Muito se falava, na época de Kardec, a respeito dos fenômenos mediúnicos.
Muitas eram as dúvidas e muitos aqueles que pesquisavam cientificamente a área.
Famosas personagens foram envolvidas em histórias estranhas a respeito destas pesquisas.
Aqui vão algumas citações sobre algumas personalidades importantes daquela época...
William Crookes (1832-1919) foi pesquisador no campo da química e da física. Descobriu o elemento tálio e inventou o radiômetro, além de se dedicar aos fenômenos paranormais.
Foi membro-fundador da Sociedade para a Pesquisa Psíquica e pesquisou D. D. Home e Florence Cook.
A Sociedade para a Pesquisa Psíquica (Society for Psychical Research - SPR) é uma organização, formada em 1882, cujo objetivo era e ainda é o de estudar as funções paranormais da mente, o hipnotismo, a clarividência, as aparições, os fenômenos espiritualistas e as provas da vida após a morte.
E quais os propósitos desata Sociedade?
Desbaratar, desmascarar os fenômenos mediúnicos.
Observe o que William Crookes disse em 1870, quando estava estudando o fenômeno mediúnico: “Ainda não vi nada que me convencesse da veracidade da teoria ‘espiritualista’”.
Posteriormente, acrescentou que iria usar o raciocínio científico para “expulsar o medíocre resíduo do espiritualismo para o limbo desconhecido da magia e da necromancia”.
Daniel Dunglas Home (1833-1866) foi um célebre médium nascido na Escócia, mas que passou a maior parte de sua vida nos Estados Unidos.
Apresentava notáveis capacidades de clarividência, alongamento (aumento da estatura do corpo) e levitação, entre outros.
William Crookes investigou Home para que pudesse aceitar cientificamente o fenômeno mediúnic.
Crookes elaborou algumas experiências engenhosas.
Numa delas, colocou o acordeão de Home, que tocava sozinho, numa gaiola de modo que Home só pudesse alcançá-lo com uma das mãos.
Ainda assim o instrumento continuava tocando, mas parecia que era guiado por Home.
Florence Cook (1856-1904) foi uma famosa médium britânica capaz de dar uma forma material aos espíritos.
Nos experimentos com Crookes, propiciava a materialização do Espírito Katie King, filha de um pirata chamado John King, há muito falecida.
Crookes queria observar Katie King e Florence Cook ao mesmo tempo, provando que a mensagem e a mensageira não eram uma só pessoa.
Registrou diferenças entre a médium e o Espírito: Katie era mais alta que Florence; Katie tinha um cabelo longo e claro, enquanto o de Florence era curto e escuro...
Nunca, porém, fizera a seguinte pergunta: será que Florence não tinha uma ajudante que posava como Katie King?
Como aceitar a veracidade desses relatos se Florence fora desmascarada antes e depois de participar dos experimentos de Crookes?
A explicação: devido à vaidade dos cientistas da época, era "proibido" admitir que fora enganado.
Porém outra explicação, oferecida por vários estudiosos, é a de que Crookes não ousou denunciar Florence porque os dois eram amantes.
Se ela revelasse o fato em público, Crookes perderia toda a pretensão à objetividade científica, assim como sua honra pessoal.
Mas, há outros relatos...
Entre 1871 e 1874, o físico e químico inglês Sir William Crookes lançou-se à investigação dos fenômenos produzidos por médiuns europeus e norte-americanos.
Ele assim descreveu as condições às quais submeteu os médiuns para suas investigações: "Eles devem estar na minha casa, em frente do grupo de pessoas que eu selecionarei, sob minhas condições."
Florence Cook, que à época tinha apenas 15 anos de idade, sozinha na casa de Crookes e com a família e amigos dele como testemunhas, materializou o espírito de Katie King, que caminhou na casa, conversou, permitiu ser pesada e medida, e ainda segurou em seus braços o bebê da família.
As sessões eram feitas no escuro, pois assim as materializações apresentavam-se melhor, apesar de ocasionalmente ter sido usada luz vermelha para obtenção de fotografias.
Como frequentemente constatado em fenômenos desta natureza, o peso e a altura do espírito materializado, variavam.
Entretanto, Katie sempre era mais alta que Florence Cook, com um rosto mais largo e diferentes tipos de cabelo e pele.
De acordo com testemunhas, ambas eram visíveis no mesmo momento, assim Florence não poderia ter assumido o papel do espírito.
O relatório de Crookes, publicado em 1874, afirmava que Florence Cook, bem como os médiums Kate Fox e Daniel Dunglas Home, produziam genuínos fenômenos espirituais.
A publicação deste causou grande alvoroço, e o seu testemunho sobre Katie King foi considerado o ponto mais polêmico no relatório.
Crookes quase perdeu a sua posição de membro da Royal Society, não mais se envolvendo em investigações espíritas.