Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sábado, 8 de janeiro de 2011

Cirurgias Espirituais: precisa?

Filas imensas, muita gente reunida, pacientes portadores de variados tipos de doenças, carros e mais carros tomando as ruas no entorno do local onde o “Centro Espírita” está localizado, senhas para ordenação dos atendimentos e um médium ou um pequeno grupo de médiuns, porta-vozes de entidades espirituais médicas, médicos desencarnados, alguns com nomes sui-generis, alemães, japoneses, enfim, espíritos “estrangeiros”, que se manifestam, inclusive com sotaque carregado, “tomando” os médiuns de forma impressionante, mudando a fisionomia, o olhar, a postura, os trejeitos, fazendo com que os pacientes que os procuram fiquem hipnotizados com suas palavras e seus gestos.

Algumas dessas entidades desencarnadas se apresentam como “pai alguma coisa”, numa referência direta a “preto-velho”, “caboclo”, “baiano”, ou alguma referência de criaturas de determinada época ou região brasileira, sempre, claro, com características peculiares no intuito de marcar sua presença de maneira firme.

Roupas brancas, macas, essências vaporizadas no ambiente, música suave espalhada por todos os ambientes, médiuns em transe, procedimentos “cirúrgicos” efetuados simbolicamente ou efetivamente, com cortes e curativos, medicamentos variados doados ou vendidos em farmácia anexa.

Médiuns muito bem intencionados que deixam seu lares, seus afazeres, suas vidas, para servir, para doarem seu trabalho, suas energias em favor de pessoas doentes e necessitadas de algum auxílio, seja físico, moral ou espiritual.

Médiuns nem sempre tão bem intencionados, portadores de uma mediunidade ostensiva, mas interesseiros, focados no sucesso e no dinheiro, embora, também com intensa dedicação ao trabalho de assistência ao próximo.

Do outro lado “da avenida”, uma Casa Espírita pequena, discreta, com assistência menor, trabalhos espirituais coordenados, tratamentos voltados para todos os problemas: físicos, mentais e espirituais; médiuns adaptados ao serviço de assistência discreta, sem alardes, aplicando passes, verbalizando as mensagens elevadas de entidades espirituais consagradas, que psicografaram através de médiuns conhecidos, como das benditas mãos de Chico Xavier, por exemplo.

Médiuns dedicados, também, ao auxílio e à assistência ao próximo, entregando-se de coração à causa.

Todo processo de formação de uma Casa Espírita envolve a mediunidade; esta, por sua vez existe em profusão em nosso Planeta, por bondade de Deus, que nos permite o intercâmbio natural com a Verdadeira Vida – a Vida Espiritual, de modo contínuo. Mas Centro Espírita sem mediunidade, não é Centro Espírita realmente.

Há variadas expressões da mediunidade, sendo fundamentalmente duas: de efeitos físicos e de efeitos psíquicos. A psicografia, a psicofonia, por exemplo, são psíquicas. A materialização, o transporte de objetos, são de ordem física, isto é, envolvem a matéria em sua efetivação.

As cirurgias espirituais são conhecidas há bom tempo e fazem sucesso diante da população que não conhece com maior profundidade a Doutrina Espírita, pois auxiliam um sem número de pacientes que buscam pelo menos o alívio para suas dores.

José Arigó (Zé Arigó) ficou conhecido internacionalmente por suas capacidades mediúnicas, juntamente com uma Entidade Espiritual que se denominava Dr. Fritz, de cura cruenta, isto é, invasiva, com auxílio de “instrumentos cirúrgicos peculiares”, como uma colher, sem anestesia ou assepsia (cuidados de higiene para evitar infecções) e com resultados admiráveis.

Há muitos outros casos de médiuns que promoveram curas através de recursos cruentos ou não cruentos, que podem ter curado enorme massa de pacientes com as mais variadas doenças.

Do segundo grupo (médiuns com atividade não cruenta), nota-se que há uma divisão didática, a se entender: os que promovem seu trabalho declarando tratar-se de um “procedimento cirúrgico” e os que simplesmente atuam com a imposição das mãos, no passe, declarando simplesmente que se trata de um tratamento espiritual.

Lembrando de Chico Xavier, de casos citados por pessoas que o conheceram mais intimamente, podemos dizer que ele curou muitas pessoas, por conta de sua mediunidade, sem fazer qualquer divulgação de que estaria curando a quem quer que fosse. Muitas vezes nem mesmo o passe era aplicado: a simples presença diante dele poderia levar à cura, não só por conta de suas condições magnéticas e mediúnicas, mas também por conta da fé do paciente que buscava sua ajuda.

Ele simplesmente praticava a mediunidade. Os fenômenos ocorriam naturalmente, sem necessidade de que se declarasse o que iria acontecer ou o que houvera acontecido.

Entre as duas posturas, qual será a mais adequada? A extravagante ou a discreta? O que diria Kardec a respeito disso?

2 comentários:

Jacqueline disse...

Pelo que venho aprendendo, com certeza a discreta. Não é necessário o fenômeno alarmante, para se obter uma cura...agora eu sei.
A mediunidade é supernatural e não sobrenatural!

dedalo disse...

KARDEC ERA E E UM PESQUISADOR E POR ESTE MOTIVO TENHO CERTEZA QUE IRIA ESTUDAR E PESQUISAR MAIS O ASSUNTO A FUNDO ANTES D DAR PALAVRA SOBRE ISSO.
HECULANO EM UMA D SUAS OBRAS[ARIGO]NOS DA UMA IDEIA SOBRE ESTE ASSUNTO TÃO POLEMICO,FICA A DICA DO LIVRO E VALE TBEM PESQUISAR ANDRE LUIS .