Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

terça-feira, 31 de maio de 2011

O Cavalinho







Conta-nos um espírito muito amigo a história de um pai que tomou suas duas filhas, uma de dois anos e uma de quatro anos para passear. Morava numa cidade interiorana e tinham bastante espaço para caminhar. E, no final da tarde, com o sol se pondo, ainda no verão, o clima era bastante favorável para uma caminhada com as crianças, para que elas pudessem ver a natureza, o sol, o céu, a vida. Depois de um período um pouco mais longo, a pequena filha se dirige ao pai e dizendo que está cansada. Com dois aninhos a perninha já reclamava, com a caminhada que para ela era muito longa. Mas o pai com o intuito de educa-la, para não ter que carregar também a outra maiorzinha e não se sobrecarregar com o peso, começou a estimulá-la para que continuasse caminhando, pois já estava de volta e o caminho de retorno já havia sido iniciado, mas como todos sabemos, uma criança de dois aninhos se manifesta com certa facilidade e começou a se debater e a chorar, mas o pai teve uma idéia muito interessante.

Havia um pequeno pedaço de madeira, um pequeno tronco delicado, digamos, um graveto, pouco mais robusto, ele tomou esse graveto, tirou os restos de folhas e disse para a filha: “Tome, é o seu cavalinho. Com ele você certamente vai chegar em casa com maior facilidade”. A menina colocou-se montada sobre o cavalinho e sobre o cavalinho imaginário, tomou forças novas e foi galopando até em casa. De tão animada, ela não queria nem parar, queria continuar a sua galopada, o seu trote.

A outra menina de quatro anos, um pouco mais lúcida, perceptiva, pergunta ao pai: “Papai o que foi que aconteceu com ela? Ela não falou que estava cansada, exausta?”. “Pois é minha filha, mas quando nós damos uma motivação, quando nós temos uma motivação, nós costumamos resgatar forças que nem ao menos sabíamos que tínhamos”.

É através dessas motivações que nós caminhamos na vida em direção a Jesus!

Que Jesus nos abençoe!

psicofonia recebida no NEPT em 04 de maio de 2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O QUE QUEREM DE MIM?





Uma das circunstâncias mais comuns no convívio com as pessoas, é querer impregnar no próximo as suas próprias impressões à respeito da vida.

É muito comum que estejamos, sistematicamente, tentando contaminar os outros com a nossa forma de pensar.

Assim,a mãe e o pai, fazem este tipo de mecanismo para o filho, obviamente, no sincero desejo de que o filho seja um vencedor na vida, que não se dê mal, que siga um bom caminho.

Mas muitas vezes, essa forma de colocação pode se transformar em uma verdadeira obsessão ou perturbação espiritual.

Nas minhas andanças como medico no século XX, nas primeiras décadas, tive a oportunidade de vivenciar uma experiência bastante curiosa, ao freqüentar uma instituição psiquiátrica.

Das muitas vezes em que pude ir a esta instituição, numa delas encontrei um rapaz que estava num canto de um gramado tocando violão com alegria e, como o jovem me parecia muito normal, totalmente,diferente dos outros jovens e senhores que habitavam aquele pavilhão, porque eram internos, era o modelo da época, os doentes mentais eram isolados da sociedade, então achei curioso e resolvi me aproximar.

Me aproximei, puxei conversa e perguntei a ele o que ele fazia ali, se de maneira alguma me parecia um doente psiquiátrico?

Até hoje me ficou uma incógnita.

Eu não sei se a resposta dele era verdadeira ou se era uma ironia, porque ele me disse assim.

"É muito simples doutor; o meu pai é um advogado bem sucedido e quer que eu seja como ele.
A minha mãe se lembra muito bem do pai dela, do meu avô, que era um comerciante riquíssimo e ela quer que eu siga o caminho que o meu avô seguia. A minha irmã é casada com um homem de sucesso e vive me dizendo que eu devo seguir os caminhos que o meu cunhado seguiu para que eu tenha sucesso. O meu irmão mais velho é um dos experts em artes marciais e quer que eu siga a arte marcial também como ele segue. Então eu resolvi me internar aqui, e consegui a internação."

"Mas, por que?"

"Porque aqui pelo menos eu posso ser quem eu sou."

Vejam meus irmãos,que pode ser que tenha sido uma ironia, pode ser inclusive, que esse rapaz fosse realmente, um doente psiquiátrico, mas naquele momento, ele disse uma grande verdade.

Nós ficamos o tempo todo querendo que os outros sejam como nós queremos que eles sejam.

Será que a verdade da vida se resume nisso, se restringe a isso, a seguirem o meu modelo de ser?

É bastante questionável.

Nós temos que aprender com o espiritismo que cada um segue o seu caminho.

Claro, que o papai e mamãe, darão a diretriz que julguem necessária para o filho, mas o filho precisará aprender a escolher o seu caminho.

Na religião também é assim.

O jovem muitas vezes desiste da religião, eu nem digo só do espiritismo, eu digo também de qualquer religião. Por que?

Em primeiro lugar, porque mesmo instintivamente ele percebe uma incongruência fantástica, papai e mamãe falam uma coisa e fazem outra.

Então, a religião não é boa, seguirei outro caminho.

É importante que as pessoas expressem a sua própria atitude para que o exemplo possa servir para o próximo.

Mas não é importante que as pessoas impregnem no próximo aquilo que elas julguem correto.

Que Jesus nos abençoe.

Desse seu irmão Militão Pacheco.

Psicofonia recebida no Nept em 25/05/2011

sábado, 28 de maio de 2011

CAMINHOS DIFERENTES





A Europa da Idade Media, era uma verdadeira colcha de retalhos, constituída por principados dos mais variados tamanhos, sem uma unicidade natural de línguas, de credos, política, ética ou mesmo moral.

Foi isso que levou, inclusive, Maquiavel a escrever a grande obra ‘O Príncipe’ que retrata a situação do povo europeu na Idade Media.

Entre esses principados, havia um príncipe muito rico, muito querido pelo seu povo.

E era muito querido porque apesar de muito rico, sempre foi muito dadivoso, pois dava muitas coisas para o seu povo.

Dava comida, mantimentos, roupas, haveres dos mais variados, pois nunca lhe faltava nada.

O seu palácio era sempre repleto de riquezas e quanto mais dava, mais ele tinha e ninguém sabia explicar qual o mecanismo ele tinha para ser sempre tão rico.

É claro que a riqueza ainda mais nessas circunstâncias, inspira a inveja de muitos que não têm a condição para seguir o mesmo rumo, o mesmo caminho.

Um determinado sábio de um outro principado, muito curioso por conta da situação deste príncipe, vai até o seu principado.

Este sábio na trajetória foi se recordando de todo o esforço que fez durante toda a sua vida, retirando-se ao isolamento, abrindo mão dos bens terrenos, isolando-se da conversação desnecessária com as pessoas e fazendo preces e orações continuamente.

Mas, não encontrando a paz de espírito, a alegria de vida que julgaria ter encontrado antes de começar todo esse processo de isolamento.

Ao chegar no palácio do príncipe é muito bem acolhido com muita alegria como era característica deste príncipe e depois das devidas apresentações vai diretamente ao assunto e pergunta ao príncipe.

"Como é que o senhor faz? Como é que o senhor consegue ser tão rico e tão alegre, entregando tudo para a sua população? O senhor ao mesmo tempo não tem nada, e tem tudo. Como consegue isso?"

O príncipe com muita paciência pede que busquem uma vela.

Quando a vela chega, ele acende e a coloca na mão do sábio e diz a ele assim.

"Meu irmão transite à vontade por todos os corredores do meu palácio. Observe todas as minhas riquezas e você verá porque eu sou assim tão feliz. O porque e quanto mais eu ganho, mais eu dou. Mas, tem um detalhe. Esta vela é mágica e se a chama da vela se apagar, você morre."

O sábio, aceitou o desafio e começou a sua jornada pelo imenso palácio do príncipe bondoso.

Depois de varias horas, o sábio volta ao recinto onde o príncipe se encontrava.

E o príncipe pergunta.

"Como foi a sua jornada? Conseguiu entender porque eu sou tão feliz?"

"Não senhor, não consegui. Eu fiquei tão preocupado em manter a chama acesa, que eu não consegui perceber nada do que tem em seu palácio. Eu mal me recordo dos locais por onde passei."

"Pois então, meu irmão, é assim que eu me comporto. Eu me preocupo em manter a chama da minha vida acesa e eu não me preocupo com o que acontece em volta. É assim que você deveria se colocar também, porque assim você encontraria o que você procura."

Não é no isolamento, não é se restringindo que você vai alcançar a paz de espírito.

Mas, é alegre, feliz, trabalhando e doando-se que você alcançará tal estado de felicidade.

Assim é a vida.

Muitas pessoas acreditam que porque estão isoladas não cometem erros, então "irão para o céu".

Mas a verdade, a ausência de trabalho, a ausência de entrega, é a negação da caridade.

O príncipe é feliz porque pratica a caridade.

Nós que nos isolamos, evitamos a felicidade.

Que Jesus nos abençoe hoje e sempre.



Psicofonia recebida no Nept em 18/05/2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Merecimento e Aceitação




Pergunta dirigida a Francisco Cândido Xavier: Existem pessoas que têm acorrido a todos os recursos terrenos e espirituais na espera de uma cura para sua enfermidade, que não tendo resolvido seu problema, acabam chegando à descrença. Mesmo sem fé, muitas vezes ainda procuram você como um recurso. Essas pessoas podem chegar a receber uma cura?


Chico: Acredito que a pessoa está no merecimento natural da cura, tenha ela fé ou não tenha fé, a misericórdia divina permite que essa criatura encontre a restauração de suas forças. Isso em qualquer religião, ou em qualquer tempo; agora, os espíritos nos aconselham um espírito de aceitação. Primeiramente, em qualquer caso de doença que possa ocorrer em nós, em nosso mundo orgânico, o espírito de aceitação, torna mais fácil para o médico deste mundo ou para os benfeitores espirituais do outro, atuarem em nosso favor. Agora, a nossa aflição ou a nossa inquietação, apenas perturbam os médicos neste mundo ou no outro, dificultando a cura. E podemos ainda acrescentar: que muitas vezes temos conosco determinados tipos de moléstia, que nós mesmos pedimos, antes de nossa reencarnação, para que nossos impulsos negativos ou destrutivos sejam treinados. Muitas frustrações que sofremos neste mundo são pedidas por nós mesmos, para que não venhamos a cair em falhas mais graves do que aquelas que já caímos em outras vidas. Mas, como estamos num regime de esquecimento – como uma pessoa anestesiada para sofrer uma operação –, então nos desmandamos em rebeldia, em aflição desnecessária, exigindo uma cura, que se tivermos, será para a nossa ruína, não para o nosso benefício.

Uma infância sofrida. Doente dos pulmões aos 12 e aos 40 anos. Gravemente enfermo de um olho desde 1931. Cinco cirurgias de alto risco. Dois enfartes. Nunca reclamou.


Das enfermidades, quando apareciam, costumava dizer:


- Aqui estamos bem com a rinite fiel. Achei melhor tratá-la por amiga e, com isso, tenho a impressão de que ela e eu nos harmonizamos de maneira melhor. Quero ser amigo da doença.

Das cirurgias sofridas:

- Como ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a caminho do bisturi como o boi para o matadouro? E eu vou querer facilidades? Eu tenho que me operar como os outros, sofrendo como eles.

Sobre os médicos espirituais:

-Chico, cadê o Dr. Bezerra de Menezes? Ele não te ajuda não?
-Ajuda muito. Toda tarde ele vem me visitar.

Quando lhe perguntavam:

- Como alguém tão bom como você, Chico, sofre tanto?
- Minha irmã, eu sei o que devo ser e ainda não sou, mas rendo graças a Deus por estar trabalhando, embora lentamente, por dentro de mim próprio, para chegar, um dia, a ser o que devo ser.

Fontes: Chico de Francisco; Adelino da Silveira; pág.86. As vidas de Chico Xavier; Marcel Souto Maior; pág. 186; Minutos com Chico Xavier; José Carlos de Lucca; pág.57
Colaboração: Edna Villaça Souza

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Qual a razão?



A busca pela saúde é um fato que envolve toda a humanidade.
Pesquisas científicas, na área da medicina, envolvem inúmeros cientistas e pesquisadores com o objetivo de propagar, por interesses materiais ou não, recursos técnicos que possam curar ou aliviar sintomas, sinais e doenças que perturbam as pessoas em qualquer parte do Planeta.

É incessante o movimento de seres humanos nesse sentido desde os primórdios da humanidade. Tanto é verdade, que há peças arqueológicas de artigos de farmácia e medicina da mais remota antiguidade encontradas em pesquisas em vários locais do mundo todo.

Por falar nisso, a medicina, como medicina propriamente dita, em aspecto efetivamente científico, começou a “existir” a partir dos séculos XIX e XX, quando as luzes da razão iniciaram seu predomínio na humanidade, particularmente na civilização ocidental e nas nações mais ricas.

Muito do que diz respeito a curas está ligado a crendices e religiosidade mística e mítica. Mais uma vez, confirmado pelo que se encontrou em pesquisas e nas constatações de líderes religiosos que detinham algum conhecimento de ervas e técnicas espiritualizadas para o tratamento das pessoas doentes que faziam parte da comunidade comandada por essa liderança.

E digo que “diz respeito” por conta de que ainda na atualidade um sem número de pessoas procura os tratamentos espirituais para aliviar suas dores e curar suas doenças.

Não há absolutamente qualquer coisa de errado nessa postura, nessa atitude, pois cada um precisa de seu equilíbrio, de sua saúde, para viver, já que ninguém gosta de dor e sofrimento.

Os centros espíritas oferecem tratamentos espirituais para as doenças de todos os tipos e por variados recursos. Podemos citar, o passe como um dos recursos mais freqüentes métodos para auxiliar as pessoas a aliviar sofrimentos e basta ficar dentro de um centro espírita alguns minutos para ver que muitas pessoas vão até lá apenas para receber a energia fluídica do passe que efetivamente funciona, chegando a curar muitas enfermidades silenciosamente.

Há casas espíritas que fazem tratamentos diferenciados para ajudar especificamente doentes. Médiuns fazem tratamentos com auxilio de Espíritos, com variados recursos e isso gera esperança para muitas criaturas humanas, espíritas ou não.

Em situações habituais, pessoas que sabem de alguém que passa por uma doença difícil, como o câncer ou uma doença degenerativa, sugerem o tratamento espiritual como recurso de misericórdia para o doente. Mesmo pessoas de outras religiões “atrevem-se” a indicar um centro espírita ou outro, por saber de alguém que tenha sido beneficiado por esta instituição.

Independentemente do método aplicado em cada centro espírita, ou em cada agrupamento de pessoas espiritualizadas, ou em outras religiões, onde a corrente de preces pode favorecer e inspirar à cura ou ao alívio de sofrimentos, evidentemente devemos reconhecer a contínua ação do Alto para nos auxiliar em nossa jornada terrena, dando-nos recursos abençoados para recuperarmos as energias, as forças e seguirmos adiante, mais motivados para modificar nossas disposições íntimas no sentido de construir um mundo interior de fraternidade e caridade que possa ser a pequena parcela de colaboração para um mundo melhor em futuro próximo.

Sim, pois a Divindade que nos gerou certamente nos dá a possibilidade de alívio e cura para que possamos refletir construtivamente a respeito de nossas disposições íntimas ao enfrentar uma doença difícil e ter a possibilidade de mudar seu curso. À toa Ela não nos daria a infinita possibilidade da pesquisa científica, o imenso recurso do intercâmbio entre as duas esferas fundamentais da Vida, através da mediunidade bendita que pode inspirar à cura.

Deve haver uma razão maior para que isso possa acontecer em sem número de vezes, para tantas pessoas que são beneficiadas por esses recursos. Uma razão que transcenda à nossa vontade de “se sentir bem” pura e simplesmente. Algo que nos faça refletir sobre a verdadeira razão para o nosso inquieto movimento de aspirar continuamente pela saúde física, pela saúde mental e espiritual. Deve haver...

Não é razoável, que Deus nos permita curar um câncer simplesmente para que fiquemos à disposição de novos fatores desencadeantes de outras formar de câncer: não é, mesmo!

É razoável que, ao ter a abençoada oportunidade de uma cura, de um alívio, façamos uma verdadeira e profunda reflexão a respeito do que faremos na seqüência. Do que faremos com nossa saúde a partir daí.

Para que nos curamos de uma gastrite? Para voltar a comer “glutonicamente”?

Para retornar aos desequilíbrios emocionais que novamente provoquem outra gastrite? Ou uma hemorragia digestiva? Ou será que há uma “razão maior” para isso? Deve haver algum motivo nobre para que tenhamos essa possibilidade e não deve ser simplesmente para nos dar bem estar.

Nada na Providência Divina é furtivo, nada é despretensioso, nem mesmo “casual”. Tudo tem utilidade elevada e precisamos buscar dentro de nós as verdadeiras potencialidades que temos para retornar à Natureza a benção da cura que eventualmente tenhamos o direito de receber.

Militão Pacheco.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Timidez




Um relacionamento infantil insatisfatório com a fa­milha, particularmente em referência à própria mãe que se apresente castradora ou se torne superprotetora, ter­mina por impedir o desenvolvimento psicológico sau­dável do indivíduo, que estabelece um mecanismo de timidez a fim de preservar-se dos desafios que o sur­preendem a cada passo.

Submetido a uma situação constrangedora por impositivo materno, que não lhe permite espaço para autenticidade, sente-se castrado nas suas aspirações e necessidades, preferindo sofrer limitação a assu­mir atitudes que lhe podem causar mal-estar e afli­ções. Por outro lado, superprotegido, sente anulada a faculdade de discernimento e ação , toda vez que defronta uma situação que exige valor moral e cora­gem.

Refugiando-se na timidez, disfarça o orgulho e o medo de ser identificado na sua impossibilidade de agir com segurança, protegendo-se das incomodidades que, inevitavelmente, o surpreendem.

Como conseqüência, o desenvolvimento da libido faz-se incompleto, dando nascimento a limitações e re­ceios infundados quanto à própria atividade sexual, o que se pode transformar em conflito de maior profun­didade na área do relacionamento interpessoal, assim como na auto-realização.

A timidez pode apresentar-se como fenômeno psicológico normal, quando se trata de cuidado ante enfrentamentos que exigem ponderação, equilíbrio e decisão, dos quais resultarão comprometimentos graves no grupo social, familiar, empresarial, de qualquer ordem. Poder-se-ia mesmo classificá-la como um mecanismo de prudência, propiciador de reflexão necessária para a adoção de uma conduta correta.

Igualmente, diante de situações e pe ssoas novas, em ocorrências inesperadas que exigem uma rápida resposta, temperamentos existem que se precatam ti
midamente, sem que haja, de forma alguma, exteriori­zação patológica na conduta, tornando-se, portanto, normal.

Todavia, quando se caracteriza como um temor quase exagerado ante circunstâncias imprevistas, pro­duzindo sudorese, palpitação cardíaca, colapso perifé­rico das extremidades, torna-se patológica, exigindo conveniente terapia psicológica, a fim de ser erradica­da ou diluída a causalidade traumática, através de cujo método, e somente assim, advirá a superação do pro­blema.

O indivíduo tímido, de alguma forma, é portador de exacerbado orgulho que o leva à construção de com­portamento equivocado. Supõe, inconscientemente, que não se expondo, resguarda a sua realidade conflitiva, impedindo-se e aos outros impossibilitando uma iden­tificação profunda do seu Self. Noutras vezes, subesti­ma-se e a tudo aquilo quanto poderia induzi-lo ao cres­cimento ps icológico, à aprendizagem, a um bom rela­cionamento social, e torna-se um fardo, considerando que as interrogações que poderia propor, os contatos que deveria manter, não são importantes. Na sua ópti­ca psicológica distorcida, o que lhe diz respeito não éimportante, tendo a impressão de que ninguém se inte­ressa por ele, que as suas questões são destituídas de valor, sendo ele próprio desinteressante e sem signifi­cado para o grupo social. A timidez oculta-o, fazendo­o ausente, mesmo quando diante dos demais.

De certo modo, a timidez escamoteia temperamen­tos violentos, que não irrompem, produzindo distúrbi­os externos, porque se detêm represados, transforman­do-se em cólera surda contra as outras pessoas, às ve­zes contra si próprio.

É de considerar-se que essas são reações infantis, face ao não desenvolvimento e amadurecimento psico­lógicos.

Nesse quadro mais grave, o conflito procede de experiência pretérita, que teve curso em vida passada, quando o paciente se c omprometeu moralmente e asfi­xiou, no silêncio íntimo, o drama existencial, que em­bora desconhecido das demais pessoas, se lhe gravou nos recessos do ser, transferindo-se de uma para outra reencarnação, como mecanismo de defesa em relação a tudo e a todos que lhe sejam estranhos. No íntimo, o orgulho dos valores que se atribui e a presença da cul­pa insculpida no inconsciente geraram-lhe o clima de timidez em que se refugia, dessa forma precatando-se de ser acusado, o que lhe resultaria em grave problema para a personalidade.

A timidez é terrível algoz, por aprisionar a espon­taneidade, que impede o paciente de viver em liberda­de, de exteriorizar-se de maneira natural, de enfrentar dificuldades com harmonia interna, compreendendo que toda situação desafiadora exige reflexão e cuida­do. Uma vida saudável caracteriza-se também pela ocorrência de receios, quando se apresentam proble­mas que merecem especial atenção.

Como todos desejam alcançar suas metas, que são o sent ido existencial a que se afervoram, a maneira cui­dadosa e tímida, não agressiva nem precipitada, expres­sa oportuno mecanismo de preservação da intimidade, da realidade, do processo de evolução.

A ausência da timidez não significa presença de saúde psicológica plena, porque, não raro, outros algo­zes do comportamento desenham situações também críticas, que necessitam ser orientadas corretamente.

Nesse sentido, a extroversão ruidosa, a comunica­bilidade excessiva, constituem fenômeno perturbador para o paciente que pretende, dessa maneira, ocultar os seus sentimentos conflitivos, desviando a atenção da sua realidade para a aparência, ao mesmo tempo diluindo a necessidade de valorização, por saber-se conhecido, desejado, face ao comportamento irrequie­to que agrada ao grupo social com o qual convive.

Realizando-se, por sentir-se importante, descarre­ga os medos na exteriorização de uma alegria e joviali­dade que não são autênticas.

Observando-se tal conduta, logo se perceberá uma grande excitação e preocupação em agradar, em cha­mar a atenção, em tornar-se o centro de interesse de todos, dificultando a comunicação natural do grupo. Esse tipo de exibicionismo é pernicioso, porque o paci­ente distrai os outros e continua em tensão permanen­te, o que se lhe torna um estado normal, no entanto, enfermiço.

A timidez pode ser trabalhada também, mediante uma auto-análise honesta, de forma que o paciente deva considerar-se alguém igual aos outros, como realmen­te é, nem melhor, nem pior, apenas diferente pela es­trutura da personalidade, pelos fatores sociais, econô­micos, familiares, com os quais conviveu e que o mo­delaram. Ademais, deve ter em vista que é credor de respeito e de carinho como todas as outras pessoas, que tem valores, talvez ainda não expressados, merecendo, por isso mesmo, fruir dos direitos que a vida lhe conce­de e lhe cumpre defender.

Toda fuga leva a lugar nenhum, especialmente no campo emocional. Somente um enfre ntamento saudá­vel com o desafio pode libertar do compromisso, ao invés de transferi-lo para outra ocasião, em que lhe se­rão acrescidos os inevitáveis juros, que resultam do adiamento, quando, então, as circunstâncias serão di­ferentes e já terão ocorrido significativas alterações.

Uma preocupação que deve vicejar no íntimo de todos os indivíduos, tímidos ou não, é que não se deve considerar sem importância ou tão significativo que lhe notarão a presença ou a ausência.

Assim, uma conduta tranqüila, caracterizada pela autoconfiança e naturalidade nas várias situações pro­porciona bem-estar e conquista da espontaneidade.


Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo Franco, do livro "Amor, imbatível amor"

Prece




Senhor Jesus:

Inspira-nos na Vida para que ela siga seu rumo com determinação, coragem, confiança, equilíbrio e harmonia;

Que Teus Mensageiros possam tocar nossos corações para nos auxiliar nessa Jornada na qual encontramos com nossas próprias dificuldades, para reparar os equívocos do passado distante e mesmo desta própria existência;

A cada oportunidade de experiêcia, contando com Teu auxílio, estaremos fortalecidos para seguir adiante;

Ilumina nossos passos, para que possamos observar os obstáculos que possamos encontrar em nossa trajetória, permitindo que possamos superá-los quando tivermos de enfrentá-los;

Possibilitando que possamos desviar daqueles com os quais não precisemos nos deparar;

Evitando, assim, que geremos ainda mais dores do que aquelas que já angariamos em outras experiências da Vida;

Permita, Senhor, que tenhamos a visão clara dos nossos pensamentos, das nossas palavras e dos nossos atos, para que consigamos ter um comportamento adequado diante das pessoas que nos acompanham na Vida;

Fortalece-nos, Mestre, diante daquilo que nos pareça difícil, para que, amparados pela Tua Luz, pelo Teu Amor, possamos sempre caminhar, nesta jornada terrena, em Tua direção;

Pois nós sabemos que Tu és o Caminho para Verdade e a Vida.

Militão Pacheco

terça-feira, 24 de maio de 2011

Passado




Não mobilizes a memória
em caminhos percorridos.
O passado pode e deve ser
consultado
a fim de clarear
as diretrizes do presente.
Um momento de indagação,
porém, não significa
inércia no tempo.
Ninguém estabelece
o próprio lar,
por dentro de um museu.

* * *

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ponto de vista




As dores citadas no dia de hoje, as causas das nossas aflições ligadas ao passado ou ao presente quase imediato são verdadeiros professores que nos auxiliam, mas a maioria da humanidade ainda está num patamar de entendimento que repudia a dor de forma veemente e que se sente castigado quando adoece, quando perde alguma coisa. Então, vem a revolta, vem a insatisfação, a indolência, a rejeição, fenômenos emocionais que deflagram nas células do corpo humano um verdadeiro adoecimento por envenenamento mental. Muitos de nós já passamos, no passado, estamos passando no presente, ou passaremos no futuro, por problemas de ordem de gravidade variada.

Quando chegou ou chegar o momento, precisamos estar com o ponto de vista válido de que a dor é nosso professor ou é nossa professora, como preferir e não que a dor, seja de que espécie for, é um castigo que deve ser repudiado. Claro que devemos lutar pela cura da doença, pela recuperação de um ser amado que se perde no vicio, enfim, temos a obrigação de lutar. A necessidade de lutar, sem dúvida, mas não deveríamos nos lamentar, nos revoltar.

Assim, o ponto de vista daquele que vê a dor, como uma professora, é sempre mais equilibrada, consegue enfrentá-la com maior sabedoria, consegue produzir em função dela e se renova no final de tudo.

Isso tudo nos lembra a história de uma fábrica de sapatos que enviou o seu vendedor mais experiente, de maior índice de vendas, para um pais da África, para que lá ele estourasse as vendas dessa fábrica. O vendedor foi removido e ao chegar lá, imediatamente, escreveu uma carta pedindo para que o retirassem de lá. E a justificativa é que lá ninguém usava sapatos.

Ele foi retornado à sua pátria e em seguida enviaram um outro vendedor, não tão bom quanto ele, mas muito entusiasta por natureza. O vendedor lá chegando, imediatamente, enviou uma carta à fábrica, pedindo que enviassem todo o estoque de calçados, porque lá ninguém tinha sapato.

A questão do ponto de vista. Nós temos o direito do pessimismo, mas a lógica e a razão nos leva ao positivismo, ao otimismo e faz com que façamos o melhor.

psicofonia recebida no NEPT em 20 de abril de 2011

sábado, 21 de maio de 2011

O encontro marcado.




Como pudemos observar a abordagem sobre a fé, é bastante freqüente entre os espíritos amorosos que nos tentam orientar. Santo Agostinho e Emmanuel abordam a questão da dor, da dificuldade e como deveríamos enfrentá-las, mas a maioria das vezes, a angustia, o conflito, a lamúria, o murmúrio se manifestam em nossas mentes, criando dores ainda mais pungentes.

Mas, todos nós temos a possibilidade de nos encontrar com Deus. Dizem que Deus está dentro de nós, verdadeiramente. Mas isto nos lembra a história muito curiosa, singela e exemplifica bem como Deus está dentro de nós.

Um jovenzinho de seus oito anos, um dia resolveu sair em busca de Deus. Preparou uma mochila com uma muda de roupas, um lanche, um suco de frutas e colocou-os dentro da mochila. Colocou a mochila nas costa e no meio da tarde saiu de casa.

Há de se convir que para um jovenzinho de oito anos, a extensão do mundo é muito maior do que ele possa imaginar.

Depois de algumas quadras de caminhada, já numa praça, não muito distante de sua casa, vê sentado no banco da praça, um senhor idoso, um velhinho, que olhava os passarinhos e as pombas que estavam na praça, em seu jardim.

Já um pouco cansado, o jovenzinho se senta no banco ao lado do velhinho e percebe que o velhinho está taciturno, entristecido.

Já com um pouco de fome, depois de alguns minutos, o rapazinho tira de dentro da mochila os lanches e um dos sucos de fruta para que fosse comer, enquanto ficava ali ao lado do velhinho.

Mas observou bem que o velhinho o olhara com curiosidade e pressentiu que ele estaria com fome. Tirou, então, de sua mochila, o outro lanche e o outro suco, ofereceu ao velho e o velhinho aceitou.

Os dois comeram o lanche, tomaram o suco e ficaram e permaneceram em silencia até o começo do pôr do sol. Quando o rapazinho, já preocupado com a escuridão, resolveu voltar para sua casa, percebeu naquele intervalo, quando pode entregar ao velhinho, o lanche e o suco, um sorriso bem largo em seu rosto e então, resolveu lhe abraçar como uma despedida silenciosa. E ao abraçar o velhinho, recebeu um outro sorriso ainda mais iluminado. Depois do abraço, depois do sorriso, colocou a mochila nas costas e voltou para o lar.

Ao entrar em casa, sua mãe olhou para ele e perguntou: “Meu filho, o que houve? Porque você está tão feliz?” “Ah mamãe, eu me encontrei com Deus e não imaginava que Ele tinha visto um sorriso tão lindo!”.

Mas o mais curioso é que o velhinho também se recolheu. Saiu da praça e foi para casa. Quando chegou em casa seu filho lhe perguntou:
“Papai, porque o senhor está tão feliz?”.
“Ah, eu estive com Deus esta tarde e o mais interessante é que ele é bem mais jovem do que podia imaginar!”.

Como podemos perceber, o sorriso é fundamental e Deus está dentro de nós.

Que Jesus nos abençoe!
Psicofonia recebida no NEPT em 27.04.2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Aquele que quer evoluir, trabalha




O homem espiritualizado não se deixa abater pelos eventos materiais, mantendo os seus esforços até alcançar os legítimos fins.

É muito comum, no plano material, não analisarmos convenientemente o bom êxito obtido por uma pessoa. Esquecemo-nos propositalmente do trabalho, das angústias, dos sofrimentos, das lutas, dos conflitos internos que esse homem experimentou antes de lá chegar.

Todas as vitórias tiveram de passar pela aprendizagem das dificuldades. É ali que recebem sempre os melhores estímulos e a mais especializada disciplina para o caráter.

Quem procura a evolução espiritual deve se acostumar a lutar contra as dificuldades e a ter confiança absoluta no Pai e em si mesmo, em lugar de adormecer no pseudo prazer material, na apatia e indolência. Se tudo estivesse pronto, se todos pensassem igualmente, não haveria por que lutar, porque não existiria estágio superior.

Assim, pois, as dificuldades, a adversidade, a dor e as provas materiais, não significam simplesmente males, mas manancial de forças, de disciplina, de virtudes, que encaminham o espírito humano a Deus.

Aquele que quer evoluir, trabalha.

Mensagem psicografada pelo médium Maury Rodrigues da Cruz do "Centro Espírita Kardecista no Caminho da Luz"

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Nem sempre aquilo que parece bom, efetivamente o é ...




Temos visto com os ensinamentos dos espíritos superiores que precisamos muitas vezes superar dores para evoluir. É importante compreendermos que a acomodação nos faz estagnar. Muitas vezes nós nos julgamos incapazes de progredir e prosperar. Acreditamos que não temos condição de superar determinados obstáculos porque nos condicionamos a essa circunstância. Então, ficamos parados uma encarnação, duas encarnações.. Mas uma hora teremos que despertar, teremos que mudar de postura.

Isso faz com que nós lembremos de uma pequena história contada por um filósofo amigo, de profunda importância para todos nós. É uma história conhecida, mas que vale a pena recordar.

Esse filósofo e seu pupilo estavam conversando e caminhando, vendo tudo na natureza em volta de onde moravam e foram caminhando até o largo de um lugar, assim, com uma aparência abandonada.

Já pela estrada, o portal de uma casa, toda depredado e uma casa caindo aos pedaços que acolhia, certamente, uma família no interior de uma pequena chácara, ou um pequeno sitio. O pupilo curioso perguntou ao seu mestre, esse nosso amigo filósofo, porque razão uma família deixaria que a sua propriedade estivesse naquela situação? Seria por conta de dificuldades financeiras? O filósofo recomenda ao pupilo que vá até a casa e que converse com as pessoas da família pra lhe perguntar se precisavam de algo. Então, o pupilo foi, bateu à porta e lhe atendeu o chefe da família (já era final de tarde) e ele pergunta ao chefe da família: “Meu senhor, nós estávamos aqui passando e percebemos as dificuldades que vocês têm enfrentado e gostaríamos de saber se senhor precisa de algo para que possa seguir a sua vida em melhores condições?”

O pai de família, com todo respeito, diz ao jovem que agradecia bastante, mas que ele tinha ali, naquele lugar, tudo o que precisava. Eles eram proprietários de uma vaca e esta vaca fornecia o leite para que eles pudessem nutrir-se, transformando o leite em alimento, como queijo, o próprio leite, a manteiga. Vendiam alguma coisa do leite para comprar outros suprimentos, assim, iam levando a vida e todos ali se sentiam confortados com isso.

O pupilo ouviu atentamente e percebeu que apesar de estarem numa situação que, aparentemente, inspirava uma penúria, todos ali estavam satisfeitos com o que tinham e voltou para o seu mestre, conversando e explicando toda a situação. Ao terminar de explicar, esse amigo filósofo, diz ao jovem:
“Vá até lá e jogue a vaca no poço.”
“O senhor enlouqueceu?”
“Não, jogue a vaca no poço.”
O jovem foi e mesmo com dor no coração, jogou a vaca no poço e, evidentemente, a vaca morreu. Ele se afastou e foi embora.


Passados dez anos, depois de ter aprendido tudo que aprendeu com o filósofo, já enriquecido, porque já havia conquistado condições econômicas melhores, através dos estudos e por ter recolhido também condições familiares para isso, mas ainda com dor no coração, ele volta ao lugar, como que para pedir perdão pelo que houvera feito e tentar sanar o prejuízo provocado pela sua atitude, que lhe parecia agora tão tresloucada.

Quando chega ao lugar, não reconheceu o lugar, o portal magnífico, que se abria para um gramado perfeito, impecável, levando até a casa muito bem cuidada, reformada, reconstruída com dois andares, encontra então, um empregado e conversa com o empregado e lhe diz:

“Eu gostaria de conversar com o antigo dono dessa propriedade, o senhor sabe onde eu posso encontrá-lo?”
“Ele está na casa.”
“Não, não, eu não me refiro à este atual proprietário, mas ao antigo, porque esta casa era uma casa muito simples, estava mal cuidada e eu gostaria de ajudá-lo.”
“Mas, meu senhor, este é o dono daqui.”
“Como assim?”
“É o mesmo dono, o senhor pode ir até a casa, ele está lá na casa neste momento, pode conversar com ele”.

Ele se aproximou da casa e reconheceu o dono da casa, verdadeiramente, como sendo o mesmo, embora com uma fisionomia mais saudável e declarou seu gesto, tido, então por ele, como tresloucado, do qual se arrependera amargamente e tinha ido até lá por poder reparar o seu erro, de alguma forma.

Mas o dono da casa lhe disse:
“Graças a Deus que você jogou no poço, porque nós percebemos que a vaca que nos nutria, de alguma forma nos sustentava de algum modo era apenas uma pequena parte do potencial que nós tínhamos nessas terras. Depois que nós constatamos sua morte, nós tivemos que começar a capinar a terra, cuidar da terra, trazer outros animais e assim, tudo foi crescendo e está agora como o senhor vê. Nós descobrimos dentro de nós o potencial que nós não conhecíamos e pusemos em pratica, transformando a nossa vida. Então, na verdade, o senhor não nos deve nada, nós é que devemos ao senhor”.

Diante da dificuldade, do obstáculo, o ser humano tem todo o potencial para crescer, desde que não fique se lamentando. Desde que não perca tempo reclamando.


Jesus nos abençoe!

Psicofonia recebida no NEPT em 11.05.2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ALGOZES PSICOLÓGICOS




O processo da evolução ântropo-sociológica do ser humano não se fez acompanhar pelo desenvolvi­mento psicológico, que deveria, pelo contrário, pre­cedê-lo.

Sendo um ser essencialmente constituído pela ener­gia pensante, ela teria predominância no comportamen­to, imprimindo suas necessidades mais vigorosas, que se transfeririam para o cérebro, por ela modelado, pas­sando a conduzir a maquinaria física, como conseqü­ência das suas expressões psicológicas. Não obstante, em razão da sua estrutura original, simples, destituída de complexidades, esse desabrochar de valores torna­se lento, fixando cada conquista, de forma que a próxi­ma se apóie na anterio r que lhe passa a constituir ali­cerce psíquico.

Os sentimentos, por isso mesmo, surgem, a pouco e pouco, arrebentando a concha na qual se aprisionam em latência, apresentando-se como impulsos e tendências que se comportarão no futuro como hábitos estru­turados, formadores de novos campos vibratórios a se tornarem ação.

O desconhecimento de determinadas experiências inibem-no psicologicamente, permitindo que verdadei­ros algozes psicológicos tomem campo no comporta­mento, que se transformam em conflitos perturbado­res, inibidores, trabalhando para a formação de exis­tências fragmentadas.

Às vezes se apresentam difíceis de remoção imedi­ata, exigindo terapia demorada e grande esforço do seu portador, caso esteja realmente interessado na conquis­ta da saúde emocional.

Ao invés de assim agir, pelo contrário, o indivíduo refugia-se na distância, evitando compromissos sociais e emocionais que acredita não saber administrar, tor­nando a situação mais complexa n a razão direta em que evita os contatos saudáveis, que podem arrancá-lo da situação alienante.

Desequipado de coragem e de estímulos para ven­cer-se e superar os algozes, mais se aflige, reflexionan­do negativamente, e deixando-se embalar pelas mórbi­das idéias da autocomiseração ou da revolta, da auto-punição ou do pessimismo, que passam a constituir-lhe companheiros constantes da conduta interior, que externa como amargura, insegurança, mal-estar.

Os mecanismos da evolução constituem força pro­pulsionadora do desenvolvimento dos germes que dor­mem em latência, aguardando os fatores propiciatóri­os ao seu desempenho.

A princípio, de forma incipiente, depois com mais vigor, por fim, com espontaneidade, que se torna ca­racterística da personalidade, abrindo mais espaços
para a aquisição dos valores mais elevados da inteli­gência e do sentimento.

Para a eficiência do afã deve ser empreendida uma bem direcionada luta interior, firmada em propósitos de relevânci a em relação ao futuro, e de superação das marcas do passado.

A constituição de cada indivíduo mantém os sinais de todo o processo de crescimento, tal como ocorre com todos os seres em a Natureza.

Na botânica, a cor das folhas e flores, o sabor dos frutos, mesmo que da mesma espécie, expressam as características do solo no qual se encontram. O mesmo ocorre entre os animais, que são resultado das condi­ções climáticas e ambientais, da alimentação e do trata­mento que recebem, variando de expressões conforme os lugares onde se movimentam.

Muitos caracteres psicológicos têm a ver com os fatores mesológicos e suas implicações na conduta.

Assim, os algozes psicológicos que afetam a um expressivo número de pessoas, aguardam decisão e aju­da para arrebentarem as suas amarras retentivas, que impedem a plenificação da criatura.

Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo Franco, do livro "Amor, imbatível amor"

Livro dos Espíritos: origem dos Espíritos.




115. Uns Espíritos foram criados bons e outros maus?

- Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um deles uma missão, com o fim de os esclarecer e progressivamente conduzir à perfeição, pelo conhecimento da verdade e para os aproximar Dele. A felicidade eterna e sem perturbações, eles a encontrarão nessa perfeição. Os Espíritos adquirem o conhecimento passando pelas provas que Deus lhes impõe. Uns aceitam essas provas com submissão e chegam mais prontamente ao seu destino, outros não conseguem sofrê-las sem lamentação, e assim permanecem, por sua culpa, distanciados da perfeição e da felicidade prometida.

115-a. Segundo isto, os Espíritos, na sua origem, se assemelhariam a crianças, ignorantes e sem experiência, mas adquirindo pouco a pouco os conhecimentos que lhes faltam, ao percorrer as diferentes fases da vida?

- Sim, a comparação é justa: a criança rebelde permanece ignorante e imperfeita, seu menor ou maior aproveitamento depende da sua docilidade. Mas a vida do homem tem fim, enquanto a dos Espíritos se estende ao infinito.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Perante o divino mestre






"Que Mal fez ele? — perguntou Pilatos. Porém cada vez clamavam mais Seja Crucificado!"

Jesus Cristo!...

Condenado sem culpa, vencido e vencedor...

Profundamente amado, violentamente combatido!

De todos os títulos, preferiu o de Mestre, conquanto devesse, nas Provas Supremas, reconhecer-se abandonado pelos discípulos.

De todas as profissões praticou, um dia, a de carpinteiro, ciente de que não teria para a ministração de seus apelos e ensinamentos nem culminâncias de poder terrestre e nem galerias de ouro, mas, sim, pobres barcos talhados em serviço de enxó e a golpes de formão...

Soberano da Eternidade, permitiu se lhe aplicassem a coroa de espinhos, deixando-se alçar num sólio constituído de dois lenhos justapostos, em dois traços distintos...

Ele que se declarou enfeixando o caminho, a verdade e a Vida, deu-se na Estrema Renúncia, em penhor de semelhante revelação, suspenso nas horas derradeiras, sobre o traço vertical que simbolizava a Fé, a erigir-se em Caminho para o Céu, e sobre o traço horizontal, que exprimia o Amor, alimentado a Vida, na direção de todas as criaturas, como a dizer-nos que Ele era, na Cruz, a verdade torturada e silenciosa, entre a Fé e o Amor, a sustentar-se claramente erguida para a justiça Divina, batida e suplicada pelos homens, mas de braços abertos.

* * *

Emmanuel

Mensagem retirada do livro "Perante Jesus" Psicografia de Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 16 de maio de 2011

DE QUE VALE UM SORRISO?




Nós conversamos muitas vezes de que nos parece hipocrisia sorrir constantemente.
Mas será que realmente é hipocrisia o fato de externar de nossa aparência facial, um sorriso, uma expressão de alegria, de satisfação para com a vida.

Na China antiga, o grande mestre Confúcio, contava a historia do Sr.Wong, que era um homem de bem e que se dava muito bem com todos, auxiliava muitas pessoas mas que não tinha amigos.
Passou grande parte da vida como comerciante de uma aldeia no interior da China, vendendo, trabalhando e ajudando a muita gente.
E vivia solitário.
Um belo dia, cansado de sua solidão foi até um determinado vidente, um destes mestres chineses antigos que tinham consigo o conhecimento mais profundo da vida e praticamente em lágrimas perguntou.
Meu senhor, eu não tenho amigos. Eu vivo para ajudar os outros e sou solitário.
O mestre de longa cabeleira branca, abaixou a cabeça por um instante e após uma pequena reflexão dirigiu a palavra ao Sr. Wong.
Meu filho, é muito difícil ficar junto de uma pessoa sisuda constantemente.
Eu lhe sugiro que mude a sua feição, a sua fisionomia para que ela se torne mais agradável, mais vistosa e que você possa se tornar uma boa companhia para essas pessoas todas que lhe querem tão bem.
Mas, mestre, eu vivo preocupado.
Como eu vou fazer isso?
Eu tenho tantos atributos, tantos afazeres, tantas responsabilidades.
Pois bem meu filho, eu vou lhe providenciar uma máscara que se ajustará perfeitamente ao seu rosto. E essa máscara estampará um ar de alegria, não de deboche, não de cinismo, mas um ar de alegria, para que você consiga convencer as pessoas que não é desagradável e que você não externa as preocupações por mau humor.
Mas tem um detalhe. Se um dia você tirar a máscara, ela nunca mais poderá ser colocada.
E o Sr.Wong saiu com a máscara perfeitamente adaptada ao seu rosto.
E não é que daquele dia um diante as pessoas lhe dirigiam mais a palavra, começaram a freqüentar sua casa, compartilhar com ele de alegrias, de festas, de festejos, de comemorações.
Porém passados alguns anos, o Sr.Wong, percebeu que aquilo tudo era falso e resolveu de uma vez só, tirar a máscara sabendo do risco de que não poderia mais colocá-la. E tirou.
Mas, qual não foi a sua surpresa que em decorrência das amizades, em decorrência do convívio com tantas pessoas queridas o seu rosto já expressava a mesma alegria da máscara e a sua vida finalmente, teve um encaminhamento mais adequado e feliz.

Vejam meus irmãos como é importante a nossa postura diante da vida.
O que nós fazemos, o que nós externamos é semente para o futuro.
Quando não fazemos o bem, não colhemos o bem, mesmo nas pequenas expressões, nessas que nos parecem hipocrisia, nós nos ajudamos a nós mesmos.
Então sorrir, não é hipocrisia.
Muitas vezes é um gesto de caridade para com os outros e para conosco.

Que Jesus nos abençoe.

Psicofonia recenida no Nept em 11/05/2011

sábado, 14 de maio de 2011

Alma e Espírito




É fundamental entender os fundamentos na Doutrina Espírita, então aí vão algumas considerações a respeito dessas duas palavras.

Espírito: é o ser incorpóreo (não imaterial, como dizem alguns "estudiosos" da Doutrina), distinto, único ética e moralmente falando e que conserva sempre sua individualidade. Está sempre envolto por uma "vestimenta" a que damos o nome de perispírito e que serve de intermediária entre ele e a matéria, onde quer que o Espírito esteja. O perispírito é adequado para cada nível de evolução e em cada mundo onde o Espírito venha a estar e se manifestar, pois o ser espiritual recolhe de cada esfera a matéria essencial para compor tal veste.

Alma: é o próprio Espírito, mas encarnado, isto é, vivente na matéria, com corpo que o faça vivenciar o eterno aprendizado da Vida através das inúmeras experiências em intercâmbios com outros Espíritos e com todas as expressões de vida, orgânica ou inorgânica, que estejam em contato com ele.

Li, em uma revista dita "espírita", que a alma refere-se ao ser imaterial. Em o Livro dos Espíritos, os Amigos da Vida Maior que dão as instruções declaram claramente que não é esta a real situação do Espírito (nós), mas que, por falta de palavras mais adequadas na atual situação de evolução humana, a palavra "incorpórea" faz entender melhor qual a situação ou posição do ser individual espiritual a que chamamos de Espírito.

Nota-se uma sutil diferença: incorpóreo não é a mesma coisa que imaterial, pois este termo infere em crer a absoluta ausência de matéria e o primeito termo dá alguma noção de haver algum tipo muito sutil dela na composição do que efetivamente somos. Resta citar que deve haver alguma carência de compreensão de nossa parte para inferir qual a nossa real natureza.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Escravidão



O Espiritismo era divulgado simultaneamente ao processo de libertação dos escravos no Brasil (1857 e 1888, respectivamente - datas muito próximas, historicamente falando) e em outros países esse fato já havia ocorrido (por exemplo, na Inglaterra, em 1833), mas o Espiritismo, embora não tenha nenhum vinculo direto com esses processos de injustiça humana, por conta do próprio Cristo e de sua mensagem de Amor, essencialmente ligado à fraternidade, à caridade, à humildade e à liberdade, tem, em seu bojo, o propósito de firmar entre todos nós os direitos de igualdade de condições, pois somos todos irmãos perante o Criador.

Não há uma preocupação com a data em si, pois como já disse, em outras Nações o fenômeno até mesmo antecedeu ao que ocorreu em nosso País, mas com o fato de que é direito do ser humano viver em condições adequadas de educação, higiene e saúde.

A conquista da liberdade de escravos ainda é um desejo, uma aspiração de toda a humanidade da Terra, visto que ainda temos observados muitos casos de escravização nessas épocas atuais, muitas vezes sendo mantidas em sigilo, escondidas dentro de famílias, dentro do seio da sociedade chamada "de consumo", por conta de migrações que se transformam em situações humilhantes para aqueles que têm de se sujeitar a trabalho pessimamente remunerado ou mesmo não remunerado, para ter onde se alojar ou somente para um pouco de alimento que os mantenham vivos.

A escravização pode acontecer até mesmo em ambientes de trabalho corporativo, dadas as injunções sob as quais as pessoas sejam submetidas, esquecidos os direitos mínimos de humanidade e integralidade da pessoa. Pode ocorrer entre pais e filhos, entre cônjuges, entre companheiros de vida, entre patrão e empregado, dos modos mais variados e bizarros, de forma insidiosa, de modo declarado, público e, mesmo assim, ensombreado pelas circunstâncias sócio-econômicas, de tal forma que se faça "vista-grossa" e se "deixe passar" como um fenômeno normal.

É observada em salas de aula, nas escolas, nas faculdades, em pós-graduação. É vista no relacionamento entre colegas, entre aluno e professor e vice-versa.

Enfim, pode-se dizer que a escravização tem "graus" de aprofundamento e está relativamente ligada à questão da intolerância no relacionamento humano, por conta do egoismo e do orgulho ainda presentes entre nós.

É necessário uma reavaliação de cada pessoa em seu íntimo com relação às suas vidas e às vidas que as cercam, para conhecer melhor o que se extrai destes relacionamentos, como eles são construídos, como eles são mantidos e cultivados. Se a presença do Cristo em nosso dia-a-dia é intensa, certamente estaremos mais bem dispostos ao bem-viver e distantes da escravização em qualquer nível que seja. Se nos distanciamos dEle, facilitaremos o cultivo do egoísmo, do orgulho e da vaidade, gerando intolerância e violência, fatores destrutivos e destituidores de equilíbrio.

Cada Espírita deve se esforçar para fazer seu papel diante da sociedade, exemplificando o que aprende na Doutrina: respeito ao próximo, respeito a si mesmo e ao Criador, para que exemplifique pelas atitudes sem a preocupação de impor o que quer que seja, mas simplesmente mostrando como se faz.

O Espírita que aprende e não age de acordo com o que aprendeu, ainda está exposto às suas imperfeições atávicas e precisa, por conta do conhecimento, libertar-se delas.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

AUTO-AFIRMAÇÃO




As raízes da auto-afirmação do indivíduo encon­tram-se na sua infância, quando os movimentos automáticos do corpo são substituídos pelas palavras, par­ticularmente quando é usada a negativa. Ao recusar qualquer coisa, mediante gestos, a criança demonstra que ainda não se instalaram os pródromos da sua iden­tidade. No entanto, a recusa verbal, peremptória, a qual­quer coisa, mesmo àquelas que são agradáveis, deno­tam que está sendo elaborada a auto-afirmação, que decorre da capacidade de escolha daquilo que interes­sa, ou simplesmente se trata de uma forma utilizada para chamar a atenção para a sua existência, para a sua realidade.

Trata-se de um senso de identificação infantil, sem dúvida, no qual a criança, ainda incapaz de discernir e entender, procura conseguir o espaço que lhe pertence, dessa maneira informando que já exis­te, que solicita e merece reconhecimento por parte das demais pessoas que a cercam.

Quando a criança concorda, afirmando a aceita­ção de algo, age apenas mecanicamente e por ins­tinto, enquanto que se utilizando da negativa, tam­bém denominada conceito do não, dá início à desco­berta do senso de si mesma, do seu Self, passando, a partir desse momento, a exteriorizá-lo, afirmando o NÃO, mesmo quando sem necessidade de fazê-lo. E a sua maneira de auto-identificação que, não raro, parece estranho aos adultos menos conhecedores dos mecanismos da mente infantil.

Quando ocorre a inibição da negativa - o que é muito comum - esse fenômeno dará surgimento a alguém que, no futuro, não saberá exatamente o que deseja da vida, experimentando uma existência sem objetivo, que o leva a ser indiferente a quaisquer resultados, e, por cuja razão, evita expressar-se negativamente, deixando-se arrastar indiferente aos acontecimentos, assim desvelando o estado íntimo de inibição, de timidez e de recusa de si mesmo. Com o tempo essa situação se agrava, levando-o a um estado de amorfia psicológica.

O Self, por sua vez, se estrutura e se fixa atra­vés do sentimento, e quando este se encontra confu­so, sem delineamento, a auto-afirmação se enfraque­ce e a capacidade de dizer NÃO perde a sua força, o seu sentido.

A auto-afirmação se expressa especialmente no desejo de algo, mediante duas atitudes que, parado­xalmente se opõem: o que se deseja e o que se rejei­ta.

Em um desenvolvimento saudável da personali­dade, sabe-se o que se quer e como consegui-lo, o que se torna decorrência inevitável da capacidade de escolha. Quando tal não ocorre, há surgimento de uma expressão esquizóide, na qual o paciente foge para atitudes de submissão receosa e de revolta in­terior. Silencia e afasta-se do grupo social q ue passa a ser visto com hostilidade, por haver-se negado a penetrá-lo, alegando, no entanto, que foi barrado... A sua óptica distorcida da realidade, trabalha em favor de mecanismos de transferência de culpa e de responsabilidade.

Mediante essa conduta, o enfermo se nega a li­beração dos conflitos, mantendo-se em atitude cer­rada, por falta do senso de auto-afirmação. O seu é o conceito falso de que não é bem-vindo ao grupo que ele acredita não o aceitar, quando, em verdade, é ele quem o evita e se afasta do mesmo.

À medida que vão sendo liberados os sentimentos perturbadores e negativos que se encontram em repressão, os desejos de afetividade, de expressão, de harmonia, manifestam-se, direcionando-o para va­liosas conquistas.

Com o desenvolvimento da capacidade de jul­gar valores, surgem as oportunidades de auto-afir­mação, face à necessidade de escolhas acertadas, a fim de atender aos desejos de progresso, de cresci­mento ético-moral e de realização interior.

Por meio de exercícios mentais, nos quais se encontrem presentes as aspirações elevadas e de eno­brecimento, bem como através de movimentos res­piratórios e físicos outros, para liberar o corpo da couraça dos conflitos que o tornam rígido, a auto-afirmação se fixa, propiciando um bom relaxamen­to, que se faz compatível com o bem-estar que se deseja.

Com o desenvolvimento intelecto-moral da crian­ça, passando pela adolescência e firmando os propósi­tos de autoconquista, mais bem delineadas surgem as linhas de segurança da personalidade que enfrenta os desafios com tranqüilidade e esperanças renovadas.

Nesse particular, a vontade desempenha impor­tante papel, trabalhando em favor de conquistas in­cessantes, que contribuem para o amadurecimento psicológico, característica vigorosa da saúde mental e moral.

Em cada vitória alcançada através da vontade que se faz firme cada vez mais, o ser encontra estímulos para novos combates, ascendendo interiormente e afir­mando-se co mo conquistador que se não contenta em estacionar nos primeiros patamares defrontados duran­te a escalada de ascensão. Desejando as alturas, não interrompe a marcha, prosseguindo impertérrito no rumo das cumeadas.

Esta é a finalidade precípua do desenvolvimento emocional, estabelecendo diretrizes que definam a rea­lidade do ser, que se afirma mediante esforço próprio. Em tal cometimento, não podem ficar esquecidos o con­tributo dos pais, da família, da sociedade, e as possibi­lidades inatas, que remanescem do seu passado espiri­tual.

Estando, na Terra, o Espírito, para aprender, repa­rar e evoluir, nele permanecem as matrizes da conduta anterior, facultando-lhe possibilidades de triunfo ou impondo-lhe naturais empecilhos que lhe cumpre su­perar.

Quando a auto-afirmação não se estabelece, apre­sentando indivíduos psicologicamente dissociados da própria realidade, tem-se a medida dos seus compro­missos anteriores fracassados e da concessão que a Vida lhe propicia por segunda vez para regularizá-los.

Cumpre, portanto, ao psicoterapeuta, o desenvol­vimento de uma visão profunda do Self, de forma es­pecial, em relação ao ser eterno que transita no corpo em marcha evolutiva.

Somente assim, se poderá entender racionalmente o porquê de determinados indivíduos iniciarem a auto-afirmação nos primeiros meses da infância, enquanto outros já se apresentam fanados, incapazes de lutar em favor da sua realidade, no meio onde passará a experi­enciar a vida.

A sociedade marcha inexoravelmente para a com­preensão do Espírito eterno que o homem é, do seu pro­cesso paulatino de evolução através dos renascimen­tos, herdeiro de si mesmo, que transfere de uma para outra etapa as realizações efetuadas, felizes ou equivo­cadas, qual aluno que soma experiências educacionais, promovendo-se ou retendo-se na repetição das lições não gravadas, com vistas à conclusão do curso.

A Terra assume sua condição de escola que é, tra­balhando os educandos que nela se encontram e propi­ciando-lhes iguais oportunidades de evolução e de paz.

Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo Franco, do livro "Amor, imbatível amor"

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lei de talião...




A lei de talião (do latim lex talionis: lex: lei e talis: tal, aparelho que reflete tudo), também dita pena de talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente. É uma das mais antigas leis existentes.

Os primeiros indícios da lei de talião foram encontrados no Código de Hamurabi, em 1780 a.C., no reino da Babilônia. Essa lei permite evitar que as pessoas façam justiça elas mesmas, introduzindo, assim, um início de ordem na sociedade com relação ao tratamento de crimes e delitos, "olho por olho, dente por dente".

Escreve-se com inicial minúscula, pois não se trata, como muitos pensam, de nome próprio. Encerra a idéia de correspondência de correlação e semelhança entre o mal causado a alguém e o castigo imposto a quem o causou: para tal crime, tal pena.

O criminoso é punido taliter, ou seja, talmente, de maneira igual ao dano causado a outrem. A punição era dada de acordo com a categoria social do criminoso e da vítima.

O termo lex talionis não somente está a se referir a um literal código de justiça “olho por olho, dente por dente”, uma espécie de “castigo-espelho”, mas aplica-se à mais ampla classe de sistemas jurídicos que formulam penas específicas para crimes específicos, que são pensados para serem aplicados de acordo com a sua gravidade. Alguns propõem que este foi, pelo menos em parte, destinado a evitar excessiva punição às mãos de qualquer um vingador, justiça feita pelas próprias mãos, privada ou do Estado. A expressão mais comum da lex talionis é “olho por olho, dente por dente", mas outras interpretações foram dadas também. Códigos da Lei, seguindo o princípio da lex talionis têm uma coisa em comum: prescrevem uma punição do tamanho exato para uma ofensa. No famoso código jurídico escrito por Hamurabi, o princípio da reciprocidade é exatamente muito claramente usado. Por exemplo, se uma pessoa causou a morte do filho de outra pessoa, aquela pessoa que matou o filho (o homicida) seria morto por esse crime.

De acordo com as condições adequadas, tais como a capacidade de todos os atores participarem de uma forma interativa, o "olho por olho, dente por dente" tem uma base matemática no jogo de teorias estratégicas Olho por Olho.

O mais simples exemplo é o princípio do "olho por olho, dente por dente”. Nesse caso, a regra era que a punição deveria ser exatamente igual ao crime. Inversamente, a Lei das Doze Tábuas (Lex Duodecim Tabularum) de Roma meramente prescreveu sanções particulares para determinados crimes. O código jurídico anglo-saxônico substituiu o pagamento de uma taxa pela retribuição direta: a vida de uma determinada pessoa tinha um valor fixo, derivados de sua posição social; assim qualquer homicídio era compensado pelo pagamento da taxa adequada, independentemente das intenções do crime. No moderno sistema de responsabilidade civil, este tem sido estendido para converter as perdas econômicas em dinheiro também.

Diferentes ideias sobre as origens da lex talionis existem, mas a mais conhecida é de que ela se desenvolveu ao mesmo tempo em que as civilizações também se desenvolviam; e a falta de um sistema de leis para a retribuição de erros, feudos e vinganças, ameaçou o tecido social. Apesar de ter sido substituído por novas formas de teoria jurídica, o sistema da Lei de Talião, a “lex talionis” serviu a um objetivo fundamental no desenvolvimento dos sistemas sociais - a criação de um órgão cuja finalidade foi a de aprovar as retaliações e garantir que este fosse o único castigo. Este organismo foi o estado em uma das suas primeiras formas.

O princípio é encontrado na Lei da Babilônia. É fácil presumir-se que em sociedades não vinculados pela regra de direito, se uma pessoa se feriu, então a vítima (ou seu parente) terá direito vingativo sobre a pessoa que causou o prejuízo. A retribuição pode ser muito pior do que o crime, talvez até mesmo a morte. A lei Babilônica colocava um limite para tais ações, restringindo o castigo para não ser pior do que o crime, enquanto vítima e agressor ocupassem o mesmo status na sociedade, enquanto castigos fossem menos proporcionais de litígios entre os estratos sociais: como blasfêmia ou laesa maiestatis (contra um deus, viz., monarca, ainda hoje, em certas sociedades), crimes contra um bem social foram sistematicamente punidos como pior.

PERDÃO

O perdão é um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa ou contra si mesmo, decorrente de uma ofensa percebida, diferenças, erros ou fracassos, ou cessar a exigência de castigo ou restituição.

O perdão pode ser considerado simplesmente em termos dos sentimentos da pessoa que perdoa, ou em termos do relacionamento entre o que perdoa e a pessoa perdoada. É normalmente concedido sem qualquer expectativa de compensação, e pode ocorrer sem que o perdoado tome conhecimento (por exemplo, uma pessoa pode perdoar outra pessoa que está morta ou que não se vê há muito tempo). Em outros casos, o perdão pode vir através da oferta de alguma forma de desculpa ou restituição, ou mesmo um justo pedido de perdão, dirigido ao ofendido, por acreditar que ele é capaz de perdoar.

O perdão é o "esquecimento completo e absoluto das ofensas" (temos memória e o termo "esquecer" não exprime com a exatidão adequada o que deveria acontecer, mas sugere que tenhamos o comportamento semelhante ao esquecimento), vem do coração, é sincero, generoso e não fere o amor próprio do ofensor. Não impõe condições humilhantes tampouco é motivado por orgulho ou ostentação. O verdadeiro perdão se reconhece pelos atos e não pelas palavras.

Existem religiões que incluem disciplinas sobre a natureza do perdão, e muitas destas disciplinas fornecem uma base subjacente para as várias teorias modernas e práticas de perdão.

Exemplo de ensino do perdão está na "parábola do Filho Pródigo" (Lucas 15:11–32).

Normalmente as doutrinas de cunho religioso trabalham o perdão sob duas óticas diferentes, que são:

Uma ênfase maior na necessidade das faltas dos seres humanos serem perdoadas por Deus;

Uma ênfase maior na necessidade dos seres humanos praticarem o perdão entre si, como pré-requisito para o aprimoramento espiritual.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Auto-Encontro




A ansiosa busca de afirmação da personalidade leva o indivíduo, não raro, a encetar esforços em favor das conquistas externas, que o deixam frustrado, normalmente insatisfeito.

Transfere-se, então, de uma para outra necessidade que se lhe torna meta prioritária, e, ao ser conseguida, novo desinteresse o domina, deixando-o aturdido.

A sucessão de transferências termina por exauri-lo, ferindo-lhe os interesses reais que ficam á margem.

Realmente, a existência física é uma proposta oportuna para a aquisição de valores que contribuem para a paz e a realização do ser inteligente. Isto, porém, somente será possível quando o centro de interesse não se desviar do tema central, que é a evolução.

Para ser conseguida, faz-se imprescindível uma avaliação de conteúdos, a fim de saber-se o que realmente é transitório e o que é de largo curso e duração.

Essa demorada reflexão selecionará os objetivos reais dos aparentes, ensejando a escolha daqueles que possuem as respostas e os recursos plenificadores.

Hoje, mais do que antes essa decisão se faz urgente, por motivos óbvios, pois que, enquanto escasseiam o equilíbrio individual e coletivo, a saúde e a felicidade, multiplicam-se os desaires e as angústias ceifando os ideais de enobrecimento humano.

*

Se de fato andas pela conquista da felicidade, tenta o auto-encontro.

Utilizando-te da meditação prolongada, penetrar-te-ás, descobrindo o teu ser real, imortal, que aguarda ensejo de desdobramento e realização.

Certamente, os primeiros tentames não te concederão resultados apreciáveis.

Perceberás que a fixação da mente na interiorização será interrompida, inúmeras vezes, pelas distrações habituais do intelecto e da falta de harmonia.

Desacostumado a uma imersão, a tua tentativa se fará prejudicada pela irrupção das idéias arquivadas no inconsciente, determinantes de tua conduta inquieta, irregular, conflitiva.

*

Concordamos que a criatura é conduzida, na maior parte das vezes, pelo inconsciente, que lhe dita o pensamento e as ações, como resultado normal das próprias construções mentais anteriores.

A mudança de hábito necessita de novo condicionamento, a fim de mergulhares nesse oceano tumultuado, atingindo-lhe o limite que concede acesso às praias da harmonia, do autodescobrimento, da realização interior.

Nessa façanha verás o desmoronar de muitas e vazias ambições, que cultivas por ignorância ou má educação; o soçobrar de inúmeros engodos; o desaparecer de incontáveis conflitos que te aturdem e devastam.

Amadurecerás lentamente e te acalmarás, não te deixando mais abater pelo desânino, nem exaltar pelo entusiasmo dos outros.

Ficarás imune à tentação do orgulho e à pedrada da inveja, à incompreensão gratuita e à inimizade perseguidora, porque somente darás atenção à necessidade de valorização do ser profundo e indestrutível que és.

Terminarás por te venceres, e essa será a tua mais admirável vitória.

Não cesses, portanto, logo comeces a busca interior, de dar-lhe prosseguimento se as dificuldades e distrações do ego se te apresentarem perturbadoras.

* * *

Divaldo Pereira Franco, Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O Ateu




Sujeito que clama e berra
Contra a vida a que se agarra,
Vive em perene algazarra
Colado aos brejais da terra.

Do raciocínio faz garra
Com que à verdade faz guerra,
Na desdita em que se aferra,
À ilusão em que se amarra.

De mente sempre na birra
Ouve a ambição que lhe acirra
A paixão que o liga à burra.

Mas a luz divina jorra
E a vida ganha a desforra
Na morte que o pega e surra.

* * *

Francisco CândidoXavier, da obra: Brilhe Vossa Luz.
Ditado pelo Espírito Alfredo Nora.

domingo, 8 de maio de 2011

A DOÇURA




Uma das possibilidades maiores do ser humano é a possibilidade de ser doce, de ser cordato, de estar em sintonia com o Plano Mais Alto da Vida, ao reparar-se e ao reportar-se a quem quer que seja, com delicadeza e doçura, porque afinal das contas, a violência em qualquer grau que seja, é incapaz de dar belas formas à vida.

Um senhor destes muito ligados à vida natural, teve a oportunidade de um longo passeio, quando se deparou com um pequeno riacho de águas límpidas e abundantes.

Interessado na trajetória do riacho resolveu seguir à sua margem e este riacho se transformou então, em um pequeno rio e foi tomando dimensões maiores, força maior, volume de água mais intenso, formando então uma verdadeira fenda no planalto onde ele caminhava, margeado por verdejante vegetação absolutamente rica em cores e formas.

No caminhar do nosso amigo, em determinado instante, ele percebe um momento muito intenso e apressou os passos chegando numa região onde havia então, uma grande cachoeira.

Essa cachoeira esculpia na rocha formas diferentes e diversas, e caía com bastante ruído no solo bem abaixo alguns metros abaixo do planalto.

Ele observara entretanto, que poucos metros abaixo havia uma gruta e resolveu escalar a descida para chegar à gruta.

Com pouco esforço, pois já era experiente na arte da escalada, chegou a gruta encontrando formas magníficas, estalactites, estalagmites, fendas de um córrego.

No fundo da gruta percebeu que alguém já estivera lá anteriormente.

E haviam algumas palavras escritas, palavras que definiam bem a experiência inventada desse nosso irmão, nesse seu passeio.

Palavras escritas por Rabindranath Tagore, o famoso escritor indiano, Prêmio Nobel de Literatura em 1913.

Dizia assim Tagore.

“Esta obra não é resultado do martelo, mas é resultado da água que com sua doçura, sua dança e sua música, construíram esta bela caverna”.

Sabemos então que o martelo que poderia destruir, dá lugar ao cinzel que pode esculpir.

Que Jesus nos abençoe.

Psicofonia recebida no Nept em 04/05/2011

Sobre a mediunidade e a moral.




A partir do instante em que fomos chamados à espiritualidade, vimos descobrir as grandes coisas do espírito.

A abrangente mensagem que temos perante a vida, nos leva à reflexão e à ponderação diante dela.

Com base nos ensinos kardequianos, nos dispomos a aprender, sermos úteis e assim desenvolvermos a mediunidade que nos foi concedida, por acréscimo da bondade de Deus.

Temos assim, o dever de suprir com a moral do Cristo e assimilarmos as lições recebidas, de encontro às nossas mais eminentes necessidades morais e intelectuais do nosso íntimo.

A partir da grande esfera de amor, irradiando a luz do nosso mestre amado, podemos glorificar a paz entre os homens.

Que possamos nos desprender dos bens materiais, dos bens incondicionais que temos de nossos preconceitos, e vivermos de acordo com Jesus.

Assim iremos nos emancipar dos pretéritos acumulados em nossas existências.

Com o abraço amigo

sábado, 7 de maio de 2011

Amor de Mãe




Amor de mãe... amor que difere de outros amores: é terno, doce, puro, a tudo suporta sem condenação ou revolta.

Amor de mãe... sublime sentimento que emana da alma, e que a tudo entende e perdoa.

Amor de mãe... doce ternura que a leva, com alegria inusitada, a acolher no próprio ventre almas que lhe foram confiadas por Deus, a fim de auxiliá-las a se redimirem de um passado de erros e a evoluírem um pouco mais.

Amor de mãe... amor eterno e que transcende a muitas encarnações.

Quem é mãe sabe que tal ternura é um manancial perene, que nunca se esgota e assim, jamais se cansa de amar. Educando, consolando, amparando e orientando para o bem, toda mãe que se dedica aos filhos de alma e coração, sem nada exigir em troca, conquista para si um pouco da luz divina que emana de Deus Pai.

Mesmo que os espinhos da ingratidão venham a feri-la, mesmo chorando às ocultas diante das dificuldades da vida a vencer, e mesmo renunciando aos prazeres do mundo ou atormentada diante de tantos problemas a resolver, sabe amar com desprendimento e total abnegação.

Trabalhar e sofrer podem ser o seu cálice de amarguras a sorver a cada dia e, ainda assim, continua a plantar sementes de amor e carinho no coração de seus filhos queridos, sejam eles nascidos da própria carne ou do ventre de outras mães.

Sementes essas que, se orvalhadas pela emoção que o amor de mãe a todos desperta, haverão de germinar, para que venham a florescer e frutificar.

Não importa a raça a que pertença, o credo religioso com que firme a sua fé, as dificuldades financeiras que esteja a atravessar, todo coração de mãe, quando transborda de amor, passa a agir qual se fora uma extensão do coração amoroso de Maria, a doce e terna mãe de Jesus, mãe de todas as mães!

Irmã Maria do Rosário, psicografia de Lúcia Cominatto, no livro Na sublimação da alma

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tendo Medo




"E, tendo medo, escondi na terra o teu talento..."
(MATEUS, 25:25.)


Na parábola dos talentos, o servo negligente atribui ao medo a causa do insucesso em que se infelicita.

Recebera mais reduzidas possibilidades de ganho.

Contara apenas com um talento e temera lutar para valorizá-lo.

Quanto aconteceu ao servidor invigilante da narrativa evangélica, há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejariam. E recolhem-se à ociosidade, alegando o medo da ação.

Medo de trabalhar.

Medo de servir.

Medo de fazer amigos.

Medo de desapontar.

Medo de sofrer.

Medo da incompreensão.

Medo da alegria.

Medo da dor.

E alcançam o fim do corpo, como sensitivas humanas, sem o mínimo esforço para enriquecer a existência.

Na vida, agarram-se ao medo da morte.

Na morte, confessam o medo da vida.

E, a pretexto de serem menos favorecidos pelo destino, transformam-se, gradativamente, em campeões da inutilidade e da preguiça.

Se recebeste, pois, mais rude tarefa no mundo, não te atemorizes à frente dos outros e faze dela o teu caminho de progresso e renovação. Por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias, enriquece-a com a luz do teu esforço no bem, porque o medo não serviu como justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor.

* * *

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Fonte Viva.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O espiritista




O iniciado na Doutrina dos Espíritos, deve viver a preocupação constante de se avaliar, fazer reflexão, procurando melhorar sempre a sua conduta, aceitando o próximo como se apresenta, portanto, é feliz.

O materialista, aquele que não crê no espírito, diz-se superior, racional em todas as situações, achando defeitos em todos, nunca na sua pessoa, vivendo uma felicidade de faz de conta, portanto, é infeliz.

O espiritismo, pela sua Doutrina, ensina ao homem, que a dor é a têmpera da vida terrena, não devendo, o espiritista, revoltar-se quando tiver que passar pela experiência da dor, mas procurar transformá-la em energia positiva, que o ajudará a suportar todas as provas com dignidade.

O espiritista, quando entende que, pela dor, pode compreender melhor o próximo e o mundo, consegue aumentar, fortalecer e viver plenamente a fé em Deus. Nunca capitula diante de provações, pois sabe transformar os momentos difíceis em fluidos vitalizadores da existência. O espiritista, pelo Evangelho Redivivo, faz uma leitura de mundo sem revoltas, vitalizando, espiritualizando e transubstanciando todo seu ser pelo espiritual, pelo amor.

O espiritista é forte porque crê em Deus, vivendo no cotidiano as forças integrativas e contraditórias; sem desesperos, fazendo do trabalho, a disciplina que dignifica e constrói a pessoa humana.

A fé em Deus, o respeito ao próximo, o exercício do amor, transforma o homem, harmonizando todos os ambientes.

O espiritista sabe que a força se aperfeiçoa na fragilidade, portanto, é calmo, humilde, fraterno, que transforma o mundo. Todos os dias, todas as horas, todos os minutos, a cada segundo, sob todos os pontos de vista, afirma o processo existencial: aconteça o que acontecer, sou feliz.

O espiritista há de ser sempre um perscrutador do Universo, eterno estudante da verdade. Vivendo e sofrendo a sua convicção, há de saber guardar absoluta, fidelidade ao Evangelho de Cristo. É sereno, pacífico, bondoso. Sabe unir a justiça ao amor. Quando forçado a julgar o próximo, pelas contingências da vida, procura colocar-se, antes, na posição de julgado.

O espiritista consciente da sua fragilidade, não acusa, é piedoso em todas as situações, procura, pela educação, transformar o homem, o social, exemplificando, evangelicamente, o seu existir.

Sofre resignadamente; luta sem provocar destruições; trabalha, conscientemente, pelo bem, para o bem; chora como todos os homens; procura consolar, compreender, integrar, amar sem nada exigir.

Derrotado algumas vezes, mas sempre vitorioso, porque, no contexto da existência, a sua fé em Deus é, sob todos os pontos de vista, inabalável.

No silêncio do existir, modestamente, exercita os conhecimentos doutrinários espiritistas, vivendo o amor com coragem, determinação, procurando ser no meio da humanidade, socorrista de todos, em todas as horas

O espiritista é mensageiro do Evangelho, nada teme, afirma sempre pelo pensamento, pela palavra, pelo comportamento, a sua confiança plena no Pai.

Muita paz.

Luz no caminho, para alcançar o conceito de mundo aberto. São os votos do amigo e irmão em Cristo.

Recuperação da Identidade




A identidade é conquista valiosa do ser, através da qual se afirma e se caracteriza no grupo social, de for­ma a existir conscientemente. Não se trata de uma he­rança psicológica, mas de um desenvolvimento gradu­al que se inicia no momento em que nasce, e se mani­festa através do primeiro choro, que lhe expressa des­conforto de qualquer natureza. Logo seja atendido, volta a silenciar, demonstrando que o motivo desagra­dável cessou. Muitas vezes, são a falta do corpo mater­no, o frio ou o calor, a fome ou a dor, que se apresen­tam, produzindo a sensação desagradável e chamando a atenção para si.
Na juventude como na idade adulta, revela-se pelo conhecimento da sua realidade, por imperiosa necessi­dade de estar consciente e de enfrentar com segurança as situações mais variadas possíveis. Nessa fase, a ex­periência emocional é quase sem sentido e os sentimen­tos se apresentam confusos, sem direcionamento, ca­racterizando a ausência de identidade. É certo que, no inconsciente, de alguma forma, todos possuem uma identidade. No entanto, vários fatores adstritos ao Eu profundo, podem apresentar-se como ausência da mes­ma, especialmente quando trazido o conflito de reen­carnação anterior.
Nesse caso, a partir do renascimento carnal, à me­dida que a identidade for sendo formada, o desenvol­vimento do ego não se faz normalmente com expres­são saudável.
Há três fatores que contribuem para um bom e bem direcionado senso de identidade: percepção do desejo, reconhecimento da necessidade e consciência da sen­sação corporal.
Experimentar desejos e saber direcioná-los é de suma importância, no balizamento da identidade, por­que para um p aciente que não os possua, difícil se tor­na distinguir exatamente o que quer, exclamando, no seu conflito, que não o sabe, que nada sente, nem mes­mo o de que necessita, por mais importante seja. Há uma espécie de vácuo emocional, com anulação da ca­pacidade de querer. Quando isso não se dá, mascara as aspirações e entrega-se a sensações e buscas que não correspondem às suas necessidades reais.
O reconhecimento da necessidade resulta numa bem urdida busca de solução, em bom encaminhamen­to para alcançar o que deseja. Faculta-lhe distinguir as próprias emoções de tristeza, de alegria, de aborreci­mento ou de afetividade. Invariavelmente, esses senti­mentos ficam bloqueados na ausência do senso da iden­tidade, tornando o paciente um autômato desmotiva­do de novas e constantes realizações, bastando-se com o conseguido, sem a experiência do prazer dinamiza­dor de conquistas desafiadoras.
A consciência da sensação física é adquirida a partir do momento do parto, quando se expressam por automatismos as primeiras necessidades, afir­mando, através do choro, a realidade existencial e a sua presença como ser consciente. No entanto, essa ocorrência dá-se fora do limite da consciência, em estado ainda embrionário, incapaz de realmente dis­tinguir, porqüanto as suas funções seletivas se irão desenvolver a pouco e pouco, tornando-se pujantes e ativas.
À medida que vai crescendo, as sensações cor­porais se tornam mais imperiosas, como é natural, graças também, às necessidades mais volumosas e aos desejos mais característicos, terminando num estado de lucidez mais profunda, a exteriorizar-se por sentimentos mais definidos. Essa é a marcha natural da aquisição do senso de identidade. E quan­do assim não ocorre, desaparece a motivação para o crescimento interior, a valorização do corpo e da oportunidade da vida, necessitando de terapia con­veniente, a fim de ser adquirido.
Esse ego fracionado, enfermo, não conseguiu o desenvolvimento harmônico, que é viável quando a percepção e a sensação se unem ao sentimento numa proposta de integração.
É muito comum, no relacionamento psicológico, a aparência de identidade, mediante representações de papéis que agradam ao ego. No início houve a família que participou da exibição em cena, quando a criança exteriorizava aparência imitando o conhe­cido, que lhe chegava ao alcance, o que era percebi­do pelos sentidos. À medida que cresce, torna-se necessária outra audiência, mudando-se de cenário mas não de conteúdo. E como é natural, em qualquer representação o tédio termina por predominar, ao tempo em que surgem os desencantos, face à ausência de autenticidade. Após as decepções, bus­cam-se novas personagens e novos auditórios.
Quando essa situação se faz presente nos relaci­onamentos mais próximos, entre cônjuges, familia­res, a representação perde o seu caráter de impres­sionar, assumindo a postura de uma farsa que não convence e mui facilmente se desvanece. Ocorre que, naquel es que estão sempre representando, existe um imenso vazio existencial, e, por falta de objetivo, um desespero que arde interiormente, não permitindo tranqüilidade.
A representação gera uma distorção na área da autopercepção, porque somente são captadas as si­tuações e experiências mais próximas do ato, o que evita uma boa formulação de respostas aos desafios existenciais.
O indivíduo, nessa situação, acredita no valor da sua identidade confusa, fugindo para as fatalida­des do destino, com que se compensa, informando que tudo quanto lhe ocorre desastrosamente é resul­tado da má sorte como do infortúnio. Entrega-se a queixas sistemáticas e descobre um mundo que se apresenta hostil, dificultando-lhe a marcha, a felici­dade.
É mais fácil a acusação do que a reparação, que o levaria à busca de solução terapêutica para o dis­túrbio e à vivência do amor, para ampliar a percep­ção de sua realidade.
A formação do senso de identidade é também recurso para a instalação do c aráter. Quando não se possui uma faculdade, a outra se apresenta deficitária, em razão da ausência de parâmetros para defini-las no ser turbado e tedioso.
Para que contribua em favor da aquisição do senso de identidade, o paciente será conduzido à análise de que os seus atos não necessitam ser apro­vados sempre, conforme ocorria na infância, ter medo das repressões e reprovações sociais, porqüanto ele também é membro da sociedade, experimentar cul­pa a respeito do seu corpo, dos seus sentimentos de natureza sexual, tendo direito a apresentar também sentimentos negativos, sem que isso constitua sinal de vulgaridade ou de desajuste emocional.
Um senso de identidade normal transita entre os acertos e os erros, sem auto-exaltação nem auto-punição, enfrentando as situações como parte do pro­cesso evolutivo que todos encontram pelo caminho.
Ao identificar-se com a vida, experienciando as ocorrências com ambições bem direcionadas, o indi­víduo cresce psicologicamente, na r azão direta em que desenvolve o corpo e a mente se amplia, ense­jando-lhe tirocínios corretos e impulsos estimulado­res para a existência.
A perda ou a ausência de identidade confunde e atormenta, deixando o paciente à mercê dos fenô­meno automáticos, pesando na economia da socie­dade, sem direcionamento nem significado.
O dever dos pais em relação aos filhos, na mol­dagem da identidade, é muito grave, porqüanto, de acordo com a conduta mantida, essa será plasmada dentro dos padrões vigentes no lar. As castrações e as inibições, os conflitos não superados e as necessi­dades emocionais não satisfeitas contribuem para o transtorno da identidade, gerando a necessidade da projeção do papel dos mesmos nas outras pessoas. A criança é um ser imitador por excelência, afinal, tudo quanto aprende decorre, na sua maioria, da capaci­dade de imitar, de memorizar, de reflexionar. Imitar faz parte do processo de desenvolvimento psicológi­co saudável. Todavia, adquirir a identidade do ou­tro, por que lhe foi plasmada, oferece uma situação patológica. Quando se imita, adquire-se capacidade de discernimento para saber-se que tal não passa de uma experiência, no entanto, quando se identifica e assimila, perde-se a liberdade de pensar e de agir, buscando sempre a fonte de ligação para prosseguir no desempenho do papel assumido.
A imitação ocorre em relação a tudo e a todos, enquanto que a identificação perturbadora é sempre fruto de pais exigentes, ameaçadores, que se tornam imagens dominantes na mente infantil. Para enfren­tá-los, o indivíduo se torna igualmente insensível, às vezes cruel, adquirindo essas características pertur­badoras que foram incorporadas ao seu comporta­mento. Essa ocorrência pode ser inconsciente, graças ao que, nada pode ser produzido em favor do equi­líbrio pelo próprio paciente, levando-o a vivenciar experiências que se transmudam em necessidades dos outros.


Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo Franco, do livro "Amor, imbatível amor".