Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 15 de novembro de 2014

Hipocrisia


"Nas pessoas de capacidade limitada, a modéstia não passa de mera honestidade, mas em quem possui grande talento, é hipocrisia."
(Arthur Schopenhauer)

Hipocrisia é o vício que consiste em aparentar uma virtude ou um sentimento que não se sentem. É, também, fingimento, falsidade, falsa devoção.

A hipocrisia revela as convicções inconsistentes do hipócrita.

Os pontos de vista expressos dos hipócritas entram em conflito com as convicções implícitas demonstradas por seu comportamento.

Lembrando Jesus: "Túmulos caiados por fora, guardando restos putrefatos e fétidos por dentro". Assemelha-se ao dístico: “Façam o que eu mando, mas não façam o que eu faço”.

Mais do Mestre: “Quando orar, não se colocar em evidência, mas orar em segredo. Antes de orar, se tiver algo contra outro, perdoá-lo, porque a prece não pode ser agradável a Deus, se não partir de um coração caridoso. Examinar os próprios defeitos e não fazer sobressair as qualidades apenas. A prece não se coaduna com o orgulho, vaidade e hipocrisia”.

Em Jerusalém, continuamente perseguido pela hostilidade dos fariseus (seita muito considerada e muito influente, que constituía a casta douta e ortodoxa do judaísmo), ataca a hipocrisia deles e esquiva-se às suas ciladas.

Como prova de sua missão divina, apresenta-lhes a cura de um cego de nascença e a ressurreição de Lázaro.

Em sua mensagem pós-túmulo, Allan Kardec lembra-nos da sua convicção sobre os princípios fundamentais do Espiritismo.

Tendo uma visão mais acurada, acha que tanto a benevolência, a boa-vontade e o devotamento de alguns, como a má-fé, a hipocrisia e as maldosas manobras dos outros, servem para fortificar o edifício doutrinário.

Ele afirma: "Nas mãos das potestades superiores, que presidem a todos os progressos, as resistências inconscientes ou simuladas, os ataques visando semear o descrédito e o ridículo, se tornam elementos de elaboração".

O Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens, em 1754, trata da desigualdade e da injustiça como frutos de uma hierarquia mal constituída.

Nessa obra, Rousseau afirma que a organização social não corresponde à verdadeira natureza humana, corrompendo-a e sufocando o seu potencial.

A Nova Heloísa, em 1761, exalta o direito da paixão, mesmo quando ilegítima, contra a hipocrisia da sociedade. A mentira seria um produto social.

É romance filosófico que exalta a pureza em luta contra uma ordem social corrompida e injusta.

Michel de Montaigne trata a hipocrisia do ser, em seus Ensaios - Da Vaidade:

“Para que servem esses píncaros elevados da filosofia, em cima dos quais nenhum ser humano se pode colocar, e essas regras que excedem a nossa prática e as nossas forças? Vejo frequentes vezes proporem-nos modelos de vida que nem quem os propõe nem os seus auditores têm alguma esperança de seguir ou, o que é pior, desejo de o fazer. Da mesma folha de papel onde acabou de escrever uma sentença de condenação de um adultério, o juiz rasga um pedaço para enviar um bilhetinho amoroso à mulher de um colega”.

La Rochefoucauld trata a hipocrisia do conselho, em Reflexões:

“Nada é mais hipócrita do que pedir ou dar conselhos. Quem pede, parece ter um respeito venerando pelos sentimentos do amigo a quem os pede, mas, no fundo, quer é fazer aprovar os sentimentos próprios e, assim, tornar o outro responsável pela sua conduta. Por outro lado, o que presta os conselhos retribui a confiança que lhe é dada, com um zelo ardente e desinteressado, apesar de, quase sempre, querer, através dos conselhos que dá, satisfazer os seus interesses ou a sua glória”.

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