As enfermidades procedem do Espírito, cujas feridas mortais são de cicatrização difícil.
Resultados da imprevidência e da ignorância, as ações infelizes dilaceram as fibras delicadas do corpo perispiritual, nele imprimindo as mazelas e as necessidades evolutivas de reparação.
As emoções descontroladas, o caráter agressivo, a ofensa e a mágoa, o mal que predomina e se expressa nos seres humanos dão lugar aos largos comprometimentos afligentes que os atormentam e vergastam através do tempo.
A purificação espiritual acontece através dos renascimentos que favorecem o encontro com a paz, mediante a retificação dos erros, a corrigenda inadiável dos gravames, a iluminação interna pelas claridades do amor.
Sem a consciência dos erros que desencadearam as aflições, as criaturas correm atrás de curandeiros de toda espécie, buscando, a qualquer preço, a cura, a paz, sem que se dêem conta de que é necessário o esforço pelo bem interior, pela transformação moral para melhor.
A busca alucinada por milagres faz parte da sua agenda existencial, numa sofreguidão angustiante, ao tempo que atrapalham os deveres e geram novos infortúnios para si mesmas, em face da revolta, da insatisfação com a existência física e diante dos anseios de prazer e poder desenfreados.
Distantes da humildade e da submissão aos Soberanos Códigos, investem com violência contra os sofrimentos de que são portadoras, quando deveriam se compenetrar de sua utilidade, sem a qual os Céus não as assinalariam.
Ao tempo de Jesus não era diferente essa conduta.
A busca por fenômenos externos, o deslumbramento que esses causavam, e ainda causam, eram o rastilho de pólvora para a aceitação de qualquer mensagem superior, quando o espetáculo definia e qualificava o mensageiro.
Todos os fenômenos, no entanto, são efêmeros, porque, para Ele, o maior fenômeno que pode acontecer em uma vida é o de sua modificação moral para melhor, o fortalecimento dos valores espirituais, a capacidade de entrega ao bem, o trabalho auto-iluminativo.
As massas, não obstante, sofriam, e por compaixão, não raro, Ele as atendeu, despertando-lhes o interesse externo para a conquista dos tesouros interiores.
Experimentando a infelicidade sem discernir a razão do padecimento, o Mestre de Amor socorria-lhes as necessidades orgânicas e emocionais, os tormentos de todo jaez, para dar-lhes o conhecimento da verdade, a identificação da própria trilha a percorrer em beneficio da futura conquista de harmonia.
Porém, alguns perversos e insensatos, que lhe pediam SINAIS que O identificassem como o Messias, Ele os negava, porque não viera para divertir os frívolos e ociosos, mas sim despertá-los para as responsabilidades perante a vida.
A Sua palavra iluminada, era o SINAL legítimo caso houvesse interesse naqueles que o ouviam, porque logo perceberiam a sua procedência.
Quando desejaram que Ele fizesse sinais em Nazaré, no Gethsemani, para salvar a própria vida, manteve-se em silêncio e deixou-se arrastar ao matadouro como ovelha mansa, não reagindo nem se defendendo.
Psicólogo Sublime, conhecia o Seu rebanho, suas mazelas e imperfeições, por isso mesmo não se lhe submetia às paixões doentias, buscando sempre aplicar-lhe a terapia superior para a saúde integral.
Nada obstante, quando os tristes, os sofredores reais e necessitados de misericórdia O buscavam, carentes e desamparados, após longa peregrinação de purificação pelo sofrimento, Ele distendia-lhes o conforto da recuperação dos males que os dilaceravam, ensejando-lhes compreender a benção do bem estar e a consciência do terrível prejuízo de perdê-lo.
Noutra vezes, nem mesmo esperava o pedido de socorro, porque, tomado de compaixão, ofertava a Sua inefável bondade, modificando-lhes as estruturas do comportamento.
Reconhecendo, então, que a saúde do corpo é conseqüência da saúde da alma, melhorava os enfermos, para que pudessem, por sua vez, realizar a recuperação profunda.
Desse modo, compadecia-se das tormentosas obsessões, das mentes aturdidas, das ulcerações físicas, dos olhos apagados, dos ouvidos tapados, das bocas fechadas, dos movimentos impedidos, distendendo-lhes a Sua infinita compaixão em incessante sinfonia de amor.
Jamais atendeu aos caprichos dos exploradores do povo, dos religiosos desonestos, das autoridades sórdidas.
A sua luta era contra o mal e a libertação dos que o padeciam, não a sua punição, o seu abandono.
Os poderosos que o procuravam, quando honestos e dignos, dEle recebiam a mesma quota de carinho que era ofertado aos menos favorecidos, porque a dor não escolhe a quem ferir, e quando se instala, seja em quem for, magoa com intensidade.
Assim, atendeu ao centurião que O buscou, a Nicodemos, que era príncipe e sacerdote, a Zaqueu e a outros anônimos, todos carentes de condolências, com o mesmo altruísmo e gentileza.
...Todos morreram, porque a vida física é breve e enganosa, ficando com os mesmos as lições do Seu amor, renascendo em condição diferente ao longo dos tempos, exaltando-lhe a doutrina e procurando vivenciá-la.
O mais extraordinário fenômeno, portanto, de fé em Jesus, é o significativo esforço que se deve fazer para conquistar a harmonia que dEle se exterioriza e servi-Lo na Humanidade de todos os tempos.
Trechos retirados do livro A MENSAGEM DO AMOR IMORTAL
Psicografia de Divaldo Franco pelo Espírito Amélia Rodrigues
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