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Mensagem
"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Animismo
Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Participa da primeira, porque foi providencial o seu aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do homem; porque os pontos fundamentais da doutrina provêm do ensino que deram os espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoravam, que não podiam aprender por si mesmos e que lhes importa conhecer, hoje que estão aptos a compreendê-las.
Participa da segunda, por não ser esse ensino privilégio de individuo algum, mas ministrado a todos do mesmo modo; por não serem os que o transmitem e os que o recebem seres passivos, dispensados do trabalho da observação e da pesquisa, por não renunciarem ao raciocínio e o livre-arbítrio; porque não lhes é interdito o exame, ao contrário, recomendado; enfim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega, porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim de tirar ele próprio às ilações e aplicações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser, divina a sua origem e da iniciativa dos espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.
A expressão animismo e mediunismo trata de duas palavras que confundem os menos esclarecidos, em termos de doutrina espírita, e, principalmente, aqueles que se dão ao hábito de praticar a mediunidade, sem ter estudado o bastante, para exercer tamanha responsabilidade e se dar ao mister de dialogar com os espíritos desencarnados e deles receberem ensinamentos, como também praticar a psicografia, e outras atribuições que a prática mediúnica lhes proporcionam.
É uma responsabilidade muito grande e para os que agem assim, se faz necessário que estudem com bastante relevância o Livro dos Médiuns, para como se diz no dito popular: “Ficar no mato sem cachorro”. A palavra (anímico) deriva do latim anima,-ae=sopro, emanação, ar; daí= Alma como princípio vital, vida. Espírito que escapa do corpo após o passamento. Anímico é tudo aquilo que é relativo ao animismo.
E o que seria Animismo? Neologismo para significar que a alma do médium pode comunicar-se com a de qualquer outro, pois, se há certo grau de liberdade, recobra suas qualidades de espírito. Na prática espírita, trata-se de um estado de transe, no qual quem opera, produzindo fenômenos psíquicos e mesmo de efeitos físicos, é o Espírito do próprio encarnado e não um Espírito desencarnado, pois neste caso seria mediunismo e não animismo. Desde que há dissociação psíquica e o espírito de uma pessoa emancipa-se, mesmo que seja parcialmente, ele pode produzir os mesmos fenômenos produzidos pelos espíritos que se comunicam através de médiuns. Os fenômenos espíritas são de duas naturezas: Anímicos e mediúnicos.
Pelo enunciado e pelo que entendemos a prática mediúnica requer muito conhecimento, pois pelo visto, existem muitos médiuns anímicos mesmo dentro da doutrina, principalmente aqueles que não se dão, ao respeito e não procuram estudar com afinco O Livro dos Médiuns. Fenômenos psíquicos inconscientes, se produzidos fora dos limites da esfera corpórea do médium, ou extramediúnicos (Transmissão do pensamento, telepatia, telecinesia, movimentos de objetos sem contato, materialização).
Temos aqui a manifestação culminante do desdobramento psíquico; os elementos da personalidade transpõem os limites do corpo e manifestam-se, a distância, por efeitos não somente psíquicos, porém ainda físicos e mesmos plásticos, e indo até à plena exteriorização ou objetivação, provando por esse meio que um elemento psíquico pode ser, não somente um simples fenômeno de consciência, mais ainda um centro de força substancial pensante e organizadora, podendo também, por conseguinte , organizar temporariamente um simulacro de órgão, visível ou invisível, e produzindo efeitos físicos.
Pela importância, e magnitude da mediunidade, o que deve existir de comunicações anímicos espalhadas por este mundo espírita não está escrito, e principalmente se houver mistificação e fascinação.
A Palavra animismo pode designar todos os fenômenos intelectuais ou físicos que deixam supor uma atividade extracorpórea ou à distância do organismo humano, e mais especialmente todos os fenômenos mediúnicos que podem ser explicados por uma ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo. Saindo do mundo anímico e entremos no mediunismo, iremos notar o que representa a mediunidade para o espírita. Mas precisamente o mediunismo Aksakof propõe à compreensão todos os fenômenos ordinariamente chamados espíritas.
Tal denominação tem a vantagem de aplicar-se exclusivamente à explicação dos fenômenos. O mediunismo é um campo de trabalho onde podem florescer, sob inspiração de Jesus, as mais sublimes expressões de fraternidade. Um meio que se serve deus para auxiliar a humanidade em seu esforço evolutivo. Elo de luz entre a Terra e o Céu, o mediunismo superior possibilita o encontro, cada vez mais acentuado, do pensamento humano, com as esferas invisíveis nobres, de onde se originam as melhores expressões evolutivas.
Alexander Aksakof, em meados de 1890, empregou o termo mediumnismus, traduzido para o francês mediumnisme, e para o português mediunismo, para designar o uso das faculdades mediúnicas. A prática do mediunismo não significa que haja prática de espiritismo propriamente dito, visto que a mediunidade não é propriedade do Espiritismo, ele apenas a estuda e a pratica de modo científico, sem superstições, crendices ou sincretismo religioso.
Pelo que foi exposto aqui nesta matéria dá para se ter uma idéia fiel, e a responsabilidade que temos na prática da mediunidade. O Livro dos espíritos está ai, ao alcance de todos, não adianta precipitação, pois pode ser prejudicial e trazer graves conseqüências para quem a pratica, principalmente por curiosidade. Ao encerrar queria terminar com esta passagem de Allan Kardec: “Para as coisas novas necessitam –se palavras novas, assim o quer a clareza da linguagem para evitar a confusão inseparável do sentido múltiplo dos mesmos vocábulos”
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