Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Batismo


"Eu na verdade, vos batizo com água para o Arrependimento; mas aquele que há de vir depois de mim, é mais poderoso do que eu, e não sou digno de levar-lhes as sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo"
(Mateus, III, 11.).

Nos livros sagrados das igrejas que se agrupam sob o nome de ritual, existem formulas especiais para as orações e administração dos sacramentos, fórmulas essas elaboradas com o fim de exaltar o sentimento religioso nas criaturas.

Vem de tempos tão remotos o uso do culto exterior...

Que a Religião do Espírito quase desapareceu do coração humano, vem abafada pelo joio que os homens semearam na Seara do Senhor.

Por toda parte vemos pompas aparatos, Igrejas plenas de altares, altares repletos de imagens e imagens vestidas de fina roupa e reluzentes de pedras preciosas, ao mesmo tempo em que deparamos indigentes, famintos, nus, enfermos do corpo e da alma, vítimas de uma civilização decrépita.

Por ventura será o cerimonial, o culto exterior, nuvem espessa que impede o brilho da Verdade em todas as almas em que reside a verdadeira religião.

Não será o culto exterior, que substitui a religião íntima das virtudes ativas, a causa principal da decadência da moral, da depressão do caráter que se nota em toda parte?

Se o batismo consiste na fórmula sacramental, se o casamento, para ser verdadeiro não pode dispensar o ritual, se a confissão, a comunhão, a extrema-unção e a prece pelos mortos são atos alheios ao próprio indivíduo e só merece valor quando administrado por terceiros, e, ainda mais, por pessoa privilegiada de uma seita constituídas em hierarquias...

Sem a menor dúvida, o ritual e formalismo não resistem a menor análise da razão facilmente se conclui que foram introduzidos, nos vários cultos, com segundas intenções.

O culto exterior é uma prática que assinala períodos milenários .

Parece ter nascido na Grécia Antiga.

Seita que cultuava a Deusa da Torpeza, a quem denominavam Cotito e a quem os atenienses rendiam os seus Louvores.

Esta seita, constituída de sacerdotes que tinham recebido o nome de Baptas.

Porque se banhavam e purificavam com perfumes antes da celebração da cerimônia, deixou saliente, nas páginas da História, esse ato como símbolo da purificação do Espírito.

O povo hebreu não adotou esse ato religioso, exaltado pelos gregos.

Usavam como característica da sua fé, a circuncisão, a prática que consistia numa operação cruenta que Moisés havia decretado, levando em conta, sobre tudo, uma necessidade higiênica, ditada pelo clima daquelas paragens.

Nasceu João Batista: "O maior de todos os profetas nascido de mulher". Segundo a Expressão de Jesus.

João, profundo conhecedor dos mistérios e da ciência da Grécia, tratou logo de por fim à circuncisão.

Difícil, porém, é extinguir uma ideia enraizada, de há longo tempo pela autoridade avoenga.

Como conhecia a cerimônia religiosa e destinada a purificar o Espírito, fazia parte do Ritual dos Sacerdotes Baptas, os sacerdotes de Cotito, a cuja deusa os atenienses rendiam culto.

Deliberou substituir aquela prática cruenta da Igreja Hebraica, circuncisão, pela imersão no Rio Jordão.

O filho de Zacarias que recebera o nome de João pela intercessão do Espírito Gabriel em comunicação com o seu pai, que era sacerdote do templo, não era conhecido por Batista.

Este nome lhe foi dado posteriormente.

Batista – é originário de Baptas, qualificativo dos sacerdotes da Grécia, que se banhavam antes de oferecerem Sacrifícios à sua Deusa e antes da celebração dos seus ritos.

Deusa da Torpeza de nome Cotito, a quem os Atenienses rendiam seus louvores.

O Evangelista Mateus abre o capítulo III do seu livro dizendo:

"Naqueles dias apareceu João Batista, pregando no Deserto da Judéia: Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus."

Pois é a João que se refere o que foi dito pelo profeta Isaias:

"Voz que clama no Deserto; preparei o caminho de Senhor endireitai as suas veredas".

Ora, o mesmo João usava uma veste de pelo de camelo e uma correia em volta da cintura; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre...

João pregava o Batismo do Arrependimento para Remissão dos Pecados.

As substâncias salinas e oleosas, vestes especiais; sal, óleo, água não exercem influência no Espírito.

Voltemos novamente ao Evangelho de Mateus; versículos subsequentes aos que estudamos, 11 e 12. Diz o Batista:

"Eu, na verdade, vos batizo com água para o Arrependimento, mas aquele que há de vir depois de mim é mais poderoso do que eu, e não sou digno de levar-lhe as sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com Fogo; sua pá Ele a tem na sua mão, e limpará bem a sua eira, e recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimara a palha em fogo inextinguível."

O trigo: representa aqueles que ouvem a palavra do Senhor e praticam a virtude, que se resume no amor a Deus e ao próximo.

A palha: representa os amigos do culto, das exterioridades das cerimônias vãs, que terão de desaparecer da maneira como desaparece a palha sob a ação do fogo.

Batismo de fogo: é a destruição dos dogmas e cultos exteriores, que se tornaram árvores infrutíferas e à raiz das quais esta posta o machado a fim de serem cortados e lançados ao fogo.

O batismo do Espírito Santo arrebata as almas para os Céus, mas o batismo de fogo pulveriza, calcina, destrói tudo aquilo que é da Terra.

"Os homens batizam com água; Jesus com fogo; os homens na carne. Jesus, no Espírito".

Diz Mateus, cap. III vs.13 a 17: Depois veio Jesus da Galileia ao Jordão ter com João, para ser batizado por Ele.

Mas João objetava-lhe: "Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?"

Respondeu-lhe Jesus: "Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça."

Então ele anuiu.

E batizado que foi Jesus, saiu logo da água, e eis que se abriram os Céus; e viu (de acordo com o Evangelho de João) "o Espírito de Deus descer sobre Ele, como (desce) uma pomba e vir sobre Ele, e uma voz dos Céus disse: Este é meu filho dileto, em que me agrado."

Fala também Marcos cap. I vs. 9 a 11 e Lucas cap. III 21 e 22.

Obs.: João, o Evangelista, nenhuma referência faz ao Batismo de Jesus.

Porque João batizava no Jordão?

Por que atraia a si as multidões e por que Jesus foi a Ele.

"O meu único escopo, colocando-me às margens do Jordão e atraindo a mim as multidões, era ver, no meio destas, aquele sobre que pousasse o Espírito Santo, porque foi este o sinal que o Espírito que me assiste, deu-me para eu reconhecer o Filho Amado de Deus e apresenta-lo às multidões. Além disso, batizando com água, eu tinha por tarefa preparar o ânimo do povo, convidando ao Arrependimento, de maneira a poder receber o Batismo do Espírito Santo e do Fogo".

Cairbar Schutel

Nenhum comentário: