Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O pão


A história já foi contada por um Espírito amigo, mas vale a pena ser lembrada:

Havia um rei muito rico, poderoso, que por conta das dificuldades naturais que a vida oferece, desencarnou. Ao despertar na vida Espiritual, imediatamente procurou o seu castelo, foi em busca da rainha, sua esposa que não lhe dava ouvidos de maneira alguma e que por se sentir mal com a presença dos objetos outrora pertencentes ao marido, estava se desfazendo de todos, esvaziando os salões, as salas, os quartos do castelo, doando tudo quanto podia e além de tudo não lhe dava a mínima atenção.

Após inúmeras tentativas foi por procurar pelos seus filhos, passando por cada um deles e observando que a memória do pai só era evocada nas oportunidades em que se digladiavam para ter o trono que outrora pertenceu ao pai.

Procurou então pelos serviçais do castelo, mas todos estavam sendo exonerados dos cargos, sendo trocados por outros da confiança da rainha e dos príncipes que ficaram. Poucos daqueles que lhe eram fiéis sobraram e então ele perdeu toda a identidade com o seu castelo e com os seus familiares.

E entristecido começou a chorar, e chorando fez com que os olhos ficassem turvos de lágrimas e deixasse de enxergar, perambulando por sombras, por lugares lúgubres, malcheirosos, sentia-se penalizado, cansado, deitava no lodo, sentia-se cheirando mal, com feridas no corpo, mas um dia tão cansado, um dia de exaustão, por alguma razão que ele não sabia qual era, ele conseguiu fazer uma prece e tomado por uma novo ânimo dado pela prece, começou novamente a caminhar e caminhou longamente até chegar diante de um portal. Um portal iluminado onde via uma entidade Espiritual brilhante que lhe estendeu a mão e disse:

- Meu filho, a tua prece, te trouxe até aqui.

Mas a curiosidade deste rei lhe fez perguntar ao Ministro da Luz:

- Como eu posso ter conseguido chegar a um lugar tão lindo, pois a minha consciência me acusa das maldades que eu fiz, eu carrego nos ombros mortes, perdas, enfim, nem tenho vontade de dizer...

O Ministro lhe disse:

- Você se lembra de todos os momentos de sua vida? Lembra-se de algum momento no qual você possa ter estendido a mão a alguém? Dado auxílio a alguém?

Evidentemente, inspirado pelo Ministro da Luz, o rei se recordou de um pobre menino relegado, a quem ele estendeu um pão.

E o Ministro lhe disse:

- Então, esse rapaz que você auxiliou com um pão, tem orado por você por décadas, tem lhe amparado nas orações e você pode seguir a luz dessa prece, passando pelos portões e indo ao encontro deste menino.

E ele foi, foi seguindo a luz até alcançar um jovem de seus trinta anos, forte, trabalhando numa oficina de carpintaria, reconheceu um jovem, embora já mais maduro e espiritualmente o abraçou com muito carinho. O jovem sentiu a sua presença e lhe fez uma prece fervorosa que renovou as energias deste rei tão arrependido.

Um ano e meio depois, o jovem carpinteiro carregava no colo uma criança, loira, de olhos azuis, que tivera a oportunidade de nascer em sua família para reparar os erros cometidos na vida anterior como rei.

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