Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

terça-feira, 23 de maio de 2017

A consciência divina em nós


Uma menina de grande beleza estava oculta sob um espesso véu cinza no qual estava pintado um rosto feio. Assim, a verdade de seu ser estava guardada em segredo e poucos se aventuraram a aproximar-se dela pela sua aparência pouco atraente.

Ela cresceu e se deu conta de que a causa de sua solidão e tristeza, a perda de sua liberdade de movimento e saúde, se devia aos véus. Porém ela estava tão acostumada àquela situação que acreditava não ser possível sobreviver sem eles.

Entretanto, ela teve a sorte de encontrar um “mentor iluminado” de outro país, e finalmente foi convencida a descartar ao menos um véu. Depois de muito procurar pela força interior para fazer isso, implorou ao seu “mentor” que a ajudasse. Ele levantou as mãos dela e juntos tiraram o véu no qual estava pintado o rosto feio.

Ela se sentiu muito melhor por ter feito aquilo. Começou a sentir uma certa alegria. Depois de um tempo, ela estava ansiosa para descartar outro véu e de novo seu “mentor” veio e a ajudou a tirá-lo. E assim continuou.

Quanto mais véus retirava, mais leve se tornava e gradualmente vislumbrou a realidade da natureza que a rodeava, podendo ver as árvores com clareza, os pássaros nos galhos e escutava encantada os seus maravilhosos cantos.

Ela viu a beleza nos rostos dos outros e começou a sentir o fluxo do amor em seu coração. A vida agora estava se transformando em um presente verdadeiramente Divino a ser apreciado. Diariamente agradecia ao seu “mentor” por ajudá-la a se transformar em uma pessoa tão feliz.

Finalmente chegou o tempo em que já não suportava mais o último véu que a envolvia. Ela sabia que aquele véu a estava separando da luz, beleza, harmonia e contato amoroso com outras pessoas belas. Embora não soubesse como podería se arrumar sem ele, se retirou em silêncio junto com seu mentor e pediu que o último véu fosse removido.

Aquele foi um tempo de agonia, já que o véu parecia ser parte do seu ser. Mas ela pediu e suplicou e em um momento de brilhante Luz, o véu queimou e se desprendeu dela. A forma que restou era a sua Realidade - e ela entrou em uma perfeita liberdade interior!

Entretanto, sua Realidade individualizada agora tinha que encontrar um modo de funcionar no ambiente. Isso foi inesperadamente difícil, pois a sua percepção de Realidade ao redor e em seu interior era tão clara e transcendente, que tinha mudado radicalmente sua comunicação com os outros. Já não estava em paz em seu meio social e profissional, nem podería permanecer como membro de sua comunidade.

As pessoas olhavam para ela e diziam “Oh, é assim que você é, não tem nenhum véu, que horror! Nós achamos você muito estranha - inclusive um pouco louca”. E deram as costas à ela.

O que você pensa que ela fez? Voltou ao tempo em que usava véus tão pesados quanto os outros? Não, ela havia encontrado tamanha paz, alegria e satisfação de suas necessidades que deixou sua comunidade e se retirou, unindo-se a outras almas que reconheceram sua verdadeira identidade e responderam a ela com amor e alegria.

Diga-me, sua personalidade, seus véus, foram transformados? Não, com a ajuda de seu “mentor” ela retirou seus próprios véus, quando foi convencida por ele (a CONSCIÊNCIA DIVINA da VIDA) de que isso era o correto a fazer. Ao remover as diferentes camadas de véus, aproximou-se mais e mais do conhecimento íntimo da Realidade - Alma que estava escondida por seus véus (sua personalidade).

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