Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Promessa

“Senhor, meu Deus, me ajude! Cura-me desta doença cruel, que me atinge nem sei por qual razão!”

“Pai, de misericórdia, o que fiz para merecer tão duras dificuldades? O que farei agora, sem emprego?”

“Não aceito a perda de minha filha! Deus está sendo injusto comigo!”

Frases assim, que demonstram o desespero e o despreparo das pessoas, algumas vezes são expressadas dentro de um Centro Espírita, ouvidas por pessoas que estão nos corredores, muitas vezes sem qualquer preparo para poder dar uma palavra de consolo para esses irmãos que passam por períodos tão duros e difíceis.

Quando possível e sempre que possível, quem tenha a oportunidade de conversar com alguém que está neste padrão de pensamentos tão doídos, precisa encaminhá-lo ou encaminhá-la para o atendimento fraterno ou para o atendimento mediúnico, para que seja adequadamente esclarecido, ou esclarecida, da visão espírita destas perdas que temos a oportunidade de sofrer eventualmente em nossas vidas.

Mesmo que a pessoa inspire um alto grau de piedade, mesmo que a compaixão venha à tona com toda intensidade, mesmo que seja traçado um paralelo com a própria vida, é mais adequado que se faça tal encaminhamento, se necessário em caráter de urgência, para que nosso irmão ou nossa irmã sejam socorridos em breve período, com o objetivo de consolá-los ou pelo menos aliviar tais dores intraduzíveis para as demais pessoas que não estejam vivenciando a dificuldade.

Não é correto o socorro no corredor, por algumas questões que precisamos compreender, como, por exemplo, a exposição da intimidade de quem esteja neste processo. Como “conversar” sobre particularidades, com outros irmãos passando ao lado, prontos para ouvir e “compartilhar” sobre o assunto.

Já tive a oportunidade de vivenciar uma “rodinha” de pessoas discutindo sobre o que fazer para ajudar um novato do Centro Espírita a respeito de uma gravidez “indesejada” de sua namorada. O rapaz chorava copiosamente e as pessoas tentavam consolá-lo ou encorajá-lo para as mais variadas soluções para o problema, inclusive o abortamento.

A ingenuidade, o desconhecimento doutrinário, aliados a um desejo de ajudar ou mesmo uma necessidade de “aparecer” diante dos outros, pode favorecer para que estes “encontros” que as pessoas “promovem” instintivamente com o objetivo de “auxiliar” outras pessoas.

Dentro da proposta correta e séria do atendimento fraterno, a pessoa que passa por esta dificuldade, seja ela qual for, irá ser ouvida e receberá os esclarecimentos necessários propostos pela bendita Doutrina dos Espíritos, para que sua dor possa, no mínimo, ser aliviada.

O médium que recebe o irmão em desespero tem o amparo da espiritualidade, a inspiração, a intuição, algumas vezes a vidência, a clarividência, audiência, ou seja, a presença de verdadeiros amigos do Bem, que darão condições para que seja efetuado o consolo para o irmão ou a irmã que sofre.

Importante ressaltar que nestas condições nunca se faz promessa alguma, ao contrário, mostra-se a realidade da Vida, a palavra do Evangelho Segundo o Espiritismo, a clareza do Livro dos Espíritos, enfim o que representa a dor para nossa existência, mas sem assumir qualquer compromisso de cura, de melhora, do que quer que seja. Em condição alguma pode haver compromisso com algo que não se pode prometer.

Por isso é importante encaminhar o necessitado de esclarecimento para o setor adequado: atendimento fraterno ou mediúnico.

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