O corpo humano é o abrigo temporário onde se recolhe nossa Alma em aprendizado.
Por isso mesmo, quando atingido pelas farpas da desilusão e do cansaço, o Espírito humano recorda instintivamente algo "esquecido em seu íntimo" que lhe apresenta no pensamento angustiado como sendo o "paraíso perdido" nos turbilhões dos séculos passados.
Algo vago, semi-esquecido, imponderável, que não se pode ver e nem mesmo tocar, mas que está lá nas mais profundas recordações das nossas Almas.
Em dificuldades na Vida, pede ao Alto algo que reconforte e harmonize seu íntimo tão aturdido.
Esses momentos, porém, são profundamente expressivos na jornada de cada Alma, porque, se o coração que pede é portador da boa-vontade, a resposta da Vida Maior não se faz esperar e um novo caminho se desdobra adiante da Alma que se sente oprimida e fatigada e que se volta para o Além, cheia de Amor, sofrimento e, principalmente, Esperança.
É no momento da dor que, muitas vezes, conseguimos voltar nossos pensamentos, nossos corações, ao Alto, em rogativa, silenciosa ou não, e que somos atendidos de alguma forma.
Poderia ser diferente, se tivéssemos como diretriz perene - e teremos um dia - o Amor como leme para nossa grande jornada universal!
Mas, a dor, ainda é um dos mais expressivos recursos para a transformação do íntimo de cada criatura humana. A abençoada dor, que quando compreendida e trabalhada se transmuta em Amor e evolução espiritual.
O aprendizado dói mais quando a Alma é endurecida.
Quanto maior o grau da Fé interior, maior é a facilidade para internalizar as próprias necessidades e abstrair as dores para transformá-las em recurso de amparo para si mesmo e para o próximo.
Militão Pacheco
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