Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Memória e Perdão


Após passar por uma situação não muito agradável e ter suas esperanças para com alguém ruídas por uma atitude menos feliz, nossas emoções desabam para com este alguém e passamos a guardar algum tipo de reserva nesta relação, seja ela qual for, de maior profundidade, como um filho, uma filha, um companheiro ou companheira, ou mesmo um irmão ou uma irmã, ou, ainda, uma grande amizade, ou mesmo alguém com quem se mantenha apenas as relações sociais, tanto faz.

Esta reserva nada mais é do que a quebra de um valor importante e fundamental para as relações humanas: a confiança.

Quando o laço da confiança é rompido por uma experiência não construtiva é necessário que reavalie a relação em si.

Quando a pessoa causadora do afastamento é alguém que não traz tanta importância para a Vida, a reação habitual é afastar-se dela, evitando mais contatos e reduzindo a possibilidade de que se volte a ter nova experiência complexa e desalentadora.

Mas, quando a pessoa tem alguma importância, as circunstâncias mudam de aspecto e pode se iniciar uma série de eventos conflitivos para a mente de quem tenha se desapontado eventualmente.

Fica-se entre o sincero desejo da aproximação e o receio de alguma nova decepção...

Mas, inúmeras vezes declina-se de receios e volta-se a aprofundar a relação, de tal modo que o perdão é efetivamente colocado em prática.

Não que se esqueça o evento causador do desconforto, mas releva-se e segue-se adiante.

A imagem do problema fica como se estivesse guardado em algum lugar não disponível para averiguação e, portanto, ela não é evocada.

Assim, a Vida pode seguir seu rumo sem maiores problemas para que a relação entre as pessoas mantenha sua normalidade, afinal, todo mundo pode errar e, verdadeiramente, todo mundo erra.

É necessário avaliar a situação em si e observar atentamente a intenção de quem tenha cometido o equívoco, pois muitas vezes não houve a mínima intenção de cometer qualquer desatino e o erro foi involuntário e, muitas vezes, cometido por ingenuidade.

Nesses casos fica ainda mais fácil de relevar, felizmente.

Mas, quando o erro é proposital, aí fica-se à mercê das emoções, pois é muito, mas muito difícil de efetivamente perdoar, mesmo que seja um filho ou uma filha.

A limitação que a criatura humana tem para discernir estes fatos é profunda.

Muitas vezes aquilo que foi involuntário é tido à conta de uma atitude proposital, aí...

Fico pensando no melhor de todos os exemplos: Jesus.

Ele foi execrado, vilipendiado, massacrado, humilhado, espancado e sacrificado em praça pública!

Ainda assim, perdoou!

Qual a razão para tal grau de complacência para com a humanidade à época?

A consciência cósmica do Mestre permite que ele enxergue a criatura humana da Terra com olhos universais, o que o diferencia de todos e permite que, ainda que passando por tudo o que já sabia que iria passar, tenha plena ciência de que a humanidade da época (e ainda hoje) tenha uma imensa limitação de compreender o que é divino, ou mais elevado.

Assim, o medo toma conta e a criatura humana se torna agressiva, como foi para com Ele.

Mas, nenhuma criatura humana encarnada ou não na Terra é como Jesus!

Ainda...

Todos chegarão lá!

Enquanto isso a recomendação sempre é a de seguir suas pegadas: tentar pelo menos!

Não se esquece uma falta, é verdade!

É difícil resgatar a confiança e muitos fatores colaboram para isso, como, por exemplo, a reinciência do erro.

Ainda assim, é recomendável libertar o coração e perdoar sempre!

Mas, recorde o Evangelho Segundo o Espiritismo: "Se o amor do próximo constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação desse princípio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra o egoísmo e o orgulho.
Entretanto, há geralmente equívoco no tocante ao sentido da palavra amar, neste passo. Não pretendeu Jesus, assim falando, que cada um de nós tenha para com o seu inimigo a ternura que dispensa a um irmão ou amigo. A ternura pressupõe confiança; ora, ninguém pode depositar confiança numa pessoa, sabendo que esta lhe quer mal; ninguém pode ter para com ela expansões de amizade, sabendo-a capaz de abusar dessa atitude. Entre pessoas que desconfiam umas das outras, não pode haver essas manifestações de simpatia que existem entre as que comungam nas mesmas idéias. Enfim, ninguém pode sentir, em estar com um inimigo, prazer igual ao que sente na companhia de um amigo."

Por isso, vê-se que, certamente se tem muito maior complacência com aqueles que são mais amados e menor indulgência para com os mais distantes!

Natural, enquanto o Ser humano não apresente condições para a amar a humanidade como uma família, como faz o Cristo!

Entretanto, faz parte do aprendizado de cada um iniciar o exercício do Amor por um grupo mais restrito, até que possa alcançar sua própria espécie como sendo sua família, afinal todos são filhos de um mesmo Criador!

Tudo é evolução no Universo, inclusive o perdão!

Esforçar-se para aprender a perdoar é lutar para libertar-se de prisões íntimas que não permitem elevar-se acima das paixões humanas!



Mensagem recebida em 10 de novembro de 2014
Militão Pacheco

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