Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Rotina de Trabalhos

Quando se chega a um Centro Espírita, muitas vezes busca-se algo que não se sabe ao certo do que se trata, pois a motivação variada faz com que quem lá chegue esteja com a visão de algum modo turva, a mente agitada, o coração acelerado e esses fatores fazem com que as circunstâncias sejam obnubiladas e praticamente a pessoa, com raras exceções, se deixa levar sem fazer reflexões, inicialmente, em suas primeiras visitações à Casa Espírita.

A dor, o sofrimento, a angústia, a dúvida, todos os fatores permeiam essa situação.

Algumas poucas pessoas entram em um Centro Espírita com olhar mais crítico, analisando, estudando o ambiente, com discernimento ativo que possibilite avaliar a organização do local onde elas estejam entrando pelas primeiras vezes.

Essa minoria de pessoas, digamos, mais lúcidas ou mais atrevidas, entretanto, marca uma interessante preocupação quanto aos trabalhos desenvolvidos na Casa Espírita que você freqüenta. Elas têm, mesmo, a preocupação de criticar e saem da Instituição como verdadeiros críticos de peças teatrais, de shows de música, de restaurantes...

Você pode até questionar o que estou dizendo e com justa razão, por que pode afirmar que os espíritas precisamos avaliar as coisas com espírito de fraternidade, compreendendo que as limitações físicas e humanas dos Centros Espíritas impõem restrições e que, novamente os espíritas, não agem dessa forma tão incompreensível. Mas não é verdade. Infelizmente, criaturas que freqüentam uma determinada Casa ocasional ou freqüentemente vão a outras Casas investidos de olhar crítico e acabam por "espargir" a sua própria visão a respeito delas, sempre comparando com aquilo que estão acostumados a ter no núcleo que participam.

Comparam as pessoas, as instalações, os trabalhos, os horários, enfim, comparam tudo que podem comparar. Algumas vezes com o intuito de aprender, outras simplesmente para ter assunto com os companheiros de trabalho da Instituição que freqüentam; outras, ainda, por malícia, mesmo.

Pode ser uma atitude lúdica ou uma postura leviana, mas de qualquer modo, todas as Casas Espíritas estão expostas ao público e, assim sendo, têm "telhado de vidro".

Partindo-se dessa situação, que não é uma premissa, uma teoria ou uma hipótese, mas um fato real, a atitude que cada dirigente espírita precisa tomar diante da Casa que auxilia a administrar é a atitude de adequar o ambiente físico, o ambiente de trabalho, o ambiente espiritual, enfim, tomando atitudes que promovam a melhor qualidade possível dentro dos limites que as condições naturais venham a impor. Não há como se alcançar perfeição, obviamente, mas há como se obter o melhor possível, com auxílio de todos. E o trabalho em equipe para alcançar esse objetivo é essencial.

Será que é certo ignorar as eventuais críticas exteriores? Será que é certo o isolamento diante das demais Casas Espíritas, que atualmente existem em grande número, "fazendo de conta" que só importa o que se tem no prédio onde se está?

Claro que não. É importante demais a preocupação com o todo do Centro Espírita, partindo da higiene, passando pela apresentação - o aspecto visual é um "cartão de visitas", educação no atendimento - como sentir-se bem num local destes sendo atendido por alguém agressivo ou de mau humor? - disposição de ajudar a quem o procure, disciplina nas tarefas - com relação a horários, freqüência e disponibilidade - exposição, em local apropriado, dos trabalhos que são efetuados ali, enfim, em duas palavras: higiene e organização.

Se tivéssemos a possibilidade de categorizar e uniformizar os Centros Espíritas, certamente poderíamos "exigir" um padrão de apresentação para que todos guardassem em si uma forma semelhante nesses aspectos citados, isto é, higiene e organização. Não para que deixássemos de ter preocupação com algo ainda muito mais importante, que é a questão ético-moral, ao contrário, mas para que essas importantes instalações fosse ainda mais acolhedoras e, por conseqüência, ainda mais receptivas para quem vai até elas em busca de consolo, esperança e amor.

Nada mais estranho do que entrar em um Centro Espírita e dar de cara com um monte de doações entulhadas logo na entrada. Claro que pode ser um mal necessário, mas que poderia ser evitado, se a organização do grupo de pessoas envolvidas nesse trabalho desse conta de colocar as doações em local apropriado.

Nada mais desagradável do que ser recebido por alguém desinformado, desinteressado ou mau-humorado, aja vista que é de se esperar que quem fique numa recepção tenha conhecimentos sobre as atividades todas da Casa. Seria como ir a um balcão de informações e sair desorientado além de ser maltratado.

Nada mais esquisito do que perceber que o Centro Espírita não recebe manutenção e limpeza em suas instalações: se não cuidam do aspecto externo, será que cuidarão das questões interiores? A manutenção do prédio deve ser feita sempre que possível, para mantê-lo com aparência agradável e permitir que se trabalhe e freqüente a Casa com boa disposição e boa impressão.

Um jardim, uma vegetação, uma decoração que não seja de cunho religioso, mas que seja respeitosa são sempre coisas bem vindas. Avisos, placas, orientações, lembretes adequadamente colocados nas paredes são recursos visuais que, inclusive, estimulam a disciplina.

Por outro lado, nada mais curioso do que chegar pela primeira vez em uma Casa Espírita e ir entrando em uma sessão mediúnica, sem ao menos saber do que se trata e o que acontece nela, por não existir qualquer orientação a respeito, ou por todos os trabalhadores julgarem que "é normal" participar de uma atividade dessa, sem qualquer conhecimento espírita anterior.

Nada pior do que tomar um susto dentro de uma sessão mediúnica, por conta da "incorporação" de um espírito agressivo e violento.

Enfim, a desorganização tem seus "efeitos colaterais" que podem ser evitados através do processo de organização. Não dói e faz bem para todos os participantes do trabalho do Centro Espírita.

Um comentário:

Ivani Silva disse...

É verdade ,às vezes nos envolvemos tanto com os trabalhos ,que acabamos por não nos preocuparmos com a Casa ,no que diz respeito ao seu aspecto físico.Sabemos da importância da manutenção da higiene,organização e canalização das doações de uma forma mais direta. São tantas as preocupações no desenvolvimento de um trabalho ,que algumas coisas acabam se perdendo no meio do caminho.Nada melhor do que pararmos para uma reflexâo ,buscando sempre o melhor para que o ambiente seja cada vez mais acolhedor.