Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

terça-feira, 12 de setembro de 2017

O ferreito intransigente


Conta-nos um amigo, uma história bastante interessante ocorrida em tempos medievais, numa pequena aldeia que certamente já foi transformada pelos séculos, onde vivia um ferreiro, jovem ferreiro que tinha um extremado amor pela justiça.

Guardava consigo uma tremenda intolerância para com os erros dos outros e a quem pudesse acusar, acusava e apontava os erros com muita veemência e praticamente sem tolerância alguma.

Eis que este ferreiro, tomado por esta onda de grande razão, se dirige ao juiz de Direito da cidade para exigir-lhe que melhorasse as condições da prisão que a pequena aldeia tinha. E o juiz, certamente, com sabedoria recebeu e ouviu o jovem entusiasmado, mas lhe disse que era preciso aguardar por que a justiça se faz com amor e não com rancor, mas o ferreiro achava um absurdo que aquele cubículo fosse tão malconservado e favorecesse tanto a fuga dos prisioneiros que cultivavam o crime na própria alma.

Insistindo com o gerente da cidade, da localidade, acabou conseguindo o alvará para reconstruir a prisão da sua aldeia e fez isso com muito esmero.

Com alguns auxiliares fez uma nova prisão com muitas barras, com sistema de cadeados que tornava impossível a fuga do prisioneiro e ainda teve o capricho de colocar no meio da cela uma barra de ferro dotada de algemas, qual fosse um pelourinho, impossível e escapar.

O trabalho foi tão bem feito, que outras localidades da mesma região ficaram sabendo e começaram e começaram a convidá-lo para reformar as prisões em todos os lugares.

Isso lhe rendeu fama e fortuna.

O ferreiro se fez, depois de rico e poderoso mudou-se de sua aldeia para uma grande metrópole onde viveu vastos anos; em torno de 20 anos; construindo prisões, todas com a sua marca registrada.

Após esse período um pouco mais longo, entretanto, cometeu um pequeno deslize acreditando tratar-se de uma defesa própria e todos aqueles que dele não gostavam, manipularam as coisas para que ele fosse preso.

Imediatamente, começou a passar pela sua mente os artifícios que poderia lançar mão para sair da prisão, mas quando se deu conta prestou atenção nas marcas das ferragens da prisão e via que aquela era mais uma das prisões construídas por ele e, portanto, impossível de escapar. Em função disso levado pelo desânimo e profunda depressão ele veio a falecer.

Veja que coisa interessante, aquele ferreiro intolerante, intransigente, foi pego pela própria armadilha.

Que Jesus nos abençoe!

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