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Mensagem
"Não permita que aquilo que você chama de amor se transforme em obsessão.
Amor é liberdade.
Amor é vida.
Jamais prisão ou limitação."
Militão Pacheco
domingo, 30 de outubro de 2011
Quando se declara perdido...
A postura diante dos desafios da vida é que dita, muitas vezes, o resultado final.
Quando alguém se depara com a necessidade de aprender e diz para si mesmo que não conseguirá aprender, muito provavelmente não conseguirá aprender.
Particularmente se persistir nesta postura equivocada.
Como vivemos enfrentando desafios, é interessante que se tente avaliar mudanças de postura diante deles.
Não se trata de evocar palavras mágicas, como se isso solucionasse efetivamente as coisas.
Não se trata de aspirar por algo divino que possa resolver por esse alguém as dificuldades da vida.
Não se trata de querer que outro alguém faça a lição de casa por esse alguém.
Trata-se, em verdade, de gerar em si mesmo as devidas esperanças de vencer as dificuldades, de forma construtiva, com determinação, disciplina e vontade autêntica para alcançar seu objetivo.
Evidente que todos precisam contar com Deus nas experiências.
Natural que Ele observe todos e inspire a todos para a vitória em todas as circunstâncias.
Mas o que depende de cada um, na verdade?
Boa disposição.
Boa intenção.
Bons princípios.
Mas cada um a seu tempo.
Cada um tem seu tempo, seu amadurecimento, suas aquisições, suas vitórias.
Entretanto, quanto mais otimista a postura, apesar das dificuldades que a vida imponha, melhores os resultados que se pode esperar.
Roberto Brólio
sábado, 29 de outubro de 2011
Fortuito
Há pequenas situações da vida que parecem mais um motivo para irritação, uma espécie de provocação da existência para provocar desconforto, para atrasar para algum compromisso, para perder um vôo, para perder um trem, para perder um ônibus, enfim, para comprometer algo mesmo.
Como não conseguimos analisar o conjunto das circunstâncias que envolvem a própria vida, com freqüência a irritação toma conta de nós e ficamos muito aborrecidos com estas situações corriqueiras.
Entretanto, observamos que muita gente é poupada de muitos sofrimentos quando estes empecilhos acontecem, provocando desgaste e atraso.
Várias vezes é possível presenciar que um ônibus que alguém perdeu, perdeu-se nas vias e provocou um acidente, causando ferimento naqueles que estavam dentro dele, por exemplo.
Quando tiver contratempos, faça o que esteja ao seu alcance para controlar seus impulsos reativos e tenha confiança de que, mantendo qualidade de pensamento elevado, você facilitará a ação de Amigos Espirituais que lhe conferirão a necessária intuição para que você não passe por provas desnecessárias, pois o livre arbítrio pode causar desequilíbrios tais que nos conduz aos problemas, por conta de nossas escolhas.
Assim, mantenha a calma, a serenidade e a confiança para que seu caminho seja o mais claro possível e para que sua jornada seja a mais livre que precise ter.
Nada de irritação.
Nada de revolta.
Nada de inconformismo.
Quanto mais sereno, melhor, sempre!
Alva Luzia
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Como se vê os fatos
Cada um vê a vida em conformidade com suas impressões íntimas, de acordo com suas experiências pessoais, em função dos eventuais traumas pelos quais tenha passado, em decorrência de fatos construtivos que tenha experimentado durante a vida e, ainda, sempre por conta de seu livre arbítrio.
Justamente por isso há muitos otimistas entre os sofridos, como há muitos pessimistas entre os afortunados.
Observamos todos os dias pessoas que se lamentam por não ter o que já têm, assim como outras que agradecem pelo que ainda não puderam experimentar.
Nestes contextos uma coisa é certa: para os dois tipos fundamentais de seres humanos, a saber, o otimista e o pessimista, há conseqüências que redundam em sua esfera psíquica e conseqüentemente em sua organização física.
Evidentemente que aquele que derrama em sua organização psico-física pensamentos infelizes estará semeando obstáculos para si mesmo. Dependendo de como se coloque diante de tudo a progressão do autoprejuízo pode ser insidiosa ou imediata.
Habitualmente pode-se dizer que o comportamento mental humano é sorrateiro, pois o “aceitável” para a maior parte de nós é que se tenha atitude reclamante de rotina, quer dizer, é aceito como “normal” ter postura pessimista diante dos fatos da vida.
Mas pensando bem, deveríamos mudar radicalmente nossa forma de pensar, justamente para minimizar as conseqüências funestas que o hábito de pensar equivocado certamente pode gerar.
Embora dificuldades nos cerquem, a postura otimista é aquela que facilita enfrentá-las.
Assim, higienizaremos o pensamento, permitindo ver com maior clareza o caminho pelo qual iremos passando, observar obstáculos, desviar deles e conseguir ver portas de oportunidades que não seriam vistas por conta das nuvens criadas pelo pensamento pessimista.
Para isso é preciso começar a mudar, pois, como já citamos, o hábito é o não construtivo.
Ainda hoje vigie seus pensamentos e verifique se eles têm um padrão mais prático que facilite a visualização menos poluída possível, assim sua jornada poderá ser mais rápida em direção à solução dos seus problemas, quando forem solúveis.
Quanto mais praticar, mais irá adquirir condições para ver um mundo e uma vida melhores.
Militão Pacheco
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Mediunidade com Jesus
A mediunidade é possibilidade humana que tem o potencial de facilitar o amparo, a assistência, o socorro, o consolo aos necessitados que todos somos.
Graças a ela pode o homem da Terra observar que a Vida é ato contínuo e que a morte efetivamente não existe.
Ela pode facultar ao médium o alívio das dores físicas e morais, não apenas através dos passes, das atitudes, mas também por obra da palavra falada e escrita, que pode elevar corações em decorrência do exercício da caridade fraterna.
Assim também o exemplo pode encaminhar corações ao Bem.
Mas o médium é responsável pela forma como a mediunidade venha a ser conduzida por suas posturas e atitudes. E havendo equívocos de sua parte, haverá ônus nas situações em que ocorra a má utilização desta divina ferramenta de caridade que Deus nos concede.
É recomendável lembrar a assertiva de Jesus, quando diz que muito será cobrado de quem muito recebe. No caso da mediunidade, capacidade de intercâmbio entre duas esferas, não basta apenas ser portador dela.
É preciso que o médium gere condições progressivamente mais adequadas para que seu exercício seja sempre melhor em cada oportunidade e para isso deve lançar mão do estudo constante e do aprimoramento moral que virá em decorrência dele.
Assim, ele estará se colocando em melhores condições para o exercício da mediunidade sempre com Jesus, afastando o máximo possível as possibilidades de equívocos grosseiros que com freqüência se pode cometer basicamente em função da ignorância ou falta de conhecimento da doutrina adequada para a mais acertada proposta mediúnica, que é a Doutrina Espírita.
É em Kardec, excelente servidor do Cristo que se encontram os mais sublimes materiais para o aprendizado e prática da mediunidade cristã.
É em Jesus, Mestre e Senhor da Vida, que encontramos as diretrizes para a adequada prática mediúnica que envolve os fundamentais aspectos necessários para a mediunidade saudável e produtiva, dentro de propósitos que envolvem a caridade, a fraternidade e a humildade.
A mediunidade sem Jesus é nau à deriva.
A mediunidade sem Kardec é mediunidade sem Jesus.
Roberto Brólio
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Assalto
Vivemos com medo. Alguns mais medos, outros menos medos, mas vivemos com medo.
Até certo ponto ele é necessário, assim como o alimento também o é.
Mas, da mesma maneira que o alimento, quando em dose exagerada, ele ser transforma em um veneno que corrói o mais preparado dos seres.
Observe que mesmo entre os animais o medo degenera a vida.
E o interessante é que há quem sinta algum prazer e talvez alguma necessidade de sentir medo, e, por conta disso, se mantenha em constante busca de senti-lo.
Nos pequenos detalhes, cultiva a insegurança e pratica o medo.
Sabe-se lá por qual razão, mas faz do medo um escravo e o mantém cativo ao seu lado alimentando um desejo sôfrego de se manter em desespero.
Medo de perder alguém.
Medo de adoecer.
Medo de perder ou de não ter trabalho.
Medo de ser traído.
Medo da solidão.
Medo de não se casar.
Medo de ter um filho.
Medo de não ter um filho.
Medo de ser assaltado.
Medo de violência.
Medo da vida.
Medo da morte.
Uma doença, na verdade, que não apenas não constrói, mas também desestrutura a vida de quem quer que seja.
Esquece-se de que a vida é passageira e fugaz.
Que nada é perene para o ser humano e que tudo certamente passará.
Melhor seria se pudesse perceber que é melhor depositar nela, na vida, a confiança de que terá o máximo para si mesmo, ainda que este máximo pareça pouco, pois ele é o que se pode ter.
Medo reflete a absoluta falta de fé.
Em si mesmo, em Deus, na vida, no destino, na Justiça Divina.
Com serenidade, afasta-se o medo da vida e se constrói um futuro mais sólido.
Confiantes em Deus permitem os homens um amanhã mais justo.
Desconfiando da Vida, há potencial para transformá-la em um pesadelo.
Nada melhor, portanto, do que fazer da experiência terrena uma oportunidade de engrandecimento e aprendizado perene, pois isso sim é perene: o aprender, o crescer, o desenvolver, o evoluir.
Não só perene, mas necessário.
Mãos à obra!
Roberto Brólio
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Um novo Caminho
A vida moderna assalta a humanidade em quadro de agitação e excesso de atividades graças às disposições para conquistar, a cada momento algo que nos faça sentir melhor.
Possuir é a regra que movimenta o ser humano na atualidade.
Possuir conforto, riqueza, bens duráveis, coisa que tentam preencher o vazio existencial que a falta de sentimentos, deprime no homem moderno.
A criatura humana vagueia em labirintos perversos que ela própria tem criado nas últimas décadas.
Dentro deste labirinto à espreita um monstro devorador ameaça o homem todo o tempo, como cita a Mitologia Grega, referindo-se ao Rei Minos e seu labirinto de morte e desolação.
A única forma de se libertar deste quadro, que nos parece trágico é permitir que a morte se liberte do desejo de possuir, procurando desenvolver dentro de si mesmo o sentimento que transforma a criatura pensante.
Deixar de querer ter e aspirar a ser.
Entrar no labirinto, num processo de catar-se, procurando eliminar o monstro devorador, meio homem, meio fera, mas orientado pelo fio de ouro de Ariadne, que lhe permite reconstruir o caminho de volta para sua liberdade.
O fio de Ariadne, nada mais é do que o próprio amor.
O amor liberta.
O possuir aprisiona.
A busca incessante pelos prazeres, acarreta a perda da saúde espiritual.
A busca pelo amor poderá nos libertar definitivamente.
Nada é melhor em todo universo do que aprender a amar.
Nada.
Amélia
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Há muito o que descobrir.
Entre os meandros das dúvidas que renascem nas mentes encarnadas e mesmo desencarnadas, assim como entre as certezas absolutas que criaturas humanas guardam interiormente a respeito do que representam na Terra, pululam opiniões, discursos e posturas de um sem número de criaturas humanas que germinam as próprias idéias, arrebatadoras idéias a esse respeito.
Considerar-se um porto seguro diante da vastidão de necessidade de conhecimento é fechar a porta, fechar as janelas, obstruir as vias de comunicação para que se aprenda algo além a respeito da vida, da verdadeira vida que um dia poderemos efetivamente descortinar diante de nós.
Por essa razão, vítimas do nosso próprio orgulho, em muitas ocasiões nos vemos presos às nossas idéias preconcebidas, presas ao preconceito devorador do desenvolvimento.
Precisamos abrir a mente para aprender, entretanto, não podemos nos tornar vítimas de falsos conhecimentos, permitindo-nos deixar levar por ensinamentos equivocados.
Para isso, precisamos pensar que nenhum aprendizado é feito pelo aluno que não galgou os degraus sucessivos do entendimento.
É fácil de aceitar que as Entidades Espirituais de nível superior nos dão para aprender somente aquilo que já temos condição de compreender. Um ensinamento não vem se o aprendiz não está preparado para ele. E, mesmo que venha, se não há condição para aprendizado, o aprendiz não o absorverá.
Como em a Natureza tudo necessita de um encaminhamento sucessivo, tudo necessita seguir uma ordem evolutiva. Não há como evoluir aos saltos. Não se sai da medida de uma partícula sub-atômica para o reino animal sem que se tenha passado pelas sucessivas fases e etapas evolutivas, em qualquer Orbe, em qualquer Planeta ou lugar do Universo.
Assim, compreender a Natureza é perceber sua Ordem Natural e não se trata de uma hierarquia, como se costuma entender na Terra, mas simplesmente de algo espontâneo, objetivo, natural.
A hierarquização da existência é fundamental no encadeamento de tudo, para que tudo siga sem processo de desenvolvimento.
O Ser Humano só chega à estatura de Ser Humano depois de passar por todas etapas necessárias para alcançar este patamar da Natureza.
Procede ele, o Ser Humano, das partículas sub-atômicas, alcançando passo a passo suas necessárias aptidões para chegar a um dos cumes evolutivos que é a expressão da Alma ou Espírito pensante.
Embora não consiga julgar com precisão, aliás com precisão mesmo, para onde irá, o Ser Humano tem gravado dentro de si a essência da Vida.
Então, intui sobre o Criador, sente de alguma forma que há algo além da Vida que conhece, mas, pela própria limitação que sua atual natureza lhe impõe, imagina isto só em a Vida, em o Universo, sem perspectivas de que poderia efetivamente coabitar uma mesma esfera com outrem, mas em condições vibratórias diferenciadas das que experimenta, já que esta mesma limitada percepção só lhe premia com sensibilidade para tal circunstância.
Então, tudo fica mais limitado, mesmo mais vazio, se vê obrigado a se apegar a algo que lhe dê alguma segurança.
Como a matéria da Terra é a essência de sua natureza atual, o Ser Humano da Terra, se deixa levar pela própria matéria para sentir tal segurança.
Busca nela e nos laços que ela provê, sua satisfação e sua segurança. Aí surgem as necessidades materiais ligadas às sensações: o prazer. Este prazer que aparentemente é uma felicidade e, na verdade, entorpece as sensações humanas e felicitam a ilusão da Vida, facultando processos progressivamente viciantes, apaixonados, que confundem a razão e impedem o entendimento real da importância da Vida, já que o Ser Humano nessas condições nem mesmo pode perceber que existem outras potencialidades à sua volta.
Muito há o que descobrir. Muito há o que desnudar, retirar o véu, para que se possa caminhar em paz.
Mas a lição virá no correr dos anos, das décadas, dos séculos, mobilizando a espécie humana a fulgurante e enobrecedor desenvolvimento em direção à Luz do Amor
Albino Teixeira
sábado, 22 de outubro de 2011
O Bom Colaborador
Muitas vezes perguntas: “Como ser ou como tornar-se um colaborador na Casa Espírita?” Anseias por um trabalho, mas não sabes por onde começar.
Há muito trabalho na Casa Espírita. Se ainda não estás “habilitado” aos trabalhos mediúnicos não se entristeça, não fique desanimado.
Dê tempo ao tempo. Comece - por que não - pelos trabalhos manuais, pelos trabalhos braçais não se esquecendo de apurar os conhecimentos com as participações em grupos de estudos, em palestras edificantes e com as leituras.
Há muita obra na Literatura Espírita a ser lida; iniciando-se pelas obras básicas de Allan Kardec, o Codificador.
Tenha calma, exercite a paciência. Com o tempo e com a predisposição, imbuído no desejo de aprender, na boa vontade de vivenciar aquilo que se aprende, em compartilhar com os “amigos do caminho” e com os amigos de ideias espíritas o conteúdo deste aprendizado as oportunidades de outros trabalhos aparecerão.
E, amigo, quando convidado ao trabalho não se alarme achando-se na conta de espírito imperfeito; por isso menos ou não digno do trabalho.
Quem de nós é perfeito? Quem de nós não necessita do trabalho para evoluir espiritualmente?
Avante, amigo! Descobrirás que através do próprio trabalho exercitarás outros sentimentos ou outras condutas que jazem dentro de si prontas para desabrocharem, melhoradas, aperfeiçoadas como, por exemplo, a disciplina, a resignação, o hábito de cultivar o bom pensamento, a alegria em aprender, o benefício da reflexão salutar. Tais virtudes são conquistas que se vai adquirindo, preenchendo o interior de contentamento e espiritualidade.
Queres ser um colaborador da Casa Espírita? Comece colaborando com você, por você. Permita-se conhecer melhor para trabalhar as más tendências, as más inclinações de modo, como nos diz Kardec, “que hoje sejamos um pouquinho melhor do que éramos ontem; amanhã, certamente, seremos melhor que somos hoje.”
Que a paz de Cristo esteja conosco.
Mãos à obra! Mãos ao trabalho.
Amigo Bernardo.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Drogas
As sociedades humanas têm normalizado uma série de equívocos no decorrer da sua história, como fizeram inclusive em período de guerras, quando os líderes trabalharam por convencimento hipnotizando massas para defender a necessidade de genocídio, como se isso fosse realmente necessário para a evolução das sociedades.
Uma série de viciações humanas vem se transformando paulatinamente em coisas do cotidiano, seja por conta da necessidade de manter a força trabalhadora, já que muitas bocas se alimentam destas viciações, seja por conta da cegueira natural do homem para as conseqüências que elas naturalmente provocam, sem qualquer sombra de dúvida.
O mesmo processo está acontecendo de forma bastante marcante com relação ao uso de drogas, que ainda são consideradas ilícitas, mas que, pelo caminhar da humanidade serão adaptadas à inconsistência da capacidade de análise humana às suas conseqüências evidentemente nefastas.
A própria juventude vem manifestando um discurso que normaliza o uso de maconha, a título de exemplo, como se ela fosse absolutamente boa para o organismo humano.
Tal discurso beira à ingenuidade e apela para pseudo-fatos absolutamente discutíveis, mas para quem faz tal discurso tem muito sentido, como sempre acontece quando há um processo de equívoco tão acentuado.
Para o espírita cabe a responsabilidade de ter uma postura adequada diante de tais situações, mantendo a serenidade e a convicção de que viciação alguma é normal e que o ser humano está em fase de aprendizado justamente para se libertar de apegos perniciosos para si mesmo.
Militão Pacheco
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Leitura...
Dizem que o homem é o que ele pensa.
Parece não haver mais dúvidas sobre este apontamento.
Mas há várias maneiras de cada um se expressar e a leitura é uma delas.
O que se lê colabora na formação mental diretamente.
Existem leituras fáceis, simples, diretas;
Outras são complexas e exigem reflexões;
Há ainda aquelas que conduzem à alegria, ao bem estar;
As leituras perniciosas, entretanto, são as que alimentam os pensamentos viciosos...
E elas estão por aí vestidas das mais variadas apresentações,
Inclusive como espíritas!
Como o pensamento conduz às diretrizes da vida
E como a leitura é um dos recursos de elaboração do pensamento,
Procure ler aquilo que efetivamente faça bem, pois
O que faz mal já campeia solto no mundo
E não precisamos mais disso.
Vinicius
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Misericórdia
Essa palavra remete a uma postura muitas vezes difícil para qualquer pessoa!
Para algumas pessoas ainda tem o fator agravante de inspirar certa “troca” na postura, isto é, dá a impressão de que ao ser misericordioso, recebe-se misericórdia dos demais...
Mas, na verdade, entender assim, é o mesmo que ter uma postura “mercenária” para com a Vida, já que a misericórdia efetivamente não implica em obter retorno.
E é curioso, pois, ao mesmo tempo é facilmente observável que quando despejamos para o mundo uma atitude ética e moralmente adequada, ele nos devolve de modo natural a mesma condição.
Claro que isso não é aplicável em todos os níveis da consciência humana, por conta de estar a humanidade convivendo entre si com vários níveis de desenvolvimento espiritual, quer dizer, há pessoas com elevado grau de esclarecimento moral convivendo com outras de compreensão limitada para com a Vida.
Assim, muitas vezes o misericordioso recebe pedradas em retorno à sua atitude pacífica na experiência familiar e social.
Então, na verdade, a prática da misericórdia, e entenda-se aqui a questão da compaixão para com tudo, a postura de complacência para com todos, ou pelo menos o máximo possível em determinadas circunstâncias, não traz absolutamente a garantia de que o indivíduo tenha reconhecimento dos demais.
Fácil de entender simplesmente observando a história do Cristo e, ainda, de todos os seus prepostos, isto é, seus verdadeiros seguidores, mesmo aqueles que o precederam na experiência da Terra.
Por outro lado, se não tivermos postura misericordiosa diante das dificuldades da vida, teremos qual atitude que seja realmente curadora?
A revolta auxilia? A indignação instrui? A insatisfação constrói?
Nada disso!
Mas o perdão repara, o reconhecimento ampara, a gratidão acalma, a misericórdia eleva!
Se for para praticar o bem, que o façamos pelo próprio bem, sem aspirar por nada em troca, pois se assim for, o bem deixa de ser ele mesmo.
É preciso compreender que a adequada postura ética traz o bem por si mesmo, sem que seja necessária qualquer necessidade de moeda de troca.
Aliás, quanto mais se pratique a misericórdia, maior é a elevação íntima e isso, por si, já é o bastante para causar conforto interior e equilíbrio na conquista da harmonia tão almejada por cada um.
Militão Pacheco
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Bom ou Mau
O Reino dos Céus é semelhante a uma rede, que foi lançada ao mar e apanhou coisas de todo gênero. Quando cheia, os homens puxaram-na à praia e, sentando-se, recolheram as coisas mais belas em vasos e deixaram fora as feias. Assim acontecerá também na consumação dos tempos: sairão os mensageiros e separarão os maus do meio dos justos, lançando-os à fornalha de fogo; aí haverá choro e ranger de dentes.
À luz da sabedoria da parábola, haverá uma separação final entre os maus e os justos. É o que se depreende desta parábola, bem como daquela do joio no meio do trigo e de outros textos do Evangelho. Durante todo o período evolutivo aqui na terra, e provavelmente alhures, há uma inextricável promiscuidade entre bons e maus.
Mas, afinal de contas, quem é bom e quem é mau?
Se não houvesse uma diferença radical entre eles, não poderia haver vida eterna para uns e morte eterna para outros, como o Evangelho afirma várias vezes.
Aqui na Terra, certos grupos espiritualistas declaram bons os que observam determinadas regras estabelecidas por estes grupos e consideram maus os que não as obedecem. Este critério, porém, é muito relativo e mutável, não podendo afetar o destino definitivo do ser humano.
Outros consideram bons os que fazem bem aos seus semelhantes e maus os demais. Nem este critério atinge o íntimo do ser humano. Podemos fazer o bem aos outros sem sermos bons nós mesmos.
Podemos até fazer o bem por vaidade, ostentação, egoísmo e outros motivos alheios ao verdadeiro ser - bom.
Muitos são beneficentes, não pelos motivos negativos já colocados, mas por razões positivas e identificam o fazer - bem com o ser - bom.
No entanto, por mais estranho que pareça, simples atos ou fatos externos não representam necessariamente valores internos; são coisas em si neutras; nenhum ato ou fato é intrinsecamente bom ou mau.
O que lhes dá valor ou desvalia é uma atitude interna creada pelo livre-arbítrio do homem. É unicamente a realidade do Ser que determina o caráter do Agir, isto é, a qualidade real da atitude de quem a pratica.
É esta atitude interna do Ser que pode ser boa ou má. O agir, a atitude, é uma expressão da pessoa.
O Ser é do Eu central, o Agir é do Eu periférico, quer dizer, é a expressão de seu pensamento e da sua forma real de ser.
Nesse sentido, dizia Jesus: “A árvore boa produz bons frutos, a árvore má produz maus frutos e é pelos frutos que se reconhece a árvore.”
O homem bom é aquele que tem experiência na Infinita Realidade, que vive e age em perfeita harmonia com essa consciência divina; o Ser que age eticamente em conseqüência de sua experiência na Vida.
O homem pode e precisa se tornar internamente bom; é esta a sua razão de ser aqui na Terra e, externando o que tenha adquirido dentro de si, precisa fazer o bem para os demais seres com os quais convivem.
Ângelo Lúcio
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Maldizer a doença para quê?
A doença é um sinal de que algo não está bem com o organismo, mas não é, nem de bem distante sinal de que o doente está sendo castigado.
Querer afastá-la, pura e simplesmente não é o recurso evidentemente mais correto para resolver a situação, talvez até seja pior, pois a insatisfação gera mais desequilíbrio para quem seja portador de um problema de saúde.
Thorwald Dethlefsen, em sua obra “A doença como caminho” cita que há sete níveis crescentes de manifestação dos sintomas e sinais de uma moléstia, como se pode ler a seguir:
Primeiro: vem a expressão psíquica com as idéias, desejos e fantasias. São as expectativas, crenças e pré-conceitos.
Segundo: vem o sintoma dos distúrbios funcionais. Esse nível de sintoma deveria tornar a pessoa honesta: “Algo não está bem! O que isso revela para mim?”
Terceiro: o sistema imunológico fica em cheque e acontecem as inflamações ou distúrbios físicos agudos. Exemplos: faringite, hepatite ou gastrite, como também ferimentos e pequenos acidentes.
Quarto: a dificuldade de comunicação mantém-se e os distúrbios tornam-se crônicos: micose, artrose e osteoporose.
Quinto: a dificuldade de comunicação com a vida manifesta-se via processos incuráveis, como a modificação de órgãos (diabetes), câncer, etc.
Sexto: morte, que pode ocorrer após passagem por todas as etapas anteriores ou por acidente.
Sétimo: deformações congênitas e perturbações de nascença. Trata-se de uma história que vem de outra vida.
Como se pode ler, é um ponto de vista que guarda suas razões e proporções, além de sequência progressiva de evolução.
Nenhuma moléstia é realmente casual, todas guardam suas origens dentro do próprio ser, seja no momento que for de sua evolução. Não é castigo de Deus, não é injustiça divina. Não é um fato fortuito, casual.
Há ligações intrínsecas entre as moléstias e fatores precedentes que muitas vezes ignoramos, mesmo que sejam das experiências desta mesma encarnação.
Ainda que a doença venha a visitar um jovem, uma criança, um recém-nascido, um ser altamente produtivo, em plena forma física, ou alguém já em decrepitude, não haverá equívoco da Vida, mesmo que não se consiga compreender os fatos.
Por isso, não vale a pena debater-se contra a doença. Vale enfrentá-la com serenidade e dignidade, sem medo, confiante de que se ela visita, é por conta de que se pode tê-la na Vida.
Quanto maior a serenidade diante desta forma de transformação, maiores as chances de aprender e de gerar a cura efetiva.
Militão Pacheco
sábado, 15 de outubro de 2011
Joanna de Ângelis
Um Espírito Amigo: Desta forma, são assinadas duas mensagens em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no cap. IX, item 7 (A paciência) e cap. XVIII, item 15 (Dar-se-á àquele que tem).
Convidada pelos espíritos superiores a integrar a equipe do Espírito de Verdade, que traria à Terra a Terceira Revelação, em verdade, iniciou sua trajetória cristã nos tempos primeiros da Boa Nova.
Chamava-se então Joana , esposa de Cusa, intendente de Ântipas. Ouvindo Jesus, encanta-se pela mensagem. especialmente por ser uma mulher que sofria, conforme nos relata pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, o espírito Humberto de Campos, pela indiferença do marido.
Vestindo-se de forma simples, para não ser percebida, embora não deixasse de o ser, Joana de Cusa em meio ao povo, nas pregações do lago, ouvia atentamente o meigo Rabi. Absorve-lhe os ensinos e os segue.
Após a morte do esposo, necessita prover a sua e à subsistência do filho. Torna-se serva em casa de família abastada que mais tarde se transferiria para Roma, levando ambos.
Foi ali em uma tarde de agosto do ano 68 d.C. que Joana de Cusa foi martirizada com seu filho e mais de quinhentos cristãos, que tiveram seus corpos queimados de tal forma que as chamas iluminaram a cidade.
Quando , no século XII, o Sol de Assis brilhou entre os homens, Joana retornou à terra tomando vestes femininas outra vez e servindo em uma das ordens fundadas por Clara de Assis.
No século XVII ela reaparece no cenário do mundo, para mais uma vida dedicada ao Bem. Renasce em 1651, em uma cidadezinha a 81km da cidade do México, San Miguel Nepantla e recebe o nome de Juana de Asbaje y Ramirez de Santillana.
Aos três anos, aprende a ler. Aos cinco, faz versos. Aos treze anos, está na corte mexicana, tão pomposa e brilhante quanto a corte européia e ali mostraria seus dotes literários, escrevendo poemas de amor, ensaios e peças teatrais, que até hoje são citados e representadas em programas de rádio e TV.
Como sua sede de saber fosse mais forte que a ilusão de brilhar na Corte, ingressou no Convento das Carmelitas Descalças e, mais tarde, transferiu-se para a Ordem de São Jerônimo da Conceição, tomando o nome de Sóror Juana Inés de la Cruz.
Ficou conhecida como a Monja da Biblioteca, intercambiando conhecimentos e experiências com intelectuais europeus e do Novo Mundo. Estudava, escrevia poemas, ensaios, dramas, peças religiosas, cantos de Natal e música sacra. Criou fama como pintora miniaturista, fez-se competente em teologia moral, dogma, medicina, astronomia e direito canônico.
Aprendeu o latim e o português.
Morreu em 1695, aos 44 anos de idade, durante uma epidemia de peste na região, após socorrer durante dias inteiros as suas irmãs religiosas enfermas.
Sessenta e seis anos após, ela renasceu na cidade do Salvador (BA), como Joana Angélica.
Ingressando no Convento da Lapa, como franciscana, atestando o seu “amor de ternura infinita por aquele que é o irmão da natureza” (2), tomou o nome de Sóror Joana Angélica de Jesus.
Foi a conselheira que, na calada da noite, deixava sua cela e se dispunha a ouvir e aliviar as dores dos corações sofridos de muitas daquelas mulheres, simplesmente trancadas no convento, por decisão familiar e que traziam a tormenta na alma desejosa de viver de outra forma.
Em 1815 tornou-se Abadessa do Convento e, no dia 20 de fevereiro de 1822, morreu “defendendo corajosamente o Convento, a casa do Cristo, assim como a honra das jovens que ali moravam(...)”(2) , sendo “(...) assassinada por soldados que lutavam contra a Independência do Brasil.”(2) Tinha 61 anos de idade.
No dia 5 de dezembro de 1945, esse espírito amigo iniciou a orientar, inspirar e manifestar-se mediunicamente através de Divaldo Pereira Franco. Em 1949, iniciaria seu trabalho de ensaio psicográfico junto ao médium. Várias das suas mensagens figuraram nas páginas da revista “O Reformador” da Federação Espírita Brasileira, em 1956, todas assinadas por “Um espírito amigo”. Nesse mesmo ano, ela se revelaria como Joanna, e passaria a se assinar Joanna de Ângelis, brindando-nos com sua primeira obra psicografada em 1964, Messe de Amor. Depois dessa, sua produção tem sido incessante.
Por sua iniciativa, criou-se na Bahia, uma cópia imperfeita da Comunidade onde ela estagia no Plano Espiritual, dando origem à Mansão do Caminho, iniciada em 1947.
É esse espírito amigo que nos exorta na última mensagem da sua obra “Após a tempestade”: “(...) E unidos uns aos outros, entre os encarnados e com os desencarnados, sigamos. Jesus espera: avancemos.”
Fonte bibliográfica:
1. Boa Nova, Humberto de Campos/ Francisco Cândido Xavier.
2. A veneranda Joanna de Ângelis, Celeste Santos e Divaldo P. Franco
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Você consegue...
Evitar seus impulsos, evitando criar mais dificuldades para a vida?
Controlar seus acessos de raiva, afastando os desentendimentos com outras pessoas?
Esquecer os próprios problemas, para cultivar o prazer de ser útil?
Evitar o comentário equivocado e impedir de passá-lo adiante?
Ter disposição para o estudo, incentivado pela perspectiva de um futuro mais digno?
Dispor de motivação para o trabalho, não só pela necessidade, mas também por respeito com as pessoas que dependem do seu esforço?
Abandonar as mágoas com sinceridade, evocando para si o espírito de compreensão que abre a porta para oportunidades da Vida?
Aceitar-se como é, com suas limitações e conflitos, tendo disposição para modificar-se dia a da?
Acreditar que auxiliando e servindo o próximo é que poderá ser auxiliado efetivamente?
Perseverar no propósito de atitudes nobres, ainda que encontre indisposições e calúnias pela jornada?
Lutar pelo Bem, mesmo com as dificuldades impostas pelas sombras com as quais todos convivem?
Então, já está se habilitando para afastar-se destas mesmas sombras, na execução do processo de afastamento das obsessões que todos têm o potencial de desenvolver por conta própria, com propostas semelhantes.
Militão Pacheco
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Série Biografias Importantes Para o Espiritismo.
Anália Emília Franco
Nascida na cidade de Resende Estado do Rio de Janeiro, no dia 1 de fevereiro de 1856, e desencarnada em São Paulo, no dia 13 de janeiro de 1919.
Seu nome de solteira era Anália Emília Franco. Após consorciar- se em matrimônio com Francisco Antônio Bastos, seu nome passou a ser Anália Franco Bastos, entretanto, é mais conhecida por Anália Franco.
Com 16 anos de idade entrou num Concurso de Câmara dessa cidade e logrou aprovação para exercer o cargo de professora primária. Trabalhou como assistente de sua própria mãe durante algum tempo. Anteriormente a 1875 diplomou-se Normalista, em S. Paulo.
Foi após a Lei do Ventre Livre que sua verdadeira vocação se exteriorizou: a vocação literária. Já era por esse tempo notável como literata, jornalista e poetisa, entretanto, chegou ao seu conhecimento que os nascituros de escravas estavam previamente destinados à "Roda" da Santa Casa de Misericórdia. Já perambulavam, mendicantes, pelas estradas e pelas ruas, os negrinhos expulsos das fazendas por impróprios para o trabalho. Não eram, como até então "negociáveis", com seus pais e os adquirentes de cativos davam preferência às escravas que não tinham filhos no ventre.
Anália escreveu, apelando para as mulheres fazendeiras. Trocou seu cargo na Capital de São Paulo por outro no Interior, a fim de socorrer as criancinhas necessitadas. Num bairro duma cidade do norte do Estado de S. Paulo conseguiu uma casa para instalar uma escola primária. Uma fazendeira rica lhe cedeu a casa escolar com uma condição, que foi frontalmente repelida por Anália: não deveria haver promiscuidade de crianças brancas e negras. Diante dessa condição humilhante foi recusada a gratuidade do uso da casa, passando a pagar um aluguel. A fazendeira guardou ressentimento à altivez da professora, porém, naquele local Anália inaugurou a sua primeira e original "Casa Maternal".
Começou a receber todas as crianças que lhe batiam à porta, levadas por parentes ou apanhadas nas moitas e desvios dos caminhos. A fazendeira, abusando do prestígio político do marido, vendo que a sua casa, embora alugada, se transformara num albergue de negrinhos, resolveu acabar com aquele "escândalo" em sua fazenda. Promoveu diligências junto ao coronel e este conseguiu facilmente a remoção da professora. Anália foi para a cidade e alugou uma casa velha, pagando de seu bolso o aluguel correspondente à metade do seu ordenado. Como o restante era insuficiente para a alimentação das crianças, não trepidou em ir, pessoalmente, pedir esmolas para a meninada. Partiu de manhã, à pé, levando consigo o grupinho escuro que ela chamava, em seus escritos, de "meus alunos sem mães". Numa folha local anunciou que, ao lado da escola pública, havia um pequeno "abrigo" para as crianças desamparadas. A fama, nem sempre favorável da novel professora, encheu a cidade.
A curiosidade popular tomou-se de espanto, num domingo de festa religiosa. Ela apareceu nas ruas com seus "alunos sem mães", em bando precatório. Moça e magra, modesta e altiva, aquela impressionante figura de mulher, que mendigava para filhos de escravas, tornou-se o escândalo do dia. Era uma mulher perigosa, na opinião de muitos. Seu afastamento da cidade principiou a ser objeto de consideração em rodas políticas, nas farmácias. Mas rugiu a seu favor um grupo de abo1icionistas e republicanos, contra o grande grupo de católicos, escravocratas e monarquistas.
Com o decorrer do tempo, deixando algumas escolas maternais no Interior, veio para S. Paulo. Aqui entrou brilhantemente para o grupo abolicionista e republicano. Sua missão, porém, não era política. Sua preocupação maior era com as crianças desamparadas, o que a levou a fundar uma revista própria, intitulada "Álbum das Meninas", cujo primeiro número veio a lume a 30 de abril de 1898. O artigo de fundo tinha o título "Às mães e educadoras". Seu prestígio no seio do professorado já era grande quando surgiram a abolição da escravatura e a República. O advento dessa nova era encontrou Anália com dois grandes colégios gratuitos para meninas e meninos. E logo que as leis o permitiram, ela, secundada por vinte senhoras amigas, fundou o instituto educacional que se denominou "Associação Feminina Beneficente e Instrutiva", no dia 17 de novembro de 1901, com sede no Largo do Arouche, em S. Paulo.
Em seguida criou várias "Escolas Maternais" e "Escolas Elementares", instalando, com inauguração solene a 25 de janeiro de 1902, o "Liceu Feminino", que tinha por finalidade instruir e preparar professoras para a direção daquelas escolas, com o curso de dois anos para as professoras de "Escolas Maternais" e de três anos para as "Escolas Elementares".
Anália Franco publicou numerosos folhetos e opúsculos referentes aos cursos ministrados em suas escolas, tratados especiais sobre a infância, nos quais as professoras encontraram meios de desenvolver as faculdades afetivas e morais das crianças, instruindo- as ao mesmo tempo. O seu opúsculo "O Novo Manual Educativo", era dividido em três partes: Infância, Adolescência e Juventude.
Em 1º de dezembro de 1903, passou a publicar "A Voz Maternal", revista mensal com a apreciável tiragem de 6.000 exemplares, impressos em oficinas próprias.
A Associação Feminina mantinha um Bazar na rua do Rosário n.o. 18, em S. Paulo, para a venda dos artefatos das suas oficinas, e uma sucursal desse estabelecimento na Ladeira do Piques n.o. 23.
Anália Franco mantinha Escolas Reunidas na Capital e Escolas Isoladas no Interior, Escolas Maternais, Creches na Capital e no Interior do Estado, Bibliotecas anexas às escolas, Escolas Profissionais, Arte Tipográfica, Curso de Escrituração Mercantil, Prática de Enfermagem e Arte Dentária, Línguas (francês, italiano, inglês e alemão); Música, Desenho, Pintura, Pedagogia, Costura, Bordados, Flores artificiais e Chapéus, num total de 37 instituições.
Era romancista, escritora, teatróloga e poetisa. Escreveu uma infinidade de livretos para a educação das crianças e para as Escolas, os quais são dignos de serem adotados nas Escolas públicas.
Era espírita fervorosa, revelando sempre inusitado interesse pelas coisas atinentes à Doutrina Espírita.
Produziu a sua vasta cultura três ótimos romances: "A Égide Materna", "A Filha do Artista", e "A Filha Adotiva". Foi autora de numerosas peças teatrais, de diálogos e de várias estrofes, destacando-se "Hino a Deus", "Hino a Ana Nery", "Minha Terra", "Hino a Jesus" e outros.
Em 1911 conseguiu, sem qualquer recurso financeiro, adquirir a "Chácara Paraíso". Eram 75 alqueires de terra, parte em matas e capoeiras e o restante ocupado com benfeitorias diversas, entre as quais um velho solar, ocupado durante longos anos por uma das mais notáveis figuras da História do Brasil: Diogo Antônio Feijó.
Nessa chácara fundou Anália Franco a "Colônia Regeneradora D. Romualdo", aproveitando o casarão, a estrebaria e a antiga senzala, internando ali sob direção feminina, os garotos mais aptos para a Lavoura, a horticultura e outras atividades agropastoris, recolhendo ainda moças desviadas, conseguindo assim regenerar centenas de mulheres.
A vasta sementeira de Anália Franco consistiu em 71 Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, 1 Banda Musical Feminina, 1 orquestra, 1 Grupo Dramático, além de oficinas para manufatura de chapéus, flores artificiais, etc., em 24 cidades do Interior e da Capital.
Sua desencarnação ocorreu precisamente quando havia tomado a deliberação de ir ao Rio de Janeiro fundar mais uma instituição, idéia essa concretizada posteriormente pelo seu esposo, que ali fundou o "Asilo Anália Franco".
A obra de Anália Franco foi, incontestavelmente, uma das mais salientes e meritórias da História do Espiritismo.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Para viver melhor, medite!
Na questão 919 de O Livro dos Espíritos, temos a seguinte pergunta:
“Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?”
E a resposta, absolutamente sensata:
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
O desdobramento que segue é uma pregação do Espírito Santo Agostinho ditando uma proposta de reflexão íntima diária, com o objetivo de conhecer-se melhor e providenciar a transformação de si mesmo dia-a-dia.
Nada além de recomendar que se faça meditação diária para “conversar consigo mesmo” antes de colocar a cabeça no travesseiro para descansar.
Mas não parece tão simples assim, pois é relativamente raro que as pessoas consigam realmente parar para fazer tal exercício de consciência muito necessário, mas que não se dá a devida importância e talvez pouco se tenha dado no correr da história da humanidade.
Meditar é um recurso de auto-conhecimento de extremado valor, pois leva a pessoa a um processo progressivo de análise das atitudes tomadas, das atitudes que estão sendo tomadas e aquelas que acontecerão no futuro, minimizando erros e melhorando as perspectivas para o futuro, particularmente no que diga respeito ao relacionamento com os próximos mais próximos na vida.
Ela melhora também a atenção, a concentração, a percepção dos fatos, das coisas e, assim, o convívio com os familiares, com os amigos, conhecidos e gente com quem se venha a ter encontros casuais.
O ritmo da vida atual afasta de cada um a serenidade que seria desejada para se ter alguma qualidade de vida e pode-se pensar que a prática da meditação seja algo muito distante, por conta da falta de tempo, mas na verdade o que se tem neste caso é falta de conhecimento do que realmente significa meditar.
Não é preciso que se instale um tipo de ritual para proceder a tal hábito para lá de saudável.
Também não é preciso que se perca um longo tempo do dia para que se providencie a vinculação com os momentos de busca interior.
Na verdade, por conta inclusive das questões culturais, não há viabilidade com relação ao que faziam e ocasionalmente ainda fazem alguns grupos de países orientais e que representam certo estereótipo de meditação que podemos ter algum conhecimento.
Uma pequena dose de disciplina, persistência e boa-vontade podemos criar um hábito que pode ajudar muito no processo de reforma-íntima tão conhecida no meio espírita.
Recomendamos a todos que separem alguns minutinhos de seu dia para refletir sobre ele mesmo.
No início será árido, estranho e difícil, mas com o tempo os questionamentos de foro íntimo sobre o que se fez do dia serão habituais e naturais, auxiliando muito para a recuperação das posturas diante das pessoas, dos problemas e dos projetos para a Vida.
Elizabeth
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Inversões de valores
Sentir raiva por alguém que lhe imponha uma restrição é debater-se diante de uma dificuldade, sem a prática da razão e do bom senso.
Isso por conta de que, quando se tem uma restrição nessas situações o bom mesmo é parar um momento, refletir e observar em volta o que está acontecendo, isto é, qual a razão real para que ela esteja sendo imposta.
Embora muitas vezes possa parecer uma injustiça, na maior parte das vezes a restrição é um indicativo de que algo está sendo feito de modo equivocado por quem a sofre.
Sim, nem sempre esta afirmação é verdadeira!
Há vezes em que a causa para ela está perdida no passado remoto, em outras vidas, em outras experiências reencarnatórias, mas particularmente, devemos prestar muito a atenção para o momento atual.
Não é correto simplesmente se imaginar vítima das pessoas. É preciso avaliar mesmo qual a própria postura diante de tudo, inclusive de quem venha a impor tal restrição, seja quem for essa pessoa.
Somente depois de analisar completamente as situações, de forma isenta, sem paixões, inclusive com auxílio de um amigo se for o caso, é que se poderá constatar a própria isenção diante do fato.
Mesmo assim, o Espírita prático deve considerar a causa em outras oportunidades e não se julgar injustiçado, de modo algum.
Nada que nos pareça fortuito está sendo simplesmente jogado diante dos olhos sem que se tenha algum tipo de vínculo com a Vida, pois se assim fosse, deveríamos considerar que Deus cometeria injustiças, o que não é absolutamente verdadeiro.
Claro que há injunções ligadas ao livre-arbítrio de cada um, não há dúvida. Mas este mesmo livre-arbítrio guarda em si fatores desconhecidos no momento presente, que poderiam ser modificados, é verdade, mas as imperfeições humanas tão presentes ainda, fazem com que as provas sejam cumpridas assim: um erro para corrigir outro, mas não um erro para justificar outro!
Alva Luzia
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Egoísmo e violência
Você pensa que o mundo nunca esteve tão violento como tem sido nestes últimos tempos.
Imagina que antigamente a sociedade era pacífica e que era muito seguro andar pelas ruas, sem medo de ser agredido, assaltado ou molestado.
Pensa que um mundo como o de hoje não existia antigamente.
Ao mesmo tempo é provável que você pense que não há lugar para bondade no mundo moderno.
Mas está equivocado, acredite!
Apesar do egoísmo saltitante espalhado pelo mundo, além da sua mais inconveniente conseqüência, que é a violência, temos tido nos tempos modernos as maiores expressões de fraternidade que o mundo já experimentou.
Enorme número de grupos de pessoas se ajunta para estender as mãos com o intuito de amparar o necessitado, como jamais aconteceu antes na Terra.
Há um imenso movimento de assistência ao necessitado em inúmeros setores de todas as sociedades no Planeta.
Um sem número de criaturas humanas se mobiliza para reduzir a fome, diminuir o frio, melhorar as condições de vida, dar esperanças para os doentes, acolher os desabrigados e oportunidades para aqueles que vêm das camadas sociais mais sofridas da população terrena.
O ser humano nunca esteve tão dedicado a reduzir a violência e, ao mesmo tempo, erradicar o egoísmo.
Falta apenas ter mais consciência deste fato.
Divulgá-lo mais do que divulgam a violência.
Mostrá-lo mais do que mostram as dificuldades.
Elas existem, é claro! Mas por qual razão não fazer da caridade o mais profundo foco do noticiário?
Serena
sábado, 8 de outubro de 2011
A Grande Escola
Abençoado Planeta que acolhe a tantos,
Permite a experiência, a Vida e o aprendizado,
Doa de si a matéria física para a constituição dos corpos,
Sob a gerência de Seres Superiores;
Verte água, a fonte da Vida,
Nutrientes inacabáveis para um infindável número de Seres orgânicos.
Acolhe a tantos há tanto tempo...
E ainda há quem não o respeite e o degenera!
Não só nas questões de exploração e deterioração,
Mas também na própria dificuldade de aceitação,
Pois vibram contrários à própria estada nesta Casa Bendita.
A falta de consciência gera detritos materiais,
Mas também libera detritos mentais dos mais variados,
Poluindo o ambiente, criando uma nuvem invisível para os seres humanos,
Mas tangíveis para os Espíritos que circundam Nosso Lar transitório,
O Bendito Planeta chamado Terra.
Por questões de lógica universal, precisamos aprender a respeitá-lo.
Precisamos aprender a admirá-lo e, particularmente, amá-lo.
Pois ele é a fonte de Vida para todos nós, um degrau pelo qual podemos passar.
De suma importância para esta parte da Humanidade que o habita.
Assim como tantos outros mundos espalhados pelo Universo, cada um com sua importância.
A construção da Vida no Infinito abraça mundos assim, como este nosso, em fase intermediária de evolução,
Que acolhem seres semelhantes a nós.
Para alcançar mundos mais avançados, é preciso que se possa adquirir melhores possibilidades em vários níveis.
Passando por muitos deles e gerando certo “desprendimento”, o passaporte para níveis melhores será natural, espontâneo, desejável...
Mas enquanto isso, esse Nosso Recanto, nos abrigará, afetuosamente, dando a oportunidade de crescer, à custa de esforço e luta.
Entretanto, quem não se esmere para adquirir mais possibilidades em várias áreas da Vida, poderá não se manter por aqui, necessitando visitar outros mundos, em fases mais iniciais.
Não por castigo, mas por afinidade, já que aqui tudo também progride, como acontece em todos os espaços da Vida Maior.
E permanecem em cada recanto aqueles que guardam afinidades com cada um deles.
Ao mais elevado, os mundos mais elevados...
Ao mais primitivo, os mundos mais primitivos...
E assim a Vida caminha, dando liberdade para que cada um escolha seu caminho,
Sem obstáculos, sem imposições, sem objeções, a não ser aquelas geradas por cada um de nós mesmos...
Então, propõe-se uma Canção de Paz ao Planeta Terra!
Paz íntima,
Paz com a Vida,
Paz com o Mundo!
E o Grande Embaixador da Paz para nós, é o Cristo-Jesus, que acompanha a todos, para fortalecer no crescimento que pode encaminhar para ela, que permite viver... em Paz!
Tudo para engrandecer a passagem por nossa grande escola, nosso grande lar, o Planeta Terra!
Tagore.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Imperfeições
Todo ser humano é imperfeito por definição.
Não há como exigir perfeição de absolutamente ninguém.
Sentir medo, raiva, inveja e ciúme faz parte do currículo humano.
Ter desejos, aversão, compulsões, solidão, tristeza, alegrias e decepções é parte da necessidade de todos.
Mas diante das dores alheias cada um pode apresentar uma das mais nobres características do potencial humano: a solidariedade.
Ter compaixão pela dor do próximo é o primeiro passo na direção de mudar algo mais profundo dentro do íntimo espiritual.
Oferecer ajuda, ainda que sentindo inveja, é uma ambigüidade abençoada.
Auxiliar, mesmo que preenchido de empáfia, já é um primeiro passo para a humildade.
Possuído pela aversão, mas aliviando a fome ao mesmo tempo, é o princípio para afastar do coração as sombras.
Ainda que cheio de dores e limitações, faça o possível esforço para amparar quem possa.
Mesmo que magoado ou ferido, tente dar abrigo a quem precisa.
Tomado de anseios por conta das traições que possa ter sofrido, faça seu melhor para quem padece do frio e da solidão.
Pois nada há pior do que um coração endurecido diante da dor alheia.
Aliás, seja como for, em quaisquer situações que surgirem, a consciência se libertará quanto mais estiver amparada pelos gestos de bondade que se possa ter efetuado.
E nunca se esqueça de que, quando você estende a mão para o próximo, Jesus estende a mão para você!
Ângelo Lúcio
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Sua profissão, seu trabalho.
Ainda que não tenha a oportunidade de desenvolver e resolver grandes equações da Vida em seu trabalho, sua profissão é uma benção que é necessário valorizar muito!
Ainda que o ambiente de trabalho seja desfavorável para o andamento de seus projetos, cuide de sua profissão com desvelo e atenção.
Seja meticuloso em todos os momentos nos quais esteja envolvido com seu trabalho, para que o resultado seja o melhor possível.
Seu cliente é, para todos os efeitos, uma árvore que pode produzir um bom fruto que lhe servirá em seu próprio favor, na dependência daquilo que ele venha a entregar para o mundo, como resultado da sua relação para com ele.
Por mais que tenha obstáculos em sua profissão, recorde que ela é uma das possibilidades que tem de evoluir tanto material quanto eticamente.
Seu trabalho expressa o que você tem dentro de você. Quando o executa com má vontade, questione-se se esta má vontade não o esteja dominando.
O método pelo qual você executa suas tarefas denuncia como está seu mundo interior. Então, sua desorganização no trabalho reflete como vai sua organização mental.
Quando alguém lhe procura para um serviço certamente não o faz por querer ser maltratado, mas para ser adequadamente servido. Aliás, o trabalho e a profissão são recursos benditos para aprender a servir.
Da mesma forma, quando procurar alguém, faça com respeito e lembre que o profissional tem suas diretrizes e limitações, como qualquer ser humano.
Faça também sua parte auxiliando, compreendendo, colaborando e servindo, seja qual dos lados de uma tarefa você esteja, para que a harmonia esteja fazendo parte de seu cotidiano.
Não abra mão da integridade, em nenhum caso. Isso garantirá que sua consciência permaneça serena.
Militão Pacheco
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Conquistas
A cada reencarnação, adquire o Espírito algo que é significante para sua evolução, mesmo que pareça ter sido a última experiência na Terra algo improdutiva.
Por mais que tenha o Espírito ficado inerte em sua aparência, estará conquistando alguma coisa.
Quem passe pela vida material sempre leva algo consigo para a Vida Maior.
Inevitável deixar de conquistar alguma coisa, seja nobre, seja sombrio.
É sabido que há uma diretriz para isso: o livre arbítrio.
Cada um escolhe qual patrimônio irá deixar para si mesmo na Eternidade.
As bases do passado já fizeram a estrada para o presente.
A construção do presente irá pavimentar o caminho para o futuro.
Nada de extraordinário. Tudo muito simples, certamente.
Ao passar pelo pórtico da Vida Eterna, o Espírito terá um fiscal que irá lhe perguntar: “o que você construiu em sua estada na Terra?” e ele terá de responder, sem poder esconder, pois este fiscal é sua própria consciência.
Tudo o que for declarado será convertido em bônus ou em ônus para ele, de tal modo que poderá fazer depósitos em sua conta corrente da Vida Eterna ou deverá retirar dos valores que possa ter conseguido guardar anteriormente.
Assim, ele, o Espírito, irá construindo sua jornada em sucessivas reencarnações, das quais não poderá se furtar enquanto aprende a conquistar o que realmente importa para a Construção Universal: o Amor.
Antes de mudar de plano da Vida, faça suas conquistas e tenha no Amor sua principal diretriz para ter adequado material para a construção de seu futuro.
Elizabeth
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Vigiar
Uma das recomendações mais comumente divulgadas no Espiritismo é para que se vigie e ore.
De fato é fundamental ter o pensamento em vigília, comprometido com a própria segurança e evitando dissabores relacionados com os envolvimentos espirituais e com as obsessões.
Mas vigiar também pode se transformar em uma dificuldade se não se tem o bom senso de avançar na vigília excessiva que faça com que surja a desconfiança de tudo e de todos.
Vigiar, como diria André Luiz, é acender a própria luz e não apagar a luz alheia.
É defender-se e não agredir.
É ajudar e não impor.
É ensinar e não ofender.
É renovar e não desconstruir.
É esclarecer e não humilhar.
É amar e não possuir.
Como se vê mesmo o cuidado para se proteger não pode ser excessivo para não se cair no erro do fanatismo na posição tomada.
Tudo em exagero leva ao desequilíbrio. Tudo mesmo!
Então é preciso vigiar o próprio excesso para não cair no erro da desarmonia.
Tudo o que a criatura humana necessita é a harmonia.
Que se busque a ela, portanto!
Ângelo Lúcio
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Rituais, ídolos e talismãs.
O Espiritismo tem uma característica marcante: é arritualístico, isto é, isento de rituais em suas atividades.
Assim ensinou Kardec, assim ensinaram os Espíritos responsáveis pela codificação de modo bastante objetivo.
Da mesma forma, ele – o Espiritismo – não tem ligações com símbolos, com emblemas. Evidente que um logotipo pode identificar uma instituição, mas não deve se transformar em objeto de idolatria.
Aliás, não deveria o espírita transformar qualquer coisa em objeto para venerar, transformar em talismã ou qualquer atributo similar. Pelo menos é assim que temos aprendido no estudo doutrinário em todo este período, desde a implantação desta abençoada Doutrina esclarecedora.
Entretanto temos assistido espalhado por muitas casas que se intitulam como espíritas uma comoção de rituais e adoração de objetos que poderia mesmo preocupar aos mais interessados em efetivamente estudar o Espiritismo.
Mas um pouco de reflexão nos faz compreender a situação, já que não há nada de tão extraordinário acontecendo.
Como os espíritas são Espíritos e reencarnam muitas vezes trazem consigo os hábitos atávicos adquiridos em outras existências. Não é fácil se desprender de antigos costumes, como o altar, a vestimenta, os ídolos, as imagens, a simbologia mística, enfim, essas coisas que normalmente as religiões costumam carregar consigo em sua constituição no decorrer de anos de estruturação.
Quando entram pela primeira vez, na primeira experiência reencarnatória, como Espíritas, os Espíritos instintivamente se deixam impregnar por esses costumes e não acham “nada demais” em se cultivá-los.
Há, mesmo, uma declaração de que quem não aceite tais posturas seja “radical”, instalando proposta com tendências ao fanatismo.
Dizem, ainda, que Allan Kardec não deixou sua obra concluída e que há muito que acrescentar na Doutrina dos Espíritos. Assim, implantar esses costumes é incorporar aquilo que o ser humano necessita para integrar uma religião.
Veja bem: nada contra nenhuma religião! Mas o Espiritismo é isento de rituais, imagens, talismãs e ídolos. É assim, mesmo que não queiram.
Desta forma, podemos afirmar que quem infiltra tais hábitos no Espiritismo transforma-o em uma religião espiritualista, como são todas as outras e gera algo novo, que não é o Espiritismo.
Isso precisa ser claro na mente de quem queira ser Espírita para não cair no mesmo equívoco.
Qualquer contestação pode ser facilmente esclarecida estudando apenas O Livro dos Espíritos.
Zezinho
sábado, 1 de outubro de 2011
Biografias do Espiritismo
Arthur Conan Doyle
Segundo escreveu o saudoso Prof. José Herculano Pires, prefaciando a obra de Arthur Conan Doyle, "História do Espiritismo", é um nome conhecido e lido no mundo inteiro. Dotado Conan Doyle de fértil imaginação, comunicabilidade natural de seu estilo, a espontaneidade de suas criações tornaram-no um escritor apreciado e amado por todos os povos. Em nosso país a série Sherlock Holmes, a série Ficção Histórica e a série Contos e Novelas Fantásticas aqui estão para comprovar a afirmação feita em favor do extraordinário escritor. Entretanto, é bom que se diga que ele não apenas se destacou naquelas linhas compostas com três séries, pois além de historiador, pregou o uso de métodos científicos na pesquisa policial, destacou-se também como um lúcido escritor espírita em todo o mundo, revelando notável compreensão do problema espírita in-totum (como ciência, filosofia e religião). Então, além daquelas séries enumeradas no início destas considerações existem mais duas séries: a de História e a do Espiritismo.
Ao ser lançada a primeira edição da obra "História do Espiritismo", a revista inglesa "Light" destacou o equilíbrio e a imparcialidade com que o assunto foi abordado. Uma extensa Nota assinada por D.N.G. destacou que os críticos haviam sido "agradavelmente surpreendidos", porque Conan Doyle, conhecido como ardoroso propagandista do Espiritismo, fora de uma imparcialidade a toda prova. E o articulista da revista "Light" continuava: "Uma obra de história, escrita com preconceitos favoráveis ou contrários, seria, pelo menos, antiartística, pecado jamais cometido pelo autor de - The White Company -, em nenhum de seus trabalhos".
O próprio Autor define aquele critério ao falar do desejo de contribuir para que o Espiritismo tivesse sua história e o objetivo da obra não era o de fazer propaganda de suas convicções, mas o de historiar o movimento espírita. Daí, colocar-se imparcial e serenamente como observador dos fatos que se desenrolam aos seus olhos, através do tempo e do espaço. (Ipsis litteris).
Reconhecendo a magnitude e amplitude do trabalho que se propôs realizar pediu auxílio a outras pessoas e encontrou em Mrs. Leslie Curnow uma dedicada e eficiente colaboradora e com essa ajuda prosseguiu investigações até concluir a obra. Reconheceu não haver realizado um trabalho completo porque não dispunha de recursos necessários e tempo, mas, com satisfação verificou que fez o que era possível no momento, diante da enorme extensão e complexidade do assunto, além das condições de dificuldades do próprio movimento espírita da época.
Arthur Conan Doyle nasceu em 22 de maio de 1859, em Edimburgo, faleceu em 7 de julho de 1930, em Cowborough (Susex), após viver 71 anos bem proveitosos. Em junho de 1887 escreveu uma carta ao Editor da revista "Lìght" explicando as razões de haver se convertido ao Espiritismo. Tal carta foi publicada na edição de 2 de julho de 1887 da referida revista e republicada na edição de 27 de agosto de 1927. Em 15 de julho de 1929 a "Revista Internacional do Espiritismo", de Matão, São Paulo, dirigida por Cairbar Schutel, publicou no Brasil a primeira tradução integral daquela carta, documento importante, onde o jovem médico em 1887 revelava ampla compreensão do Espiritismo e a importância da Mensagem que a Doutrina trazia para o mundo inteiro.
Conan Doyle ainda escreveu um pequeno livro traduzido por Guillon Ribeiro e sob o título "A Nova Revelação", que descreve em detalhes como se deu sua conversão. Outras obras doutrinárias de grande mérito, revelando perfeito entendimento do problema religioso do Espiritismo, afirmando a condição essencialmente psíquica da religião espírita, "A Religião Psíquica".
A doutrina da reencarnação determinou o aparecimento de uma divergência entre aquilo que se estabeleceu chamar Espiritismo Latino e Espiritismo Anglo-Saxão. Estes, particularmente os ingleses e americanos, embora aceitassem a Doutrina Espírita não admitiam o Princípio Reencarnacionista e tal motivou os ataques e críticas ao Espiritismo. Embora a resistência mantida na Inglaterra e nos Estados Unidos contra o Princípio Reencarnacionista, Conan Doyle e outros espíritas americanos e ingleses, de renome, admitiam a reencarnação.
Na obra "A Nova Revelação", Conan Doyle declara que "muitos estudiosos têm sido atraídos ao Espiritismo, uns pelo aspecto religioso, outros pelo científico, mas, até agora ninguém tentou estabelecer a exata relação que existe entre os dois aspectos do problema". Tal foi escrito entre 1927 e 1928, sessenta anos após a desencarnação de Kardec. Sabemos que Kardec definiu e solucionou aquele problema ao apresentar o Espiritismo como Doutrina sob tríplice aspecto: filosófica, científica e religiosa. E Conan Doyle identificava-se com o pensamento de Kardec, aguardando que a codificação kardeciana aparecesse, sem perceber que ela já existia e estava ao seu lado, para lá do Canal da Mancha.
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