assim, conseguiremos força e coragem para suplantar todas as formas de “atrapalhação” que nos costumam aparecer com a intenção de nos desestimular da arrancada ascensional. E é bom que os candidatos se alertem quanto a essas "atrapalhações" que não são meramente casuais mas dirigidas, na sua quase totalidade, por Espíritos invejosos, mesmo inimigos da criatura ou da Doutrina ou ainda das Forças Superiores da Criação.

Para dar cumprimento ao seu desejo de progredir espiritualmente, a criatura terá que se exercer sobre si mesma e sobre sua vontade, uma vigilância enorme buscando na prece freqüente (várias vezes ao dia) e na leitura do Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, efetuada em horas certas e em voz alta, o reforço de que carece para conseguir realizar aquilo a que se propôs.

Porque ao contrário do que imagina, coisa alguma se lhe cairá aos pés. Evolução é, muito ao contrário do que imaginam quase todos os que ainda não conhecem a Doutrina Espírita, Evolução é uma opção.

A Evolução Espiritual não é totalmente semelhante à Evolução Biológica que se efetua sem a conscientização das espécies.

O Espírito pode, sim, estar sujeito a uma renovação espiritual compulsória que se efetua quer ele queira ou não, porém de maneira dolorosa, pelos aleijões, pelas doenças pelas desgraças, enfim, pela Dor. No entanto, quando o ser já se torna capar de orientar esse movimento de revitalização moral, muito do que se chamava antes de "fatalidade" vai sendo afastado ou diminuído. em face da nova visão do problema evolutivo que o ser humano resolve inteligentemente abraçar, para promover ele próprio e conscientemente, a "subida" progressiva, rumo a redentorização moral.

Esforço e luta. Vontade firme. Saber porque deve avançar.

Eis o leme dos que descobriram a Verdadeira Vida.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Islamismo




Maomé (570-632) pertencia à tribo dos coraixitas, que tinha como missão zelar pela Kaaba de Meca. O avô de Maomé, além de possuir cargo religioso importante, era um comerciante bem sucedido. Entretanto, Maomé sofreu dificuldades econômicas em sua infância e adolescência: aos sete anos, já tinha perdido os pais, tendo sido criado por um tio e teve que começar a trabalhar muito cedo, como pastor de carneiros.

A tradição menciona que Maomé, em sua juventude, teve feito viagens à Síria, onde talvez estabeleceu seus primeiros contatos com o cristianismo e com o Judaísmo.

Aos 25 anos de idade Maomé casou-se com Khadija, uma rica viúva que o incumbiu da direção de seus negócios comerciais. Com esse casamento Maomé deixou a vida de pobreza, subindo na escala social. Mas apesar da riqueza conquistada Maomé sentia-se interiormente insatisfeito e, por isso, dedicava-se à meditação.

Aos 40 anos, passou a ter uma série de visões que o convenceram de que ele era o profeta escolhido por Deus (Alá) para anunciar aos homens uma nova doutrina religiosa. Iniciando suas pregações religiosas, Maomé entrou em conflito com os sacerdotes de Meca, que eram politeístas e estavam interessados em manter a cidade de Meca como centro religioso e comercial dos árabes.

Em razão desse conflito em 622 e a fugir para Yatrib, posteriormente denominada Medina, a cidade do profeta. Essa data denomina-se Hégira e marca o início do calendário muçulmano. Aos poucos, Maomé estruturou sua religião e organizou um exército de seguidores que, em 630, conquistou Meca.

A Kaaba foi transformada num centro de orações, mas Maomé proibiu todos os cultos muçulmanos idólatras que antes existiam.

A doutrina muçulmana também chamada islâmica ou maometana impõe cinco regras:

Crer em Alá, o único Deus e em Maomé, seu profeta;
Realizar cinco orações diárias;
Ser generoso para com os pobres e dar esmolas;
Obedecer ao jejum religioso durante o ramadã (mês anual do jejum);
Ir a peregrinação a Meca pelo menos uma vez durante a vida.
Seu livro sagrado o Alcorão, tinha crença na predestinação.

Evidentemente há muito mais sobre esta maravilhosa religião que liga o homem a Deus. Isso é apenas um brevíssimo resumo para nossa conscientização sobre outras religiões no mundo.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Biografias de personagens importantes para o Espiritismo: Ernesto Bozzano




Nasceu em 9/01/1862, em Gênova, Itália e desencarnou em 24/06/1943, na mesma localidade.

Professor da Universidade de Turim, foi, antes de se converter ao Espiritismo, materialista, céptico, positivista.

Pesquisador profundo e meticuloso, escreveu mais de trinta e cinco obras, todas de caráter científico.

Organizador de estudo experimental, com o valioso concurso de 76 médiuns.

Elaborou nove monografias inconclusas.

Essa a folha de serviço de um dos mais eruditos pensadores e cientistas italianos. Seu nome: Ernesto Bozzano.

Numa época em que o Positivismo empolgava muitas consciências, Bozzano demonstrava-lhe nítida inclinação.

Dos postulados positivistas gravitou para uma forma intransigente de materialismo, o que o levou a proclamar mais tarde: Fui um positivista-materialista a tal ponto convencido, que me parecia impossível pudessem existir pessoas cultas, dotadas normalmente de sentido comum, que pudessem crer na existência e sobrevivência da alma.

O fato de representantes da Ciência oficial levarem a sério a possibilidade da transmissão de pensamento entre pessoas que vivem em continentes diferentes, a aparição de fantasmas e a existência das chamadas casas mal-assombradas escandalizava Bozzano.

Somente após ler diversas outras obras é que Ernesto Bozzano resolveu dedicar-se com afinco e verdadeiro fervor ao estudo aprofundado dos fenômenos espíritas, fazendo-o através das obras de Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Paul Gibier, William Crookes, Alexander Aksakof e outros.

Como medida inicial para um estudo profundo, Bozzano organizou um grupo experimental, do qual participaram muitos professores da Universidade de Gênova.

No decurso de cinco anos consecutivos, graças ao intenso trabalho desenvolvido, esse pequeno grupo propiciou vasto material à imprensa italiana e, ultrapassando as fronteiras, chegou a vários países.

Havia-se obtido a realização de quase todos os fenômenos, culminando com a materialização de seis Espíritos, de forma bastante visível, e com a mais rígida comprovação.

Dentre as mais de trinta e cinco obras escritas, citamos “A Crise da Morte”, A Hipótese Espírita e as teorias Científicas”, “Animismo ou Espiritismo”, “Comunicações Mediúnicas entre Vivos”, “Pensamento e Vontade”, “Fenômeno de Transfiguração”, “Metapsíquica Humana”, “Os Enigmas da Psicometria”, “Fenômenos de Talestesia”, etc.

O seu devotamento ao trabalho fez com que se tornasse, de direito e de fato, um dos mais salientes pesquisadores dos fenômenos espíritas, impondo-se pela projeção do seu nome e pelo acendrado amor que dedicou à causa que havia esposado e que havia defendido com todas as forças de sua convicção inabalável.

Um fato novo veio contribuir para robustecer a sua crença no Espiritismo.

A desencarnação de sua mãe, em julho de 1912, serviu de ponte para demonstração da sobrevivência da alma.

Bozzano realizava nessa época sessões semanais com um reduzido grupo e com a participação de famosa médium.

Realizando uma sessão na data em que se dava o transcurso do primeiro ano da desencarnação de sua genitora, a médium escreveu umas palavras num pedaço de papel, as quais, depois de lidas por Bozzano o deixara assombrado.

Ali estavam escritos os dois últimos versos do epitáfio que naquele mesmo dia ele havia deixado no túmulo de sua mãe.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mesmerismo e Espiritismo




É muito usual nos centros espíritas falar-se que o passe tem suas origens em Mesmer, contar-se sobre a tina das convulsões e que o médico vienense magnetizava a água. Estes são alguns dos aspectos do trabalho do mesmo que foi bem mais amplo e que marcou profundamente a Doutrina Espírita, seja em sua terminologia, seja nos princípios teóricos nos quais se baseia a sua prática.

Formação de Mesmer.

As opiniões sobre Franz Anton Mesmer (1734/1814) são controvertidas ainda hoje. Alguns o consideram charlatão, outros místico e biógrafos como Zweig são entusiastas em defender sua erudição e espírito científico, que afirma terem sido subvalorizados pelas instituições acadêmicas de sua época.

Sua formação intelectual foi ampla. Possuiu títulos acadêmicos em teologia, filosofia, direito e medicina. Prosseguiu estudando geologia, física, química, matemática, filosofia abstrata e música.

O Início da Clínica.

Mesmer iniciou seu trabalho clínico com magnetismo por volta de 1774, quando tornou-se moda usarem-se ímãs como terapêutica para as doenças do corpo. Entre os métodos inicialmente adotados, Mesmer aplicava diretamente ímãs sobre regiões enfermas, friccionava-as, colocava ímãs em bolsinhas de couro para que seus pacientes as usassem no pescoço, magnetizava água, taças, espelhos, vestidos, instrumentos musicais e outros objetos por fricção. Procurou um meio de acumular a energia magnética e conduzi-la. Construiu então o "baquet", ou cuba da saúde, que viria a ser conhecido como a tina das convulsões. Era um grande tanque de água em que "duas garrafas cheias de água magnetizada correm convergentes para uma barra provida de pontas condutoras móveis, das quais os pacientes podem aplicar algumas nas regiões doentes."

Posteriormente o médico vienense abandonaria os ímãs e escreveria um tratado sobre o "magnetismo animal", onde atribuiria às suas próprias mãos o desprendimento de uma força que curaria os males orgânicos e impregnaria objetos. "De todos os corpos da natureza é o próprio homem que atua com mais eficácia sobre o homem."

No mesmo ano em que redigiu seus primeiros escritos sobre o magnetismo animal (1776) ele defendeu uma tese sobre a ação dos astros sobre o homem através de um éter primordial.

Mesmeromania.

Um dos momentos importantes da clínica de Mesmer foi em Paris, na década de 80, quando o povo francês tomou-se daquilo que Zweig denomina "mesmeromania". As descrições dos biógrafos nos sugerem um misto de magnetização e misticismo. Mesmer montou três grandes cubas no seu pequeno hospital.

Neste ambiente, tocava-se piano ou harmônio e Mesmer entrava na sala usando uma longa bata de seda lilás e carregando consigo um bastonete de ferro com o qual tocava as áreas afetadas dos pacientes.

Enquanto caminhava pela câmara era freqüente o surgimento de convulsionários, principalmente no meio dos pacientes que se tratavam na cuba. É curioso destacar que os pacientes sob a ação do magnetizador eram chamados médiuns e o fato se deve à sua condição de meio de atuação do magnetismo animal.

Convulsionários.

Uma comissão científica composta por Lavoisier, Bailly, Jussieu, Guilhotin e Benjamim Franklin, pelo rei Luís, para pesquisar o fenômeno descreve os convulsionários como se vê:

"Uns se mostram tranqüilos; quietos e como enlevados; outros tossem, cospem, experimentam imensas dores, calor em todo o corpo e têm acessos de suor; outros são presas de convulsões extraordinárias em número, duração e força. Quando se manifestam em um deles, se transmite em seguida aos outros. A comissão as viu prolongarem-se por espaço de três horas, seguidas de expulsão pela boca de uma espécie de água turva e viscosa, devido à violência dos esforços. Observam-se nesses escarros algumas gotas de sangue.

Tais convulsões se caracterizam por irreprimíveis e repentinos movimentos dos membros e de todo o corpo, contrações na garganta, tremores na região abdominal (hipocôndrio) e na do estômago (epigástrio), perturbações e fixidez do olhar, gritos agudos, eructações, choros e acessos selvagens de riso. Seguem-se logo prolongados estados de cansaço e abatimento, languidez e prostração. O menor ruído inesperado os sobressalta em extremo e se tem observado que as mudanças de tom e compasso nas melodias que se interpretam ao piano influem nos enfermos, de modo que um crescendo os excita mais e aumenta a violência dos acessos nervosos.

Nada mais estranho do que o espetáculo dessas convulsões e quem não as viu não pode imaginá-las. Não pode também ninguém deixar de se surpreender ao ver, de uma parte, a calma perfeita de uma série de pacientes e, de outra a excitação dos restantes; os diversos incidentes que se produzem e a simpatia que reina entre eles; vêem-se enfermos que sorriem reciprocamente e conversam com grande delicadeza e afabilidade, o que abranda seus espasmos. Com sua força magnética Mesmer conserva-os subjugados e, se se acham num estado aparente de prostração, seu olhar e sua voz os reanimam num instante."


Sonambulismo:

Junto aos convulsionários houve um outro tipo de reação, a dos médiuns sonambúlicos. Estes caíam em um estado semelhante ao sono e eram passíveis de sugestões. Mesmer, entretanto, não deu o devido valor a este fenômeno, valor que só veio a ser dado pelo Marquês de Puységur. Puységur estudou os médiuns sonambúlicos (latim: ambulo = passear, andar; somnus = sono) e descreveu coisas importantes sobre eles, como a inexplicável capacidade que possuem de andar de olhos fechados por lugares perigosos sem caírem ou acidentarem-se.

Falou de um "sens interieur" ou uma dupla vista (no inglês: second sight). Os médiuns sonambúlicos podiam responder perguntas e um aprofundamento em suas faculdades acabou evoluindo para as chamadas reuniões mediúnicas do início do século XIX. Estas reuniões traziam muitos elementos do Mesmerismo, como a "cadeia" de participantes, popularmente conhecida nos dias de hoje como "corrente" ou "fechar a corrente", que era a colocação das pessoas ao lado da cuba da saúde.

Sucessores de Mesmer:

O trabalho de Mesmer desencadeou uma série de escolas que sucederam-no na tentativa de trabalhar com a ampla fenomenologia levada a público pela mesmeromania. Observam-se algumas tendências através do esquema abaixo:

1) Escola Fluidista. Explica os fenômenos pela exalação de uma substância nervosa corporal. Dos muitos ramos que esta escola possui podemos citar Deleuze, Reichembach, entre outros.

2) Escola Animista. Explica os fenômenos pela atuação da vontade sobre a consciência. Podemos citar os trabalhos de Barbarin (sugestão), James Braid (hipnose) e os desencadeados por eles como os de Charcot e Bernheim.

3) Escola Espiritualista. Explica os fenômenos pela ação de entidades extracorpóreas sobre a consciência. Podemos citar a Teosofia (Blavatsky) e o Espiritismo (Kardec).

Ressalva-se que as escolas não são mutuamente exclusivas, isto é, a explicação de uma escola não elimina a explicação de outras, embora alguns dos autores acima citados tivessem reduzido seu trabalho ao seu campo teórico e não dessem notícias dos outros.

O trabalho de Kardec cabe nas três classificações, uma vez que ele relativiza os fenômenos e atribui causas diferentes a fenômenos diferentes. A grande ênfase do seu trabalho, entretanto, reside no desenvolvimento da terceira hipótese, que ele desenvolve no sentido de diferenciá-la do seu objeto de trabalho e não buscando aprofundar-se nela.

Mesmer em Kardec.

As influências do mesmerismo na obra de Kardec são claras.

"Allan Kardec reconhece que o estudo do magnetismo despertou o seu interesse desde 1820; o que fez dizer a certos adversários do Espiritismo, como René Guenon, que os médiuns de Allan Kardec estavam hipnotizados pelo fundador do Espiritismo e que falavam segundo a vontade dele. (...) O magnetismo, escreve Kardec em 1858, preparou o caminho do Espiritismo e os rápidos progressos desta última doutrina são devidos, incontestavelmente, à vulgarização dos conhecimentos sobre a primeira. Dos fenômenos do magnetismo, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas, não há mais que um passo..."

Uma primeira influência é a da terminologia. Kardec "redefiniu" muitos termos do magnetismo. Muitos leitores do Espiritismo acreditam que ele criou as palavras, mas não é verdade: Kardec criou conceitos novos. Palavras como espírito e médium são anteriores ao codificador. O sentido atribuído a elas por Kardec é que é singular à Doutrina Espírita; são conceitos a partir dos quais ela se constitui.

Médium, para o mesmerismo, é a pessoa que se coloca sob a ação do magnetizador. Para Kardec, "todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos é, por este fato, médium." (Kardec, 1861. cap. XIV)

O termo médium sonambúlico cabe também às duas ciências com acepções diferentes. Para o mesmerismo este seria qualquer pessoa que entra em estado sonambúlico mediante a aplicação do magnetismo. Em Kardec os médiuns sonambúlicos seriam apenas os sonâmbulos capazes de acusar a presença de espíritos e servirem como seus intérpretes ou intermediários. (Kardec, 1861. § 172 a 174)

A noção de um éter primordial está presente em "O Livro dos Espíritos" e em "A Gênese", ampliada e discutida com o nome de "Fluido Universal ou Fluido Cósmico". Em ambos Kardec também trata de temas como letargia, sonambulismo, dupla vista, convulsionários e outros temas importantes ao mesmerismo.

Há três mensagens atribuídas a Mesmer, publicadas na Revista Espírita (1864, p.303 e 1865, p. 153).

Kardec publicou diversos artigos sobre o magnetismo na Revista Espírita. Neles, Kardec faz assertivas como: "O Espiritismo liga-se ao magnetismo por laços íntimos, como ciências solidárias." Ou então: "Os espíritos sempre preconizaram o magnetismo, quer como meio de cura, quer como causa primeira de uma porção de coisas..."

Kardec queixou-se dos ataques desfechados por adeptos do mesmerismo em sua época contra o Espiritismo, defendeu os magnetizadores e seu tratamento à base de toques e passes magnéticos, defendeu-os também contra ações judiciais movidas por pacientes insatisfeitos. Relatou o tratamento pelo hipnotismo e descreveu o caso de pacientes tratados por Braid e Broca e por outros acadêmicos da época.

A incorporação dos "passes magnéticos" e da "água magnetizada" ao movimento espírita, não é uma mera transposição de práticas, uma vez que Kardec estudou e propôs a ação e intervenção dos espíritos no tratamento magnético, ampliando a noção de fluido.

O conhecimento do Mesmerismo e de outras doutrinas contemporâneas a Kardec facilitam o estudo da obra do codificador e nos permite fazer leituras mais precisas. Obviamente, o sentido atual de magnetismo, postulado pela Física, difere bastante do sentido do magnetismo de Mesmer. Ignorar este aspecto é perder o sentido de muitas afirmações do codificador. Muitos enganos cometidos por leitores e comentaristas desavisados, e muitas vezes polemistas contumazes, seriam mais facilmente esclarecidos se conhecêssemos melhor as nossas raízes.

sábado, 12 de maio de 2012

Quando a bondade se expressa




O rapaz estava desempregado. Fora despejado e dormia no carro. Carro, aliás, que ele não tinha, sequer, dinheiro para colocar combustível.

Chegou o dia em que estava com fome. Sem dinheiro para comprar alguma coisa, desesperou-se.

Noite fria, estômago reclamando, entrou numa lanchonete. Como não sabia quando seria sua próxima refeição, comeu a mais não poder.

Quando chegou a hora de pagar, fingiu que tinha perdido sua carteira.

Fez um barulho enorme e começou a procurá-la por todo lugar. Virou a lanchonete de cabeça para baixo.

De trás do balcão o cozinheiro, que era também o dono do lugar, saiu e foi até onde estava o rapaz.

Abaixou-se, fingindo que apanhava alguma coisa do chão, e entregou ao moço cem reais, dizendo-lhe: "acho que você deixou cair quando entrou."

O rapaz ficou mais confuso ainda, mas pagou a conta e saiu rapidinho.

"E se o dono do dinheiro aparecer?" - ele se perguntava, andando pela rua.

Até que se deu conta que, na verdade, o dono da lanchonete fingira achar o dinheiro.

Colocou gasolina no carro e rodou para outra cidade. Enquanto dirigia, agradecia a Deus o gesto daquele piedoso desconhecido.

E prometeu que, se sua vida viesse a melhorar, faria aos outros o que aquele homem fizera por ele.

O tempo passou. Ele teve fracassos, reveses. Até que, afinal, as dores da pobreza passaram.

Foi então que decidiu que era hora de honrar a promessa e cumprir o voto feito naquela noite escura de inverno.

Pelos anos seguintes, ele iniciou sua jornada de doações. Queria dar, mas não queria que as pessoas o agradecessem.

Começou a identificar pessoas realmente necessitadas. Assim, a família de um garoto de 14 anos, que sofria de leucemia, encontrou uma boa soma de dinheiro em sua caixa de correio.

Uma viúva, com sete crianças e dois netos, foi surpreendida com várias notas, colocadas embaixo de sua porta.

Um jovem que precisava de um transplante de pulmão respirou aliviado, quando em sua conta apareceu a expressiva soma que precisava para a cirurgia.

Ele pagou aluguel, prestações de carro, contas de mercado, sempre sem aviso e sem ficar por perto para elogios.

A sua alegria era a expressão no rosto das pessoas beneficiadas.

Agora só faltava agradecer a quem o socorreu, quando precisou.

Procurou pelo dono da lanchonete, durante quase um ano. O local conhecido estava fechado.

Arranjou um encontro, dizendo-se historiador e que desejava fazer uma matéria sobre pessoas antigas daquela localidade.

Chegou carregado de presentes, além de avultada quantia em dinheiro. Ao se deparar com o seu benfeitor de outrora, disse-lhe: "eu sou aquele sujeito que você ajudou, 29 anos atrás. Você mudou a minha vida, naquela noite."

O ex-dono da lanchonete, agora aposentado, com 81 anos de idade, chorou, tamanha emoção, ao lado da sua esposa, agora gravemente doente, lutando contra um câncer e o mal de Alzheimer.

Por causa da situação, estava atolado em contas hospitalares. O dinheiro fora mandado por Deus.

Para o antigo beneficiado era um simples gesto de gratidão. Para aquele idoso o dinheiro era o acenar de um novo tempo, sem provações.

***

Fomos criados para amar.

E importar-se com os outros é caminho para a felicidade.

Assim, sempre que possível espalhe bondade ao seu redor. O mundo em que vivemos depende dela.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Fragmentos da História




Um texto de Eurípedes Kühl, na "virada" do século XX para o XXI. Bom para reflexões, mas leia todo, apesar de ser longo.

O futuro ainda não chegou, mas vislumbres do presente nos levam a impressão de que a História, praticamente, já está acontecendo. Por exemplo: muita gente já prepara comemorações para o réveillon de 1999/2000, para festejar a chegada do terceiro milênio. O que não é verdadeiro - o terceiro milênio começará, na verdade, no primeiro instante do primeiro dia do seu primeiro ano: 2001 !

Mas deixemos a folhinha, pois a mídia "decretou" que o terceiro milênio vai começar no ano 2000... Inclusive, restaurantes mundialmente famosos estão com seus lugares todos reservados, para o réveillon de 31 de dezembro de 1999.

Num despretensioso exercício de futurologia, vamos tentar levantar uma pontinha da cortina que encobre a História que ainda virá.

De inicio, ao vislumbrarmos o futuro, a memória nos arremete ao passado, quando éramos criança, e nossa mãe nas visitas que fazia estava sempre olhando para o céu. À primeira "nuvenzinha enfezada", despedia-se e voava para casa, antes dos primeiros pingos anunciadores da chuva. Algumas vezes errava, pois não chovia. Com o passar do tempo, porém, passou a acertar dez, em dez "suspeitas" de chuva.

Voltando ao presente e a História, sentindo alguns "respingos sociais" do que está acontecendo no mundo, ousaremos lucubrar o que poderá acontecer no terceiro milênio.

Simples projeções, pois. Que. assim como as previsões maternas iniciai s do nosso passado , também são desprovidas de certeza.

Amorteceremos nossas "adivinhações", buscando enquadrá-las dentro das informações constantes da Doutrina Espirita. Aliás, o próprio Allan Kardec, que a codificou, pensando no progresso do futuro, perguntou aos Espíritos Bondosos com os quais se ligou se o Espiritismo se tornaria uma crença comum ou seria apenas a de algumas pessoas. Essa, a questão no. 798 de O Livro dos Espíritos.

Eis a resposta, em síntese:

"Certamente se tornará uma crença comum e marcará uma nova era na História da Humanidade, porque pertence à Natureza e chegou o tempo em que deve tomar lagar nos conhecimentos humanos. "

1. Etapas da Evolução Humana

Da barbárie (incivilização, crueldade, violência) à civilização, eis os caminhos do homem:

a. Primeiros povos civilizados

Até certo ponto, encontramos no Velho Testamento o roteiro dos primeiros tempos e dos primeiros homens sobre a Terra, culminando com Moisés e o seu famoso "olho por olho...". A despeito do barbarismo de então, a espécie humana sobreviveu. Nós somos a prova. E isso é glória deste mundo, e nossa, mostrando que a evolução é inexorável.

b. Antigüidade

Os quatro evangelistas registram a vinda e os ensinamentos de Jesus , nosso Mestre, Irmão e Modelo de comportamento, despertando as civilizações da época, cujas idéias conceptuais emanavam da Grécia e de Roma (Impérios em duelo); isso, além de sensibilizar parcela do povo judeu, extremamente corporativista, obediente aos preceitos filosóficos gerados na já então milenar Jerusalém. Passados dois mil anos, os preceitos do Cristo permanecem modelares, de moral insubstituível: Amor ao próximo e perdão das ofensas. Isso porque Jesus utilizou a melhor de todas as pedagogias: a do exemplo!

c. Mundo moderno

Allan Kardec, com lógica irretorquível, descortinou o véu de todos os rnistérios, expondo ao mundo moderno o porque da Vida passada, presente e futura -, noticiando, com detalhes, como é o Plano Espiritual. Além disso, metodizou com eficiência a forma de intercâmbio entre o plano físico e o plano extrafísico? isto é, a mediunidade. Para todos os que não conhecem os fundamentos do Espiritismo, declaramos com sinceridade absoluta que no arco-íris filosófico espirita predomina a cor cristã.

d. Terceiro milênio

O terceiro milênio bate as nossas portas (estamos em 1996). Chegará amanhã... Para o Tempo, que não se guia pelo nosso calendário nem pelos nossos relógios, o primeiro instante do dia 1º de janeiro do ano de 2001 nada mais será do que o simples e eterno suceder dos fatos, da vida...

Se pensarmos hoje no futuro próximo (o ano de 2001 por exemplo), a primeira grande pergunta de cada um talvez seja:

- Onde, como e com quem estarei?...

A resposta tem de ser fracionária:

1 - acreditar em Deus é indispensável para saber que não estará só;

2 - crer na imortalidade da alma é ganhar a Esperança do Infinito;

3 - raciocinar em termos de reencarnação é saber-se vivo, sempre, indene à morte;

4 - refletir que a evolução é permanente e perpétua, isso nos autoriza imaginar que estaremos aprendendo;

5 - confiar no Amor, como sendo um sentimento também permanente e eterno, tal nos será lenitivo, nas inexoráveis separações daqueles que amamos.

Ora: equipado com tais premissas - crendo em Deus; sabendo-se espirito imortal; eterno; evoluindo sempre; só por algum tempo separado daqueles que ama- o homem encarnado, Hoje, aguardará, sereno, o Amanhã.

E mais: sabendo-se num mundo de provas e expiações, não se amedrontará ante as dificuldades , considerando-as , pela lógica e diante da infalibilidade da Justiça Divina, expurgo de faltas passadas. Por isso, não de forma masoquista, mas confiante no Pai e na Sua Justiça, o sofrimento já não lhe causará revolta.

E a resignação é potente anestésico para as dores. Todas as dores

2. Panorama Futuro da Ciência

Vamos direto e com síntese às probabilidades futuras, algumas já factíveis:

a. Bioengenharia

Chips e condutores elétricos, imitando ordens cerebrais (sinais nervosos), acionarão equipamentos implantados no corpo humano, sanando deficiências e/ou curando doenças, tais como:

- Audição: recuperável, aos surdos de nascença, com implante de um microcomputador (cóclea artificial), na parte mais profunda do ouvido.

- Cegueira: sanável, com microcameras de vídeo captando imagens do mundo exterior; uma retina celular (biônica) em comunicação com o nervo ótico e o cérebro transformará a luz em sinais elétricos.

- Coração: substituível por bomba artificial de sangue de titânio e resina, além de microdefibrilador inteligente implantado nos pacientes de risco, que age, mal começa a fibrilação (mais fatal dos ataques cardíacos), acionando disparo em eletrodos no coração, voltando o sangue a ser bombeado.

- Paralíticos: poderão andar, face placa metálica instalada na coluna vertebral, que sob comando remoto lhes possibilitará ficar de pé, sentar e andar.

- Diabéticos: bomba de insulina implantável (já a partir de 1997), através de um computador colocado na região intestinal e um minúsculo cateter perto do fígado, definindo a dosagem exata de insulina requerida pelo diabético.

- Epilépticos: surtos evitáveis, por marcapasso (um gerador é colocado atrás da clavícula, com um eletrodo conectado ao nervo vago; a cada 5 minutos o gerador aproveita esse nervo e manda pequeno estímulo elétrico ao cérebro, mantendo suas ondas sob controle permanente).

- Mal de Parkinson: minúsculo eletrodo, instalado por robô super especializado (capaz de realizar gestos com precisão de milionésimos de milímetro) no cérebro, produzirá estímulos elétricos controladores da tremedeira causada por essa doença.

- Dor: nos casos de hérnia de disco, um gerador de corrente elétrica na medula espinhal, sob controle remoto, provocará "linha cruzada" com a corrente da dor, impedindo o cérebro de decifrar a ambas; e o que o cérebro não decifra não é sentido.

- Transplantes: a Ciência já domina a tecnologia para construir "estufas de órgãos humanos", para transplantes. Algo assim como moldes de plástico, onde células humanas específicas desenvolverão "peças de troca" para o corpo humano, entre elas braços, mãos e até coração"

b. Biogenética

A Biogenética já oferta ao homem - médico, industrial, fazendeiro, ou simplesmente cidadão comum - incríveis possibilidades quanto à manipulação da vida vegetal, animal e humana.

Destaquemos algumas:

1- Sexagem: escolha do sexo do futuro filho (se humano), ou cria (se animal), por meio da manipulação celular nos embriões.

- Medicina fetal: previsão de doenças (anomalias fetais) em quem ainda não nasceu (!), pela análise em genes dos fotos, detectando os eventualmente defeituosos.

- Fertilizações assistidas: possibilitando maternidade/paternidade em mulheres/homens estéreis.

- Clonagem: é o que a mídia denomina "brincar de Deus" ultra-perigosa possibilidade de o homem reproduzir infinitos seres vivos, absolutamente idênticos, a partir de um único embrião (!! !). Os cientistas, há mais de dez anos, já usam clonagem de animais: sapos, insetos, bezerros. Igualmente, usa-se clonagem de vegetais - frutas e verduras. O problema, até então era o alto custo dos processos, quando, em março deste ano (1996), surgiu a grande novidade: dois pesquisadores escoceses, usando a técnica denominada "cultura de tecidos", clonaram duas ovelhas, a custos que possibilitam clonagens em escala industrial; de um embrião, fizeram 8 cópias, das quais só 2 sobreviveram. Poderiam ter feito milhares de cópias...

O mundo científico exultou, mas logo o terror genético nublou a paisagem de brilhante arco-íris: explodiu o escândalo - os dois cientistas, na verdade, foram partícipes de uma monstruosa

(1) Lembra-se, amigo leitor, da incrível foto de 1995 do ratinho que desenvolveu uma orelha humana acoplada nas costas, na bem sucedida (?) experiência dos técnicos do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA)?

experiência, pois, dos oito embriões de ovelhas, seis geraram monstros! Os dois cientistas esconderam de propósito o fato, por assustador - até para eles...

- Quem pode evitar que em algum laboratório um pesquisador faça clonagem humana, indo até o fim da experiência? Em 1993, nos EUA, experiência de clonagem de embriões humanos teve êxito, mas foi interrompida (os embriões testados eram deliberadamente defeituosos).

O fato chocou o mundo todo.

O Papa João Paulo II lançou enérgico brado de alerta, advertindo os pesquisadores de que "não enveredassem no túnel da loucura"...

- Eugenia: outra perigosíssima possibilidade de manipulação de raças humanas, onde seriam gerados apenas embriões constituídos de genes eleitos benéficos, materializando o tristíssimo tentame nazista...

Pior ainda: se a clonagem favorecer determinados embriões, considerados protótipos ideais, a Terra poderá se cobrir de homens/ mulheres absolutamente iguais.

- Vida familiar: eis as fantásticas opções que a biogenética coloca na soleira do lar, para serem usadas quando se queira, ou quando necessário:

1 - Gravidez pós-menopausa- método similar à "fertilização assistida";

2 - Filho de mãe e/ou pai mortos - por meio de embriões produzidos com material dos pais (quando ainda vivos), mantidos congelados; os referidos embriões podem ser implantados em útero de outra mulher, ocorrendo a gestação. Nos EUA - apenas nos EUA - já existem 10.000 embriões humanos, congelados...;

3 - Identificação de paternidade/maternidade - exame laboratorial de DNA (extraído de amostras recolhidas de cabelo, sangue, esperma ou pele dos "suspeitos"); os resultados têm 99,97% de exatidão, pelo que a Justiça dos EUA, por exemplo, os toma como verdadeiros;

4 - Salvo por transplante de doador que ainda não nasceu (?!): é o caso, já acontecido na Itália, de um menino com leucemia, só passível de cura com transplante da medula de um irmão ; sendo filho único, a mãe engravidou por duas vezes, pois só o segundo

irmão se mostrou compatível com a necessidade do primogênito, que ficou são com o referido transplante, aguardado por anos.

- Superalimentos: por meio de seleção de genes, estão sendo formados rebanhos inteiros de bovinos de carne macia, ou vacas leiteiras; salmão gigante, com várias vezes o peso normal; os superfrangos, modificados geneticamente, enchem as prateleiras dos supermercados; tomates duráveis; feijão, cana e milho transgênicos, resistentes a pragas e implementados de proteínas: tudo isso já é realidade!

- Animais transgênicos: essa é outra questão ardente no campo das pesquisas cientificas, condenadas com veemência por teóricos da ética médica e por instituições de proteção aos animais. Cuidam os pesquisadores de introduzir genes humanos em embriões de animais, para que os seres posteriormente gerados sejam "banco de órgãos", em transplantes, afastado o fantasma da rejeição (!). Não padece dúvida de que é um fantástico feito, esse da linhagem de animais geneticamente alterados, os chamados modelos transgênicos. Porcos, em especial, foram eleitos como cobaias, já que seus órgãos têm dimensões similares aos dos humanos. Como entre espécies diferentes a rejeição é aguda, um transplante simples entre elas decretaria a morte rápida do receptor. Mas, tanto num como no outro caso, o doador (animal) sempre morrerá, pois antes do transplante já teria sido visitado pela morte, ao ser-lhe extraído o órgão a ser transplantado. - Ninguém pensou no animal?...

c. Cibernética

Estudar os mecanismos da comunicação e controle, nas máquinas e nos seres vivos, eis do que se ocupa a cibernética.

A arte cibernética debruça-se hoje principalmente sobre os Robôs e a Informática, para que cada vez mais as máquinas "se humanizem", realizando tarefas inteligentes, com isso possibilitando aos homens trabalharem menos (fisicamente).

- Robos: excluindo-se o que há de folclore (filmes à moda de Hollywood), podemos dizer que em várias empresas de grande porte estão eles ativos, realizando tarefas delicadas, principalmente quando de risco. As pesquisas submarinas são exemplo marcante do potencial dessas máquinas e um dos mais sensacionais feitos do gênero foi o encontro, em 1985, a cerca de 4.000 m de profundidade, do "Titanic". Esse navio, transatlântico britânico, afundou tragicamente logo na sua primeira viagem, ao chocar-se contra um iceberg, na noite de 14 para IS de abril de 1912, ao sul da Terra Nova, perecendo 1.500 pessoas. Em 1986, o mesmo robô retornou àquelas profundezas abissais, selecionou e capturou vários objetos intactos do "Titanic"!

No Instituto de Tecnologia de Massachusetts, já citado nesta obra, está sendo projetado e construído o robô "COG" (provavelmente a inicial da palavra inglesa "cognition" = cognição, conhecimento, percepção), para pensar, agir e até sentir dor e prazer, como se humano fora (!). Essa incrível máquina está sendo idealizada para interagir com o meio ambiente, tendo consciência, o que a diferencia dos robôs anteriores, os quais funcionam como hipercalculadoras.

- Informática: interatividade é a palavra de ordem - equipamento e usuário agindo em simbiose, seja na rotina doméstica, na profissão ou no lazer. Eis algumas das mordomias que tais máquinas ofertam:

1 - Reconhecimento do dono, pela voz ou fisionomia;

2 - A cafeteira "sente" quando é hora de fazer a xícara de café para o dono;

3 - O sapato é agenda pessoal;

4 - O volante do carro "capta" quando o motorista está nervoso ou incapacitado, emitindo alertas ou tomando medidas de segurança;

5 - Computador implantado no vestuário do dono:

- monitor: num óculos de plástico;

- "mouse" e teclado: no braço, cintura ou peito, uso com uma só mão;

- "modem" e celular: em lugar a gosto do usuário.

6 - Vídeo halográfico: hologramas exibindo imagens tridimensionais, no ar;

7 - Televisão interativa:

- o usuário toca na tela e interfere na imagem;

- o noticiário será personalizado, ao gosto do telespectador; essa televisão, denominada "televisão completa", permitirá ainda ao dono, sempre por interatividade, brincar com um cão virtual, como se 0 animal estivesse no ambiente.

3. Panorama Futuro de Economia

Falar em dinheiro: este o ponto mais perigoso das "adivinhações". Economês quase todo cidadão o é. Alguns, com desenvoltura, se promovem a economistas...

O que se pode sonhar é que a moeda do futuro seja unificada, já que os interesses comerciais tendem atualmente a se unificar. Singela análise nas tendências comerciais dos continentes demonstra que os países estão se agrupando economicamente, formando blocos, para em parceria diminuir custos, exportar mais e importar menos. Essa é a fórmula simples do lucro.

Falando pouco, arriscamos menos. Por isso, trataremos apenas de quatro segmentos econômicos futuros:

a. Transportes

O petróleo mundial se extinguirá em 50 anos, mantida a atual demanda. Consumo aumentando, oferta decrescendo, fontes alternativas terão que surgir. O álcool-combustível mostra-se viável, mas insuficiente.

Especula-se quanto a veículos movidos a propulsão iônica, dotados de baterias recarregáveis permanentemente pela ionosfera - fonte inesgotável, eterna e limpa, circundante da Terra, onde a radiação solar fotoioniza partículas com carga de elétrons e íons.

Quanto aos veículos, os terrestres logo enfrentarão problemas de espaço (gigantescos congestionamentos já ocorrem no transito das metrópoles). Os espaços, subterrâneo ou aéreo, serão a saída. Os metrôs já atendem pelo primeiro. Assim, o aéreo será a alternativa. Ultima! Provavelmente, veículos de decolagem/aterrissagem vertical, privilegiando os transportes coletivos, deslizarão nos céus. Propulsores acoplados ao homem são outra hipótese de deslocamento individual, rápido.

Muito à frente, mesmo ainda na materialidade do planeta, o ectoplasma, por uma das suas propriedades, poderá desmaterializar pessoas e/ou objetos e rematerializá-los em outro ponto. Quem viver... veremos. Hipótese fantástica, não é mesmo?!

b. Alimentação

No confronto "agropecuária x agricultura", a consciência humana favorecerá a segunda, deixando de sacrificar animais para com eles se alimentar.

A par das fantásticas técnicas de grãos transgênicos imunes a pragas e doenças, implementados de proteínas, é muito provável que os matadouros fechem (!).

Praza aos Céus!

As pastagens serão substituídas por lavouras leguminosas (soja, por exemplo), capazes de substituir as proteínas animais pelas vegetais. A carne que hoje comemos nos dá vida ao preço cruel da morte de milhões de inocentes animais - nossos irmãos inferiores, pois são filhos de Deus, tanto quanto nós próprios... Aliás, o alimentar-se de animais é um dos costumes trogloditas mantidos pela humanidade: apenas se sofisticou, envernizando-se com preparo requintado. Esse é um dos maiores equívocos humanos, cuja resultante é o triste gradiente de patologias que hoje assalta a saúde do homem.

Priorizar a agricultura, eis o caminho para erradicar a fome do planeta! Pois, além do eterno alerta "Hiroshima no more" (Hiroshima, nunca mais - a propósito da primeira bomba atômica), o mundo precisa gritar o mesmo "no more" (nunca mais) para Biafra, Somália, Sudão, Sérvia (e tantos outros cruéis cenários de fome).

c. Comunicações

Apenas um exemplo de futuro (para 1997): o telefone mundial - pelo qual o dono do terminal (celular ou não) usa um único número por toda a vida e por meio dele é achado em qualquer parte do mundo, a qualquer instante. Um cinturão de satélites ao redor da Terra e fibras óticas compõem o espetacular sistema. Está em testes nos EUA.

Tudo a ver com a mediunidade do futuro: as conversas entre encarnados e desencarnados hão de se processar de mente a mente, a qualquer instante (!).

d. Energia

Para nós, não há escape: a energia para as gerações do futuro, ao alcance de qualquer pessoa, será a nuclear. Para tanto, já

estão sendo exorcizados os fantasmas dos acidentes atômicos, pelo desenvolvimento de métodos mais eficientes de manipulação, controle, estocagem e descarte de materiais atômicos (seus rejeitos).

O urânio não foi alocado pelo Criador entre os minerais para a inércia - sono eterno. Embora seu primeiro uso tenha transitado pela barbárie (Hiroshima/Nagasaki), hoje a Medicina Nuclear, a agricultura (manutenção de grãos estocados em silos), navios e submarinos, geração de eletricidade e tantas outras utilizações pacíficas não dispensam o elemento atômico. Lembremo-nos dos benefícios que o ferro proporciona, no entanto, existem punhais... A eletricidade é bênção, quando de uso benéfico, no entanto, existem cadeiras elétricas...

Uranio, ferro, eletricidade e outras benesses divinas não podem nem devem ser condenados. O que se deve condenar é a utilização que delas faz o homem.

Outra fonte energética futura, como combustível, poderá vir a ser o gás natural, pouco poluente. Cogita-se em congelar o gás, na origem, evitando-se os perigos dos gasodutos, para transportá-lo, na forma de grandes massas sólidas, em navios; chegando ao porto de destino, é só fazer com que voltem ao estado gasoso. Grande façanha!

- Será que tanta tecnologia, tantas invenções não contam com o aval de Espíritos Missionários, engajados com o progresso terreno? Alguns deles, talvez encarnados, ocultando-se por detrás dos alvos aventais de anônimos pesquisadores, em despercebidos laboratórios?

4. Panorama Social Futuro

Os países hoje considerados de "primeiro mundo", em face do grande desenvolvimento, debatem-se com um sério problema: o fenômeno migratório. Grandes levas de pessoas deixam sua terra natal, indo em busca de melhores condições de vida. De forma quase sempre clandestina, aportam nos centros economicamente desenvolvidos, causando enorme preocupação às autoridades locais, que temem sejam elas vetores de doenças contagiosas ou aventureiros desonestos. Em última análise. mendigos em potencial.

A migração, na verdade, existe desde os primeiros instantes do homem sobre a Terra, eis que a busca de melhoria, individual ou coletiva, é a mola mestra do progresso. O que se observa, no entanto, é que os fluxos são desordenados, quase sempre sob angústia, não poucos incensados pela fome ou pelas conseqüências das guerras. Com as facilidades de transporte, a migração, hoje, atingiu níveis alarmantes.

Vamos refletir sobre condições sociais futuras:

a. Desemprego

Esse o nó górdio da questão: houvesse empregos suficientes, haveria estabilidade social.

O egoísmo mundial mostra a sua face cruel no espelho da realidade: o desemprego em massa! Nunca o número de desempregados foi tão grande. E continua crescendo...

Para a família, a falta do sustento representa a falta de tudo o mais. De longe, ouve-se que "em casa onde falta pão, todos gritam e ninguém tem razão".

E no desemprego que a violência descontrolada e atos de barbárie, em todas as partes do mundo, têm seu epicentro - miséria, na origem.

E inescapável: só a sensibilização para com os problemas do próximo levará a Humanidade à erradicação da miséria mundial. Os seqüestros e os roubos se sucedem. Assim, pela via da violência, muitos ricos de hoje já estão entendendo que seu dinheiro não os livra das mazelas oriundas da pobreza.

Muitas empresas lideradas pelos EUA estão substituindo a inteligência pelo amor. - Como? Ao contratar um empregado, preocupam-se - mais do que em saber se ele é altamente inteligente - se é um estourado, ou assediador sexual.

- De que vale, perguntam essas Empresas, termos um funcionário inteligentíssimo, mas que viva em permanente conflito com os colegas, auxiliares ou chefes?

Assim, o famigerado Q.I. (quociente intelectual), há décadas ditador soberano na hora da contratação, está cedendo espaço para o Q.E. (quociente emocional).

Esse é um passo tímido nas relações humanas/trabalhistas, mas sempre um avanço. E o início da conscientização de que a principal característica do ser humano é a capacidade de amar. Nesse caso, mostrando-se pela face da fraternidade.

b. Educação

A educação é, de longe, a melhor via pela qual transita o progresso: material, moral e espiritual. Quando falamos em educação, há que se considerar aquela que aprimora o intelecto, mas, em paralelo, aquela outra muito mais eficiente que dá ao Espirito condições de refletir na melhor forma de comportar-se. Ambas, pois, não se excluem.

O raciocínio é elementar:

- houvesse educação em todos os níveis, desapareceria a miséria; haveria empregos, escasseariam ladrões e seqüestradores, muitos deles iniciados no crime por absoluta falta de opção. Pois consumidores em potencial e trabalho é o que não falta: construção de casas, escolas, hospitais, estradas; fabricação de utensílios domésticos; lides da agricultura, etc.;

- houvesse evangelização, desde criança, desapareceria a corrupção, maior cancro moral do planeta; ai, o amor ao próximo despertaria a fraternidade entre pessoas, famílias, sociedades - entre o mundo todo, enfim.

c. Tóxicos

O adiantamento moral planetário erradicará os tóxicos da triste rotina em que hoje se encontra.

Esta não é uma afirmação simplista. O tóxico não escraviza pessoas de determinados segmentos sociais, mas, sim, pessoas de todos eles. Viciar-se decorre do nível evolutivo espiritual do homem, pois entre a população é maior a porcentagem de não viciados, conquanto a oportunidade de se tornar dependente os tenha visitado, num instante qualquer do seu viver. E resistiram!

Cientistas norte-americanos anunciaram, no fim de 1995, a criação de uma vacina que absorve a cocaína no sangue, bloqueando seu acesso e efeito no cérebro. A vacina induz o organismo a criar anticorpos para combater a euforia causada pela droga.

É auspiciosa essa notícia: ela acena com a prevenção física de uma droga, mas abre caminho para surgir uma multivacina, inibindo o uso de todas as drogas.

Melhor, muito melhor, porém, será a prevenção espiritual aquela preconizada há 2.000 anos: "Orai e vigiai"... A experiência demonstra que uma criança evangelizada com a moral cristã dificilmente se torna presa do tóxico.

d. AIDS

De longe, o maior flagelo patológico de todos os tempos é a AIDS. E cresce, vertiginosamente...

E muito provável, porém, que em pouco tempo a biogenética especifique genes humanos, sobre os quais determinadas modificações os tornem agressivos ao HIV (vírus da AIDS, hoje resistente a drogas que buscam combatê-la).

A grande dor pela perda de entes amados, destroçados pela AIDS, irá formando um sublime painel espiritual, potente, verdadeiro despertador de espíritos escravizados às mazelas dos tóxicos e dos desvarios sexuais. Lágrimas derramadas por entes queridos, de saudade e por amor, formarão abençoada fonte de refazimento às vítimas aidéticas, induzindo-as vigorosamente à mudança de comportamento, nas reencarnações do porvir.

Crianças, hemofílicos e outras "inocentes" vitimas da AIDS estão em processo de purgação de débitos contraídos em vidas anteriores. Tais são as vertentes da reencarnação, que deslindam essas aparentes injustiças, e outras, enaltecendo a Bondade do Pai que jamais colocaria "cruz em ombro errado"...

5. Futuro do Mundo - Nosso Futuro...

Santo Agostinho consignou, em 1862:(2)

1 - 'A Terra não é um mundo primitivo, mas de provas e expiações. "

2 - "No turbilhão planetário existem os mundos regeneradores, transição entre os de expiação e os felizes; ali, já há a aurora da felicidade; embora o sofrimento ainda exista, não mais se reveste das angústias da expiação: menos doenças, ausência da escravidão, miséria e fome, a Educação é para todos e a prioridade é pela Evangelização na moral cristã."

(2) Cap. m de O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec.

3 - "A Terra já chegou ao estágio em que será promovida" (!!!).

Em toda parte o Espiritismo registra que Espíritos Protetores vêm dizendo que "os tempos são chegados", confirmando as palavras de Santo Agostinho:

1- "Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, afim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que Ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração. (3)

2 - "O século que passa efetuará a divisão das ovelhas do grande rebanho. Uma tempestade de amarguras varrerá toda a Terra.... Depois da treva surgirá uma nova aurora. Luzes consoladoras envolverão todo o orbe regenerado no batismo do sofrimento.... Não nos esqueçamos de Jesus, cuja misericórdia infinita, como sempre, será a claridade imortal da alvorada futura, feita de paz, de fraternidade e de redenção. "(4)

3 - "Podemos adiantar ainda que, nos planos espirituais mais próximos da Terra, se organizam núcleos devotados ao bem e à verdade, sob a égide do Senhor, de maneira a preparar-se a mentalidade evangélica esperada para o milênio futuro depois da grande ceifa em que o orbe terá de renovar seus caracteres. (5)

As mortes coletivas diárias, além de confirmar as predições acima, parecem sinalizar que a cada instante o Plano Espiritual age, selecionando quem futuramente, por merecimento, poderá habitar mundos melhores (de Regeneração), quem reencarnará em mundos como hoje é a Terra (de Provas e Expiações) e, finalmente, quem será transferido para mundos inferiores (Primitivos).

Quem quiser saber o endereço da próxima reencarnação, consulte o infalível passaporte da consciência...

(3) O Espírito da Verdade, O. Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, item 5.

(4) Espírito Emmanuel, A Caminho da Luz, Cap. XXV, I Ed., 1939, FEB.

(5) Espírito Emmanuel, O Reformador, janeiro/1940, FEB.