Algumas vezes depositamos profundas esperanças em alguém.
Fazemos deste alguém o foco de atenção da própria Vida, como se fosse uma "tábua de salvação" para quaisquer circunstâncias de tensão ou de perdas que poderíamos enfrentar, sendo que este alguém, uma criatura humana como nós mesmos, vem representar a força, a coragem e a própria esperança para nós não venhamos a falir em nossos propósitos para a existência.
É, sim, algo profundo e intenso.
Uma relação de cumplicidade, no sentido mais elevado do termo.
Mas, não podemos esquecer de que este alguém é humano, tem fragilidades, fraquezas, limites e medos, como nós mesmos e, talvez, até maiores.
Ainda que nosso "investimento" em esperanças e confiança em alguém possa existir, temos o dever de ter em mente sua humanidade.
É mister, inclusive, ter em mente que, se nosso "porto seguro" é alguém como nós, em algum momento muito provavelmente este alguém também precisará de nós para ter apoio, suporte ou sustentação para suas experiências de Vida, pois todos estamos sujeitos a dificuldades e provações.
E devemos estar preparados para, diante da dor deste alguém, servir, compreender, ouvir, apoiar e amparar.
Fazer a parte que nos cabe na relação de duas criaturas que se encontram para evoluir destinados ao porvir.
Entretanto, é preciso recordar duas das eventuais falhas do ser humano: o poder de trair a confiança e de causar decepções!
Todos temos este potencial dentro de nós, ainda que em momento algum venhamos a desejar que isto de fato aconteça!
Tanto nós mesmos, como este alguém em quem depositamos nossas esperanças, podemos falhar, poderemos falir em algum momento...
Para tais quedas é necessário, muito necessário, ter em mente que, se nós de fato amamos este alguém, ainda que a decepção seja profunda, rasgante, aparentemente insuportável, não precisaremos de fato perdoar, pois quem realmente ama, não necessita exercitar o perdão, simplesmente ama e passa por tudo com o mesmo sentimento!
Entretanto, se nossas emoções nos traem na verdade, se nossas ligações com este alguém são superficiais e frágeis, enfrentaremos profundas dificuldades para perdoar diante de um fato isolado de "traição" de ideais.
Mais uma coisa: algumas vezes conseguimos manter o sentimento autêntico por longo período, ainda que este alguém venha a falhar reptidas vezes.
Neste caso, há o desgaste da relação, pois ainda estamos distantes do efetivo preparo para o perdoar setenta vezes sete...
Difícil resistir à persistência no erro, muito difícil!
Precisamos ter em mente uma realidade efetiva: só estaremos livres para nossa Jornada, quando desimpedidos de ranços de toda espécie em termos de emoções e sentimentos, já que ambos, quando cultivados no tempero do vinagre ou do fel, são como verdadeiras grades de prisão a conter o Espírito e impedindo sua caminhada terrestre.
Quando uma profunda decepção tomar conta de você nas relações humanas, de qualquer espécie, recorde-se de você mesmo e de sua necessidade de permanecer caminhando em busca da Luz.
Esforce-se para perdoar o mais breve possível, o mais rápido que você puder, para que você esteja livre e capaz de manter seus passos em direção à Luz e ao Amor verdadeiro.
Releve, compreenda, considere, tenha gratidão pelo que teve de bom, seja, enfim, um verdadeiro cristão...
Mensagem recebida no NEPT em 04 de abril de 2014
Juninho
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