Mensagem

"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."

Militão Pacheco

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Escravidão



O Espiritismo era divulgado simultaneamente ao processo de libertação dos escravos no Brasil (1857 e 1888, respectivamente - datas muito próximas, historicamente falando) e em outros países esse fato já havia ocorrido (por exemplo, na Inglaterra, em 1833), mas o Espiritismo, embora não tenha nenhum vinculo direto com esses processos de injustiça humana, por conta do próprio Cristo e de sua mensagem de Amor, essencialmente ligado à fraternidade, à caridade, à humildade e à liberdade, tem, em seu bojo, o propósito de firmar entre todos nós os direitos de igualdade de condições, pois somos todos irmãos perante o Criador.

Não há uma preocupação com a data em si, pois como já disse, em outras Nações o fenômeno até mesmo antecedeu ao que ocorreu em nosso País, mas com o fato de que é direito do ser humano viver em condições adequadas de educação, higiene e saúde.

A conquista da liberdade de escravos ainda é um desejo, uma aspiração de toda a humanidade da Terra, visto que ainda temos observados muitos casos de escravização nessas épocas atuais, muitas vezes sendo mantidas em sigilo, escondidas dentro de famílias, dentro do seio da sociedade chamada "de consumo", por conta de migrações que se transformam em situações humilhantes para aqueles que têm de se sujeitar a trabalho pessimamente remunerado ou mesmo não remunerado, para ter onde se alojar ou somente para um pouco de alimento que os mantenham vivos.

A escravização pode acontecer até mesmo em ambientes de trabalho corporativo, dadas as injunções sob as quais as pessoas sejam submetidas, esquecidos os direitos mínimos de humanidade e integralidade da pessoa. Pode ocorrer entre pais e filhos, entre cônjuges, entre companheiros de vida, entre patrão e empregado, dos modos mais variados e bizarros, de forma insidiosa, de modo declarado, público e, mesmo assim, ensombreado pelas circunstâncias sócio-econômicas, de tal forma que se faça "vista-grossa" e se "deixe passar" como um fenômeno normal.

É observada em salas de aula, nas escolas, nas faculdades, em pós-graduação. É vista no relacionamento entre colegas, entre aluno e professor e vice-versa.

Enfim, pode-se dizer que a escravização tem "graus" de aprofundamento e está relativamente ligada à questão da intolerância no relacionamento humano, por conta do egoismo e do orgulho ainda presentes entre nós.

É necessário uma reavaliação de cada pessoa em seu íntimo com relação às suas vidas e às vidas que as cercam, para conhecer melhor o que se extrai destes relacionamentos, como eles são construídos, como eles são mantidos e cultivados. Se a presença do Cristo em nosso dia-a-dia é intensa, certamente estaremos mais bem dispostos ao bem-viver e distantes da escravização em qualquer nível que seja. Se nos distanciamos dEle, facilitaremos o cultivo do egoísmo, do orgulho e da vaidade, gerando intolerância e violência, fatores destrutivos e destituidores de equilíbrio.

Cada Espírita deve se esforçar para fazer seu papel diante da sociedade, exemplificando o que aprende na Doutrina: respeito ao próximo, respeito a si mesmo e ao Criador, para que exemplifique pelas atitudes sem a preocupação de impor o que quer que seja, mas simplesmente mostrando como se faz.

O Espírita que aprende e não age de acordo com o que aprendeu, ainda está exposto às suas imperfeições atávicas e precisa, por conta do conhecimento, libertar-se delas.

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